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Vigésimo Quinto

Mark mal dormiu naquela noite. Após Amelia sair, reparara que nas suas costas existiam alguns arranhões causados pelas suas unhas, alguns até algo profundos. Percebera naquele momento o que ela quisera dizer com o facto de vampiros e humanos não puderem se envolver demasiado.  Mas não era isso que mais o incomodava. Após ter falado o nome de Caleb enquanto estavam os dois juntos, começara a pôr em causa toda a sua relação com Amelia. 

Provavelmente ela tinha alguma paixão latente por Caleb que transferira para Mark. Além disso, podia ser a principal razão por Amelia estar noiva de Richard! Afinal, ele era o seu filho e Mark já percebera que a personalidade dele era parecida à do pai.

De madrugada, dirigiu-se à casa de banho para tomar um duche, quase desistindo, pois quando se colocara debaixo de água percebera que esta ardia como fogo nas recentes feridas. Tinha que decidir o que fazer a seguir. Parte dele queria ir atrás de Amelia e pedir explicações, mas não se sentia com coragem para a encarar. O que lhe restava fazer, era conversar com Caleb, mas não lhe podia dizer o que se passara…

Após se vestir, sentou-se na secretária, olhando para o computador. Ainda eram seis da manhã. Não se conseguia deitar na cama, pois as costas doíam-lhe. Já tinha lido todos os livros que Hans lhe emprestara. Decidiu fazer alguma coisa e, já que não conseguia dormir, pensou em ir para a cozinha tomar o pequeno almoço.

A casa estava emersa na escuridão e não se via ou ouvia vivalma. Mark caminhou até ao quarto de Richard e abriu lentamente a porta. Ele ainda estava a dormir. Como encararia o irmão dali em diante? Engoliu em seco e voltou a fechar a porta. Desceu as escadas fazendo o mínimo de barulho possível, o que era fácil pois eram estas de pedra. Entrou na cozinha, ligando apenas a luz do exaustor que se encontrava por cima do fogão. 

O principal benefício de viver ali era que Caleb estava sempre a cozinhar, então havia sempre alguma coisa boa para comer. Ao abrir um dos frigoríficos, encontrou uma variedade tão grande de comida que demorou algum tempo para conseguir escolher. Quando fechou a porta do frigorifico, quase ia deixando cair o prato de comida que tinha nas mãos, pois ao se virar para trás deu de caras com Caleb que acabava de entrar na cozinha.

- Acordaste cedo! – exclamou Caleb, ligando as luzes de teto da cozinha.

- Sim, não conseguia dormir, portanto vim tomar o pequeno almoço – explicou Mark, refazendo-se do susto.

Caleb analisou Mark enquanto este pousava o prato em cima da ilha de madeira. 

- Estás bem? 

- Sim, porque perguntas? – estranhou Mark, voltando-se para trás.

- Nada, é que pareces um pouco macambuzio – ponderou Caleb.

Mark fungou, quase soltando uma gargalhada ao ouvir aquela palavra. Formulou uma desculpa rapidamente. 

- Sabes quando tens aqueles pesadelos que te deixam acordado, a pensar no seu significado e não consegues voltar a dormir?

Caleb assentiu, abrindo também o frigorifico. Mark observou o pai. Como poderia abordar o assunto Amelia com ele? Será que Caleb sabia que esta fora apaixonada por ele, ainda era? Mas se fosse assim, não teria deixado Richard namorar com ela, tê-lo-ia avisado…

- Posso perguntar-te uma coisa? – arriscou Mark, recebendo um olhar interrogativo de Caleb – Como conheceste Amelia?

- Amelia? – estranhou Caleb – Porquê isso agora?

- Estou curioso apenas – explicou Mark, rodeando as mãos – Há algumas coisas que não sei ainda e estou a tentar conectar algumas informações.

Caleb não respondeu, fechando o frigorifico com o cotovelo, pois trazia também um prato de comida nas mãos. Olhou para Mark e respirou fundo, parecendo ponderar em qualquer coisa. Depois pareceu ceder.

- Bom, então é melhor pegares no teu pequeno almoço e me seguires até à sala de jantar – propôs, voltando a desligar a luz de teto da cozinha – Há uma grande história de fundo que explica em muito o facto de me ter cruzado com Amelia. O melhor é irmos para um local onde nos possamos sentar.

Mark seguiu Caleb até à sala de jantar e observou o pai enquanto este pousava o prato de comida na mesa e depois acendia a lareira. Era tão estranho chama-lo de pai quando este aparentava ter a mesma idade que ele. Chamá-lo de Caleb parecia mais simples. 

Os dois sentaram-se frente a frente. Caleb cruzou as mãos, ponderando como começar, mas as palavras surgiram-lhe rapidamente e começou a contar a história que até ao dia marcava a sua vida.

* * * * *

Eu e Elisabeth nascemos em finais do século dezanove, em Londres. A nossa mãe, Claire Wilson, trabalhava doze horas diárias numa fábrica de peças para diversos tipos de máquinas. Ela perdera os pais cedo e, por isso, teve que começar a trabalhar muito jovem para sustentar a casa, que era basicamente uma divisão de sete metros quadrados. Vivia na miséria, num bairro muito pobre.

