Capítulo vinte e três
Helena
-Caio!!!! Vim mais rápido que pude - entro na delegacia feito um furacão com o coração na mão diante do que ele me disse ao telefone.
-Calma Helena, não precisa ficar assim acho que a situação está sob controle - ele tenta me acalmar mas sua expressão diz o contrário.
-Não consigo acreditar que o Sebastian foi capaz de fazer uma coisa dessas, não faz sentido, tem que haver uma outra explicação para isso.
-Sei que é difícil de acreditar mas temos o depoimento de um pescador que viu o Sebastian colocando os explosivos no barco, ele só não disse antes por ser muito amigo do Sebastian.
-E agora? O que vai acontecer?
-Já enviei a algumas horas dois policiais com o mandado para prendê-lo e trazê-lo aqui para prestar depoimento agora o que nos resta é esperar.
-Sinceramente não consigo acreditar que ele foi capaz de fazer isso, o conheço a pouco tempo mas ele me pareceu ser uma boa pessoa é difícil aceitar que ele possa ser tão diferente do que ele me mostrou ser.
-É, as vezes as pessoas se enganam Helena, mas sempre a tempo de acordar para a realidade - noto que essas palavras nada tem a haver com o Sebastian e sim com nós dois, prefiro porém mudar de assunto á voltar a falar sobre algo que nem aconteceu.
-Se não se importar vou esperar o Sebastian chegar, quero tentar entender o por quê dele ter feito tudo que fez.
-Claro fique a vontade, vou estar na minha sala se precisar de alguma coisa é só mandar me chamar.
-Não se preocupe, vou ficar bem mas por favor qualquer novidade me avise.
Vejo Caio se afastar e solto a respiração que nem tinha percebido que estava segurando.
Me sento na sala de espera e me ponho a pensar em tudo que vem acontecendo nesses últimos dias.
Depois do meu jantar com o Caio a alguns dias atrás percebi que essa história com ele não daria certo, no começo evitei atender seus telefonemas, mas depois preferi ser honesta e disse que era melhor ficarmos apenas na amizade vi que eu estava tentando me enganar e não posso usá-lo para isso, embora ele não tenha entendido bem minha decisão de ficar ao lado do Ricardo nesses dias em que ele esteve doente temos tentado manter nossa amizade.
Enquanto Ricardo esteve doente Joseph o primo que ele não suporta tem se mostrado bastante preocupado com a sua saúde e me ajudado muito cuidando dele sempre que eu não posso em contrapartida Alberto apareceu com uma procuração onde o Ricardo lhe dava total poder sobre a empresa e tem mandado e desmandado em tudo e segundo o Joseph todas as suas ações tem contribuído para um grande prejuízo em toda a rede de hotéis Montanari.
Com tudo que vem acontecendo pude pensar melhor na minha situação com o Ricardo e cheguei a conclusão de que se não o esqueci a seis anos atrás quando ele sumiu me deixando grávida, isso se torna praticamente impossível agora que ele fica o tempo todo dizendo me amar e mesmo depois de eu ter descoberto que no começo ele tentou me enganar nas questões relacionadas a ilha sinto que agora tudo está diferente.
Assim que eu o reencontrar vamos ter uma conversa definitiva e espero que tudo se ajeite.
A tarde passou e eu ainda aguardava por notícias, liguei várias vezes para a Inês querendo saber como Ricardo estava e para minha felicidade ela disse que ele estava muito bem e sempre que ela falava em passar o telefone para ele eu achava melhor não, pois sei que ele ia querer saber onde eu estava e por enquanto prefiro não dizer nada.
-Helena!!! - levo um susto quando ouço meu nome.
-Oi, me desculpe estava distraída, nem percebi que estava me chamando, alguma novidade?
-Infelizmente sim - sua cara não está das melhores o que me deixa apreensiva - o Sebastian fugiu.
-O quê? Como assim fugiu?
-Alguns pescadores o ajudaram a sair da ilha e até o momento não temos nenhuma pista de onde ele se encontra.
-Não posso acreditar, essa fuga é praticamente um modo de dizer que ele é culpado, eu estou chocada com tudo isso, jamais esperaria algo assim da parte do Sebastian.
