Décimo Sétimo
Poucas pessoas encontravam-se dentro do NewScot. Mark conseguiu esgueirar-se escadas acima sem que ninguém o visse. Abriu com dificuldade a porta do quarto, pois as suas mãos tremiam, além de o seu pulso esquerdo começar a ganhar uma cor vermelha incaracterística.
Entrou no quarto e fechou a porta, encostando-se a ela. Fechou os olhos, ainda a tremer. Na rua, ouviu o barulho de um mocho a piar, o que assustou mais do que deveria, dando quase um salto. Aproximou-se das janelas e verificou se estavam fechadas, correndo todos os cortinados. Olhou para a porta e correu para ela, empurrando o cadeirão existente no quarto para a sua frente.
Sentou-se no chão, ainda não se sentindo seguro. Provavelmente, nunca mais se sentiria. Não se conseguia mexer. Parecia que a qualquer momento alguém ia entrar no seu quarto para o matar. Como saíra à rua no dia seguinte? Como encararia Rosie e Caleb, toda a gente?
Encolheu as pernas até se aproximarem do peito o mais possível e apoiou a cabeça nos joelhos. A sua respiração ainda não normalizara. Fechou os olhos, tentando se acalmar. Porque é que ele insistira em procurar os pais biológicos? Roubara todo aquele dinheiro de Steve e agora nem poderia voltar aos Estados Unidos sem ser preso. O que faria da vida? Tudo estava arruinado. E Wally que nunca mais o atendera? Também não é como se ele lhe pudesse ligar, Mark não tinha rede ou internet no telemóvel desde que chegara a Southward...
Só queria falar com alguém que o entendesse. Mas não alguém como Richard que vivera com vampiros toda a sua vida. Aquilo para ele era normal. Não para Mark. Não para qualquer outra pessoa. Mark precisava de falar com o seu melhor amigo. Mesmo que Wally não acreditasse nele.
Eventualmente, Mark acabou por adormecer, encostado à porta do quarto. Felizmente, não teve quaisquer sonhos nesse meio tempo. Embora tenha acordado de madrugada, tentando virar-se como se estivesse na cama e, com isto, caindo de lado, sem qualquer apoio.
Acordou repentinamente, assustado, percebendo depois onde se encontrava. Novamente tentou levantar-se apoiando-se na mão com o pulso ferido, recolhendo-a depois. Esperava que fosse apenas uma torção e nada muito grave.
O que o enervara mais em toda aquela situação, fora o facto de não se conseguir defender. Toda a vida ripostara contra aqueles que lhe queriam mal e maior parte das vezes saíra vencedor, ou pelo menos sabendo que poderia ganhar numa próxima altura, mas naquela situação... sentira-se inútil e indefeso. Isso era algo que ele odiava sentir.
Levantou-se e caminhou até à sua mesa de cabeceira, pegando num dos livros que Hans lhe emprestara, "Viver com um Vampiro". Queria saber se havia alguma forma de se defender contra aqueles seres sobrenaturais. Sentou-se na cama e acendeu a luz da mesa de cabeira. O silêncio incomodava-o, mas se colocasse os seus headphones e deixasse de ouvir o que o rodeava, com certeza sentir-se-ia pior.
O primeiro capítulo que leu era sobre a alimentação dos vampiros, mas, como parecia ser comum naquele livro, as explicações estavam integradas entre diversos exemplos e relatos de situações que alguém vivera, provavelmente o autor.
"A principal fonte de alimentação dos vampiros é o sangue. Este poderá ser de humanos ou animais. O humano sacia os vampiros mais rapidamente, enquanto o animal tem uma ação mais lenta. Isto torna o sangue humano mais preferível aos olhos de vários vampiros. Também podem se alimentar de comida humana para se integrarem na sociedade, mas não faz mais efeito como antes.
