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𝟭𝟬. 𝗽𝗿𝗼𝗯𝗹𝗲𝗺𝗮𝘀 𝗲 𝘂𝗺 𝗹𝗼𝗯𝗶𝘀𝗼𝗺𝗲𝗺

․⚬་◦➣ PROBLEMAS E UM LOBISOMEM.

REUNIDOS NUM QUARTO barato de motel, Elliot e Sam discutiam sobre o próximo caso no qual estavam, entusiasmados enquanto Raphael revirava os olhos pela quinta vez naquele minuto.

Era questionável a presença de Elliot ali. Não que o Blackburn tivesse algo contra o mais novo integrante do grupo, mas o que acrescentaria um novato num caso oficial? Ele deveria estar com Ravena, treinando suas habilidades incansavelmente, mas como a Melvac e Dean estavam em uma missão em especial, sobrou para Sam e Ralph cuidar do Adams.

E também, o de olhos azuis insistia com o sarcasmo e ignorância para qualquer um que não fosse o Winchester mais novo. Era quase insuportável ter que treinar alguém com o nariz tão empinado assim, que tinha uma resposta pra tudo na ponta da língua e nem um pingo de gratidão. Talvez fosse um comportamento a partir do luto do rapaz, mas mesmo assim, já estava na hora de ele mudar aquela atitude infantil.

─ Vamos ir de noite, então. Prometemos ficar de olho na senhora Harper, e um dos nossos novos suspeitos ficou bem interessado com a aparição do FBI. ─ Sam anuncia, dividindo olhares entre o Adams e o Blackburn, que assentiram em conjunto.

─ Ótimo. ─ Raphael se levantou do colchão velho e duvidoso do local, guardando o celular no bolso da calça jeans escura. ─ Vou verificar a gasolina no carro.

Com a voz fria e distante, ele não espera qualquer palavra de nenhum dos dois antes de sair do quarto, os sapatos de couro sendo os únicos emissores de qualquer som até ele atravessar a porta.

─ Ai! ─ Elliot exclamou, se levantando rapidamente e avançando para cima de Raphael, que desvia com facilidade.

─ Você já foi melhor, Elliot. ─ Ele diz sem muito entusiasmo, e se aproxima rapidamente do rapaz, acertando-lhe a barriga.

─ Você quem está mais agressivo que o normal. ─ Procura se defender, arfando em agonia enquanto tocava a área atingida. ─ E por que temos que treinar agora? Já iremos sair pra caçar aquele lobisomem e...

─ Você acha que só uma Calibri 68 vai te salvar de um bicho daqueles? Precisa de mais do que uma arma pra sobreviver, garoto.

─ Eu não sei porquê age como se fosse tão mais velho que eu. Temos quase a mesma idade. ─ Antes em alerta, Elliot avança novamente, mas soca o ar.

Raphael apenas sorri, de modo cansado e convencido.

─ Se concentre apenas em me socar, ou eu farei isso. ─ Adverte, os olhos desafiando os olhos azuis do mais novo, que apenas assentiu com um movimento curto de cabeça.

Quando Elliot corre novamente, Raphael se posiciona, atento ao provável ataque que o Adams faria. Ele avança então, os punhos fechados e a poucos centímetros do rosto do de olhos azuis quando, de repente, Elliot desvia, agachando-se de modo que o corpo bloqueasse o caminho de Ralph e o levasse ao chão. Rápido, ele virou o corpo e em direção ao mais novo, apenas para visualizar a mão do mesmo se aproximando com velocidade, o punho fechado a poucos centímetros de seu rosto...

E então, Ralph simplesmente a pega. Pode sentir a palma da mão queimar com o atrito, mas aquilo definitivamente era melhor que do seu rosto perfeito com um hematoma. Quando Elliot o encarou surpreso, ele sorriu.

─ Nada mal, Adams. ─ Ele elogia, recebendo um pequeno sorriso do outro.

─ Podemos ir agora ─ Sam sai do quarto, vendo a posição comprometedora dos dois em um estacionamento aberto, apesar de vazio. Com o cenho franzido, ele olhou Elliot. ─ Está tudo bem?

─ Estávamos treinando. ─ O Blackburn justifica, levantando-se rapidamente. Massageando o pulso ardente, Elliot assentiu.

─ Então vamos.

Entrando no carro, os três se mantiveram em silêncio durante toda a viagem. Mesmo que o caminho fosse curto, a falta de qualquer diálogo e uma tensão entre os três fez com que aqueles poucos quilômetros parecessem mais extensos do que deveriam.

Quando finalmente chegaram, o sol já havia sumido e uma única estrela acompanhava a lua naquela noite caótica. Dentro do carro de Raphael, os três aguardavam por algum grito ou sinal de que deveriam agir.

Para a infelicidade dos três, a atual viúva Harper não mostrou quase nenhuma colaboração para com os detetives, que acabaram demorando bem mais do que o previsto para resolver aquilo. Provavelmente, quando retornassem ao Bunker, ele não estivesse mais vazio.

