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Vigésimo Sexto

O som de três fortes batidas na porta de entrada, interrompeu Hans que se encontrava na saleta do primeiro andar, organizando alguns livros nas estantes. Não esperava ninguém... Aproximou-se dos janelões, espreitando para a rua. Não vira vivalma a subir a estrada. Olhou para o relógio, reparando que eram quase onze da manhã.

Decidiu ignorar quem quer que viesse incomodá-lo àquela hora, continuando a sua tarefa. Deveria organizar os livros por ordem alfabética ou nome do autor? Se calhar por nome de autor era melhor, assim não separava as coleções. Por outro lado também deveria considerar o peso dos livros pois algumas prateleiras poderiam...

Voltou a ouvir três pancadas na porta, dessa vez mais fortes. Hans revirou os olhos, impaciente.

- Elisabeth? - chamou, enquanto olhava distraidamente para a lombada de um livro - Podes abrir a porta e recambiar o idiota para de onde quer que ele tenha vindo?

Não obteve resposta, ouvindo-se novamente apenas as pancadas na porta. Levantou a cabeça e pousou o livro em cima de uma mesa, suspirando. Caminhou até ao escritório e abriu a porta. Aproximou-se de uma janela que dava para uma pequena varanda coberta e olhou para o exterior. Era ali que Elisabeth passava a maior parte do seu dia, a pintar, mas dessa vez o local estava vazio. Fechou a porta e foi espreitar o quarto, que ficava no mesmo piso, mas não teve resposta.

- Elisabeth? Amelia? - chamou, aproximando-se das escadas que davam para o segundo andar. Apurou a audição, tentando perceber onde se encontrava toda a gente. Apenas pressentiu duas presenças, a que estava a importuná-lo, batendo novamente na porta, e outra no andar superior.

- Tudo eu - queixou-se, enquanto se decidia a descer as escadas e a expulsar do seu alpendre o invasor ou invasora.

Abriu a porta de rompante, não evitando deixar escapar uma expressão de espanto quando viu quem, tão insistentemente, decidira visitar a mansão naquela manhã.

- Por Cristo! - exclamou.

- Uau, não pensei que tal nome pudesse sair da tua boca sem pegares fogo - comentou Rosie, insatisfeita por ver quem a tinha atendido.

- Vieste aqui só para me insultar? - perguntou Hans, de expressão fechada.

- Até podia - declarou Rosie, fazendo uma pequena pausa, apenas para irritar Hans - Mas estou aqui por outra razão. Preciso de ver Amelia.

- E o que é que eu tenho a ver com isso? - questionou Hans, olhando Rosie de cima a baixo.

Rosie fungou, enervada.

- Ela não vive aqui?

- Se ela tivesse interesse em falar com alguém teria vindo abrir a porta.

- Está em casa, pelo menos? - insistiu Rosie.

- E eu é que sei? Não sou o dono dela, essa idiotice acabou há muito tempo.

- Não que antes disso tivesses demostrado algum interesse na tua filha - comentou Rosie, cruzando os braços.

- Olha, vai-te embora, fica, não me interessa - disse Hans, abrindo mais a porta para permitir a entrada de Rosie - Só não me chateies.

Rosie entrou na mansão. Não teria voltado ali se fosse mesmo necessário. Hans virou-lhe as costas, tencionando se dirigir para a sala de estar.

- Não me queres levar ao quarto dela, ou vou só andar por aí a abrir portas para descobrir onde fica? - perguntou, vendo Hans congelar os seus passos. Rosie sorriu de si para si. Não existiam muitas coisas na vida que a divertissem tanto como contrariar Hans.

Não dizendo uma palavra, Hans voltou-se e ultrapassou Rosie, subindo as escadas. Esta seguiu-o. Hans nunca a iria deixar andar a abrir portas e explorar tudo na casa, ainda que a divisão mais perigosa estivesse trancada a sete chaves. Mesmo assim, decidiu levá-la até onde queria ir, depois que saísse sozinha.

Ao chegar ao segundo andar, apontou para a porta do quarto de Amelia, sorrindo sarcasticamente.

- Diverte-te - disse Hans, deixando Rosie sozinha.

Esta inspirou lentamente, tentando afastar os pensamentos homicidas que vinham à sua mente de cada vez que via Hans. De seguida, aproximou-se da porta que Hans indicara, batendo levemente na madeira. Ouviu um abafado "entre" vindo do seu interior. Abriu a porta, espreitando para dentro do quarto de Amelia. Esta encontrava-se recostada em cima da cama, lendo algum livro, mas sentou-se rapidamente quando viu Rosie.

- Ros... - começou, espantada por a ver ali - O que... O que estás aqui a fazer?