Os vampiros começam a se alimentar de sangue por volta dos dez anos de idade. Na gravidez, os nutrientes que a mãe ingere costumam ser suficientes para a criança crescer até ter idade de aprender a caçar. Assim, a adolescência de um vampiro é a altura mais perigosa da sua vida, pois é aí que começam a surgir os seus poderes além de que a vontade e atração ao sangue é três vezes maior do que num vampiro formado."
Aquilo confirmara o que Rosie e Caleb tinham contado a Mark. O facto de Bella estar a entrar na adolescência na altura do seu nascimento, tornara ainda mais difícil tomar a decisão de se deveriam ou não ficar com o filho.
Ao folhear o resto das páginas, encontrou uma anotação escrita a caneta no final do capítulo que fazia referência ao tal mendax, que Mark ainda não percebera muito bem como funcionava.
"Surgiu recentemente uma novidade, no campo da alimentação. Um clã italiano, os Médici, especializado no estudo da ciência vampírica, conseguiu criar uma mistura sintética que sacia a sede dos vampiros, inibindo até a atração ao sangue humano. Esta fazia com que muitos vampiros se afastassem dos humanos, graças ao risco de os atacar. Se tivessem pouco autocontrolo à sede, tal poderia se tornar um desastre.
Esta mistura sintética, de nome "mendax" (latim para mentira, falso) veio a resolver muitos dos problemas de socialização dos vampiros e hoje em dia estes podem viver entre humanos normalmente, tendo apenas o cuidado de esconder o facto de que não envelhecem. "Mendax" apenas tem dificuldade em saciar a sede de sangue aumentada dos adolescentes ou recém vampiros, que continuam a ter de se alimentar de sangue após a transição. Apenas quando a completam, podem começar a usar o "mendax" de forma eficiente."
Mark passou os dedos pela inscrição. Felizmente fora feita a caneta, caso contrário já teria desaparecido naquelas páginas frágeis.
Continuou para o capítulo seguinte do livro. Este fazia referência à fisionomia dos vampiros, e começava por referir o facto de o sistema dos vampiros funcionar normalmente quando consumiam comida humana.
"A aparência de um vampiro é semelhante à de um humano, mas interiormente são diferentes. Quando um vampiro se alimenta apenas de sangue o seu coração não bate. Se ingerir comida humana, o corpo volta a funcionar normalmente até completar a digestão, incluindo o bater de coração. Se um vampiro estiver a ser perseguido por caçadores, pode ingerir comida para os enganar e se integrar mais facilmente. Os vampiros não precisam de respirar, mas normalmente fazem-no para usufruir do sentido de olfato aumentado ou para se encaixar na sociedade humana."
Ao que parecia, os vampiros que Mark anteriormente imaginara, não eram tão diferentes dos reais. Eles nem precisavam de respirar. Significaria isso que eles poderiam até viver debaixo de água? Passou à frente várias páginas e continuou a ler.
"Graças à sua capacidade de regeneração, toda a fisionomia de um vampiro é melhorada. A pele e o cabelo tornam-se suaves e hidratados e os olhos, desde o azul ao preto, do castanho ao cinzento, tornam-se mais brilhantes. Qualquer enfermidade que teriam enquanto humanos, será curada na transformação. Como possuem uma incrível capacidade de regeneração, se forem feridos enquanto vampiros, curam-se rapidamente.
Para poder beber de forma mais eficiente o sangue da sua presa, os vampiros desenvolvem dois dentes caninos mais afiados que o normal. Estes começam a crescer pouco após a sua transformação e em pouco tempo substituem os caninos de humano. Os novos dentes apenas surgem quando se transformam. Enquanto estão em forma de humano retraem e os outros dentes unem-se para esconder a sua presença.
Os novos dentes também são importantes na propagação da espécie pelo veneno. Ao contrário dos puros, um vampiro consegue controlar quem ele quer transformar. Ao se concentrarem, conseguem substituir a sua saliva por um veneno que transformará qualquer humano num vampiro como eles."
Era a primeira vez naquele livro que o autor se referira ao puros. Ou conhecia muito sobre a história vampírica, ou era mesmo um vampiro. Ainda não tinha muitas certezas e, quanto mais lia, mais duvidas surgiam.
