Capítulo Nove (A essência de Vênus)
Abril de 2007,
Por Norman Blade.
Há quem diga que algumas mulheres são agraciadas por um capricho divino. Quem conheceu Marilyn Monroe, Ava Gardner, Rita Hayworth e a jovem Juliet Bird, pode-se dizer que esteve diante de um desses presentes etéreos.
As femmes fatales fazem parte da história da humanidade desde os primórdios de nossa evolução. Essas criaturas com poderes quase sobrenaturais e enigmáticos de sedução eram capazes de enlouquecer homens, destronar reis e motivar guerras. Cleópatra, Helena de Tróia, Ana Bolena; todas essas históricas e marcantes mulheres usufruíram desse trunfo mágico chamado Essência de Vênus: um poderoso e encantador dom de enfeitiçar mortais.
Durante a década de ouro de Hollywood, essas mulheres com forte poder enigmático, traiçoeiro e sedutor, eram chamadas de vamps. Há quem diga que essas ninfas eram capazes de sugar toda a energia vital de homens, geralmente os poderosos da indústria, que se apaixonavam por elas.
Um exemplo claro é Elizabeth Taylor que casou-se diversas vezes, oito no total. O seu primeiro marido, Conrad Nicholson Hilton Junior, era nada menos que o herdeiro da cadeia de hotéis Hilton, com quem viveu por pouco mais de sete meses. A vida conjugal agitada de Taylor também rendeu-lhe um casamento com o ator Michael Wilding, e com o milionário Mike Todd, que faleceu pouco tempo antes das primeiras bodas do casal.
Além das fortunas, o que esses homens tinham em comum era o fato de que, todos estavam, desesperadamente, apaixonados por Elizabeth.
Marilyn Monroe não ficou muito atrás no páreo, seduziu o homem mais poderoso e influente de sua época, o presidente John Kennedy. Momento marcado pela cena icônica: Monroe no seu vestido brilhante e contornando a silhueta voluptuosa por baixo do casaco de pele branco e do "Feliz Aniversário, Senhor Presidente" sussurrado ao microfone com a mesma profundidade sensual e íntima, de um viés inacessível, como se todos os outros convidados — incluindo a doce primeira dama, Jackie Kennedy, que teve seu vestido branco fosco cruelmente comparado ao de Marilyn em todos os jornais na manhã seguinte — estivessem espionando uma conversa entre dois amantes.
Juliet Bird, de apenas 27 anos, está entre a seleta lista ao lado de Cleópatra, Marylin, Elizabeth Taylor e tantas outras mulheres como herdeira de um poder sobrenatural.
Com lindos cabelos longos louríssimos, um par de olhos expressivos cor-de-avelã, exóticos, e medidas invejáveis distribuídas de maneira harmoniosa em 1,68 de altura, o ar de boa-moça de Bird já foi capaz de tombar executivos, escritores e grandes nomes no mundo da música.
Atualmente, é noiva do herdeiro bilionário e forte candidato ao senado americano, James Park, mas outros grandes nomes do entretenimento já estiveram sob o seu feitiço, entre eles, o vocalista da banda de rock Daytona's Devil, Hoseok. O romance de verão dos dois marcou as inúmeras canções gravadas no álbum recém-lançado, Skin, que alcançou o topo da parada Billboard na semana passada. Com letras carregadas de paixão, desilusão, intensidade e arrependimento, parece que a relação dos dois foi marcada pelas desavenças midiáticas.
Outro que caiu nas graças da futura senhora Park foi o escritor e poeta John Miller, de 21 anos. Com o livro recém-lançado, O Serafim Caído, o autor de voz doce e melancólicos olhos verdes comentou em entrevista à revista Rolling Stones sobre o impacto da presença de Juliet diante dele, principalmente por ser um grande fã desde a adolescência.
"Estava sentado no jardim da propriedade da família Park em um evento, quando vi aquela criatura deslumbrante em um vestido brilhante, pensei que estava começando a ficar bêbado (risos). Tinha uma foto da Juliet colada à porta do meu armário no segundo ano. Mas ela era real, fiquei sem palavras. Não há nenhuma que eu possa usar para descrever aquela mulher. Juliet é perfeita. Não é humana."
Em recente entrevista, Bird contou que durante a infância suas características mais peculiares tornavam-na feia diante das outras garotas. Um dos rostos mais bonitos da atualidade também temeu as cruéis e clássicas listas criadas durante o ensino médio para classificar a beleza das meninas com base nos parâmetros das beldades escolares e do fluxo dos hormônios da juventude.
"Lembro que durante o fim do primeiro ano do ensino médio, uma lista correu pela grupo de teatro que eu participava e todos os garotos podiam respondê-la, nunca me senti muito bonita, e em determinada época da vida, evitava espelhos a todo custo. Meus olhos eram grandes demais para o meu rosto e meu nariz parecia simplesmente errado. Quando a lista passou por mim, tive tempo o suficiente de ler o meu nome ali, no ranking das garotas mais feias. Era o quarto ou quinto. Foi um momento difícil, não me esqueço disso. Chorei muito na volta para casa."
