25² - chapter twenty-five
Boa leitura💛
__________________
Todos soltaram risadas aliviadas ao verem a cruz, nenhum deles acreditava de fato que haviam encontrado o objeto. Por isso olhavam a cena como se fossem crianças vendo brinquedos e doces.
— Puta merda. — Kiara e Hope falaram assim que a cruz ficou com uma parte a mostra.
— Está aqui. Ah, meu Deus. — Sarah sussurrou.
— Você conseguiu, cara. — JJ disse olhando Pope.
— Ah, meu Deus! — as meninas exclamaram antes de soltarem risadas e de abraçarem dando pulinhos animados.
— Conseguimos! — John B exclamou abraçando JJ e Harrison.
— Vai com calma, cara! — Harrison disse quando o pé de cabra caiu no chão próximo a eles.
— Pope! Ah, meu Deus! — Hope falou ao ver o garoto escorregar da viga e ficar pendurado na mesma.
Todos começaram a pegar as almofadas velhas que tinham ali, levando as mesmas para onde estavam reunidos. O grupo começou a posicionar as almofadas logo embaixo de Pope, que acabou ficando pendurado com apenas uma mão e logo caiu sobre as almofadas.
— Pope, você tá bem? — Kiara perguntou indo até o amigo.
— Ah, meu Deus, Pope. — Hope falou se abaixando ao lado do amigo.
— Tudo bem aí? Quebrou alguma coisa? — JJ perguntou olhando o amigo.
— Cara, como você tá?
Enquanto Sarah, Kiara, Hope, JJ, Harrison e John B enchiam Pope de perguntas, o garoto abriu os olhos com uma careta de dor, mas logo ele arregalou os olhos e todos olharam para cima ao ouvirem o barulho de madeira quebrando.
— Merda.
O que veio a seguir aconteceu muito rápido.
A cruz começou a cair fazendo todos se afastarem com pressa e Pope rolar para fora das almofadas se encolhendo em seguida, para segundos depois a cruz atingir o chão onde antes Pope e os outros estavam reunidos.
— Pope, você tá bem? — Hope perguntou enquanto se mantinha encostada na parede ao lado de Sarah.
— Ei, tá tudo bem? — JJ perguntou abaixado ao lado de Pope.
— Sim, estou bem. Só me dá um segundo para recuperar o fôlego. — Pope falou ainda no chão.
— Você conseguiu, Pope. — John B falou olhando a cruz com um sorriso. — Nossa.
— Pope, ela...ela é linda. — JJ falou enquanto todos se aproximam da cruz para olhar seus detalhes.
— Eu nunca vi nada parecido com isso. — Sarah falou passando a mão nos detalhes da cruz.
— Detalhes incríveis. Todos muito precisos. — Hope murmurou olhando os desenhos no objeto.
— Tá explicado o porquê a Limbrey quer tanto a chave. — John B falou ainda maravilhado com a cruz.
— É isso aí. Quanto vocês acham que ela vale? — JJ perguntou animado. — Tipo, se a gente derreter a estrutura, porque eu acho que são muitos bilhões.
— JJ, não dá pra fazer isso. Isso é uma peça de museu. — John B falou e Hope olhou na direção onde Pope estava.
— O quê? Pra ninguém visitar? — JJ retrucou.
— Pelo contrário, é um lugar onde todo mundo iria. — Hope disse.
— Tá de brincadeira?
— Tá, tá bom, beleza. Essa é a cruz do meu ancestral. — Pope falou se aproximando e Hope franziu o cenho ao ver o rosto do amigo de perto. — Isso vale mais do que dinheiro. E o mundo vai saber a verdade.
— É. E se não tirarmos isso daqui antes da Limbrey chegar, ninguém vai saber de nada. — John B falou antes de Hope andar até Pope, pegar a mão dele e ele reclamar de dor na mesma.
— Pope, você está bem? — Hope perguntou olhando o rosto do amigo com atenção enquanto os outros tentam levantar a cruz.
— Tá, minha mão só... — Pope começou a falar e Hope pegou a mão dele olhando a mesma pra ver se tinha algo.
— Vocês dois não vão ajudar? — JJ perguntou em meio às reclamações pelo peso da cruz.
— Ah é, vamos... — Hope começou a falar mas se calou ao ver o rosto de Pope inchando. — Gente.
— Merda! Você quase soltou isso no meu pé! — JJ reclamou olhando para Sarah enquanto Hope abanava Pope meio desesperada enquanto chamava os amigos.
— Eu não era a única segurando!
— Hope, eu não consigo respirar... — Pope murmurou antes de seu corpo amolecer e ele cair sendo segurado por Hope que caiu sentada em um banco com o garoto no colo.
— Puta merda! — Hope exclamou quando tentou levantar Pope junto dela. — Ei! — ela gritou, finalmente ganhando atenção. — Ele tá tendo uma reação alérgica, entrou em choque anafilático. Ajudem aqui, ele é pesado para mim!
Kiara, Sarah e John B correram até onde Hope e Pope estavam e ajudaram a levantar o amigo enquanto JJ e Harrison cobriam a cruz com as almofadas.
— Vamos! — Hope exclamou abrindo o carro para colocarem o Pope.
— Nossa! Muito pesada. — JJ falou fechando a porta da igreja. — Sarah, não deu pra esconder direito.
