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Décimo Quinto

A meio da manhã, Mark começou a subir a estrada empedrada que o levaria até à mansão. A sua intenção era conversar com Hans, mas não importaria encontrar Amelia. O que sonhara na noite anterior ainda o perturbava, particularmente o beijo que parecera demasiado real, embora essa parte do sonho não pudesse realmente ser considerada um pesadelo.

Ao aproximar-se da porta de entrada da mansão, procurou a campainha. Após premi-la durante alguns segundos, a porta abriu-se e uma mulher com cabelo castanho escuro e olhos avermelhados surgiu na frente de Mark: a sua tia. Ele até se tinha esquecido da existência dela.

Elisabeth mirou-o durante alguns segundos, quase não acreditando no que estava a ver.

- Mark? – acabou por perguntar, parecendo incrédula – Não consigo acreditar no quão és parecido com o meu irmão.

- Bom, estão me sempre a dizer isso – disse Mark, rindo-se, embaraçado – Suponho que sejas a minha tia Elisabeth.

- Sim, mas... embora pareças mais o irmão gémeo de Caleb do que eu... - Elisabeth sorriu, ainda atónita. Afastou-se, abrindo mais a porta, deixando Mark entrar na mansão – Gostava muito de ter comparecido ao jantar de ontem – confessou – Desculpa por não ter ido.

- Não tem problema – descansou-a Mark, sorrindo – Mas porque não vieram?

Elisabeth suspirou, encontrando uma forma simples de o explicar a Mark sem correr o risco de falar de mais.

- Bom, como a relação de Hans com Rosie não é a melhor, ele nunca vai aos jantares. Eu também não me sinto bem a ir sem ele, então maior parte das vezes prefiro ficar em casa – explicou rapidamente – Queres conhecer a mansão?

- Sim, claro – concordou Mark, percebendo que a tia estava com rodeios. Ainda tinha de descobrir mais sobre aquela história.

Seguiu Elisabeth até à sala, onde encontraram Hans sentado no sofá, lendo um livro muito calmamente. Pela expressão surpreendida da tia, Mark percebeu que este provavelmente não se encontrava lá anteriormente.

- Olá Mark – cumprimentou Hans, baixando o livro – Estava a perguntar-me quando virias.

Elisabeth passou o olhar de Hans para Mark, e depois novamente para Hans, com uma expressão confusa.

- Vocês já se conhecem? – estranhou Elisabeth.

- Conhecemo-nos no NewScot, há duas noites – explicou Mark, estranhando o ambiente. Porque Hans não teria contado à própria esposa que já conhecera o sobrinho?

- No NewScot? Mas...

- Não eras para ir a Castle Cove? – perguntou Hans, levantando-se e dirigindo-se a Elisabeth.

Elisabeth franziu o sobrolho para Hans ao que este respondeu com um rebolar de olhos. Mark não conseguia entender como alguns casais se conseguiam comunicar com aquele tipos de sinais. Elisabeth suspirou e acenou, mas não sem lançar um último olhar a Hans que Mark não conseguiu identificar.

- É verdade – acabou por dizer Elisabeth – Amelia e Richard foram até à cidade e eu prometi que lhes juntava mais tarde.

- Claro – disse Mark, enquanto Elisabeth lhe dava um longo abraço.

- Gostei de te conhecer – declarou Elisabeth – Conversamos mais noutra altura.

Uma vez que Elisabeth saiu da sala, Hans fingiu arrumar uns objetos numa pequena mesa, até que ela saísse por completo da mansão. Assim que o fez, Hans aproximou-se de Mark e colocou uma mão no seu ombro e direcionando-o para o corredor. Enquanto Mark seguia Hans, este fazia-lhe algumas perguntas.

- Como foi conhecer a família? – perguntou Hans assim que começou a subir as escadas para o primeiro andar.

- Bom, foi interessante – confessou Mark – Mas de alguma forma não foi como imaginava. Além... das razões obvias, pensava que assim que conhecesse os meus pais sentiria uma ligação imediata com eles, que me sentiria imediatamente em casa – Mark abanou a cabeça, acompanhado de uma pequena gargalhada – Nem sei porque estou a contar isto.

Hans sorriu misteriosamente, abrindo a porta do escritório. Fez sinal para Mark entrar primeiro e depois seguiu-o, deixando a porta aberta.

- Nem te vais sentir em casa durante algum tempo – explicou Hans, caminhando até uma estante e arrumando um livro que Mark nem percebera que este trouxera na mão – Lembra-te que só conheceste estas pessoas ontem. Podem ser a tua família, mas isso não significa que vás logo sentir que tens uma relação com eles.

- Isso é verdade – concordou Mark, encolhendo os ombros – Não sei, pensei que me fosse sentir de outra forma.

