Sana estava sentada na cama, com o celular em mãos, e a mesma jogava conversa fora com suas colegas através de um aplicativo de bate-papo, enquanto esperava sua noiva terminar o banho, para que pudessem passar a noite juntas, assistindo filmes de romance clichê e roubando beijos apaixonados. Porém, a noite havia preparado algo diferente para as duas garotas.

    Jihyo saiu do banheiro, e sua toalha estava sobre seu ombro, e a mesma vestia suas peças íntimas. A mais nova deixou sua toalha sobre a cadeira, e foi até o espelho, observando os machucados em seus ombros, braços e barriga. Manchas roxas estavam espalhadas por suas pernas, e alguns arranhões rasgavam sua pele esbranquiçada.

    Minatozaki deixou o celular de lado, e passou a observar o rosto de sua noiva. Oh, ela era tão bela! Aos olhos de Sana, aqueles machucados não deixavam a Park menos esbelta, porém, Jihyo não pensava da mesma forma. Uma lágrima solitária correu pela bochecha rosada de mais baixa, e seus olhos fecharam-se com força, e a garota permitiu que mais lágrimas passeassem por seu rosto.

    Sana levantou-se, e pegou algumas caixinhas com band-aids, deixando-as sobre a mesa, que estava próxima de sua amada. Depois, pegou alguns dos band-aids e colocou-os sobre cada uma das feridas, com cuidado e delicadeza. Ao terminar, a garota virou a Park de frente para si, e beijou o topo de sua cabeça, logo abraçando-a, e afagando suas madeixas escuras. As duas coreanas permaneceram assim, por longos minutos, até que o choro de Jihyo chegasse ao fim.

    Quando tal ocorreu, ambas separaram-se, e Minatozaki indagou:

    — Há mais machucados? — após isso, a mais nova levou sua destra até o peito, e repousou a mesma sobre o coração, enquanto seu olhar permanecia fixo nas íris escuras de sua noiva.

    Com um pequeno sorriso, Sana retirou a mão da Park de lá, logo levando seus lábios avermelhados a encontrarem o local. Minatozaki beijou a pele esbranquiçada de sua noiva, e depois observou o brilho presente no olhar da garota a sua frente.

    — Eu prometo, Jihyo. Um dia, você não terá mais feridas, pois me esforçarei, até meu último suspiro, para que meus sentimentos puros e veementes alcancem o mais íntimo do teu coração. — e então, um sorriso tomou os lábios da menor, que abraçou sua noiva. Os band-aids que estavam sobre os machucados da Park tocaram a pele de Sana, que levou seus braços a rodearem a cintura de sua amada.

    Naquele momento, as feridas se tornaram pequenos detalhes que faziam da Park uma pessoa incomparável, especial e incrível. Que faziam da mais baixa um universo a ser explorado pela Minatozaki, que estava disposta a tocar cada planeta, pisar em cada lua, e a encantar-se com o brilho de cada estrela que formava a bela constelação de Jihyo.

    Em meio ao silêncio daquele abraço caloroso, a mais nova sussurrou:

    — Esse tempo todo, estive a cobrir minhas feridas com band-aids, quando, na verdade, a única cura para meus machucados sempre foi você, Sana.