Rosie manteve uma expressão séria, revendo mentalmente tudo o que tinha para falar com Amelia. Não queria deixar nada por dizer. Tinha que resolver aquele assunto de uma vez por todas. Nunca dissera nada até àquele momento, mas finalmente teria de ter aquela conversa com a futura nora.

- Temos de falar - explicou Rosie calmamente, sentando-se na cama perto de Amelia.

Esta encarou Rosie nos olhos, vendo um brilho frio que a arrepiou. O que será que ela queria? Aquilo não era bom agouro. Engoliu em seco, endireitando-se.

- Sobre o quê? - acabou por perguntar.

Rosie apertou os lábios e inspirou, olhando bem nos olhos de Amelia. Queria ver a reação dela quando dissesse tudo o que tinha para dizer.

- Na primeira vez que te conheci e te vi com Caleb, eu percebi - começou, não perdendo tempo em lançar o primeiro dado - Mesmo que ele não tivesse qualquer ideia, eu soube que eras apaixonada por ele.

Foi nesse momento, que Amelia sentiu que a morte seria bem menos dolorosa do que aquilo que estava a presenciar no momento. Rosie fez uma pausa, permitindo-lhe digerir o facto de que esta nunca a enganara, que ela sempre soubera de tudo. Amelia abriu a boca, querendo refutar o que Rosie dissera, mas ficando por momentos sem palavras.

- Eu não...

- Não gastes preciosos momentos da minha vida a tentar negar, pois eu já tenho a completa certeza disto - interrompeu Rosie, levantando uma mão. Agora teria de ouvir tudo o que ela tinha para dizer - E eu... bom, não digo não fiquei com ciúmes na altura, porque fiquei. Mas Caleb é completamente apaixonado por mim, por isso não vi necessidade de aumentar esse sentimento estapafúrdio. Ele sempre te considerou como uma irmã, apesar de ser obvio que não te sentias dessa forma.

"Apenas me preocupei quanto te vi com Richard. Nesse momento, reparei que já não olhavas para Caleb daquela forma, portanto acreditei que já o tinhas ultrapassado. Mas comecei a prestar atenção na tua relação com Richard. Ele apaixonou-se completamente por ti, não falava de outra coisa. E tu também parecias gostar dele, por isso não me admirei quando vocês começaram a namorar e depois ficaram noivos. Mesmo assim, nunca soube se eras ou não apaixonada por ele. Mas nem todos amam da mesma forma, isso é certo e sabido.

Por isso mantive-me calada. Fiquei no meu canto, pois não me queria impor na vida do meu filho. Não tinha esse direito. Isto até que apareceu Mark. Comecei a reparar que agias de modo estranho cada vez que estavas perto dele. Além da expressão dele quando te via. Fez-me lembrar do teu olhar para Caleb, quando eras apaixonada por ele. Mas percebi que nunca deixaste de o ser, pois não? Apenas tentaste transferir os teus sentimentos para Richard, e agora, como surgiu Mark, a cara chapada do meu marido, tudo está a voltar, não é? Mas o pior é que me parece que ele também gosta de ti.

E agora surgiu aquela discussão com Richard, a qual ele não me quis dizer a razão. Mas não deve ter sido sobre Mark, senão ele nem o olhava na cara, embora eu tenha a certeza que este não tenha estado completamente fora da equação."

Rosie fez uma pausa, embora não muito longa, pois não queria dar tempo a Amelia para contestar tudo o que dissera. Agora que pusera tudo em pratos limpos, tinha de ouvir a conclusão.

- Apenas tenho de dizer uma coisa: decide o que queres. Para de interferir na vida dos homens da minha família! - exclamou, não evitando subir o tom de voz - Resolve os teus assuntos. Queres ou não casar com Richard? Porque eu não vou deixar que isso aconteça se não tiveres a certeza do que queres. E se o decidires fazer, terás de lhe contar tudo e deixar que ele resolva o que quer fazer. Não vais mais deixar que ele permaneça sem saber nada do passado, apaixonado por uma mulher que não o ama, mas que também não se afasta... E Mark? Dele nunca mais te vais aproximar, não importa o que tenhas de fazer. O que quer que ele sinta por ti, acabará por desaparecer com o tempo, mas não irás estragar a vida de mais ninguém!

Quando o discurso de Rosie acabou, esta levantou-se e saiu do quarto, sem dizer mais nada, deixando Amelia só com os seus pensamentos. Fechou os olhos, deixando cair as lágrimas que tinham baloiçado nos olhos durante todo aquele tempo. Apertou a colcha da cama com força, de forma até que sentiu as suas unhas rasgá-la. Largou-a depois repentinamente, batendo fortemente no colchão com as palmas das mãos, deixando sair do fundo da sua alma um grito que nunca soubera que podia fazer.

