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Janelas abertas e uma visita

|The moon rises and
I am becoming you,
we are so different
— Let me in, Haseul

Sete dias. Exatamente sete dias desde a última visita de Kahei. Talvez fosse drama dizer que sentia muitas saudades dela considerando tão pouco tempo, mas sentia. Costumávamos nos ver todos os dias, quebramos uma rotina e era completamente estranho não tê-la ao meu lado durante aquela semana.

Passei o tempo inteiro do dia de hoje na biblioteca enquanto tentava entender melhor a língua estrangeira considerada desnecessária por mim, mas que era obrigatória na visão dos meus pais, mesmo não obtendo resultado nenhum além da dor nos olhos e uma dor de cabeça insuportável.

Os dias estavam ficando mais frios e nublados, mesmo faltando um bom tempo para a chegada do inverno, em dezembro. Depois de tomar banho coloquei a roupa de dormir mais aquecida que tinha, um vestido de tecido grosso e mangas longas todo na cor creme sem muitos detalhes além de flores bordadas por mim mesma na barra. Deitei na cama e me enrolei entre os lençóis mais quentes, rezando para que pudesse ver neve em breve, mas não tanta como no ano passado.

Demorei a conseguir dormir, fiquei trocando de posição por vários minutos e nenhuma parecia boa o suficiente para me manter aquecida, mas sem ser sufocada pelo calor, mas quando consegui, não fiquei adormecida por tanto tempo, acordei com miados altos vindos da janela.

Levantei-me da cama e fui até a janela, que estava aberta, vendo um gato amarelo encolhido com alguns machucados espalhados. Pensei em chamar meus pais, mas decidi que seria melhor chamar o homem que cuida dos cavalos. Coloquei um casaco grande e fui até uma das casas que não eram muito longe que ficava nos fundos do nosso terreno. Bati na porta e chamei, ouvindo passos altos e alguns resmungos confusos de lá dentro.

— Senhorita Haseul? O que está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa? — Perguntou confuso enquanto esfregava a mão no olho direito.

— Apareceu um gato lá, está machucado. Sei que está tarde, mas pode ajudar-me? — Perguntei me encolhendo um pouco contra o casaco, sentindo frio.

— Claro, deixe-me apenas entrar e pegar algumas coisas.

Ouvi o barulho de coisas sendo remexidas de forma bem agressiva, assim como o vento frio que atingia meus cabelos soltos sem mais nem menos. Tenho certeza de que meu nariz e minhas bochechas estão avermelhadas pelo tempo gélido da madrugada, mas não me importava. Quando ele saiu novamente de dentro da sua casa, glorificando aos céus por não ter sido necessário fazer mais do que pequenos curativos no animal, agradeci a bondade dele e fomos juntos até a casa.

No fim, o gato era uma gata grávida. Ela é linda apesar dos machucados, imagino como era antes, belíssima com certeza. Aparentemente saudável, o que me deixou muito feliz. Com os miados, meus pais acordaram e quase enlouqueceram quando viram que eu estava no quarto sozinha com um homem cuidando de uma gata, mas deixaram que eu ficasse com ela até os filhotes nascerem e ficou em uma cama improvisada com um vestido meu antigo ao lado da minha cama. Eram três da manhã quando tudo se acalmou.

Finalmente pensei que dormiria, tudo estava calmo o suficiente para isso e conseguiria com facilidade, no entanto, novamente fiquei apenas rolando de um lado até o outro. Sem ter outra escolha, apenas aceitei que não conseguiria dormir e me entreguei aos pensamentos, dos ruins aos piores, esperando algum bom. Nenhum fugia da culpa que eu sentia por simplesmente amar, não conseguia evitar sentir ódio por mim mesma e temia prosseguir assim.

Quando ouvi batidas fracas na janela e alguns chamados quase inaudíveis, estremeci quase por completo enquanto levantava descalça na intenção de ir até lá. Rezei para não ser um ladrão ou assassino enquanto abria a janela que fechei para evitar que o vento entrasse. Por sorte, a vela que estava em cima do baú onde eu guardava bonecas de pano que brinquei durante toda minha infância e também a que ela segurava iluminaram um pouco de forma que possibilitou observar o rosto de quem estava lá: Kahei.

— Céus, o que estás fazendo aqui? — Perguntei ao passo que também a ajudava enquanto ela tentava pular a janela.

— Saudades. — Ela explicou simplesmente enquanto se sentava na cama. — Espere, isso é um gato?

— Uma gata. E não fuja do assunto, como veio até aqui?

— Andando. Nossas casas são bem próximas, sabe? — Explicou observando os pés. — Mas estou cansada.

Sento-me ao lado dela, percebendo que não lembrava direito de alguns detalhes de seu rosto, mas desviei desse pensamento e fui até onde os travesseiros estavam, ficando com as pernas esticadas. Passei a mão pelo cabelo tentando pensar.

— Certo, passa das três da manhã, andaste até minha casa sozinha com saudades arriscando muitas coisas e incrivelmente ocorreu tudo bem. Além de que, não estou com sono.

— Já passei noites aqui, não sei o motivo pelo qual estás tão nervosa. — Disse vindo até mim se arrastando pela cama, abraçando as próprias pernas quando chegou. — Os últimos dias foram horríveis, apenas hoje tive a chance de ter ver e ainda escondida.

