Chapter 34
O corpo de Allison logo conseguiu completar a cicatrização, agora ela tinha a estaca em mãos, Kol pouco se importava com isso, ele sabia que Rebekah jamais usaria aquilo contra ele, mas Allison sim. Kol não tinha medo da híbrida, a menor tentativa que ela fizesse para avançar nele, o vampiro arrancaria seu coração. O original estava confiante quanto a isso.
— Que espécie de idiota você é?! - gritou Allison, irritada pela forma como Kol tratava aquilo com normalidade. — Esqueceu que ela é sua irmã?
Allison sentia seu corpo formigar, ela não conseguia entender a relação que a família Mikaelson tinha uns com os outros, muito menos entendia porque eles insistiam em se tratar como inimigos sempre que precisavam lutar pelos seus próprios interesses. A híbrida sentia raiva, ódio, ela sentia o quanto Rebekah ficou abalada com aquilo.
— Sua agilidade me surpreendeu. - Kol se mostrou impressionado enquanto movia sua cabeça em concordância. — Você gosta mesmo da minha irmã, não é?
Em meio a sua fala, Kol caminhou na direção de um portão de ferro que tinha ali ao lado, pertencente ao estacionamento da balada, e arrancou uma das barras de ferro do portão, formando uma nova arma nas mãos do original.
Os olhos de Allison começaram a brilhar assim que viu a forma como Kol segurava aquela barra de ferro, como se fosse um brinquedo de criança, admirando a ponta afiada da barra. Como instinto protetor, Allison segurou a estaca de carvalho de forma firme e usou sua mão livre para por na frente de Rebekah, colocando-a atrás de si, visando protegê-la.
Rebekah, apesar de estar magoada com a investida do irmão, percebeu que, Allison mesmo sendo uma híbrida imortal, sua imortalidade não significava muita coisa em uma luta de vampiros originais, Kol realmente poderia matá-la e Rebekah estava ciente disso.
— Vá para casa, eu mesma lido com o Kol. - falou Rebekah, se recompondo e fechando sua expressão, se era assim que seu irmão queria brincar, então ela ditaria as regras, dessa vez, ela não iria perder quem ela amava.
Rebekah pegou a estaca que estava nas mãos de Allison e a segurou firme, firmando seu corpo em uma postura dominante, elevando o seu maxilar. Kol não ficou surpreso com aquilo, ele estava confiante que Rebekah jamais teria coragem de usar a estaca contra ele.
— Eu não vou deixar você sozinha. - respondeu Allison, fazendo Kol abrir ainda mais o seu sorriso.
— É melhor obedecer a sua dona, Allison. - Kol mantinha os seus olhos em Allison.
— Eu estou avisando… Essa é a última vez que você desrespeita minha namorada. - avisou Rebekah, em um tom de voz sério.
— Tudo bem… - Kol deu de ombros. — No final da noite é ela quem vai estar morta.
Após o término de sua fala, Kol tomou impulso para correr na direção de Allison, tendo a barra de ferro pronta para o ataque. Rebekah, percebendo o movimento rápido do irmão mais velho, rapidamente empurrou Allison para longe, fazendo a garota voar longe e saindo do campo de ataque, confrontando Kol frente a frente.
Os dois vampiros originais agora lutavam entre si, Kol tentava usar a ponta cortante da barra de ferro para ferir Rebekah, que estava desviando muito bem das investidas do irmão. Allison ainda se levantava do chão, sentindo pequenas dores nas costas por ter acertado um dos carros estacionados ali, Rebekah era realmente muito forte.
— Você não pode lutar contra mim, Rebekah. - falou Kol, desviando de um golpe no rosto que ele iria levar. — Nós dois sabemos que você não tem coragem de me matar, então porque ainda continua com a estaca em mãos?
— Não me subestime, Kol. - Rebekah trincou os dentes, aumentando a sua raiva cada vez mais. — Você tentou me matar! Tá querendo seguir os passos do Nik?
Kol não poderia negar, aquilo acertou o coração dele de uma forma discreta, que só ele sentiria, mas o seu verdadeiro plano não era esse, embora parecesse.
Percebendo que Allison tinha acabado de se levantar, ele arremessou a barra de ferro na direção da híbrida, chamando a atenção de Rebekah, que, ao se distrair por um segundo, baixou sua guarda o suficiente para que Kol acertasse um chute em seu estômago, arremessando a vampira para longe.
O impacto da vampira original na parede do estabelecimento, formou um enorme buraco em meio aos tijolos, destruindo boa parte da parede. Allison, distraída pelo golpe que sua namorada levou, acabou sendo acertada no ombro pela barra arremessada por Kol, perdendo a híbrida ao carro.
