Cap 11
Cierra narrando
— Terror, se você quer me ver toda hora, é só me levar para um jantar- digo ao abrir a porta e ver quem é- porq... - consigo dizer mais nada após ser puxada pelo braço e jogada dentro do carro - posso ao menos perguntar pra onde você ta me levando? - pergunto mas não tenho resposta
é isso, hoje eu morro
conheço muito bem o caminho pro barracão e esse com certeza não é o caminho
Chegamos em frente uma mansão e ele sai do carro
- Tá esperando eu abri a porta? sai logo porra- diz todo arrogante
normal dele né
Saio do carro meio receosa
- Porque me trouxe aqui? - pergunto
- Não te interessa - Diz entrando
O macho mais abusado do mundo, e eu não to nem exagerando.
Ele some da sala, me deixando la sozinha
Dou uma boa olhada pela casa, e posso ver que a casa além de linda é muito grande. Tem uma boa iluminação e sem contar que da sala, podemos ver o jardim la fora que ta meio abandonado mas ainda sim é muito lindo
Ouço barulho de vidro quebrando e corro pra onde vinha o barulho
-PORRA - ele grita sacudindo a mão que está sangrando
—meu Deus, que homem lesado- penso, mas acabo pensando alto demais e ele me encara -aaan, deixa que eu ajudo. Vem cá
Ele cata os cacos sem me da atenção mas mesmo assim eu pego uma pá e a vassoura pra ajudar ele que resmunga algo que eu não consigo entender. Quando eu finalmente término de limpar os cacos de vidro, volto pra sala e vejo ele com uma garrafa de álcool, jogando em cima do ferimento
—menino, você quer perder a mão? - digo tomando a garrafa de sua mão
Ele novamente me encara sério, mas não ligo. Na verdade to até me acostumando com essa cara de cu dele
Faço todos os procedimentos e faço um curativo
— Prontinho, agora tem que ficar de olho pra limpar sempre, senão vai inflamar - levanto a visão e o vejo sereno e calmo, me encarando também
Sorrio mas ele não corresponde e simplesmente me beija
um beijo calmo e muito bom, ele põe uma das mãos na minha nuca e a outra na minha coxa e me sinto nas nuvens, solto um gemido involuntário, terminamos o beijo com selinhos
Ele me encara por alguns segundos e me empurra pra longe dele
- SOME DAQUI SUA PUTA ANTES QUE EU TE QUEIME VIVA NA PRAÇA - grita e eu fico sem reação
- VOCÊ TEM DISTÚRBIOS MENTAIS? - digo o empurrando mas em vão pois ele nem se mexeu - SEU IMBECIL, É POR ISSO QUE TODOS AO SEU REDOR NÃO SUPORTA VOCÊ. É POR ISSO QUE PRA ALGUÉM SE DEITAR COM VOCÊ, TEM QUE SER PAGANDO.- grito o mais alto que consigo - porque ninguém suporta essa sua bipolaridade e transtornos mentais, seu maluco! Você vai acabar morrendo, surtado e sozinho!
Saio daquela casa às pressas, deixando ele la com a ignorância dele
sou muito idiota em acreditar que ele tem jeito
Eu tenho nojo desse homem.
minhas aulas começam amanhã, tenho que me dedicar em dobro esse ano.
arrumar um dinheiro e sumir no mapa
Chego em casa e vou pro meu quarto.
Provavelmente Arthur e Lívia já estavam dormindo.
Deito na cama, sinto meu corpo relaxar vem as lembranças de como tudo isso começou, eu não me arrependo. Mas não quero viver assim pra sempre, eu quero ser dono de mim e de tudo que eu puder ser! Preciso parar com essa ingenuidade de que pra tudo há uma esperança.
Por um momento achei que ele fosse capaz de ser um ser humano melhor. Mas não, pau que nasce torto, nunca se endireita!! E ponto final.
Depois da minha cabeça me torturar de várias formas, eu finalmente consigo dormir
(...)
Acordo cedo e ja levanto, faço minhas higiene pessoal.
