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Décimo Terceiro

Naquela manhã, Richard acabava de descer as escadas de pedra, vindo do seu quarto no primeiro andar, quando ouviu um som tilintante vindo da cozinha. Esta não tinha portas a fechá-la e tinha ligação com a sala de jantar e hall de entrada através de arcos empedrados.

Um cheiro a comida chegou-lhe ao nariz. Quando entrou na cozinha, não queria acreditar na visão que teve. Na ilha improvisada, que era basicamente uma mesa de madeira, estava um completo buffet de sobremesas e bolos. Caleb encontrava-se perto do fogão a mexer algo numa panela.

- O que é que estás a fazer? – perguntou Richard, aproximando-se da mesa e cortando uma fatia do que parecia ser bolo de cenoura.

- Não sei – disse Caleb, pegando na panela e despejando o conteúdo numa travessa – Cozinho quando estou nervoso.

Richard afastou-se da mesa e percorreu-a com o olhar, contando os bolos que nela existiam: cinco.

- Sabes... se pegarmos nestes bolos e os empilharmos, temos aqui um bolo de casamento digno de um casamento real – concluiu, já a cogitar algumas ideias.

Nesse momento, o forno começou a apitar. Caleb calçou uma luvas e tirou lá de dentro algo a fumegar, pousando-o em cima do balcão.

- O que é isso? – perguntou Richard, curioso, aproximando-se.

- Só o início de um bolo de chocolate com doce de leite, frutos vermelhos e ganache – explicou Caleb, verificando se o bolo estava bem cozido.

- Não sei o que é ganache, mas está bem. O que é que vais fazer com isto tudo?

- Provavelmente vou dar ao Charles e ao Harry para venderem, senão estraga-se.

Richard encostou-se à bancada junto do lava loiça, mordiscando a fatia de bolo de cenoura que estava bastante bom. Caleb era basicamente um MasterChef.

Conseguia adivinhar muito bem a razão do stress do pai, razão essa que o estava a fazer cozinhar como se fosse o chef de um restaurante cinco estrelas.

- Ouve, ele viajou meio mundo para conhecer os pais, duvido que vá desistir agora – disse Richard, referindo-se a Mark.

- Não sabes isso – protestou Caleb.

- Hum, sim... Pela minha família biológica não andaria nem um metro – confessou Richard.

- Obrigado, muito obrigado – ironizou Caleb.

- Mas por vocês viajava por todos os planetas até Plutão – destacou Richard, sorrindo e acabando de comer a fatia de bolo.

Caleb sorriu, orgulhoso do filho.

- Plutão já não é um planeta – lembrou.

- Podem dizer o que quiserem, mas para mim Plutão é um planeta – replicou Richard, revoltado – Não podem negá-lo, confirmá-lo e voltar a negá-lo outra vez. Pobre Plutão, deve estar traumatizado.

Um toque de campainha na porta de entrada, interrompeu-os. Richard sacudiu as mãos, livrando-se das migalhas.

- Já vou – gritou Richard, esperando que quem estivesse do lado de fora o ouvisse. Virou-se para Caleb antes de sair, falando já com um tom de voz normal – Pai, arruma a cozinha, pareces um maníaco.

- O que... – começou Caleb, mas Richard já tinha corrido para a rua, fechando a porta.

Quem havia tocado à campainha tinha sido Amelia, que se admirou de ver Richard a abrir a porta a correr e fechá-la outra vez rapidamente.

- O que é que se passa? – perguntou Amelia, espantada.

- É o meu pai, daqui a pouco abre uma pastelaria – explicou Richard.

- Está a cozinhar obcecadamente outra vez? – arriscou Amelia.

- Como é que sabes?

- Já é de praxe – comentou Amelia, encolhendo os ombros e rindo-se.

Os dois caminharam lado a lado, atravessando a praça na diagonal para chegarem o mais depressa possível ao NewScot.

- Achas que ele vai aceitar? – perguntou Richard, referindo-se a Mark.

- Eu quero acreditar que sim – disse Amelia – O que é que disse Rosie? Quer dizer, ela não nasceu vampira, foi transformada e descobriu pelo Caleb que vampiros existiam. Qual foi a reação dela na altura?

- Ela não disse nada. O meu pai passou parte da noite a cozinhar, e eu tenho a impressão que de ter acordado a meio da noite a ouvir o piano a tocar, por isso ela também deve ter ficado acordada – explicou Richard – Agora não sei onde estará.

- Estão bastante preocupados, não estão?

- É compreensível.

Quando passaram ao pé da estátua no centro da praça, Richard parou, olhando com atenção para esta.