Hans passou uma das mãos pelos livros na estante e retirou um.

- Então, o que vieste fazer aqui? – perguntou, abrindo o livro e folheando-o aleatoriamente – Não foi só para conhecer Elisabeth, presumo.

- Não – confessou Mark. Será que Hans sabia que ele tinha vindo procurar Amelia? – Na verdade, eu vim ver os livros que me prometeu.

Hans fungou, sorrindo, e fechou o livro.

- Claro que vieste. Diz-me uma coisa: lês apenas em inglês?

Mark estranhou a pergunta e pensou um pouco antes de responder. Será que ainda se lembrava das poucas aulas que tivera na escola?

- Não, na verdade o espanhol é como uma segunda língua para mim. Tinha alguns amigos falavam pouco inglês, por isso aprendi – explicou Mark – Sei também um pouco de alemão.

- Ótimo! – exclamou Hans, virando-se para a estante e começando a escolher alguns livros – Tinha que perguntar, sabes, os americanos costumam ser muito egocêntricos, parece que não existe mais país no mundo a não ser o deles e nenhuma outra língua a não ser o inglês.

Hans entregou a Mark três livros, dois em inglês e outro em alemão. O livro alemão tinha o título "Vampire: Echte Geschichten", traduzindo-se para "Vampiros: Histórias Reais". Os livros em inglês chamavam-se "Viver como um Vampiro" e "A Dinastia Southward".

- Southward é o nome deste lugar – reparou Mark.

- Sim, mas também é uma longa linhagem de vampiros – explicou Hans – Mas vou deixar-te descobrir por ti próprio. Se me deres licença, tenho que ir ver se encontro mais um livro que te queria emprestar, mas não está aqui.

Hans saiu do escritório, deixando Mark sozinho. Este decidiu sentar-se numa das cadeiras em frente da secretária, e abriu um dos livros. "Viver como um Vampiro" era um livro que descrevia todas as características dos vampiros, desde a sua forma de alimentação até à fisionomia.

Um dos capítulos interessou especialmente a Mark, pois falava da capacidade de regeneração dos vampiros. Folheando-o, obteve algumas informações interessantes.

"Ao contrário das lendas e mitos, um vampiro não é, na verdade, imortal. A sua capacidade de regeneração poderá enganar os humanos, mas esta é efémera. A pele e ossos de um vampiro tem a mesma fragilidade de um humano, a diferença é que, quando estes são comprometidos, regeneram-se rapidamente. Os vampiros acabam por falecer, normalmente quando ultrapassam a marca de um milénio de idade."

Com tantas lendas, histórias e filmes, Mark nunca tinha parado para pensar no que poderia ser real ou não e pelo que parecia, o facto de os vampiros serem indestrutíveis era falso. Mas não percebera porque após terem mais de mil anos, eles morriam. A resposta veio a seguir.

"Um vampiro envelhece tal como um humano até ao final da sua adolescência, com ligeiras variações. Normalmente o seu envelhecimento estagna entre os vinte e os trinta anos.

Apesar do corpo de um vampiro se regenerar facilmente, o cérbero é quem controla esse processo. Este, apesar de tudo, é mais difícil de ser manipulado e continua a ter muitas semelhanças com o cérbero humano. Existe um limite para as suas capacidades. Em geral, quando um vampiro atinge o marco de um milénio, o cérbero deixa de controlar tão eficientemente a regeneração e, apesar de não envelhecer no aspeto, os órgãos de um vampiro começam a envelhecer.

Na história conhecida, o vampiro que sobreviveu durante mais tempo, faleceu com 1107 anos de idade, pertencendo ao clã Médici. O mais velho que permanece vivo tem 1052 anos e pertence ao clã Romanov."

Não soube explicar, mas o facto de perceber que, tal como os humanos, os vampiros tinham data de validade, ajudou-o a melhor aceitar tudo o que havia encontrado nos últimos dias. Não eram seres especiais, apenas tinham uma capacidade louca de regeneração que, eventualmente, começava a perder a força. Continuou a folhear o livro até que encontrou uma área que lhe interessou particularmente.

"Um vampiro pode morrer se for ferido gravemente e não repor o sangue necessário para ajudar à sua regeneração. Se for impedido de se alimentar por várias semanas, poderá morrer. Ao contrário das crenças, o alho não tem qualquer efeito sobre os vampiros, tal como o sol. Este mito surgiu do facto de os vampiros se esconderem durante o dia e apenas saírem para caçar durante a noite. Na realidade, a luz do sol não tem qualquer efeito sobre um vampiro exceto se ele transformar à luz do dia.