Saio do quarto e Lívia já estava acordada dando café pro Arthur
- Bom dia Cih - Arthur diz todo sorridente
- Bom dia meu amor - digo lhe dando um beijo na bochecha. Encaro Lívia que ta comendo meus biscoito da piraque - como dizia minha mãe; Dá dinheiro, mas não dá confiança
- Você já me deu os dois, agora atura ou surta- diz mandando beijo
Termino de tomar café e desço o morro com Arthur e Lívia. A van logo chega e Arthur entra
-preciso refazer meu passos - sorrio
—começa se livrando do Terror - diz e eu desfaço o sorriso
-nossa você é tão engraçada - forço uma risada
No caminho da escola, passo numa papelaria pra comprar o restante do meu material, porque eu gosto da emoção de fazer tudo em cima da hora. É um tesão inexplicável
(...)
Ao chegar na escola, já fui me recolhendo, e já fui pra minha sala. Não falo com ninguém nesse lugar além da Livia
As aulas passaram voando que nem eu reparei o tempo passar.
Assim que o sinal bateu, tratei de arrumar minhas coisas pra ir embora, vou hoje fazer uma visita à minha amiga. Ela ainda não acordou e eu não paro de pensar nisso
Encontro com alivia no pátio e saímos da escola juntas
- Hoje é dia visita, la no hospital. Tais ainda não acordou e isso ta tirando meu sono. To muito preocupada com ela- digo- cê pode olhar o Arthur hoje? Pra eu ir ver ela?
- Claro, vai tranquila- sorrir - Esse é o momento em que ela mais precisa de você, você deve estar com ela
Tomei um banho coloquei um vestido azul marinho e um tênis branco prendo o cabelo em um coque bagunçado e um óculos, passo hidratante perfume pego meu celular e desço.
- Lívia tira uma foto minha?- peço
Ela pega e tira
- Tá boa ? - pergunta
- Tá sim- falo
Saio de casa e vou indo encontrar Douglas no hospital
(...)
- como ela tá? - perguntei para o Douglas
- Ainda desacordada, os médicos não tem muito o que fazer, ela precisa acordar e só assim podemos saber o estado real dela - Diz quase sem voz
- Douglas vai pra casa descansa um pouco, eu fico aqui com ela - digo - você nem foi na sua casa ainda. Ta aqui sem comer nada e sem dormir. Vai se cuidar, e tome um banho de 3 horas ou mais - digo tapando o nariz fazendo ele rir
—Cierra vai a merda que nem ta tão-diz cheirando suas axilas - ta mal mesmo - e acabamos rindo - vou tratar de tomar um banho, pode deixar. Mas qualquer novidade você me liga que eu venho correndo
-pode deixar- digo- qualquer novidade eu te ligo, fica tranquilo. Agora vai na paz de Deus
Ele confirma e sai do hospital
Me dói demais ver minha amiga assim, sem reação nenhuma, vulnerável e sem saber também o que acontecendo
- Mona, ta na hora de reagir né - digo penteando seu cabelo - tu já viu como ta a sua manutenção? Mulher já caiu duas. Seu cabelo, to tentando dar um jeito aqui né, mas não sou nenhuma profissional não hein -digo e minha voz falha - eu to com saudade, amiga. Volta pra gente. Eu preciso de você! Acorda, reage porque eu sei que você ta aí - seguro sua mão enquanto beijo
Coisas ruins precisam acontecer as vezes, pra abrir oportunidades para as coisas boas.
Se Deus permitiu que isso aconteça ele deve ter um propósito. Nada é por acaso. Pra tudo há um propósito Isso é um fato que não podemos esquecer...
Eu tenho fé e certeza que tudo vai dar certo e ninguém vai atender nada
-vou colocar uma música pra você ouvir - digo digitando no YouTube "Minha fé/ Zeca Pagodinho"
"Eu tenho um santo Padroeiro, poderoso Que é meu pai Ogum Eu tenho
Tenho outro santo Que me ampara na descida Que é meu pai Xangô Caô
E quem me ajuda No meu caminhar, nessa vida Pra ir na corrida do ouro É Oxum, é Oxum
Nas mandingas que a gente não vê Mil coisas que a gente não crê Valei-me, meu pai, Atotô, Obaluaê Obaluaê
Por isso que a vida que eu levo é beleza Eu não tenho tristeza e só vivo a cantar, cantar Cantando eu transmito alegria E afasto qualquer nostalgia pra lá, sei lá
E há quem diga que essa minha vida Não é vida para um ser humano viver, podes crer E nas mandingas que a gente não vê Mil coisas que a gente não crê Valei-me, meu pai, Atotô, Obaluaê"
—
Valei-me, meu pai, Atotô, Obaluaê - digo em oração
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