‣ Red
Nota da autora: esse é meu capitulo favorito, gente, espero que gostem
Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
꧁ Vermelho ꧂
Certamente não era de se esperar, mas não devia ser uma surpresa. Edward fora buscar Bella. Jasper não foi. Ele estava envergonhado com Beatrice por já tê-la chamado de querida e não queria ficar tão cedo num clima tão pessoal.
Mas ela não ficou desanimada, muito pelo contrário, ela já via os benefícios que teria com essa amizade com um vampiro e preferia mesmo que ele lhe desse certo tempo para pensar em como abordá-lo sobre seus planos. Edward, é claro, convidou Beatrice para ir com eles, mas a garota recusou educadamente, se poupando da tensão entre o casal.
— Ah!— Beatrice exclamou ao tomar coragem de falar— Você sabe se seu irmão vai estar lá?— perguntou para Edward, timidamente. Edward abriu um sorriso torto que balançou o coração de Bella antes de responder.
— Sim, ele vai. Aposto que vai querer falar com você também.— incentivou ele, Beatrice não conteve o sorriso bobo, talvez nem tenha percebido que sorria.
— Obrigada, vejo vocês lá— despediu-se, acenando animadamente e foi para a picape.
— Eu já disse! Em breve!— Alice brigou com Jasper, já haviam chegado a tempos no estacionamento da escola e o garoto não parava de importuná-la, perguntando sobre quando Beatrice chegaria.
— Em breve não especifica nada!— Jasper argumentou— pode ser em cinco minutos ou cinco horas!
— Deixe de drama. Vai ouví-la em segundos, feliz?— perguntou ela, o olhando zangada enquanto ele reconhecia o som estrondoso da picape se aproximando.
— Sobre o que ela vai falar quando me ver? O que devo fazer?— perguntou.
— Nada disso, sem trapaça— Alice balançou a cabeça— Relaxe, Jazz, seja você mesmo, ela vai preferir assim.
— Foi o que você viu ou está falando isso para eu ficar quieto?
— Os dois!— Alice exclamou e se afastou indo para seu prédio. Jasper a seguiu com o olhar, ouvindo a picape passar por ele e indo para o lugar de sempre. Virou a cabeça devagar, encontrando o olhar contente de Beatrice, ela bateu a porta da picape e correu em direção ao garoto, escorregando no gelo ao tentar parar de frente para ele, Jasper agarrou seu braço a agarrando antes que ela caísse sentada.
— Ui!— ela disse sobressaltada com o aperto firme dele.
— Está tudo bem?— perguntou ele ajudando-a a se firmar. Mesmo depois de ter certeza que ela estava bem equilibrada, Jasper não soltou seu cotovelo. Beatrice abriu um belo sorriso, exibindo suas covinhas e suas bochechas tomaram um tom mais rosado.
— Perfeitamente. Hmm... Olha, eu estava ansiosa para falar contigo, se importa de passar o dia sendo entrevistado?
— Bem direta— Jasper elogiou sorrindo, Beatrice encarou a boca dele por um momento longo e baixou os olhos, tímida, enfiando as mãos nos bolsos de seu casaco marrom escuro.— Eu não me importo, desde que seja você a interrogadora.— Jasper brincou, baixando o rosto esperando que ela o olhasse nos olhos de novo, por fim soltou o braço da garota, enfiando as mãos nos bolsos do jeans para reprimir a vontade de erguer o rosto dela.
— Essa é a ideia, mas você vai ser sincero?— ela voltou a levantar o olhar, mas não conseguiu encarar nada além dos lábios desenhados e rosados do loiro.
— Claro. Honestidade bruta, não vou evitar te assustar.— Jasper cruzou os dedos dentro dos bolsos. Beatrice sorriu maliciosa.
— Acho que aguento— olhou o loiro nos olhos, finalmente, umedecendo os lábios— Não preciso que tenha piedade de mim.