- Acho que já se estão a repetir – comentou, fazendo Amelia parar também.

- Sim, lembro-me de ver este desenho o ano passado – concordou Amelia – John Southward teria um ataque se soubesse o que andam a fazer com a estátua dele.

Richard e Amelia riram-se. Já há bastante tempo que apareciam estranhos desenhos naquela estátua, na maioria das vezes, inventivos bigodes e sobrancelhas. Pouco depois, vinha sempre alguém limpar, mandando por Hans, mas os desenhos voltavam a aparecer. Era um mistério quem os fazia, mas Richard achava bastante engraçado e se fosse um dia normal, teria parado para tirar uma fotografia à arte. Colecionava todos os desenhos daquele "artista". Era o que fazia ter tempo a mais em Southward, as pessoas acabavam por arranjar hobbies estranhos.

Quando chegaram ao pé da pensão, Richard abriu a porta para Amelia entrar. A área de refeições e a zona do bar estava praticamente vazia. Charles não estava em lado nenhum, mas Harry encontrava-se ao pé de uma aparelhagem, tentando arranjá-la.

- Bom dia, Harry – cumprimentou Richard, ao reparar nos característicos cabelos castanhos e encaracolados deste.

- Então, o Charles ficou a dormir hoje? – perguntou Amelia.

- Sim, ele ficou acordado até às três da manhã – explicou Harry, baixando de seguida a voz – Ouçam, não sei se vocês se vão gostar de ouvir isto.

- O quê? Mark foi embora? – perguntou Richard, temendo o pior.

- Não, ele ainda está lá em cima – esclareceu Amelia, conseguindo ouvir um bater de coração e vários movimentos no andar superior. Mark já havia acordado.

- Sim – confirmou Harry – Não é isso. Ontem, quando Mark desceu para jantar, Charles disse-me viu Hans com ele.

Amelia e Richard permaneceram em silêncio. O que quereria Hans com Mark? Amelia começou a ficar ainda mais stressada.

- Sabes o que estiveram a conversar? – perguntou Amelia, com a voz um pouco a tremer.

- Charles apenas apanhou a conversa a meio – explicou Harry – Hans apenas falou com Mark sobre idades e sobre se, alguma vez Mark quisesse saber mais sobre vampiros, que lhe pedisse alguns livros da sua biblioteca.

- Não parece nada do estilo dele – observou Richard.

- Não tenho a certeza se nos devemos preocupar – disse Amelia, pensativa. Mas pelo que conhecia do pai, devia-se sempre desconfiar.

- Que intenções é que ele pode ter? – ponderou Richard.

- Não sei. Eu pensava que quando Hans descobrisse sobre a existência de Mark, quisesse mandá-lo embora – confessou Amelia – Mas ele parece não ter dito nada disso.

- Eu e Charles vamos ficar atentos – prometeu Harry, também preocupado.

- Obrigada.

Ficar atentos estava no limite do que poderiam fazer.

* * * * *

Quando Mark desceu as escadas, reparou em Amelia e Richard na zona de refeições a esperá-lo. Caminhou até eles e sentou-se na mesa onde se encontravam. Mal o fez, Harry aproximou-se e colocou dois pratos na mesa, cada um com uma tosta mista, em frente de Richard e Mark.

- Pensei que também terias fome, então fiz uma a mais – explicou, afastando-se.

Os três permaneceram em silêncio durante alguns segundos, até que Mark decidiu falar.

- Quero conhecê-los – disse simplesmente.

Os olhos de Amelia e Richard abriram-se muito, e olharam um para o outro, encantados.

- Queres mesmo? – perguntou Amelia, querendo confirmar novamente aquilo que acabara de ouvir.

- Sim – confirmou Mark, suspirando – Então, como é que isto vai funcionar?

- Eu vou chamá-los – explicou Amelia – E para vocês não serem interrompidos e para o encontro ser um lugar neutro, pensamos que vocês poderiam falar aqui, no NewScot. Na cave há um lugar que costuma usar para fazer festas e também ocasionalmente como cinema, então achamos melhor ser aí.

Mark lembrou-se das vezes que ouvira barulhos estranhos vindo da cave. Então além de arrumações, também servia como NewScot 2.0.

- Posso levar a minha tosta? – perguntou, levantando-se.

- Sim, eu também levo – confirmou Richard, imitando-o.

Este seguiu na frente de Mark para indicar o caminho, mas antes de darem mais passos, Amelia interrompeu-os, lembrando-se de algo importante.

- Esperem! – exclamou, lembrando-se de algo – Mark, eu sei que ontem falaste com o meu pai, Hans.