— E estou feliz de estar contigo. — Reparo que realmente estava, uma satisfação além do que eu imaginava que sentiria tomou conta de mim quando a vi pela vidraça da janela. — Apenas fico preocupada. O que meus pais poderiam pensar se descobrirem que estás aqui, escondida e ainda por cima com roupas de dormir?

— Posso ir bem cedinho. — Ela diz e se deita do meu lado, se aproximando um pouco. — Prometo que não vou fazer bagunça.

— Está bem, mas só dessa vez. — Deitei ao lado dela, enquanto observava um pouco do que podia ver no quarto.

Ela ficou em silêncio por bastante tempo, mas consegui ouvi-la respirar fundo durante todo o tempo. Queria perguntar se algo aconteceu de tão ruim para que tenha vindo justo agora e não ter esperado mais um pouco, também me iludindo um pouco com uma resposta imaginada, embora tenha sido seguida por um pensamento ruim, então segui o exemplo de Kahei e apenas concentrei na minha respiração.

Observei um pouco do rosto dela sob a luz um tanto avermelhada sorrindo inevitavelmente e percebendo o quanto tinha sentida saudade. Tomei um breve susto quando ela virou para mim, olhando para mim e depois passou alguns fios de cabelo para trás da minha orelha.

— Estás muito estranha. Quer contar o que aconteceu? — Ela se aproximou mais, fazendo com que sua saia se escolhesse um pouco na minha e nossos braços se tocarem.

Cogitei dizer tudo o que estava rondando minha vida nos últimos dias, mas temi que sua reação fosse ruim ou até mesmo agressiva. Nunca imaginaria ela assim, claro que não, mas existem possiblidades. Odiaria a mim mesma por mais alguns dias e pioraria com esse motivo, mas de qualquer jeito, sentia que precisava manter nossa amizade pelo menos por mais alguns dias até a chegada do meu aniversário.

— Apenas um pouco de ansiedade pelo meu aniversário, Kahei. — Eu me aproximei mais, torcendo para ela não estranhar o fato de que a chamei pelo nome e não pelo apelido como sempre fazia.

— Agora tenho certeza de que não está tudo bem e não é apenas animação pelo teu aniversário. — Estávamos tão próximas que consegui sentir sua respiração no meu pescoço. Não quis me afastar, então continuei ali. — Quando quiser contar-me, sabe que pode, não é? — Ela perguntou erguendo o rosto até conseguir me encarar, quando fiz que sim com a cabeça, Kahei apenas começou a fazer carinho no meu cabelo.

— Como foram os últimos dias? — Perguntei passando o braço pela sua cintura, a aproximando um pouco mais. Pensava que nunca poderia estar tão próxima de alguém como estou dela agora, mas Kahei não recuou, apenas continuou brincando com meu cabelo.

— Horríveis. As visitas são chatas e bebem café como água, os vejo e penso em café. Acho que passarei a odiar café depois disso. — Eu ri um pouco alto demais, temendo ter acordado a gatinha, saí de perto de Kahei e fui até a ponta da cama, mas ela dormia como um anjinho. Voltei para perto dela, mas não ficamos tão próximas como antes. — A única mulher não fala comigo, ao contrário de seu filho. — Percebi que ela estremeceu de leve, mas resolvi não comentar.

— O que eles fazem lá?

— Prefiro não comentar, estou torcendo para não dar certo. — Respondeu e voltou a ficar de barriga para cima. — Minha mãe me mataria se ouvisse que disse isso. — Ela deu uma risada curta, como se não achasse graça alguma, mas sim estivesse se segurando para não chorar. — É bom finalmente dizer isso para alguém que ouça-me de verdade, não para as paredes do meu quarto.

E aqui, exatamente aqui, neste quarto e no momento exato que ela se virou novamente olhando no fundo dos meus olhos como se precisasse gravar o jeito como eles ficavam na luz fraca, percebi o quão vulnerável eu sou. Estaria realmente apaixonada? Céus, não, imploraria em mil e uma preces para que não, mas era atraente, adorável o suficiente para deixar-me confusa, eufórica apenas em ficar tão próxima de seu corpo. Além de tudo, era bom, parecia puro e inocente.

— Haseul? — Ela disse se aproximando novamente, mais rápida do que antes. — Senti saudades, tanta que se caso eu for pega aqui não me importaria. Poderia ser falada ao redor de toda Londres, mas sem arrepender-me.

— Não diga isso. — Pedi em um sussurro, mesmo sabendo que ela realmente estava falando sério.

— Agora durma. — Ela disse e deu um beijo na minha testa, acariciando meu cabelo novamente depois. — Se a gata acordar, eu cuido dela. Vou embora antes do sol nascer.

— Mas assim não aproveitaremos esse tempo juntas.

— Você está com sono. — Ela passou o dedão pela minha bochecha, acariciando-a. — Durma, tentarei voltar antes do seu aniversário.

Naquela noite, adormeci nos braços de Kahei depois dela se levantar e apagar a minha vela. Quando acordei, ela realmente não estava mais lá, a única coisa que comprovaria sua presença ali anteriormente estava na minha memória, o que fez com que eu duvidasse se tudo realmente aconteceu ou foi apenas um sonho.

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