Sendo assim, a melhor forma de matar um vampiro será cortando-lhe a cabeça ou queimando-o, de preferência as duas coisas para evitar quaisquer riscos."

Mark fechou o livro, observando a capa. Aquele livro tinha demasiadas "dicas" sobre como matar vampiros. Será que um vampiro teria escrito aquilo? Não encontrou nada de relevante no nome, apenas a data do livro pareceu interessante, sendo que fora escrito durante a primeira guerra mundial.

Pousou o livro em cima dos restantes e levantou-se. Aproximou-se de uma das janelas espreitando para a rua. O tempo naquele lugar era sempre o mesmo: húmido, nublado, cinzento. Caminhou para as estantes e passou uma mão pelos livros. A maioria parecia ser bastante antiga. Perguntou-se como Hans os preservava.

Quando ouviu passos nas escadas, voltou para a cadeira e sentou-se. Hans entrou no escritório com um livro na sua posse e, sem dizer nada, sentou-se atrás da secretaria, pousando o livro na mesa e colocando as mãos em cima dele.

- Acredito que ninguém ainda te tenha contado sobre a origem dos vampiros – supôs Hans, parecendo sério.

- Disseram-me muito pouco – disse Mark, curioso.

- A primeira coisa que tens de saber, é que estes vampiros que conheces, nem sempre foram a única espécie de vampiros no mundo – explicou Hans. Suspirou, preparando-se para começar a contar uma longa história – Tudo começou cerca de seiscentos anos antes de Cristo, na Grécia Antiga, com um homem chamado Antícero Deimos...

* * * * *

Quando Hans acabou de contar a história de Antícero, Mark permaneceu em silêncio, tentando assimilar os pormenores. Uma mistura de venenos dera origem aos vampiros. Ou melhor dizendo, uma vingança sem razão, originada de um homem em sofrimento.

- Antícero não se tornou nos vampiros que conheces hoje – explicou Hans – Aquela espécie de vampiros era conhecida como os "puros".

- Parece um pouco aristocrático – disse Mark após deitar uma gargalhada.

- Era assim que eles se chamavam – confirmou Hans, permanecendo sério.

- E qual era a diferença, entre os vampiros de hoje e os de antigamente? – quis saber Mark.

- Os puros eram muito mais fortes, mais resistentes – explicou Hans – A sua pele podia ser comparada ao diamante graças à sua dureza. E os puros eram realmente imortais. Entenderás melhor as diferenças quando começares a ler os livros.

- Então porque desapareceram?

- Apenas o veneno original, criado acidentalmente por Emílio, poderia transformar um simples humano em puro. E quando terminou, acabou também a fábrica. O veneno dos puros apenas transformava humanos em vampiros. Para que estes se transformassem também em puros, era necessário que o mesmo puro o mordesse novamente. Mas uma vez que um humano se transformava em vampiro, era muito difícil prendê-lo. Sei que isto é muito confuso.

- Não conseguiam se reproduzir? – perguntou Mark, curioso.

- Não – explicou Hans – A única forma viável de transformar puros era o veneno original, cuja fórmula nunca foi descoberta.

- Ainda assim, deviam existir vários puros, sendo que estes eram imortais e basicamente indestrutíveis – supôs Mark.

- Excepto que os puros eram autodestrutivos. Apenas um puro conseguia matar outro e foi assim que eles começaram a desaparecer. Também começaram a existir grupos de vampiros que se organizavam para matar puros, um de cada vez, é claro. Mas os puros também andavam sempre sozinhos, por isso, não era difícil. Não foram feitos para viver em sociedade.

- Mas um grupo de vampiros conseguia matar um puro?

- Não, apenas apanhá-lo e mantê-lo preso. Foram criadas as formas mais imaginativas de prender um puro, muitas das quais permanecem segredo até hoje. Para o matar, só o mergulhando na lava de um vulcão ativo. No entanto encontrar um vulcão com lava disponível era complicado, como podes imaginar.

Hans permaneceu em silêncio durante alguns segundos, olhando para a capa do livro.

- Chegou uma altura na história do mundo onde os puros se tornaram tão raros, que já não se sabia quantos restavam. Nenhum puro é avistado há mais de setecentos anos. A teoria geral, é que os restantes se refugiaram e se deixaram desvanecer.

- Como assim? – perguntou Mark, estranhando a expressão.

- Um puro, se não se alimentar durante muito tempo, adormece e transforma-se em pedra. Neste caso, uma pedra tão dura como o diamante. A única forma de o acordar, é colocando perto de si uma vasta disponibilidade de sangue, dependendo da quantidade de tempo que esteve adormecido.

- Então podem existir puros adormecidos pelo mundo, mas ninguém sabe onde?

- Exatamente.