- Como é que... – começou Mark, mas percebendo depois que num sítio pequeno, as notícias corriam mais rápido que a velocidade da luz. Ainda por cima num local onde viviam vampiros com super audição – Sim, o que é que tem?

- Não contes nada a Rosie – pediu Amelia – Ela e Hans não têm uma boa relação.

- Parece que ninguém tem uma boa relação com Hans – gracejou Mark, parando depois de ver o ar sério de Amelia – Está bem, não digo nada.

Amelia saiu depois para se encontrar com Caleb e Rosie. Richard deu sinal a Mark para o seguir. Começaram os dois a descer as escadas e Mark começava a recear cair pois não havia nenhuma luz.

- Esqueceram-se de colocar lâmpadas? – perguntou.

- Não, simplesmente não vêm a necessidade para isso, como conseguem ver no escuro – explicou Richard – Mas lá em baixo já há uns interruptores.

As escadas para a cave eram mais ingremes e compridas do que as escadas do rés de chão para o primeiro andar. Quando finalmente chegaram ao fundo, Richard caminhou para aquilo que parecia ser a sombra de uma parede e acendeu uma luz. Mark piscou várias vezes os olhos, tentando se habituar à súbita luminosidade.

Surgiu uma pequena divisão na sua frente com algum sofás, designando duas áreas separadas de convívio. Também encafuado entre as escadas e uma parede, encontrava-se um velho piano.

- É só isto? – perguntou Mark, sentindo-se desiludido.

- Nem por isso.

Richard caminhou para uma parede que Mark ainda não tinha reparado. Esta tinha um pequeno arco que dava lugar para uma área escura. Richard entrou na escuridão e Mark seguiu-o. Quando se acendeu uma luz, foi possível ver uma área que parecia ser tão grande ou maior que a área de refeições e bar juntas no andar superior.

Esta tinha várias lugares para se sentar com múltiplos sofás e ainda áreas de mesas. Do seu lado direito, na parede do fundo, existia uma enorme tela branca para projeções e algo que parecia ser uma máquina de karaoke.

- Belas festas – comentou Mark, sentando-se numa das mesas e tentando acabar de comer a sua tosta.

Richard sentou-se a seu lado, começando também a comer. Algum silêncio se instaurou entre os dois, e Mark decidiu aproveitar a oportunidade para se livrar de algumas dúvidas.

- Então – começou Mark – Também foste adotado, certo? Como foi crescer com Caleb e Rosie?

- Posso dizer que foi mil vezes melhor do que crescer com a minha família biológica – explicou Richard.

- Porquê?

- Bom – começou Richard, tentado acabar de mastigar a tosta – Os pais da minha mãe biológica mudaram-se com ela e as irmãs, da Índia, quando ela era muito jovem. Vieram para Londres. Ela cresceu com a cultura ocidental à sua volta, muito embora os pais fossem conservadores, querendo preservar os costumes indianos.

"Um dia, arranjou um namorado inglês, mas não disse nada aos pais. Namorou com ele alguns meses ao fim dos quais acabou por descobrir que estava grávida. O rapaz fugiu e, é claro, teve de contar aos pais o que acontecera. Estes ficaram fulos e prenderam a filha dentro de casa o resto da gravidez, porque, segundo eles, aquela gravidez era uma desonra aos seus costumes e se alguém descobrisse ela nunca arranjaria um marido decente.

Quando entrou em trabalho de parto, apenas a mãe, algumas irmãs e uma empregada da sua confiança estava com ela. Eu nasci saudável, mas algo correu mal no pós-parto e ela acabou por falecer. Os meus avós biológicos não quiseram ficar comigo, muito menos as irmãs. Então disseram à empregada para fazer o que quiser, mas que tirasse aquela criança da sua casa. Assim, essa empregada decidiu levar-me até à sua cidade natal, Edimburgo, e entregou-me a uma instituição. Contou toda esta história, mas não disse nenhuns nomes para proteger a família. E aqui estou."

Mark olhou fixamente para Richard enquanto ele contava aquela história. Até se esquecera de comer.

- Isso é terrível – disse, um pouco em choque.

- Eu não me lembro de nada, então não me incomodo – confessou Richard, acabando de comer a sua tosta – E sabendo da história, só dou graças por não ter crescido com os meus avós.

- Sim, bom, no final acabaste melhor do que eu – comentou Mark, pensativo.

- Como assim?

Mark acabou por não explicar pois ouviram vários passos a descer as escadas. Richard levantou-se e Mark imitou-o. A primeira a surgir na sala foi Amelia, seguida pela mulher de cabelos azuis que Mark já sabia ser Rosie. Depois apareceu alguém que Mark, de início, duvidou ser real.