Jasper desviou os olhos do rosto dela, suspirando, todo seu corpo estava tenso, sentia que perderia a cabeça com o olhar malicioso da garota e suas palavras que poderiam ser interpretadas de mil maneiras diferentes. Por fim, ele sorriu passando a língua os dentes e cerrou os olhos na direção da garota.
— Não se preocupe, eu não terei.— disse ele a olhando de cima a baixo e deu de ombros levemente. Beatrice sentiu que seu coração sairia pela boca e agradeceu quando o sinal tocou atraindo o rebanho de alunos para as salas de aula.— Vamos?— Jasper chamou, estendendo o braço na direção dela. Beatrice observou o gesto com um sorriso confuso, mas aceitou, colocando a mão por dentro do seu antebraço.
— Eu... estive tendo uns planos ultimamente, me pergunto se seria muito abuso da minha parte se já pedisse sua ajuda com uma vingança que ando programando.— começou ela, puxando assunto enquanto eles andavam atraindo olhos arregalados de surpresa de outros alunos por sua proximidade repentina com alguém que não falavam três dias atrás.
— Vingança?— Jasper repetiu, a olhando fixamente.
— Longa história...
— Temos tempo.— Jasper argumentou.
— Não para falar de mim. Não hoje.
— Mas eu vou querer falar sobre você em algum momento, senhorita, não acha que eu tenho o direito?— ele falou, estranhamente formal, Beatrice riu vendo que ele era um tanto antiquado.
— Claro que tem, senhor.— falou ironicamente— Mas duvido que eu vá falar qualquer coisa minimamente interessante.
— É interessante, para mim.— Jasper disse, o sorriso de Beatrice se tornou mais doce e ela coçou a nuca, envergonhada.
— Posso tirar suas dúvidas e, pelo que vejo, passaremos um bom tempo juntos.— falou, ambos se confortaram discretamente com a ideia.— Posso contar com você?— perguntou baixando o tom ao chegarem na porta da sala de aula.
— Para qualquer coisa— Jasper prometeu imediatamente, no mesmo tom e alegrou-se com o sorriso dela, mas sentiu a necessidade de desviar o rosto antes que se perdesse nos olhos esverdeados da morena dos cabelos selvagens. Ela tirou a mão do braço dele ao entrarem na sala e acenou para a amiga cacheada que a encarava boquiaberta, seguindo-a com o olhar enquanto ela andava ao lado de Jasper Hale para se sentarem no canto de território marcado de Jasper.
Eles se sentaram nos mesmos lugares do outro dia, ela, na última carteira e ele, na penúltima. A aula não demorou para começar, mas Beatrice estava com a mente ocupada com outra coisa.
Ela escreveu num pedaço de papel que rasgara: Tenho curiosidades bestas, vou começar do raso antes de falarmos de sua história, tudo bem por você?
Beatrice amassou o pedaço e cutucou Jasper entregando-o o bilhete pelo lado da parede, o canto da boca de Jasper subiu contra sua vontade. Ele não precisou de mais que um segundo para ler o que estava escrito. Pegou sua caneta e escreveu no verso: O que quer saber? Minha cor favorita?
Ela riu ao pegar o papel de volta e respondeu: muito pessoal, não acha?
Jasper respondeu: não vejo como.
Beatrice teve de pegar outro pedaço de papel, maior, para poder escrever o que queria dizer, Jasper aguardou pacientemente.
Ela escreveu, comparando o quão ridícula ficava sua caligrafia diante da dele: há muitas maneiras de interpretar alguém pela sua cor favorita, é um pedacinho de você. As vezes como você se enxerga ou se sente.
A minha cor favorita é o preto. O que tem a dizer?
Essa não vale, é uma cor muito intensa. Mas se fosse para eu dar minha opinião... representa muitas coisas, assim como o branco, considerado seu oposto. Você pode estar perdido na escuridão, sufocado por ela ou envolto na zona de conforto da qual não quer sair. É uma pessoa regrada e simples em geral. Ou é tão cheia de segredos e mistério que deixa os outros cegos. Eu gostei, combina com você.
Jasper deu um sorrisinho ao ler e perguntou: e qual é a sua? Te falei a minha então já sabe muito sobre mim.