-Como eu disse as vezes agente se engana com as pessoas.
-É infelizmente as vezes sim. Bom, eu tenho que ir qualquer novidade não deixe de me avisar.
Saí da delegacia muito triste com o rumo que as coisas estão tomando e o pior me sentindo muito enganada em relação ao Sebastian.
Fui para o escritório embora já fosse noite precisava pegar alguns processos e depois iria direto para a casa do Ricardo onde tenho dormido os últimos dias mesmo que ele não faça idéia de que eu estou fazendo isso afinal hoje que ele acordou melhor e a febre cedeu.
Chego ao escritório e a Kate já foi embora ela odeia trabalhar até tarde, já eu não me importo.
Abro a porta, entro e assim que ponho os pés na minha sala sou agarrada por trás e antes que eu consiga gritar uma mão vem até a minha boca e a tampa me impedindo, enquanto sou segurada fortemente pelo outro braço.
Tento não entrar em pânico mas não consigo evitar sentir medo, sei que é um homem forte que me segura pois não consigo mover um músculo e quando ele aproxima a boca perto do meu ouvido e fala eu reconheço a voz na hora, porém não sei se sinto mais medo ou alívio.
-Calma Helena, por favor não grite, não vou fazer-lhe mal algum, só preciso que você confie em mim e me escute apenas por um minuto, promete não gritar e eu lhe soltarei imediatamente, estamos combinados?
Balanço a cabeça dizendo sim e sinto o braço que me segurava se afrouxando e a mão que estava em minha boca também é retirada.
Me viro para o homem e o que vejo em minha frente imediatamente me causa pena.
-Sebastian - pronuncio o seu nome e penso em correr e gritar por ajuda mas acabo por desistir quando vejo o desespero em seu olhar.
-Helena, por favor me ouça e depois se você quiser pode chamar a polícia mas antes só peço que me escute por apenas um minuto - não sei por que mas me deu uma dor por dentro em vê-lo, sua aparência estava horrível, sujo, com roupas que mais pareciam trapos, descalço e com o semblante cansado, nada tinha a ver com o homem que eu conheci, então resolvo ouvi-lo.
-Você tem um minuto - falei sem demonstrar minhas emoções.
-Eu não tentei matar você e muito menos o Ricardo, armaram pra mim e eu não tenho mais ninguém a quem recorrer a não ser você, tudo o que lhe peço é que acredite em mim e me ajude a provar minha inocência - sei que tudo aponta para ele mas meu instinto diz que ele está falando a verdade.
-Primeiro por quê você fugiu? Segundo tem um depoimento de um amigo seu que disse ter visto você colocando os explosivos e terceiro quem teria interesse em acabar com a vida do Ricardo, me responda essas perguntas e vou pensar se acredito em você.
-Tudo bem vou responder. Eu fugi por quê sei que se eu for preso não terei como provar minha inocência e quem armou tudo isso tem amigos na polícia que tenho certeza iam acabar com a minha vida, depois o homem que disse ter me visto colocando os explosivos não é meu amigo nem nos conhecemos direito, tudo que sei sobre ele é que foi um dos primeiros a vender a sua casa para os Montanari e por último e mais importante é que a pessoa que está fazendo de tudo para acabar com a vida do Ricardo Montanari é o Alberto aquele advogado miserável.
Ao ouvir o nome do Alberto foi como se tudo se encaixasse e não consegui deixar de acreditar no que Sebastian me dizia.
-Não sei por que mais suas palavras não me surpreendem, mas quero saber tudo nos mínimos detalhes e a partir daí vou ver se acredito ou não em você.
-Obrigado Helena, por esse voto de confiança.
-Não me agradeça ainda, não decidi se acredito em você. Quero que me conte tudo desde o começo.
-Vou contar tudo, eu conheci o Alberto quando....
Ele começa a falar mas somos interrompidos por meu celular, olhei no visor e vi que era o Ricardo e só então me dei conta de que já fazia muito tempo que eu tinha saído e não dei nenhuma explicação, conhecendo bem o Ricardo como conheço ela deve estar pensando mil coisas, não atendo mas interrompo Sebastian.