Passou à frente o capítulo da regeneração o qual já tinha lido anteriormente, lendo apenas alguns dos exemplos e casos reais que o autor descrevera. Assim, chegou ao penúltimo capítulo que falava sobre as habilidades dos vampiros. Aquele livro começava a parecer-lhe um episodio daqueles programas sobre vida animal.
"Os vampiros são mestres da camuflagem. O seu aspeto é semelhante ao dos humanos para se confundirem, mas quando se transformam na sua real forma, nota-se que este ser é diferente dos outros.
Um vampiro mostra a sua forma real quando as suas emoções se descontrolam, normalmente por raiva, excitação ou quando se prepara para atacar. Os seus olhos adquirem uma luz própria, pelo que, à noite, poderão se assemelhar com duas pequenas lanternas a observar na escuridão."
Esta última descrição fez Mark se lembrar dos últimos acontecimentos que começavam já a ficar perdidos na sua mente. Tocou no seu pescoço, acreditando que ficaria com nódoas negras. Mas não iria contar a ninguém o que acontecera. Dispensava mais confusões.
Fechou os olhos, respirando fundo, e voltou à leitura.
"A sua pele ganha tons que podem ir do branco ao cinzento e também surgirão hematomas ou cicatrizes antigas que apenas se revelam na sua real forma.
As habilidades de um vampiro diferem, dependendo da sua propensão genética. Alguns são muito rápidos, outros muito fortes e alguns nem tanto assim. Também a sua capacidade de visão, audição, olfato e tato difere de vampiro para vampiro, tal como a habilidade de persuasão, que cada vez é mais rara. Normalmente, as suas habilidades complementam-se umas às outras. Assim, quando um vampiro é muito veloz, tudo no seu corpo adapta-se para que possa tirar mais partido da sua habilidade."
Mark leu novamente o último paragrafo. Nem todos os vampiros tinham a mesma intensidade de poderes. Se um era muito rápido, não seria tão forte. Nesse momento, perguntou-se qual seriam os poderes mais fortes daqueles que conhecia. Até ao momento, só testemunhara a persuasão de Amelia, o que fora bastante estranho. E o que significava a raridade da capacidade de persuasão? Será que alguns vampiros não a possuíam?
Quanto a Erick, este parecera forte, mas provavelmente existiriam vampiros mais fortes do que ele. Podia até ser que a força de Erick fosse considerado o "normal" entre vampiros. Quão forte poderia ser um vampiro? Quão rápido?
Quando chegou ao último capítulo, o mais longo pois tinha diversos relatos, Mark percebeu que aquele era o que espera ler desde o princípio: "Reprodução". Porque é que um humano nascera como filho de dois vampiros...
"Como os vampiros têm genes humanos no seu ADN, existirá uma probabilidade de os filhos não nascerem como os pais. Se dois vampiros tiverem um filho, este terá cerca de 10% de probabilidade de nascer humano, isto porque os genes vampíricos são mais fortes e normalmente inibem o gene humano. Se um vampiro tiver relações com um humano, as hipóteses ficaram sobem, 30% para humano e 70% para vampiro.
Durante séculos isto fez com que pais vampiros abandonassem ou até assassinassem os filhos humanos pois tê-los era considerado uma vergonha, uma abominação. Como crianças não podiam ser transformadas antes da adolescência (o stress que esta causava no corpo acabava por mata-las) os vampiros deviam deixar o filho partir. Deixar um humano viver junto de vampiros acabaria por se tornar uma tentação, mesmo sendo o próprio filho."
Os vampiros deviam deixar o filho "partir"? Significava isso que maior parte dos vampiros matavam os próprios filhos se eles nascessem humanos? Mark afastou o livro, enjoado, recusando-se a ler os relatos.
Mark tivera uma probabilidade de um em dez de nascer humano e fora isso que acontecera. Riu-se para dentro, pensando em atualizar o seu slogan. "Mark Henderson: desafiando probabilidades desde o berço".