Juliet ainda afirma que, durante esse momento difícil, um amigo a ajudou muito a enxergar-se de outra forma:
"Contei para um amigo, na época, um garoto muito importante para mim, que costumava ser muito gentil comigo. Falei que não tinha a mínima chance de ser gostada com um rosto desses, estava prestes a largar um papel importante na peça teatral da escola, fiquei com a sensação que todos iriam rir de mim. Ele disse que eu provavelmente seria amada pelas características que eu mais tinha vergonha, e que os garotos da escola ainda não eram bons o suficiente para perceber o que era bonito de verdade. Como a complexidade do meu nariz muito pontudo, culpa de uma herança genética forte e os olhos grandes que herdei da minha mãe, ele sempre dizia que nossa pele, nossos traços, trazem histórias conosco que não são só nossas. Só alguns anos depois descobri que ele procurou o criador dessa lista e acho que o resto é história (risos). De algum modo, acho que ele estava certo! Eram características que ele também gostava muito em mim. E de certa forma, passei a admirá-las."
Atando o nó dos clichês, do desabrochar das flores, das borboletas saindo de suas crisálidas e das criaturas belas que geralmente, durante a infância ou a difícil fase da adolescência, se veem distante do padrão ideal e almejado. Juliet Bird floresceu, e atualmente, surge no topo das listas importantes e quase inacessíveis para o restante das outras mulheres, como a dona de um dos rostos mais bonitos do mundo.
"É engraçado olhar para isso agora, posso rir porque em algum momento isso seria uma piada para mim. Não acho que essas listas signifiquem nada, no fim do dia todos são bonitos à sua própria maneira, eu acredito muito nisso. Mas é divertido pensar como tudo mudou tão rápido. Meu noivo provavelmente vai guardar essas listas em algum lugar, ele adora esses títulos bobos."
Na crônica escrita pelo jornalista Joonie Curtis, sobre Bird, "O pássaro selvagem de um verão passado", o autor fala sobre esse poder magnético e quase sobrenatural que a atriz exala, não só diante das câmeras:
"[...] Existe algo sobre ela que não é tão fácil de se interpretar, parece escondido entre seu sorriso doce, seus olhos expressivos, cujo aspecto seguro contém todas as respostas de perguntas que nunca foram feitas, e na sua fragilidade física que é só um detalhe irônico para a sua real magnitude. Bird esconde um lado selvagem por trás da mansidão sempre à mostra, mas este é o seu truque mais perspicaz: nunca nos deixar saber quando uma outra versão de si mesma dará as caras."
Não resta dúvida que essas criaturas muito bem escolhidas tem um potencial em comum e indispensável de sedução; na delicadeza dos traços, no perfume, no olhar. Não se sabe ao certo de onde este poder surge, nem como arrebata homens de todas as idades, mas a essência de Vênus é capaz de colocar até o mais forte de todos de joelhos. ★
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N/A: O nome desse "algo" misterioso no olhar dela se chama TRAUMA, caro colega jornalista!
Eu sempre leio o máximo possível de matérias machistas para embasar esses jornalecos fictícios que escrevem sobre a Juliet, dá pra sentir o tom que eles usam ao associá-la somente a homens e/ou nunca dar a devida relevância ao trabalho dela, né?! Pois é, isso era totalmente comum a poucos anos atrás, e acredite, até hoje ainda vemos matérias com esse mesmo tom velado de crítica sobre as supostas "mulheres interesseiras" e "homens indefesos caindo de amores por criaturas sedutoras e fatais cheias de segundas intenções" Paciência!
(Esta autora tem o selo LACRE de qualidade, rs)
Mas sério, sempre que vocês virem um nome de um carinha lá no topo, podem esperar muita groselhas a respeito da Juli.
Contudo, trago boas notícias: Badlands terá mais atualizações este ano!
Dia 19 de Dezembro teremos outro capítulo e no dia do meu aniversário, 02 de Janeiro, vamos ter a primeira entrada da Sharon Marie aqui. Eu tô tão animada, tenho esse capítulo escrito há anos. Haha.
Bom, queria agradecer a quem continua acompanhando Badlands e não abandonou esse barco que tá no meio do Atlântico, e quem chegou agora também, seja muito bem-vinde, é um prazer imenso dividir um pouco do meu coração com vocês. E para quem ainda vai chegar, espero que goste de conhecer estes personagens e essas pessoas que vivem na minha cabeça e na minha alma, me sinto muito orgulhosa por ter a chance de contar essa história.
Obrigada pelos comentários e pelas interações lá no Twitter e na TAG #garotosmiths (vejo que alguns de vocês sempre vão lá comentar coisas maravilhosas, fico de coração quentinho).
A gente se encontra em breve!
— Com amor, Sô.
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