— O amor te faz fraca, Rebekah. - comentou Kol, vendo a sua irmã caída ao chão.
Kol percebeu que Rebekah tinha largado a estaca, devido ao golpe levado, então, Kol, usando sua agilidade, não demorou em pegar a estaca de carvalho branco e avançar em cima de sua irmã mais nova.
Vendo toda aquela movimentação, Allison sentiu seu peito acelerar, seu coração estava batendo de forma rápida, seus olhos brilhavam em fúria, o seu logo interior ansiava por proteger a sua companheira, o seu verdadeiro amor, sua alma gêmea. Allison segurou a barra de ferro com as duas mãos e arrancou de seu ombro, sentindo a cicatrização tapar o ferimento em questão de segundos.
Kol usou seu braço para prender o pescoço de Rebekah contra a parede, consequentemente usando sua outra mão para colocar a estaca apontada contra o seu peito.
Antes que Kol abrisse a sua boca para poder falar alguma coisa que provocasse ainda mais a ira de Allison, ambos os vampiros originais ouviram o estalo de, não só um osso, como vários ossos se quebrando de forma rápida.
Allison estava se transformando.
— Allison, não! - gritou Rebekah, tentando impedir a transformação de Allison.
Rebekah sabia o quanto aquilo doía, sabia que se Allison avançasse em Kol, por mais que fosse em forma de lobo, ela poderia morrer antes mesmo de mordê-lo.
Os ossos de Allison se quebravam mais rápido que a sua última transformação, dessa vez ela estava com raiva, estava entregue a sua forma logo, ela queria se transformar. Logo, seus dentes se tornaram afiados, sua expressão humana deu lugar a uma expressão mais ameaçadora e animalesca. Antes mesmo de se transformar por completo, Allison saltou na direção de Kol, obrigando o vampiro a soltar Rebekah para se proteger.
Quando Allison, pulou sobre Kol, ambos caíram no chão, em um primeiro momento, o vampiro teve uma certa dificuldade para se manter protegido das investidas que Allison dava para mordê-lo a todo custo. A híbrida rosnava para Kol, seus olhos fixos no rosto do vampiro, igual um verdadeiro predador sedento por sangue.
“Ela é forte…” - pensou Kol, enquanto tentava manter Allison longe dele.
Allison estava cada vez mais forte, percebendo isso, Kol finalmente conseguiu segurar o pescoço de Allison, porém, apesar de usar boa parte de sua força, aquilo não era o suficiente para enforcar a híbrida, optando por acertar um chute no estômago da híbrida, jogando-a para longe de si.
Enquanto Allison ainda estava no ar, seus últimos ossos se remodelaram, transformando-a por completo em um lindo e feroz lobo branco, pousando no chão de uma forma precisa. Seus olhos afiados encaravam Kol como um pedaço de carne, a loba rosnava enquanto trincava a sua mandíbula. Por mais que Kol não admitisse, ver a forma como a loba se comportava, causava calafrios nele.
Kol percebia que Allison estava com raiva, muita raiva, tudo isso porque ele seguiu o plano de atacar Rebekah para poder fazer Allison revidar e consequentemente deixar uma abertura para que o vampiro a matasse, mas ele jamais esperaria que Allison ficasse tão sedenta com isso.
Kol poderia ser um vampiro original de mil anos, mas Allison era uma híbrida com muita raiva, o que tornava a sua forma completamente desproporcional a sua natureza.
— Você pode achar que ganha de mim por estar com raiva. - perguntou Kol, dando alguns passos para longe de Allison, buscando algo para se defender de um possível ataque. — Mas eu sou mais velho e mais forte.
Allison rosnou em resposta, avançando para cima de Kol, correndo como um vulto, sumindo da visão de ambos os vampiros, sendo vista apenas quando empurrou Kol para cima de um dos carros, ameaçando completamente a lataria enquanto tentava mordê-lo novamente. Kol, segurava o pescoço da loba, evitando ser mordido e enfraquecido pelo veneno.
A loba se movia de forma rápida, dificultando a vida do vampiro que tentava arrumar uma brecha para machucá-la, então, percebendo que tinha um carro abaixo deles, Kol arrancou o para-brisa do veículo e fincou na lateral do corpo da loba, acertando duas costelas e perfurando o seu pulmão, ao ver que a loba ainda lutava contra ele, Kol afundou ainda mais o para-brisa no corpo da loba.
Um rosnado choroso foi ouvido, cortando o coração de qualquer um que ouvisse, principalmente afetando Rebekah, que até então estava vendo a briga, sentindo uma agonia dentro de si por não conseguir brecha para intervir.