─ Então... Como vai o treinamento? ─ Samuel pergunta, e Raphael fica surpreso ao ver que o moreno se dirigia a ele. Para a irritação do Blackburn, Samuel havia se distanciado do amigo desde a chegada do Adams.

Não era algo que o incomodou de princípio, mas depois de alguns dias, ele se sentia um verdadeiro estranho naquela estadia provisória. Ravena tinha se aproximado de Dean ─ algo que, apesar de não o agradar, ele não interviu ─ e Samuel, na tentativa de acolher Elliot, praticamente passou a ignorar Ralph, que fingiu não estar nem um pouco incomodado com a nova capacidade de invisibilidade que adquiriu em pouquíssimos dias.

Mas o que ele poderia fazer se não aceitar aquilo tudo e esperar pelo melhor?

─ Ele tem muito o que aprender. Mas não é tão ruim. ─ Dá de ombros, encarando a casa branca do outro lado da rua.

Sam riu, um som breve e descontraído que chamou a atenção do negro por completo. Ele ergueu uma única sobrancelha duvidosa, encarando o de cabelos compridos.

─ Essa é a fé que você coloca nele?

Ralph não se importa em responder, mas não consegue conter que os lábios se curvem num pequeno sorriso quando Elliot revira os olhos, no banco de trás.

─ Vocês sabem que eu estou aqui, não sabem?

Enquanto Sam verificava o Adams, todos puderam escutar um grito. Sam e Ralph se olharam rapidamente, sacando seus revólveres com destreza antes de saírem do veículo.

─ Fica no carro. ─ O Blackburn se vira para trás, a voz séria enquanto Elliot arregalava os olhos, indignado.

─ O que!?

─ Se precisarmos de você, você vai saber. Agora fica no carro. ─ Ele manda uma última vez, batendo a porta do carro e atravessando a rua deserta ao lado do Winchester.

─ Por que ele não veio? ─ Sam pergunta, agora de frente para a porta branca da residência.

Quando Ralph a chuta, com força suficiente para que danificasse a tranca e abrisse a mesma, ele vira a face para o outro.

─ Ele não estava preparado, Sam. Você sabe disso. ─ É tudo o que diz antes de se calarem, passos silenciosos percorrendo a sala pálida da mulher em busca de algo que denunciasse a sua situação e localização... até escutarem outro chamado de socorro, tão agudo e desesperado quanto antes, vindo do andar de cima.

Os dois subiram às pressas, as armas carregadas com balas de prata miradas para a direção do grito, e Raphael jurou ter escutado um rosnado antes de tudo ficar assustadoramente calmo novamente.

─ Fala sério ─ Ele resmungou, revirando os olhos escuros. ─ Ele é um lobisomem, como consegue ficar tão quieto?

E então, retorna. Um som baixo e gradativo, entregando a localização do animal. Sam já podia escutar a pobre mulher chorando, provavelmente trancada num quarto e rezando por um milagre. De uma forma criativa, ela até que recebeu um.

O Winchester então olha para o Blackburn, e as orbes esverdeadas incentivaram que se aproximassem quando o homem apareceu, em uma forma perigosa e selvagem. Mesmo com a falta de iluminação naquele corredor estreito, os dois podiam ver os olhos em tons de amarelo vivo da criatura brilharem, assim como uma arte de seu pelo cinza iluminado por uma janela aberta.

─ Acho que podemos resolver isso numa boa, sabe? ─ Ralph sugere, apesar de não abaixar seu revólver. ─ Talvez você possa, sei lá, voltar ao normal?

Sem nenhuma dificuldade, ele pode ver os olhos da fera voltarem para si, e um único grunhido é solto antes do lobisomem avançar, concentrado no que falou por último. De alguma forma, aquilo não parecia certo. O mais velho sentia que sairia muito mais machucado com aquela luta do que poderia imaginar, e isso de fato se concretizou quando Ralph, sem qualquer opção de fuga, se jogou da escada.

Definitivamente, odiava caçar lobisomens. Eram as criaturas mais insuportáveis e, em sua opinião, as mais perigosas com a qual já pôde lidar, e naquele momento não deveria ser diferente. Caído no chão, ele sentia uma dor crescente em seu ombro, o qual usou para amortecer o corpo da queda. Para sua sorte, Samuel já estava longe, e se não tivesse escutado o gemido de dor do homem, provavelmente já teria ajudado a mulher a sair da casa.

Com a arma longe de si, Raphael grunhiu de raiva e encarou enquanto o idiota do lobisomem o encarava, parecendo se entreter com a cena. Ele não teria tempo até que o Winchester voltasse, e o revólver prateado estava tão distante que até pegá-lo, estaria morto.

─ Eu ainda tenho que ajudar minha irmã, então não vai ser hoje que você vai destroçar esse corpinho lindo. ─ Ele diz, com dificuldade apesar do sorriso convencido na face.

Quando a fera avançou novamente, ele conseguiu impulsionar o corpo de forma que chutasse o animal para longe. Confuso, o lobisomem se levantou aos poucos, o que deu a chance do Blackburn pelo menos se aproximar de sua arma, pegando-a com dificuldade. Ele praguejou a dor constante em seu corpo e ombro e mirou, mas o objeto ficou e permaneceu trêmulo enquanto o animal dava seu ultimato.