-Espere, acho melhor deixarmos essa conversa para amanhã. Você tem onde ficar?
-Como pode ver eu saí sem nada - ele se mostra bastante desconfortável.
-Vou levá-lo até o meu apartamento, você pode ficar lá por hoje e amanhã de manhã eu passo lá e você me conta tudo, OK? Pode também tomar um banho e comer alguma coisa.
-Do jeito que você achar melhor, só espero que você não chame a polícia e me entregue a eles.
-Acredite se eu quisesse já teria chamado.
-Mais uma vez muito obrigado.
-Tá bom, mas agora vamos.
Saímos do escritório e fomos direto para o meu apartamento nesse percurso o Ricardo me ligou várias vezes, não atendi nenhuma, minha cabeça só conseguia pensar se tudo que o Sebastian estava falando realmente era verdade e se fosse que Ricardo poderia estar correndo perigo.
Depois de deixar Sebastian no meu apartamento fui direto para a casa do Ricardo, estava com os nervos a flor da pele com tudo que estava acontecendo e o que eu mais queria nesse momento era me jogar nos braços dele e esquecer toda essa merda que está acontecendo em nossas vidas.
Assim que paro o carro desço correndo e entro na casa que como sempre está banhada pela escuridão, a maioria dos empregados não ficam aqui durante a noite, exceto Inês que tem se mostrado uma grande amiga e se preocupa com o Ricardo o tempo todo, mesmo com sua teimosia.
Entro em seu quarto que como o restante da casa também está escuro, vou direto para a sua cama, ele está dormindo e para meu alívio quando coloco a mão em sua testa constato que não há mais febre.
Pego o pijama que trouxe da minha casa quando fui deixar o meu hóspede e me encaminho para o banheiro, depois do dia exaustivo que tive precisava relaxar com um bom banho.
Demoro bastante no banho, é incrível como me sinto bem nessa casa as vezes me parece natural que eu tome um banho e me deite ao lado do Ricardo mesmo que nos últimos dias ele nem tenha percebido minha presença.
Confesso que fiquei um pouco decepcionada em encontrá-lo dormindo, e assim que saio do banho entro bem devagar debaixo das cobertas e a simples presença dele ali dormindo já me faz esquecer tudo e pensar somente em nós dois.
O abraço bem devagarinho com medo de acordá-lo, mas assim que me aconchego em seu corpo de conchinha, ele fala.
-Pensei que não voltaria - noto um pouco de aflição em sua voz e meu coração já dispara - você sumiu a tarde toda, não atendeu minhas ligações e agora chega toma banho e se deita ao meu lado como se fôssemos um casal, me explica essa situação por que sinceramente tudo está meio confuso.
Faço de tudo para segurar meu riso mas a verdade foi que achei muito fofo a sua atitude. Ele não se vira para o meu lado permanece na mesma posição.
-Eu pensei que já tinha deixado claro a nossa situação, eu fui trabalhar tive um dia péssimo e agora tudo que eu mais quero é dormir assim agarradinha em você e esquecer que existe um mundo lá fora.
-Ah Helena!!! - ele solta um suspiro - como faço para viver sem sua presença, tudo está desabando em cima da minha cabeça e eu só consigo pensar é quando, e se, você vai voltar, isso é loucura não é?
-Eu tenho outro nome para isso, mas se quer chamar de loucura que seja.
Agora ele se vira para o meu lado e nossos rostos ficam em frente um do outro, encontramos nossos olhares e uma corrente elétrica é lançada entre nossos corpos.
-Eu te amo minha doutora, mas do que minha própria vida, não sei se suportarei vê-la nos braços de outro novamente, me dói até a alma só de imaginar que você possa......
-Como é que é? Quando foi que me viu nos braços de alguém? - o interrompo, sem entender ao certo o que ele estava dizendo, ele trás a sua mão em meu rosto e começa a acariciar, uma sensação maravilhosa me toma com esse pequeno gesto de carinho.
