Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Segundo

Era noite em Las Vegas, mas continuava a fazer-se sentir um calor que não era natural naquela altura do ano. Num subúrbio abastado, os únicos sons que se ouviam eram os de uma festa que alunos do secundário organizaram aproveitando a ausência dos pais. Tirando isso, todo aquele bairro permanecia em silêncio. Exceto uns estranhos sussurros perto de uma mansão branca, a maior das redondezas.

- Tens a certeza que eles não estão em casa?

- Absoluta.

- De certeza?

- Pelo amor do whiskey, eles não estão em casa!

Os dois amigos caminhavam para as traseiras da mansão, encostados a um alto muro, esperando que ninguém os visse. Mark estava à procura de um portão de serviço, usado apenas pelos funcionários da casa. Pelo que se lembrava, quase nunca estava trancado e não tinha alarme, por isso era uma presa fácil.

- Era daquilo que estavas a falar? – perguntou Wally, apontado para um alto portão de metal.

Mark aproximou-se dele e tentou abri-lo, mas pela primeira vez desde que se lembrava, ele estava fechado.

- E agora? – perguntou Wally – Já podes desistir desta ideia ridícula?

Mark não respondeu e puxou a manga do casaco para baixo, tapando a mão. De seguida agarrou na maçaneta e empurrou-a para cima. Deu um encontrão no portão e ele abriu-se de rompante.

- Vês, era só preciso um jeitinho – sorriu Mark, provocando o amigo.

Relutante, Wally seguiu Mark para dentro do jardim, mas ao passar na portada tropeçou num degrau e quase que caiu no chão.

- Tem cuidado Wally, não deixes ADN por aí! – avisou Mark.

- Eu sei, Mark, desculpa lá, mas eu não tenho um doutoramento em assaltar casas - queixou-se Wally, preocupado – Embora o desejasse muito neste momento. Aliás, agora até um curso de fim de semana bastava.

- Wally, respira – aconselhou Mark, colocando uma mão no ombro do amigo - Estás comigo, não vamos ser presos.

- Diz o tipo que já foi parar à cadeia dez vezes...

- Na verdade foram catorze – corrigiu Mark, mas ao ver a cara de Wally percebe que o não devia ter feito - Mas relaxa, desta vez vai correr tudo bem. Faz o que eu faço, sim?

- O que quer dizer que se tu fores para a prisão, eu também vou preso contigo – afirmou Wally, desejando que o amigo se fosse embora e desistisse daquilo.

- Wally, se estás tão nervoso porque é que insististe em vir? – perguntou Mark, suspirando – Podias ter ficado quieto em casa!

- Sou o teu melhor amigo, não te iria deixar vir sozinho – explicou Wally – Além disso, não quero que te metas em mais problemas.

- Eu já estou a assaltar uma casa, em que mais problemas me podia meter? – Mark começava a enervar-se. Já pensava em expulsar Wally do jardim, empurrando-o por onde entrara e fechando o portão atrás dele.

- Podes, podes só dar-me um momento? – perguntou Wally, quase a gaguejar.

- Momento? – admirou-se Mark, quase rindo – Estamos a assaltar uma casa! Alguém pode nos ver, sem falar nas câmeras!

- Câmeras, quais câmeras, isto têm câmeras? – perguntou Wally, assustado, olhando em volta.

- Óbvio que sim, gente rica não vive sem câmeras! Mas assim que entrar na casa, apago as filmagens, está bem? Anda lá, mexe-te – pediu Mark pela última vez.

Wally ganhou coragem e começou a caminhar ao lado de Mark. Nunca tinha visto este lado do amigo. Quando o conheceu, há quase quatro anos, ele já tinha deixado de fazer aquele tipo de coisas. Mas sabia que antes de o conhecer, Mark, mais alguns amigos, assaltavam casas. Não para roubar, mas só para sentirem a adrenalina de fazer alguma coisa fora da lei. Agora, Mark decidira voltar aos velhos hábitos.

Depois de falar com os pais e descobrir que era adotado, Mark ligara para Wally a contar tudo. Como Helen se recusou a contar quem eram os pais biológicos, ou assim o pensava Mark, decidiu entrar na sua antiga casa e ver se existia alguma informação que ela não lhe tinha contado. Wally ainda o tentara demover da ideia, mas não conseguira, por isso achara melhor acompanhá-lo, para ter a certeza que não faria mais nada de que se pudesse arrepender. Para felicidade de Mark, este soube que os pais naquela noite iam sair para um jantar de beneficência, por isso a costa estava livre.