Encostou-se à cabeceira da cama, fechando os olhos. Como teria sido a sua vida se tivesse nascido vampiro? Se tivesse crescido perto de Rosie e Caleb e junto da irmã? Também não podia deixar de se perguntar o que sentia Bella sobre tudo aquilo. Ela parecia odiar Mark. Só gostava de saber o porquê.
* * * * *
O dia começava a amanhecer quando, na casa de Erick, Bella acordava de forma repentina. Um estranho sonho perturbara o seu sono, mas já não se lembrava dos pormenores. Levantou-se e começou a vestir-se, tentando não acordar Erick. Não estava para o ouvir.
De madrugada, quando a festa estava quase a terminar, Bella decidira voltar para a casa de Erick. Encontrou-o a ele e aos amigos, bastante divertidos e a falar a altos berros. Quando a viram, calaram-se e foram-se embora. Ninguém o confessava, mas todos tinham um pouco de medo dela.
Passou a noite com Erick e, novamente, acordava de manhã com um peso no estômago.
- O que estás a fazer? - perguntou Erick, estremunhado e sentando-se na cama, acordado pelas movimentações de Bella.
- Vou-me embora - informou esta, acabando de se vestir - Vou ver se finalmente consigo falar com Hans.
Erick levantou-se, procurando pela sua própria roupa.
- Posso perguntar-te uma coisa?
- Vale a pena dizer que não? - Bella suspirou, e parou perto de um espelho, virando-se para encarar Erick.
- Passas muito tempo com Hans. Tu e ele estão envolvidos? - insinuou Erick.
- Envolvidos? - questionou Bella, não percebendo onde este queria chegar.
- Sim, tu sabes...
Quando finalmente Bella percebeu o que o ruivo queria dizer, desatou a rir.
- Eu? Com aquela múmia? Nunca fui dada a necrofilia.
- Sou trezentos anos mais velho do que tu - declarou Erick, franzindo o sobrolho.
- Ninguém é perfeito - disse Bella, olhando-se ao espelho e sacudindo o cabelo.
Preparava-se para sair do quarto, quanto Erick se aproximou rapidamente dela e a agarrou por um braço. Bella sacudiu-o violentamente, começando a ficar farta deste.
- Porque é que és assim? - quis saber Erick.
- Assim como?
- Tão de mal com a vida - esclareceu Erick - E ficaste ainda pior com a chegada de Mark. Pensei que ficasses a chegada do teu irmão.
- Feliz? - escarneceu Bella - Ele arruinou a minha vida!
- Nem sequer cresceste com ele.
Bella virou-se querendo ir embora, mas mais uma vez Erick pegou-a pelo braço. Desta vez, Bella empurrou Erick, fazendo-o cair para cima da cama.
- Se me voltas a tocar mais uma vez... - ameaçou.
- Que raio se passa contigo? - bravejou Erick, permanecendo sentado.
Bella olhou para Erick, querendo atirá-lo pela janela. Todavia, suspirou e encostou-se à porta do quarto. Desabafar com Erick ou com uma pedra era a mesma coisa, então mais valia aproveitar enquanto estava lançada.
- Sempre quis ter um irmão - começou Bella, evitando olhar para Erick - Pelo menos até aos meus treze anos. Assim que a minha mãe teve o Mark e descobriu que ele era humano... Tudo mudou. Eles nunca mais foram os mesmos. Não me prestavam muita atenção. Quando tentaram-no encontrar novamente pensei que assim que o fizessem tudo voltaria ao normal... Mas não o encontraram e além disso trouxeram para casa um bebé que precisava de muita atenção. Os meus pais esqueceram-se de mim. Não me negligenciaram, mas com certeza que não me deram a mesma atenção que poderiam ter dado se eu não tivesse tido um irmão.
Erick permaneceu em silêncio durante vários segundos. Coçou a cabeça.
- Bom, não posso comentar - acabou por dizer - Eu fui o irmão mais novo que roubou toda a atenção.