Um dia, no início dos seus vinte anos, ela conheceu um jovem nobre, John Southward, por quem se apaixonou perdidamente. Ele prometeu-lhe mundos e fundos: que ela nunca mais teria de trabalhar, que casariam e seriam felizes para sempre… o que era mentira. Convenceu-a a entregar-se a ele e depois desapareceu. Quando alguns meses mais tarde, descobriu a sua gravidez, entrou numa depressão profunda.

Além da depressão, a gravidez estava a exigir muito dela. Quanto mais a barriga dela crescia, mais se sentia fraca. Como já não tinha forças para trabalhar, acabou por ser despedida e o seu fraco rendimento que usava para comprar comida desapareceu. Apenas sobreviveu graças à ajuda de amigos que lhe faziam algumas refeições, mas que não eram o suficiente para uma mulher grávida. 

Na altura do parto, estava tão fraca que quase morreu. Quando lhe disseram que tinha tido gémeos, sentiu que o peso do mundo caíra cobre os seus ombros. Quase não conseguia providenciar alimento para ela, com um filho iria ser bastante difícil, mas com dois… seria impossível! 

Assim que nos entregaram nos seus braços, a nossa mãe sentiu que havia algo errado. Nós chorávamos, enchíamos os pulmões de ar, mas ela não sentia o bater dos nossos corações. Ela desesperou-se e entregou-nos a outras pessoas que também puderam confirmar que nós parecíamos estar mortos. Mas, segundo ela, nós mexíamos-mos e tínhamos os olhos abertos, olhos esses que transbordavam vida.

Enquanto existiam pessoas que acreditavam que nós eramos um milagre de Deus ou que tínhamos sido abençoados por anjos, outros achavam que eramos produto de bruxaria ou demónios. No entanto, a nossa mãe preferia acreditar que eramos um milagre. Anos se passaram e ela conseguiu recuperar o seu trabalho antigo. Não ganhava o suficiente para nos dar uma boa alimentação, mas, estranhamente, nós comíamos muito pouco.

Eu e Elisabeth crescemos, sendo que maior parte das pessoas não conhecia a nossa história, mas os que conheciam, olhavam-nos na rua e chamavam-nos de demónios, dizendo que tínhamos sido enviadas pelo diabo para destruir a vida naquele mundo criado por Deus. Por esta razão, e temendo que aqueles boatos se espalhassem, a nossa mãe decidiu manter-nos em casa o máximo de tempo possível, o que não era difícil, já que não íamos para a escola.

A nossa mãe nunca havia frequentado uma escola, trabalhando desde que se lembrava. Porém, não queria essa vida para nós, por isso tentava adiar o mais possível a nossa entrada na vida dura de um trabalhador fabril. Apesar de apenas saber escrever o seu nome, ela conhecia suficientemente bem o alfabeto para nos ensinar a escrever o nosso. E era isso que fazia, após trabalhar turnos longos na fábrica. Juntos, nós também começámos a tentar juntar letras para formar pequenas frases. 

Quando nos aproximávamos do nosso décimo segundo aniversário, começámos a vender esculturas de madeira na rua às escondidas da nossa mãe. Nós próprios fazíamo-las, mas dizíamos que eram de escultores famosos. Algumas pessoas acreditavam e conseguíamos fazer algum dinheiro. Assim que fizéssemos o suficiente, entregá-lo-íamos à nossa mãe. Como ela não estava em casa durante o dia, era muito fácil esconde-lo dela.

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que senti os meus poderes a surgirem. Estava de um lado de uma rua a vender esculturas e Elisabeth estava do outro, quando ouvimos uma comoção. Alguns cavalos, assustados com algo, estavam a correr desvairados pela rua, atropelando algumas pessoas. Foi nessa altura que vi um dos cavalos a dirigir-se para Elisabeth. Foi como se o tempo parasse. Larguei as esculturas no chão e comecei a correr para ela. Mas corri tão rápido que percorri a distância que nos separava em menos de um segundo, salvando-a de morte certa.

Foi a partir dessa altura que os meus poderes e a sede começaram a surgir. Os de Elisabeth não demoraram muito mais. Um dia, a nossa mãe encontrou-nos em casa com diversos animais mortos no chão de onde bebíamos o sangue. Assustada, começou por nos prender, mas a sede tornara-se tão forte que muitas vezes conseguíamos escapar de qualquer sítio de onde ela nos prendia.

Ela não queria acreditar que nós bebíamos sangue para sobreviver. Por outro lado, não aguentava ouvir os nossos gritos de fome e desespero vindos da pequena dispensa onde nos prendia. 

Começou por trazer para casa, diversos animais que comprava nas feiras. Galinhas, patos e coelhos eram alguns deles. Mas era muito pouco para saciar a nossa sede. Precisávamos de algo maior. Uma noite em que parecíamos mais calmos, deixou-nos sair de casa. Levando-nos pela mão, levou-nos a um talho, onde alguns porcos e vacas vivos tinham sido guardados para a matança do dia seguinte. Naquela noite… matámos todos os animais presentes.