Caleb era mesmo muito parecido com Mark. Este mirou-o durante alguns segundos, tentando encontrar diferenças. Os olhos do pais tinham uma cor avermelhada e o seu cabelo era um pouco mais comprido. O seu estilo de roupas também era diferente, mas tirando isso podiam se passar pela mesma pessoa.

- És mesmo tu? – perguntou Caleb. Mark notou que a sua voz era também um pouco mais suave que a sua, além de possuir um forte sotaque britânico.

Sem esperar pela resposta, Caleb aproximou-se de Mark e abraçou o filho. Este ficou espantando e sem reação por um segundo, mas depois também o abraçou. Viu pelo canto do olho, Amelia pegando no braço de Richard e levando-o da sala, para a divisão anterior, deixando-os sozinhos.

Rosie também não tinha a certeza como deveria reagir naquela situação, mas acabou por se aproximar e abraçou o filho que julgava que nunca mais veria.

Após largos segundos, Caleb acabou por largar Mark, imitado por Rosie, e segurou-o pelos ombros, afastando-o.

- Olha, parece-se mesmo comigo – exclamou Caleb – É como tivesse tido outro gémeo que desconhecia.

- Mas não se parece mesmo contigo, olha para os olhos dele, claramente foi buscar isso a mim – contrapôs Rosie, sorrindo.

- Ele também é da mesma altura que eu.

- Eu sou da mesma altura que tu – contrapôs Rosie com um sorriso.

- Está bem, ganhas essa – cedeu Caleb, voltando a abraçar Mark, que não sabia nem o que fazer nem o que dizer, por isso apenas sorria.

- Para com isso, esmagas o rapaz – disse Rosie, afastando-os, mas aproveitando para também abraçar Mark – Sabes que pensámos em chamar-te Jonathan? – perguntou, afastando Mark e dando a este a oportunidade para respirar livremente pela primeira vez.

- Não, eu... bem, quando Amelia me viu pela primeira vez, chamou-me de Jonathan e eu não entendera bem o porquê – explicou Mark, um pouco nervoso com o encontro – Alguma razão em especial?

- Nem por isso – esclareceu Caleb – Por isso mesmo agora acho que Mark combina muito mais.

- Sim, eu não me vejo muito como Jonathan – admitiu Mark, sorrindo, tendo a oportunidade para analisar os dois atentamente. Nem queria acreditar que eles eram os seus pais, parecia irreal.

Caleb e Rosie pareciam bastantes entusiasmados, mas, a certa altura, teriam que se referir ao elefante na sala.

- Como, hum, como estás a gerir toda esta situação dos vampiros? – perguntou Rosie, sendo a primeira a tomar coragem de tocar no assunto.

- Bom, não vou mentir, é estranho – confessou Mark, com um pequeno sorriso nervoso – No entanto é interessante descobrir que tudo isto que pensava ser uma lenda afinal é realidade.

- Ouve, nós não vamos esperar que nos vejas mesmo como pais, até porque parecemos ter a tua idade – afirmou Caleb, não querendo que o filho se sentisse forçado a nada – Espero ao menos que fiquemos amigos.

- Que idade é que vocês têm, exatamente? – perguntou Mark, curioso. Hans não lhe dissera nada de concreto.

- Eu nasci já vampiro então é muito difícil dizer com que idade é que parei de envelhecer, mas foi por volta dos vinte e seis, vinte e sete anos – contou Caleb.

- Então pareces ter a minha idade – admirou-se Mark.

- Sim. Mas como nasci em 1887, na realidade tenho 132 anos.

- Uau! E pareces tão jovem! – brincou Mark, com uma gargalhada.

- Já eu, nasci humana e fui transformada quando tinha vinte e cinco anos – explicou Rosie – Se fosse humana, se calhar ainda estaria viva, porque tenho oitenta e oito anos.

- É incrível! Eu não tinha ideia de que isto era possível – exclamou Mark, novamente maravilhado com a situação – Sempre fui tão cético com o sobrenatural. Brincava sobre o assunto, se era ou não possível, mas no fundo não acreditava mesmo.

- Vampiros não existiram sempre – lembrou Rosie, olhando para Caleb. Não sabia muito do assunto, mas tinha algumas ideias que poderia discutir com o filho se ele quisesse – Isto foi uma espécie de mutação genética.

- Como a evolução – continuou Caleb.

- Digamos uma evolução forçada – frisou Rosie.

- Sim, foi um veneno – concluiu Caleb.

Os dois falavam e completavam as frases um do outro como se tivessem ensaiado em casa.

- Grande veneno, capaz de criar vampiros – disse Mark, espantado.