Começou depois a chorar desesperadamente, escorregando da cama até se sentar no chão. O que faria agora da sua vida? Nem tivera a oportunidade de se explicar com Rosie, pois esta falara tão determinadamente, que Amelia não tivera coragem. Apesar de tudo, também não conseguira desviar os olhos dela, pois estes perfuravam-na como facas, prendendo o seu olhar.

Talvez Rosie tivesse razão, talvez o melhor que tivesse a fazer fosse partir, esquecer-se daquela parte da sua vida. Pobre Richard, não tinha culpa nenhuma do que estava a acontecer. E numa coisa Rosie estava errada: Amelia amava Richard, apenas não da mesma forma que amara Caleb e com certeza não como gostava de Mark. Mas como contar aquilo ao noivo? Ele nunca entenderia. Como poderia um humano entender uma história daquelas? Apenas alguém que não sentia a passagem do tempo, poderia entender aquela situação.

Ouviu passos hesitantes na frente da porta do seu quarto e levantou-se, pensando que seria Rosie novamente. Com certeza esquecera-se de a confrontar com mais alguma coisa. Teria descoberto o que acontecera entre ela e Mark? Colocou a mão na maçaneta da porta e entreabriu-a. Para sua surpresa, viu Hans parado no corredor com um livro em mãos, parecendo meio perdido.

- Precisas de alguma coisa? - perguntou Amelia, após enxugar discretamente as lágrimas.

- Eu? Não, não, vim só buscar um livro - explicou Hans, mostrando-lhe o livro em mãos que Amelia reparou ser uma obra de Hemingway.

- Aqui em cima não há livros - notou Amelia.

- Pois... É... Não, não há - reconheceu Hans, parecendo confuso e soltando uma risada, assustando Amelia que nunca o vira agir daquela forma - Vim só ter a certeza.

Hans voltou as costas, preparando-se para descer as escadas, quando, hesitante, parou, olhando para trás. Tomou um momento para ponderar no que diria a seguir.

- Rosie já foi embora? - perguntou inocentemente.

- Sabes bem que sim - confirmou Amelia, com um tom de voz firme e acusatório - Com certeza ouviste a nossa conversa, não é mesmo?

Hans pareceu genuinamente magoado e indignado quando Amelia sugeriu tal coisa.

- Não faria isso! Ao contrário do que as pessoas pensam, a minha vida não gira em volta de ouvir as conversas dos outros. Embora... tenha percebido que não estavas muito bem, por isso vim só expressar a minha preocupação - explicou Hans, fazendo uma pausa. Amelia pareceu notar uma centelha de apreensão nos seus olhos, mas desapareceu rapidamente. Hans voltou a fechar a expressão, tossindo e mudando o tom de voz, apressando o final da conversa - Infundada, pelo que vejo, estás ótima para me insultar. Tem um bom resto de dia.

Amelia voltou a fechar a porta, surpreendida pela intervenção de Hans. Mas não queria pensar sobre aquilo no momento, tinha problemas maiores para lidar. Estava completamente perdida, sem rumo, sem certeza do que fazer a seguir.

Só que não havia forma de contornar a situação, o ultimato de Rosie fora bem claro. Teria de agir. A forma como o faria é que era o problema. Tinha a certeza de uma coisa: não voltaria a fugir. Fizera-o grande parte da vida e chegara a altura de finalmente tomar as rédeas da situação.

Precisava de tempo, tempo para arranjar uma forma de explicar tudo a Richard, tempo para falar com Mark e explicar que nunca mais aconteceria nada entre eles. Que ele a esquecesse pois ela faria o mesmo. Mas o casamento não tinha sido marcado ainda, podia tirar uns dias para pensar em como faria a revelação. Da forma mais suave possível, escolhendo as palavras e expressões certas de modo a não ferir os sentimentos de ninguém. Faria tudo do jeito que deveria ser feito.

No entanto Amelia não sabia que não haveria qualquer tempo, pois não demoraria muito até que todo o rumo da sua vida fosse retirado das suas mãos e decidido sem a sua opinião. Porque quando se espera demasiado, a vida toma as decisões por nós.

* * * * *

Nota da Autora:

Olá meu povo! Hoje recebem mais um capitulo antecipado e, espantem-se, amanhã tem outro! Falem comigo, digam o que estão a achar da história aqui nos comentários. Se preferirem, entrem no nosso grupo de WhatsApp, mandando-me o número + prefixo por privado ou entrem pelo link no meu perfil.

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