Vermelho. As vezes dourado ou azul marinho.
Vermelho: paixão, tesão e sexo. Deduzi certo?
Bom, não está errado, seu pervertido.
Jasper riu disfarçando com uma tosse: ok, sua cor é o vermelho. O que ela me diz sobre você?
Beatrice demorou mais que necessário apenas para escrever: não sei.
Jasper encarou as duas palavrinhas com certa irritação, era uma resposta que não lhe dizia nada. Ele teve que controlar-se para não virar na carteira e exigir qualquer explicação, ou será que preferia olhar no rosto dela enquanto conversavam?
Me lembra cerejas, morangos e corações.- ele escreveu, temendo que a conversa fosse acabar por ali.- É uma cor quente, a cor do pecado e desejo.
Me lembra calor, com certeza. A chama eterna do amor, que seja. É de esperança também, ela é profunda pode se afundar nela assim como no preto. A cor do sangue, feita para nos mostrar que estamos feridos. A cor do amor, feita para mostrar que estamos completos. Como vida e morte. Ela pode te matar e te salvar, eu acho muito filosófico.
Combina com você. O calor.
Beatrice abriu um sorriso largo e bobo ao ler isto e respondeu: calor e desejo andam de mãos dadas.
Bom, você não está errada, sua pervertida.
Beatrice cobriu a boca para rir e o sinal tocou, fazendo todos os alunos se levantarem, Jasper finalmente pôde olhar para Beatrice, as bochechas um tanto coradas e exibindo um sorriso doce com covinhas.
— Eu nunca erro, vai aprender isso rápido.— gabou-se a morena.
— Você disse que nossas cores favoritas são como nos enxergamos ou como nos sentimos. Então você está sempre apaixonada ou você é muito calorosa?— ele perguntou, ambos pegando seus materiais.
— Também tem o caso de como você enxerga as outras pessoas.— Beatrice disse parecendo distraída.
— Isso não responde minha pergunta.
— É, esse é o ponto.
Jasper riu revirando os olhos, Beatrice tentou arrumar seus cabelos inconscientemente ao encará-lo, sentindo-se bagunçada de repente.
— Está bem. Me dê uma cor.— ele pediu— Quero bater a cabeça para ver como você me enxerga.
Beatrice sorriu pensativa e levou as mãos ao próprio pescoço, baixando o olhar para a boca de Jasper.
— Essa é fácil. Vermelho.— ela admitiu.
— Eu não sou quente.— ele argumentou tocando os dedos na bochecha dela para provar sua fala. É claro que não foi só isso que ele captou depois de tudo que ela disse sobre esta cor, mas foi o mais neutro que Jasper avaliou, apesar de sua mente girar no que ele escreveu e ela concordou: sexo, paixão e tesão. Apesar de tudo ele ainda era um homem e é claro que as vontades primárias o abalaram um pouco. Viu as pupilas dela se dilatarem rapidamente e ela parou de respirar, estava surpresa com o toque. Jasper deixou a mão cair, em parte hipnotizado pelo olhar dela e em parte por não querer deixá-la com frio. O contato lhes deu um choque.
— Mas você me queima.— ela falou e saiu na frente querendo esconder o quanto estava corada. Ele a seguiu de perto em silêncio. Borbulhava por dentro e acabou contagiando o grupo de alunos ao seu redor com seu entusiasmo e excitação.
Na sala de aula seguinte, Bryce barrou Beatrice, impedindo-a de fazer caminho para se sentar perto de Jasper de novo. O loiro foi para seu lugar, mas não desgrudava os olhos da morena.
— Você, eu.— Bryce apontou um lápis para Beatrice e então para o próprio peito— Baile.
— Você, eu— repetiu a morena em tom de deboche, apontando para o garoto e então para si, para depois pegar o lápis da mão dele e parti-lo ao meio— Não vai rolar.
Ela bufou revirando os olhos e desviou o caminho, mas Bryce agarrou seu pulso a parando, Jasper se levantou sem poder se conter e fuzilou Bryce com o olhar. O garoto notou o movimento do loiro de canto de olho e analisou Beatrice de cima a baixo procurando uma mudança visual.