Isto saciou a nossa sede de sangue durante alguns dias. Quando a nossa mãe finalmente pensou que o pesadelo tinha acabado, a sede voltou. Ela não conseguiria esconder durante muito tempo que nós bebíamos sangue de animais. Aquilo poderia dar razão a todas as pessoas que achavam que eramos demónios. Por outro lado, éramos os filhos dela e ela não sabia o que mais fazer.

Durante um ano, nós conseguimos levar uma vida normal, mas algumas pessoas começavam a desconfiar daquelas mortes de animais e houve até um homem que, ao pesquisar mais profundamente, descobriu que existiam duas crianças milagrosas que sobreviviam sem o bater de um coração. Foi nessa altura que a nossa mãe soube que devíamos partir. 

Enquanto pudemos, andámos de cidade em cidade, não permanecendo numa por mais de três meses. Tal situação colocou-nos sob muito stress porque sentíamo-nos cada vez mais sozinhos e isolados da sociedade. Além de bebermos sangue de animais, tínhamos poderes sobrenaturais como super velocidade, força triplicada e sentidos muito aguçados.

Como havíamos vivido na miséria toda a vida, não desconfiávamos do que poderia nos estar a acontecer. Também nunca tínhamos ouvido as histórias de seres sobrenaturais chamados “vampiros” que bebiam o sangue de pessoas e animais e que tinham força e velocidade muito acima da humana. Não fazíamos ideia do que nos estava a acontecer. E assim permanecemos vários anos, mesmo depois da morte da nossa mãe, quando os dois tínhamos quase dezassete anos. A partir dessa altura continuámos o mesmo esquema, saltando de cidade em cidade, tendo de encontrar alimento sozinhos e fugindo de desconhecidos que nos caçavam e tentavam matar. 

Nós nunca nos habituamos àquela situação, termos de viver escondidos e nunca ficando numa cidade o tempo suficiente para conhecerem alguém realmente. Escondíamo-nos em casas pobres, longe de centro habitados. Durante o dia mantínhamo-nos dentro de casa, escondidos num quarto a dormir. Só saiamos durante a noite, onde caçávamos alguns animais de quintas ou talhos e passeávamos pelas cidades vazias. Vivíamos na escuridão. 

As nossas vidas só começaram a mudar quando voltamos para Londres, ao nosso antigo bairro. Depois de dez anos a viver naquela situação é que realmente soubemos o que é que significava ser vampiro. Tudo graças a Amelia.

Ela seguiu algumas pistas que nós, imprudentemente, deixamos para trás. Quando nos viu a viver naquela situação, decidiu ajudar-nos. Vivemos com Amelia várias décadas e esta ensinou-nos tudo o que sabemos sobre vampiros. Parte do que somos hoje, devemos a ela. É como uma irmã para nós. Apesar de tudo o que nos aconteceu, foi uma bênção a termos encontrado.

* * * * *

Mark ouviu toda a história em silêncio. Não sabia o que mais dizer. Apenas sentia pena de Amelia, pois Caleb sempre a considerara como uma irmã. Agora Mark estava com um grande problema, pois estava apaixonado por uma mulher que, por sua vez estava apaixonada por outra pessoa, pessoa essa que era o seu pai e que era a cara chapada de Mark.

Aquela situação era como uma montanha russa, na qual ele entrara sem saber que faltava parte do caminho. Agora, a carruagem estava a correr na sua direção e não havia nenhuma maneira de a parar, tendo apenas que se resignar a cair no abismo.

- Tão cedo acordados? – perguntou um Richard ensonado, enquanto descia as escadas e via Caleb e Mark sentados à mesa.

- Também madrugaste – estranhou Caleb – Algum problema?

- Sim. Mas não me apetece falar sobre isso agora – disse Richard enquanto se sentava na mesa, perto de Mark, e dava um suspiro profundo.

Mark queria um buraco onde se enterrar, quase não conseguindo olhar Richard nos olhos. Olhou para baixo, concentrando-se em acabar de comer. Caleb pegou no seu prato e foi para a cozinha, ouvindo-se de seguida o som de uma torneira a ser aberta.

Aquilo não podia acabar assim. Mark tinha de arranjar uma maneira de esquecer Amelia e conviver normalmente com o irmão. Olhou de esguelha para Richard, matutando numa ideia. Qual era a forma mais fácil de se soltar perto de outras pessoas e, ao mesmo tempo, se esquecer de tudo à sua volta?

- Richard? – chamou Mark, arriscando-se a olhar para o irmão, que o olhou de volta abatido – O que achas de irmos sair hoje à noite? Vamos ao NewScot, aproveitamos para espairecer e tu aproveitas para esquecer durante umas horas qualquer que seja o teu problema.

Richard pareceu ponderar na ideia durante uns momentos e depois, para espanto de Mark:

- Está bem, eu aceito. Estou mesmo a precisar de me distrair…

* * * * *

Nota da Autora:

Bom minha gente, não tenho muito mais para vos dizer a não ser que está prestes a começar a parte da história que eu mais gostei de escrever: o drama!

Preparem-se...


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