Depressa chegaram a uma porta que era a entrada para a cozinha. Mark tirou do bolso das calças um pequeno estojo onde estavam diversas ferramentas que ele usou para começar a arrombar a fechadura. Wally olhou em volta para confirmar que não havia ninguém a observá-los.

A mansão estava rodeada por altos muros e sebes, por isso os vizinhos não conseguiam olhar para o jardim. Mesmo assim, Wally estava preocupado que alguém os apanhasse. Era a primeira vez que estava a fazer algo ilegal. Nunca conduzia acima do limite de velocidade e em criança nunca havia sequer roubado um rebuçado da loja dos doces. Agora estava a assaltar uma casa!

Um clique vindo da porta denunciou que a fechadura se tinha aberto. Mark abriu a porta e Wally seguiu-o. Mal entraram, ouviram um leve "bip" indicando que o alarme tinha sido acionado.

- Boa e agora? – perguntou Wally, saindo porta fora.

- Tem calma – pediu Mark, dirigindo-se para a pequena caixa do alarme.

Mark abriu a caixa mostrando o teclado do alarme e depois arrancou-o, deixando vários fios multicolores à mostra. Após alguns segundos de clicar nuns números e trocar uns fios, o alarme deixou de funcionar.

- Pronto, agora temos uma hora – informou Mark, colocando tudo no sítio.

- Uma hora até o quê? – perguntou Wally, ainda na rua.

- Apenas entra e fecha a porta – pediu Mark, impaciente.

Receoso, Wally entrou na cozinha e fechou a porta devagar. A caixa do alarme já estava no lugar e parecia que não tinha acontecido nada. Wally respirou fundo, aliviado. Agora que estava dentro de casa sentia-se mais calmo.

- Temos de ir para o escritório do meu pai – propôs Mark, começando a caminhar – É lá que ele guarda todos os papeis importantes do trabalho e tenho a certeza que ainda tem alguma coisa relacionada com a minha adoção.

- O que te faz ter tanta a certeza? – perguntou Wally, seguindo Mark pelos corredores da casa.

- Quando eu perguntei à Helen, ela disse-me que tinha uns papeis em casa com as informações da adoção e da agência – disse Mark.

- E ela não te disse mais nada?

- Duvide que quisesse – comentou Mark, rindo-se – Só pensa em proteger o querido marido.

- Não fales assim dos teus pais – pediu Wally, franzindo o sobrolho.

- Eles não são os meus pais – afirmou Mark, abrindo uma porta. Encontrara o escritório.

Os dois amigos entraram no espaço e olham em volta. Aquele era um enorme escritório, com estantes altas cheias de livros e uma secretaria que parecia pertencer a um presidente de tão grande que era. Wally olhou para Mark.

- Eles criaram-te, isso faz com que eles sejam teus pais, quer queiras, quer não – disse Wally.

- Não para mim – afirmou Mark, veementemente – Nem quando não sabia da adoção, os considerava meus pais, imagina agora.

- E se nunca encontrares os teus pais verdadeiros? – perguntou Wally.

- Vou encontrar.

- E se não encontrares? – insistiu o amigo.

Mark não respondeu e encaminhou-se para a secretária do pai. Devia ser ali que ele guardava os papeis mais importantes. Mark rodeou-a e sentou-se na confortável cadeira de escritório. Steve nunca sequer o tinha deixado entrar no escritório, quanto mais se sentar naquela cadeira. Mesmo que nunca descobrisse o que Mark tinha feito, este estava radiante só de estar a fazer algo que sabia irritar Steve.

A secretária era de madeira maciça, do tipo que já não se encontrava nas lojas de mobiliário modernas. Mark lembrava-se de, em criança, ter ouvido Steve a gabar-se de a ter comprado. Mas nunca a tinha visto de perto...

- Wally, procura nessas estantes a ver se encontras alguma coisa. Eu vejo na secretaria – sugeriu Mark.

Existiam diversas gavetas nos dois lados da secretaria. Abriu a primeira do lado esquerdo. Por sorte o pai era perfeccionista, por isso tinha tudo ordenado em separadores, por letra. Onde estariam os ficheiros? Seria em "A" de "adoção"? Folheou tudo, mas não encontrou nada remotamente sequer relacionado com ele. Procurou por entre os ficheiros das outras letras, tentando se lembrar de outro sítio onde pudesse estar.

A última gaveta do lado esquerdo da secretaria acabava com a letra "M" e Mark ainda não encontrara nada. Recostou-se na cadeira e olhou para Wally que estava a folhear uma pasta cheia de folhas.

- Encontraste alguma coisa? – perguntou Mark.

- Nada – disse Wally, voltando a arrumar a pasta na estante – E tu?