— Vai com ele? Aquele esquisitão?— perguntou, incrédulo. Beatrice livrou seu pulso fazendo um gesto brusco.— O que foi, já está transando com outro? Você é rápida!
— Você não sabe um caralho sobre ele então engole essa sua língua! Minha vida não é da sua conta— disse Beatrice entre dentes, sua revolta com o seu ex-namorado atingiu o limite, estava cansada dele e decidiu deixar isso mais claro possível naquele momento.— nós terminamos há meses, vê se supera isso.— ela socou o peito dele com força, ele cambaleou para trás empurrando umas carteiras com seu peso— Eu te odeio, te desprezo! Tenho nojo de você, será que você não viu isso ainda? Toda vez que olho na sua direção só te vejo como uma barata de esgoto, repugnante e inútil. Para de ficar no meu pé! Me esquece, porra! Finja que eu estou morta para você, eu não dou a mínima, só me deixa!— ela gritou, olhava-o séria exibindo seu cansaço. Todos ao redor da cena ficaram boquiabertos e os olhos de Bryce se encheram de lágrimas enquanto ele encarava a garota, surpreso.
— Não se faça de coitadinho— Katlyn se meteu, ficando ao lado da amiga.— Você já fez seu trabalho, fez a vida dela um inferno e vivia chamando ela de vadia, tanto pelas costas quanto na cara dela. Não esperava mesmo que ela fosse voltar para você toda apaixonada, não é, príncipe encantado?
— Você não sabe de nada.— Bryce disse para a cacheada querendo descontar a raiva nela, mas ainda sem palavras por causa do ódio que Beatrice lhe dirigiu. Ele se ajeitou e saiu da sala de nariz empinado, apesar de todo mundo ver que estava a um triz de desmanchar em lágrimas.
Todos viraram a cara quando a professora entrou, não fazia ideia do que havia acontecido e nem se importou com o silencio estranho dos alunos que foram se sentando em seus lugares. Beatrice respirou fundo, estressada, e foi se sentar atrás de Jasper, o garoto sorriu para ela segurando o riso.
— Sabe, o preto também me lembra guerra. Eu te enxergo como preto as vezes. Jasper comentou sentado de lado. Beatrice estava de cara feia, emburrada, mas não conseguiu evitar de sorrir ao ver o rosto de Jasper.
— Eu tenho muitos defeitos, eu sei.
— Não falei que era um defeito.— Jasper defendeu, Beatrice umedeceu os lábios de novo o encarando com curiosidade sobre o que ele exatamente estaria pensando então.
— Eu não sou uma vadia o tempo todo, está bem? Não quero que ache que eu sou bruta toda hora é só não me cutucar com vara curta.
— Isso é uma ameaça?— perguntou ele, se divertindo.
— É um alerta— Beatrice riu maliciosa.
— Você já não faz inimigos com muita facilidade?
— Ah, eles que pedem. Não tenho culpa se seus egos são frágeis e eles se acham donos da razão.
— Isso foi uma indireta bem direta.— Jasper riu. Beatrice tocou seu ombro.
— Só te atinge se você permitir.— ela argumentou, se aproximando mais dele— Sabe Jazz, eu me sinto conectada com você, isso é estranho?
— Só se você permitir.— ele brincou perdido nos olhos dela. Os dois sorriram se encarando.
— Almoce comigo, Hale.— ela convidou.
— Eu não como.
— Eu já notei— ela riu baixinho— Vamos, aceite.— insistiu a morena, apertando mais o ombro dele, Jasper começou a bater o pé debaixo da cadeira para se acalmar.
— Você não me perguntou. Foi uma afirmação então não creio ter muita escolha.— Jasper argumentou, Beatrice deslizou a mão no braço dele, sorrindo contente.— E, de qualquer jeito, a senhorita já falou que passaríamos o dia juntos, creio que isso não envolva pausa para almoço.
— Então está marcado.
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