- Um veneno criado pela fusão de outros venenos – esclareceu Rosie – É uma história complicada, digna de um drama vencedor de Óscar. Resumindo, uma mulher morreu, um homem vingou-se no médico, misturou um monte de venenos na água do outro, o médico bebeu, e assim nasceram os vampiros.

- Sim, resumindo bastante, é isso – confirmou Caleb.

Mark voltou a sentar-se na mesa. Rosie e Caleb imitaram-no. Tinha de lhes perguntar algo que na verdade fora o que o movera naqueles dias. Era a pergunta que mais temia fazer e tinha bastante medo da resposta.

- Então, eu não sei se vos devia perguntar isto, porque o passado fica no passado e isso tudo, mas eu tenho que saber – começou Mark, lentamente, temendo tocar num assunto que não deveria.

- Porque é que te demos para adoção? – perguntou Caleb, olhando para Rosie.

- Exato – confirmou Mark após um silêncio.

Rosie engoliu em seco e iniciou a história. Tinha treinado durante a noite todas as formas da qual poderia contar ao filho o que acontecera e aquela parecera a melhor.

- Há cerca de vinte e poucos anos atrás surgiu algo chamado mendax – explicou.

- Nunca ouvi falar – interrompeu Mark, depois avisando-se mentalmente para deixar de interromper as pessoas, principalmente os pais quando estavam a contar-lhe uma história que ele tanto queria saber.

- Nem devias. Isto foi criado só para vampiros e basicamente revolucionou a forma como vivemos – destacou Rosie – Todas as histórias de vampiros descrevem como gostamos de sangue e precisamos dele para viver, de outra forma definhamos... E sim, isto é verdade, mas não precisamos de todo o sangue, apenas algumas vitaminas e substâncias que nele existem.

"Assim, há alguns anos atrás, os vampiros de um clã chamado Médici conseguiram obter estas substâncias sinteticamente e modificaram a fórmula para que toda e qualquer vontade de beber sangue desaparecesse. É como um efeito prolongado. Bebendo um pacote desses todos os dias, podemos viver entre humanos à vontade, sem problemas, pois não teremos vontade de os atacar se, por acaso, não tivermos uma fonte de sangue recorrente e estável."

- Antes do mendax, se tivéssemos fome, esta aumentaria de tal forma rápido, que correríamos o risco de atacar alguém – completou Caleb, pois Rosie começava a ficar com a voz um pouco embargada – Bebendo mendax regularmente, mesmo falhando um ou dois dias, não há problema, pois essa vontade só surge após uma semana.

- Então vocês deram-me para adoção porque havia o risco de me atacarem? – perguntou Mark, juntando os pontos.

- E porque a tua irmã estava a entrar na adolescência – explicou Rosie, já um pouco mais calma – Nessa fase os vampiros começam a ganhar a sua sede e esta é triplicada. Quando os vampiros são adolescentes, é quando são mais perigosos.

- Quando mendax começou a ser produzido, nós tentamos procurar-te, mas já tinhas sido adotado – disse Caleb, tristemente.

- Pelo jeito, eu nasci cedo demais, é isso? – perguntou Mark, apercebendo-se depois do que dissera. Eles apenas tinham tentado protege-lo. Na realidade, não tinham tido culpa.

Caleb e Rosie permaneceram em silêncio. Não tinham contado tudo o que acontecera, mas por enquanto devia ser o suficiente para apaziguar a curiosidade de Mark. Todavia, este ainda não percebera uma coisa.

- Como podem os vampiros ter filhos humanos? Se é assim tão perigoso?

- Bom, é uma coisa rara de se acontecer, mas é possível – explicou Caleb.

Mark olhou para os pais, tentando ler nas suas faces se o que eles diziam era verdade. A sua cabeça estava tão cheia de novas informações... Ainda não conseguira processar metade. Ficava a questão: ele já conhecera os seus pais biológicos. Não planeara mais nada para além disso.

Deveria Mark partir de Southward, ou ficar e conhecer realmente a família?

* * * * *

Nota da Autora:

Olá meus seres! O que acharam do reencontro tanto esperado? Como acham que a história vai prosseguir daqui em diante? Façam as vossas apostas! 

Outra coisa, o que acham de eu criar um grupo no Whatsapp ou página no Facebook de Barbastella para poderem ver os mil e um memes que eu crio da história? E também vão ficando a par do progresso do segundo livro de Barbastella, que devo dizer que ainda mal comecei, ahahaha. As ideias estão aqui, o inicio, o meio e o fim, mas criar ligação entre tudo é mais complicado xD Deixem a vossa opinião.


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