- Porra nenhuma – queixou-se Mark, dando um pontapé para fechar a gaveta – Continua a procurar.

Mark virou-se para o lado direito e tentou puxar a primeira gaveta, mas ela não abria. Tentou puxa-la com mais força, mas havia algo a prendê-la. Puxou-a com mais força ainda, mas foi demasiado. A gaveta saiu disparada da secretaria, caindo no chão e despejando todo o conteúdo. Mas o pior foi o barulho que a sua queda causou na calada da noite.

- Estás doido Mark? – repreendeu Wally, virando-se de repente – Queres ir preso pela décima quinta vez?

- Desculpa lá.

Mark suspirou, sem vontade de arrumar tudo novamente. Baixou-se para reunir os ficheiros caídos, mas apenas encontrou um separador. Este não era o que ele esperava, pois em vez de apenas uma letra, existia um conjunto delas que formavam uma palavra: "Mark".

- Santa sangria com vodca e gin...

- Para ter tantas bebidas na expressão, é bom mesmo que seja algo importante – ironizou Wally antes de se aproximar e ver os ficheiros espalhados no chão.

Wally baixou-se e pegou num molho de papeis. Folheou-os e reparou que Mark era o tema principal em todos eles. Um em particular descrevia detalhadamente o currículo escolar no secundário de Mark, passando pelas suas notas até aos seus amigos.

- Credo Mark – admirou-se Wally, folheando por outros ficheiros – Parece que ele contratou detetives privados para te seguir ao longo dos anos.

- Não só – explicou Mark, entregando ao amigo uns papeis - Ele tem copias dos relatórios da polícia de todas as vezes em que fui preso. Não sei como é que ele descobriu isto tudo. Pode ser influente, mas não é assim tanto. Como é que ele tem todas estas informações sobre mim? – perguntou, exasperado, folheando outros ficheiros – Como é que ele sabe que... Meu deus, como ele sabe que a primeira casa que assaltei foi quando tinha quinze anos? E nem sequer fui apanhado nessa altura. Até tem os nomes dos rapazes que estavam comigo.

Após ouvir isto, Wally baixou-se e procurou nos ficheiros espalhados algo em específico. Após poucos momentos, encontrou o que procurava.

- Como eu pensava – disse Wally, atirando o ficheiro para cima da secretária – O teu pai até fez pesquisas sobre mim. O homem é praticamente um stalker...

Mark ainda estava com alguns ficheiros na mão e olhava em frente, pensando no que aquilo significava. A última coisa que esperava era encontrar uma biografia da vida dele no escritório de Steve. Só não sabia se isso era uma coisa boa ou má. Provavelmente má. E um tanto assustadora.

- Nós temos que arrumar tudo – propôs Wally, pegando num molho de folhas – e por ordem. Se calhar está tudo por datas – Wally olhou para o amigo, que continuava estático – Mark, estás bem?

Mark abanou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. De seguida respirou fundo, esfregando os olhos. Precisava de se concentrar.

- Então o ficheiro da adoção deve ser o primeiro – sugeriu ele.

Os dois amigos ajoelharam-se no chão e começaram a arrumar tudo o mais depressa possível e, ao mesmo tempo, tentando encontrar os papeis da adoção. Wally de vez em quando olhava para Mark. Este tentava esconder, mas estava bem mais perturbado com aquela situação do que mostrava. Não foi muito tempo depois que Mark, com um envelope nas mãos, se levantou, estasiado.

- Wally! – exclamou Mark quase a gritar – Está aqui, é isto!

- Do que estás à espera, abre, vê o que é que diz! – pediu Wally entusiasmado, levantando-se também.

Mark olhou para o envelope fechado. Apesar de tanto ter feito para encontrar aquela informação, não conseguia levar-se a abri-lo. E se não encontrasse nenhuma informação útil sobre os pais? Tudo ficaria na mesma... E ele estava mesmo a precisar de uma mudança radical na vida.

Wally que, além de querer ajudar o amigo, queria sair daquela casa o mais rápido possível, arrancou o envelope das mãos de um Mark indeciso, e abriu-o sem pensar duas vezes. Mark olhou para a cara do amigo enquanto este lia os papeis e viu surgir na sua face um olhar de estranheza.

- O que foi? Quem são os meus pais? – perguntou Mark, esperançoso.

- Não diz, mas... – começou Wally, sendo interrompido por Mark.

- Já sabia! – exclamou ele, rindo-se tristemente – Isto tudo foi inútil, não descobrimos nada!

- Nem por isso – tentou explicar Wally.

- Como assim?