─ Pode vir ─ Ele vocifera, a arma incerta em sua mão enquanto o dedo repousava sob o gatilho.

E então, a porta se abre. Na verdade, "escancarar" seria o termo mais correto. Chamando a atenção de ambos os inimigos estava Elliot, com um revólver em suas mãos e uma insegurança visível no olhar.

─ Não... ─ Raphael soltou, apenas para ele ouvir. Não tinha certeza de que o Adams estivesse preparado. Na melhor das hipóteses ele conseguiria atrasar o lobo e, na pior, morreria. Ou seria transformado. ─ Sai daqui, Adams!

Quando Elliot o encarou, o mais velho pôde enxergar pena nos olhos absurdamente claros do rapaz, e aquilo só o enfureceu ainda mais.

É claro que ele não teve chance de reagir com um bicho enorme entre os dois, então apenas atirou quando o monstro rosnou para o moreno, chamando a atenção da coisa para si.

─ Tenho certeza de que quer a mim. A carne dele não é tão macia quanto a minha. ─ Disse entre sua dor.

E então, outro tiro. O lobo caiu ao chão, machucado apesar de vivo, e ambos olham para cima, onde Sam, com alguns fios castanhos no rosto suado, mirava no lobo.

─ Já vi que não vou ter um pingo de protagonismo nessa merda. ─ Retruca o Blackburn, largando a arma enquanto Sam atira uma última vez no monstro, agora próximo o suficiente para acertar seu coração.

─ Vocês... ─ Ele diz, e quando Raphael o encara, vê uma irritação até então desconhecida no mais novo.

Ai, merda, ele pensou, enquanto ele guardava a arma com cuidado junto ao corpo.

Ralph massageava o ombro que antes havia sido deslocado, manual e imprudentemente ajeitado em sua posição original, mas que agora se mostrava melhor e menos dolorido, quando Sam chegou.

Sentado num dos poucos degraus do corredor de quartos do motel, ele observou Samuel se juntando a ele, sentando-se num dos degraus e passando a mão pelos cabelos um tanto grandes, que já conseguiam alcançar a metade do pescoço do homem.

─ A julgar pelo modo como a Rave falava de você, eu já imagino que vai me julgar. Então vou adiantar tudo: me desculpa, fui irresponsável em diversos aspectos, deveria ter tido mais cuidado e atenção com o Adams. ─ O negro diz, sem qualquer entusiasmo enquanto virava a cara para os carros estacionados e solo cinza.

─ Eu não vim te julgar. E é bom saber que ela me odeia tanto.

─ Ela só me repassou o que foi dito pelo seu irmão. ─ Ele dá de ombros, respirando fundo.

─ Qual é o seu problema com ele? ─ O Winchester pergunta, fazendo com que Raphael virasse a cara. ─ O que o Elliot te fez? Você o trata com indiferença desde que ele chegou.

─ Não trato não! ─ Ele procura se defender, mas logo suspira. ─ Eu só... Devo estar velho demais para lidar com comportamentos infantis e tanto sarcasmo. Já aguento o suficiente da minha irmã.

─ Ele acabou de perder a mãe. ─ Sam justifica. ─ Nós dois sabemos como é isso, por isso achei legal trazer ele; se sentiria mais confortável perto de nós.

─ Só por que somos tão fodidos quanto ele? ─ Ele questiona, sério. ─ Eu topei isso pra salvar a minha irmã, não pra bancar a babá.

─ Olha... ─ O moreno suspirou, passando a mão pelos fios escuros. ─ Não deve estar sendo fácil, mas acho que ele acredita em você, se inspira em você. Você não percebe isso e eu não sei o porquê, mas não vai ajudar em nada fechar a cara ou agredir ele toda vez que estiverem juntos.

─ Eu não agredi ele! ─ Ele se vira para o Winchester, indignado. ─ Por que você acha que eu faria isso?

─ Porque foi o que pareceu mais cedo. Pareciam estar lutando, não treinando.

Receoso, era como se Raphael medisse o peso de todas as palavras que poderia dizer. Então se levantou, furioso, e respirou fundo.

─ Bem, eu estava treinando. Só aproveitei a oportunidade para descarregar algumas frustrações que tenho passado, tipo a minha irmã estar correndo risco de vida, termos que lidar com o ex dela, um novato no time e o fato de eu sentir que não tenho mais ninguém naquela merda de Bunker! ─ Ele solta, gesticulando com as mãos ásperas.

Nesse momento, Sam parece surpreso. Com o cenho franzido, ele se levantou, procurando palavras, mas o Blackburn o bloqueou, estendendo a mão.

─ Não. Não quero nenhum abraço ou discurso motivacional. Eu quero ficar sozinho. ─ Revela, passando a mão no rosto. ─ Vou pro meu quarto. Boa noite, Samuel.

Em passos pesados e apressados, Raphael se afasta, procurando com certo desespero pelo o quarto que havia alugado. E Sam, que ficou para trás, observou enquanto o mais velho caminhava para longe, literal e metaforicamente.

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