-Eu fui até o seu prédio a uns dias atrás, mas especificamente no dia em que você estava com o Caio, eu cheguei e estava indo na direção de vocês, mas ele lhe tomou em seus braços e eu entrei em pânico, aí começou a chover e vocês entraram, eu fiquei sem chão, pensei que era o fim para nós dois, deixei o meu carro ali e saí caminhando na chuva, acho que fiquei a noite toda na chuva, por isso fiquei doente e não queria me recuperar, sem você a minha vida não há razão de ser, não quero lhe perder Helena e estou disposto a fazer qualquer coisa para que isso não aconteça.
Um nó se forma em minha garganta e meus olhos se enchem de lágrimas, jamais imaginei que ele pudesse ter visto aquela cena, não consigo evitar que a culpa me tome.
-Eu....eu, não imaginava que você estava lá, sinto muito - não consigo acreditar que tudo que aconteceu a ele foi por minha culpa - sobre eu e o Caio, não aconteceu nada, somos apenas amigos, estou ligada a um certo alguém sabe, e não consigo arrancá-lo do meu coração de jeito nenhum.
-Fico feliz em saber pois não estou disposto a abrir mão desse amor por nada entendeu?
-Entendido, só espero que. .... - não termino minha frase e ele junta nossos lábios no melhor beijo da minha vida, no beijo que com certeza sela nosso amor e nosso recomeço.
-Estou louco para fazer amor com você - ele se esfrega em mim e sinto sua ereção - louco para sentir seu corpo nu colado ao meu - suas mãos estão ávidas e tocam meu corpo com desejo e sua boca passeia por meu pescoço me levando a loucura - preciso estar dentro de você para me sentir vivo novamente.
Eu retribuo seus beijos e seus toques, estou também louca para senti-lo dentro do meu corpo novamente, começo a retirar sua cueca e ele faz o mesmo com as minhas roupas, quando já estou quase nua, passo para cima dele e começo a beijar seu abdómen, então ouço um pequeno gemido e não é de prazer e sim de dor, paraliso no mesmo instante.
-Você está bem? Eu lhe machuquei? A meu Deus onde eu estava com a cabeça, até hoje de manhã você queimava na febre e agora eu.... - saio de cima dele.
-Ei!!! Não foi nada, só um pequeno desconforto, não vamos permitir que isso atrapalhe nossa noite - ele vem até mim e começa a beijar meu pescoço novamente eu porém o afasto.
-Nem pense nisso mocinho, teremos muito tempo para matarmos a saudade, não quero que você tenha uma recaída por minha causa.
-Helena, não ouse me deixar assim - ele pega a minha mão e leva até o seu pau que está duro feito uma rocha, dou um suspiro de frustração e retiro a minha mão.
-É melhor esperarmos - falo com uma convicção que estou longe de sentir.
-Não Helena, já estou me sentindo melhor, não quero esperar mais nada - me agarra novamente eu porém o afasto e dessa vez sou mais enérgica, e vejo em seu rosto que ele está sentindo alguma dor.
-Ricardo!!!! Já disse que não, você ainda está muito fraco, então por favor não insista, se não vou dormir no quarto de hóspedes - o ameaço mas sei que não saio daqui por nada desse mundo.
-O quê? De jeito nenhum permitirei essa bobagem o seu lugar é aqui no meu quarto, na minha cama e do meu lado, tudo bem se não fizermos amor mas quero dormir com você agarradinha em mim disso eu não abro mão.
-Nem eu seu bobo - junto nossas bocas novamente, tenho certeza que me acostumo fácil com isso.
Nos abraçamos e nem me dou conta quando o sono chega, e me entrego a essa sensação maravilhosa de dormir ao lado da pessoa que se ama. Quanto aos problemas eles podem esperar pois nessa noite nada mais importa a não ser dormir ao lado do amor da minha vida.
É isso ai meus amores, o clima esquentou mas não rolou, no próximo capítulo acho que eles matam a saudade.
E o Sebastian o quê será que o aguarda?
Desculpe a demora.
Se gostaram desse capítulo não esqueçam da estrelinha.
Espero vocês no próximo.
Beijocas da JÔ 😘😘😘
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