- Então... Eles não podem acordar por acidente? – perguntou Mark, tentando entender tudo aquilo – E se alguém cai perto deles e esfola o joelho?

- É preciso mesmo uma grande quantidade de sangue, digo igual a litros e litros de sangue disponíveis – clarificou Hans – Pelo menos para acordar os que supostamente estão adormecidos há já setecentos anos.

Hans empurrou o livro que mantinha debaixo das suas mãos, para Mark que pôde finalmente ver o seu título e autor: "O Nascimento dos Puros", por Hans Boden. Era o mesmo livro que Mark vira na mesa cabeceira de Erick, mas em inglês.

- Eu dediquei muitos dos meus anos de vida a estudar os puros e consegui reunir a informação neste livro.

- Quem publica estes livros, "Vampiros, Lda."? – brincou Mark, mas ao olhar para Hans interrompeu o riso.

- Penso que também gostarias de o ler – disse, ignorando o último comentário de Mark.

- Claro, obrigado – agradeceu Mark rapidamente, colocando o livro em cima dos outros que já tinha.

Hans olhou para a quantidade de livros que tinha entregue a Mark, começando a pensar se não lhe tinha dado demasiadas informações. Mas era isso que era preciso. Quanta mais informação Mark tivesse, melhor.

A audição sobrenatural de Hans captou alguém a aproximar-se da mansão. Não a esperava naquela manhã. Conteve um suspiro exasperado e decidiu se despedir de Mark, contudo, não poderia evitar o encontro dele com a pessoa recém-chegada.

- Acho que podemos nos despedir por agora – disse, levantando-se – E faz-me um favor: diz à pessoa que daqui a pouco me vem bater à porta, que hoje não estou para conversas.

Mark levantou-se, perguntando-se como ele sabia que alguém ia lhe bater à porta da mansão.

- Está bem, mas como é que sabes que vem alguém aí? – perguntou, curioso.

Hans não respondeu e Mark apenas o seguiu, descendo as escadas. Após se despedirem, Hans dirigiu-se para a sala. Sentindo-se despachado, Mark fez uma pausa antes de abrir a porta da rua, observando Hans. Caminhou um pouco para o lado, para ter visão direta sobre ele e viu-o a retirar um colar do pescoço com uma pequena chave e abrir uma porta, entrando na divisão e voltando a fechá-la.

Com a mente já cheia de informações, decidiu pôr de lado aquele mistério e ajeitou os livros num braço, de modo a ter o outro livre para abrir a porta. Assim que a abriu, deu de caras com Bella.

Esta, que não esperava ver Mark naquele local, deixou cair a sua máscara imperturbável, e abriu a boca, espantada.

- O que raio estás a fazer aqui? – perguntou Bella, de forma hostil.

- É algum crime? – contrapôs Mark, fechando a porta atrás dele – Vim apenas conhecer.

- E nesse processo também é necessário trazer livros? – Bella aproximou-se e pegou no livro do topo, que era o que Hans havia escrito – Quer dizer, como é que encontraste isto?

Mark tirou o livro das mãos de Bella e voltou a colocá-lo na pilha.

- Hans entrou dentro de uma sala qualquer fechada à chave e disse que não queria falar com mais ninguém hoje – informou, não respondendo à pergunta da irmã.

Afastou-se de Bella sem olhar para trás. Não entendia porque era tão desagradável. Não percebeu se a irmã chegou a entrar na mansão, apenas caminhou durante todo o caminho sem olhar para ninguém, isto até porque poucas pessoas passavam na rua.

Estava ansioso para ler os livros que Hans lhe entregara. Pela conversa que tiveram, embora breve, pudera já perceber mais sobre os vampiros, mas só lendo aqueles livros poderia descobrir mais informações. Era o máximo que poderia fazer numa cidade não tinha acesso à internet ou rede de telemóvel.

Entrou no NewScot, dando graças por se ninguém dirigir a ele. Suspirando de alívio e também de cansaço, tanto físico por carregar os livros, ou mental por causa de todas as informações que recebera naqueles dias, subiu as escadas lentamente. Esperava tudo, menos encontrar alguém a fazer-lhe uma espera à porta do quarto. Era um sujeito que parecia ter a idade de Mark. De cabelo ruivo e olhos claros, desencostou-se quando o viu, sorrindo.

- Então tu és o famoso Mark – exclamou.

- Sim – confirmou Mark, franzindo o sobrolho – E quem és tu?

- Pensei que era altura de nos conhecermos – disse, sorrido de forma dissimulada, com os seus dentes impecavelmente brancos – Chamo-me Erick.

* * * * *

Nota da Autora:

Surpresa! Apeteceu-me publicar um capítulo bónus, para captar a vossa atenção para o próximo sábado. O que acham que Erick quer de Mark?

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