Kol, dando o último golpe, deu um soco no rosto da loba, jogando-a para longe novamente, dessa vez, com o ferimento em seu corpo, a loba não conseguiu se equilibrar durante a queda, caindo no chão e com dificuldades para se levantar por conta do para-brisa que ainda estava fincado em seu pulmão. A loba sentia o para-brisa se mexendo dentro de si, chegando cada vez mais perto do seu coração.
Antes que Kol pudesse avançar novamente, Rebekah correu se Allison, que já estava voltando a sua forma humana, abraçando a garota e tirando a sua própria jaqueta para cobrir parte do corpo nu de sua namorada. A vampira retirou o objeto pontiagudo do corpo de Allison, fazendo a híbrida gemer de dor e respirar aliviada logo em seguida.
— Já chega dessa briga infantil, Kol! - reclamou Rebekah, como um sermão ao irmão, sem encará-lo, pois seu foco estava na sua namorada que se recuperava.
Kol puxou o ar para responder a Rebekah, mas ele se pegou observando sua irmã mais nova preocupada e cuidando da híbrida como se ela fosse um ser frágil e não um ser imortal com uma força descomunal. Por mais que o seu desejo de impedir a volta de Silas fosse maior, ele nunca tinha visto Rebekah daquela forma, não depois de tudo.
Rebekah parecia ter recuperado o brilho de quando era apenas uma garota alegre e amorosa, antes de todos eles virarem o que são agora, seres poderosos, imortais e sanguinários que vivem para matar.
Quando Rebekah olhou para trás, esperando que seu irmão fosse continuar com a briga, Kol não estava mais lá.
Allison Elizabeth Forbes
Meu corpo estava dolorido, meus ossos doíam, mas eu me obrigaria a levantar para lutar contra Kol novamente e quantas vezes fossem necessárias, porém, quando ergui meu olhar, não o encontrei. Kol havia sumido. Tento usar minha audição para ter certeza que ele não estava se escondendo para fazer um ataque surpresa, mas não tinha ninguém ali.
— Ele foi embora? - pergunto, embora eu já tenha a resposta.
Rebekah concordou, movimentando sua cabeça positivamente enquanto também procurava pelo seu irmão. Quando Rebekah voltou a me olhar, vejo que seu cenho se franziu em indignação. Logo, senti um tapa em meu ombro, me fazendo olhá-la incrédula.
— Por que você fez isso? - perguntou Rebekah, ainda indignada. — Você poderia ter morrido de verdade dessa vez.
— Achei que eu fosse imortal. - comentei, me arrependendo logo em seguida pela piada que saiu de minha boca, pois Rebekah não pareceu ter levado na esportiva.
— Viver para sempre é totalmente diferente de não poder ser morto. - reclamou Rebekah, dando um sermão em mim.
Após ouvir aquele sermão, Rebekah me ajuda a levantar, mesmo que eu já estivesse me sentindo bem novamente. Sua jaqueta cobria uma parcela do meu corpo, era uma pena minhas roupas terem se rasgado completamente durante a transformação, já perdi a conta de quantos conjuntos de roupas eu perdi durante a lua cheia.
— Eu só queria te proteg…
Me surpreendo com meu corpo sendo envolvido pelos braços de Rebekah, me puxando para perto, me envolvendo em um abraço caloroso.
— Você deveria ter ido embora quando eu mandei. - afirmou Rebekah, me abraçando mais forte.
— Ele sabia que eu iria ficar para te proteger. - respondi, correspondendo ao seu abraço. — Eu nunca te deixaria sozinha em uma briga, Rebekah.
— Não seja tão idiota.
— Eu sou uma idiota que te ama… E muito.
Rebekah afrouxou o abraço para poder me encarar.
— Você sempre diz isso... - respondeu Rebekah, com um mínimo sorriso de canto.
— Nunca vou me cansar de falar que eu te amo, Rebekah. - falei, penteando os seus cabelos com a mão. — Assim como nunca deixarei de te proteger, por mais que você seja a vampira mais forte do mundo.
Os olhos de Rebekah brilharam, como se estivesse lacrimejando, não por estar triste, mas por estar emocionada e feliz com a minha declaração. Afirmando que, por mais que eu esteja apenas afirmando o óbvio, que é amar ela, Rebekah não esconde que gosta de ouvir essas pequenas declarações de amor.
Se isso significava muito para ela, então é o que eu nunca vou me cansar de fazer.
— Vamos para casa. - sugeriu Rebekah, segurando a minha mão, sem conseguir conter um sorriso insistente que aparecia em seus lábios.
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