Bella dirigiu-se para Erick, furiosa. Todavia, não fez mais nada a não ser lançar-lhe um olhar aterrador.
- Uma vez idiota, sempre idiota - praguejou antes de sair do quarto a uma velocidade sobre-humana.
Poucos segundos depois, Bella encontrava-se no seu quarto, tendo saltado do chão para o primeiro andar, passando pela porta da varanda que deixara destrancada na noite anterior. Entrou na divisão um pouco desarrumada e tirou o casaco, lançando-o para cima da cama. O quarto tinha uma decoração que variava entre o laranja e o rosa, as cores favoritas de Bella.
Decidiu tomar um banho frio para clarear as ideias. Ao abrir a porta do quarto, tentou ouvir se alguém estava acordado e descobriu que Richard ainda estava a dormir, mas que Rosie e Caleb já andavam pela casa. Felizmente, raramente subiam ao primeiro andar e também não tinham o costume de usar a sua audição sobrenatural para ouvir os outros.
Dirigiu-se à sua casa de banho, que embora estivesse no corredor, apenas ela usava. Tomou um duche rapidamente, vestindo-se também o mais rápido possível, voltando a sair pela varanda. Queria falar com Hans, algo que não havia conseguido fazer no dia anterior. Ainda se perguntava o que Mark fazia com ele. Porque é que Hans lhe tinha entregado aqueles livros? Isso era algo que pretendia descobrir naquele dia.
Correu todo o caminho até à mansão de Hans, chegando lá em segundos, servindo também para este não se aperceber da sua chegada. A mansão possuía um terraço perto da porta de saída pela sala de estar, mas estava elevado do chão, sendo difícil para um humano o escalar. Mas Bella deu um salto e logo estava em cima do chão de pedra. Era um terraço grande, com um pequeno jardim com uma fonte no seu centro. Abriu a porta e entrou na sala, tentando perceber onde se encontrava Hans.
A princípio, Bella não queria acreditar no que estava a ouvir, mas tinha a certeza de que Mark se encontrava novamente com Hans. Subiu as escadas para o primeiro andar e quando ia para abrir a porta do escritório, esta abriu-se de rompante por Hans que olhou para ela com um sorriso no rosto.
- Ah, é mesmo contigo que queria falar - declarou.
Bella espreitou para dentro do escritório, vendo que Mark se encontrava sentado numa das cadeiras diante da secretária. Conteve um suspiro de irritação.
- Eu vou andando - disse Mark ao ver Bella, levantando-se de seguida.
Passou por Bella sem a cumprimentar. Ela reparou que Mark vinha com um suéter com a gola um pouco pequena e quando ele colocou as mãos nos bolsos, notou que um dos seus pulsos estava um pouco inchado e com uma cor arroxeada.
- Que raio aconteceu? - perguntou assim que entrou no escritório e Hans fechou a porta.
- Não sei, ele não quis dizer - respondeu Hans.
Ele sentou-se atrás da sua secretária, ajeitando a cadeira.
- Não, porque é que estás tão amiguinho dele? - perguntou Bella, revoltada - Pensei que serias a última pessoa a querer que ele voltasse.
- Não fazes ideia do que eu quero - disse Hans, com uma pequena gargalhada.
- Porque não me esclareces? - pediu Bella, sentando-se numa das cadeiras ao pé da secretária.
Hans permaneceu em silêncio, recusando-se a falar.
- Ouve, eu sei dos teus planos verdadeiros, não daquelas tretas que contas ao Erick e amigos para teres o seu apoio e ajuda - frisou Bella, inclinando-se para a frente - Abre o jogo. Sabes que não conto nada a ninguém. Nunca contei.
Hans apoiou os cotovelos na secretária e suspirou.
- Eu mudo de planos, mas nunca de objetivos, sabes disso - lembrou Hans, com uma voz misteriosa - Por isso peço que mantenhas a mente aberta quanto aquilo que te vou contar.
Bella encostou-se na cadeira, cruzando os braços.
- Começa a falar então...
* * * * *
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