- Mark, os teus pais alguma vez foram ao Reino Unido? – indagou Wally, olhando para os papeis novamente.

- O quê? – Mark pensou cuidadosamente – Acho que sim, Helen tem lá família. Porquê?

- Porque não foste adotado nos Estados Unidos – explicou Wally – Mas sim em Edimburgo, na Escócia.

- Como assim? – perguntou Mark, um pouco chocado – Eu sou escocês?

- Não, tu és americano – esclareceu Wally – Os teus pais biológicos é provavelmente são escoceses.

Mark abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu. O que iria fazer? Literalmente, um oceano separava-o da resposta que tanto procurava. Como ia descobrir mais informações sem ir até Edimburgo? A não ser... Não, não podia fazer tal coisa. Por outro lado, podia ser a única solução para o problema. Tinha de saber mais antes de decidir.

- Então eles vivem em Edimburgo, é isso? – perguntou Mark, tentando organizar as ideias.

- Não. A agência de adoção pode ser aí, mas nesta época os teus pais estavam a viver numa outra localidade chamada Southward.

- E não diz mais nada sobre eles? – perguntou Mark, esperançoso - Um nome, a idade, caramba até a cor do cabelo?

- Não, só a cidade – confirmou Wally, dando mais uma vista de olhos pelo ficheiro.

- Que treta... – queixou-se Mark, suspirando – Passa-me aí os papeis. Vou tirar foto.

Mark pegou no ficheiro e folheou-o, confirmando o que o amigo tinha dito. Pelos vistos não ia conseguir encontrar os pais tão cedo. Pelo menos sem ir até Edimburgo. Após fotografar tudo, pediu a Wally para acabar de arrumar os ficheiros enquanto ele apagava as camaras.

Steve e Helen eram cuidadosos, meticulosos. Eles protegiam os seus bens de uma forma que muitos achariam absurda. Há muitos anos eles tinham transformado a pequena sala de estar existente no seu quarto, numa sala de pânico. Nela, estavam escondidos os controlos das camaras e um telefone com linha térrea para que, caso acontecesse um assalto, pudessem se esconder, ligar para a polícia, e vigiar tudo o que acontecesse na casa. Era para lá que Mark se dirigia.

Rapidamente encontrou o quarto, afinal, fora naquela casa que vivera metade da sua vida. Aproximou-se de um belo quadro de Salvador Dali, apenas de nome pois as suas mãos nunca tinham tocado na tela. Steve nunca daria uma fortuna só para ter o verdadeiro quadro do pintor. Mas aquela era uma bela copia. Além disso, escondia algo bem especial. Atrás do quadro, existia um painel que pedia um código, código esse que permitia a entrada para a sala de pânico.

Demorou vários minutos para conseguir abrir a porta, já que não tinha muita experiência em abrir cofres, mas acabou por consegui-lo. Apagar os registros das camaras acabou por ser uma tarefa fácil, no final as falhas de horário ficaram apenas como erro dos computadores.

Mark olhou em volta. Ainda precisava de uma coisa antes de se ir embora. Não tinha dito nada a Wally porque se sentia envergonhado do que ia fazer, mas fora algo que ficara a pensar desde que soubera que os seus pais biológicos possivelmente viviam do outro lado do Atlântico. Ainda não tinha as ideias definidas, mas como Helen costumava dizer "mais valia prevenir do que remediar". Com isto, abriu um alto armário e lá de dentro retirou um grosso envelope que colocou no bolso de dentro do casaco.

Apressou-se a ir ter com Wally que estava sentado atrás da secretaria na confortável cadeira.

– Já podemos ir embora? – perguntou Wally, esperançoso, levantando-se.

Mark assentiu. Tentou não falar muito com o amigo. Apesar de se considerar um bom mentiroso, Wally parecia sempre perceber quando ele escondia alguma coisa. E essa coisa estava guardada no bolso do seu casaco.

– Mark – começou Wally, enquanto se dirigiam para fora da mansão – O que vais fazer agora?

– Não sei Wally – respondeu Mark.

Embora já tivesse um plano metade formado, Mark ainda não o podia revelar ao amigo.

– Não sei...

* * * * *

Nota da Autora:

Oi meus seres! Venho por este meio entregar-vos mais um capítulo e, para quem chegou até aqui, agradecer por estarem a acompanhar Barbastella. O que acham que Mark roubou ao pai?

Há algo que tenho de vos avisar: no quesito de spoiler, sou pior que o Tom Holland, portanto não me pressionem muito kk. E como Barbastella - A Origem já está totalmente escrito, se alguém insistir para postar um capítulo antes da hora, eu posto aahahahah. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro