Prólogo
Mais de quatro décadas de vida sempre me pareceram tempo o suficiente para provar e conhecer o mundo.
Vivi o início da Era Hippie e o apogeu dos maiores atentados na Europa do século XX.
Vi quando o temível vírus HIV foi descoberto, e também vi quando o muro caiu em uma Berlim ensolarada, no lado oposto de uma das manhãs mais chuvosas em Galway.
Vi o que desejei não ver, vi coisas que demorei demais para perceber.
Vi o medo e ouvi o som do onze de setembro, afinal, eu estava a poucos quilômetros de uma das torres, tentando chegar a tempo no hospital que logo se transformaria em uma cena do inferno em A Divina Comédia.
Presenciei mais mudanças do que gostaria ou poderia contar nos dedos de uma multidão.
Mas pelo cair da ampulheta, elas tardariam em muito a terminar.
E sendo sincera, acredito que elas nunca tenham um fim.
Todos temos algumas certezas na vida, como que existem cinco continentes¹, dois polos e um meridiano — não um Oeste azul, Linha Vermelha e Trem Oceânico.
E muito menos piratas, tesouros e monstros — afinal, estamos no século XXI.
Bom, era o que eu pensava até me deparar com uma praia de areias marrons — emoldurada por um oceano brilhante de onde uma espécie de serpente brigava com outra menor por uma baleia gigantesca — após uma noite ordinária em minha primeira semana de férias.
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¹ Recentemente a Antártida passou a ser contada como um Continente.
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