— Não se preocupem com isso. — Sarah falou para Harrison e JJ. — A gente tem que cuidar do Pope.
— E o que a gente faz? — JJ perguntou aflito.
— Ele tem que ficar meio sentado. — Hope falou entrando no carro e se sentando ao lado de Pope. — E ele precisa de injeção de epinefrina urgente. — ela disse e Pope fez um sinal de concordância com a mão.
— Injeção? Beleza, sei onde levar ele. — JJ falou enquanto as meninas entravam no carro. — Me dá a chave!
— Tá na ignição! — Hope respondeu depois que Kiara se sentou ao seu lado.
— Tá, é...eu já sabia. — JJ falou nervoso.
— Tenta ficar calmo, Pope. Vamos te ajudar. — Hope falou afobada.
— Aguenta aí, Pope!
Enquanto JJ dirigiu, imprudentemente, para levar Pope até seu primo antes que fosse tarde demais, Hope e Kiara tentavam manter o amigo calmo de alguma forma, mas logo as duas se desesperaram com ele sufocando e começaram a abanar ele com revistas sobre filmes, que tinham ali no carro. Quando chegaram, JJ começou a buzinar freneticamente enquanto parava o carro de qualquer jeito em frente a casa.
— Ricky! — JJ gritou enquanto fechava a porta do carro. — Ei, cara!
— Ele tá aí, JJ? — Sarah perguntou descendo do carro.
— Ricky! Tá em casa? — JJ perguntou batendo na porta. — Ricky, eu tô com um problema, cara! Olha, eu sei que tá puto comigo!
— Lembra da ambulância que você roubou? — Ricky falou bravo antes de fechar a porta na cara de JJ.
— Não faz isso!
— Não! Por favor! — Hope exclamou parando ao lado de JJ. — Por favor, precisamos de ajuda! — ela exclamou enquanto John B e Harrison tiravam Pope do carro.
— Ricky, volta aqui! — JJ falou indo até a janela e batendo na mesma.
— Ele foi picado por vespas! Está tendo uma reação anafilática! — Hope disse com desespero.
— Ricky, ele não consegue respirar! — JJ falou batendo na janela.
— Ricky! — John B chamou junto dos outros enquanto JJ voltava para a porta.
— Por favor, ele não consegue respirar!
— Quem não tá respirando? — Ricky perguntou abrindo a porta dando de cara com o grupo.
— Olha só pra ele! Ajuda meu amigo! — John B falou enquanto Pope tentava puxar ar.
— Tá legal, venham. — Ricky falou abrindo a porta.
— Oi, prazer te conhecer. Desculpa. — Sarah falou entrando na casa antes de todos.
— Oi, sou a Hope. Com licença. — Hope falou entrando na casa apressada, indo ajudar Sarah a limpar a mesa para deitarem Pope.
— Você sabe que eu não ia vir até você se não fosse uma emergência. — JJ falou enquanto eles deitavam Pope.
— Qual o problema dele? — Ricky perguntou olhando Pope.
— Vespas! — as meninas falaram juntas.
— Vespas?
— Sim!
— E ele tem alergia?
— Obviamente. — Kiara falou.
— Levanta as pernas dele! — Harrison falou para John B.
— Qual o nome dele? — Ricky perguntou.
— Pope.
— Ei, Pope? — Ricky chamou por Pope mas o garoto não conseguia responder. — Espera aí, vou pegar meu kit médico.
— Espera aí? Ricky! — JJ exclamou assim que o primo dele saiu correndo para outro cômodo.
— Ajuda ele a procurar o kit, JJ. — John B falou para o loiro.
— Kit?
— É. Vai ajudar.
Enquanto JJ ajudava seu primo a procurar o Kit médico, Sarah, Kiara, Hope, Harrison e John B ficaram junto de Pope tentando acalmar o mesmo, por mais que nem mesmo eles estivessem calmos. Enquanto Kiara tentava usar os exercícios de respiração que ajudavam Hope quando a mesma estava tendo ataques de pânico ou ansiedade, Hope respirava fundo tentando se manter calma, ou relativamente calma.
— Achei! Achei! — Ricky falou indo até Pope com o kit em mãos.
— Graças a Deus! — Hope, Sarah, Harrison, John B e Kiara falaram baixinho.
— O que fazemos agora? — John B perguntou olhando Ricky.
— Vocês não fazem nada, não são paramédicos. — Ricky falou abrindo o kit. — Ok. Ei, Pope. Como você está, cara? Você parece mal, hein. — ele diz mexendo com seringas. — É o seguinte. Isso aqui é uma dose pediátrica de epinefrina.
— Isso é o suficiente? — Sarah perguntou.
— Ele não é uma criança!
— É dez vezes uma dose normal. — Hope e Harrison disseram juntos. — Ele sabe o que vai fazer. — todos os olhavam confusos.
— Hope já usou muito dessas por causa de amendoim. — Harrison contou.
— Certo, se...se o coração dele não parar, vai ajudar. — Ricky faloi fazendo todos se calarem e o olharem meio em choque. — Mas eu tenho que usar a dose inteira ou então não funciona. Mas eu não vou ser preso se ele morrer.
— Tá! Beleza! Faz isso logo! — JJ exclamou nervoso. — Vai! Depressa!
— Tá bom. — Ricky falou antes de aplicar toda a injeção em Pope. — É isso. Tá feito.
— E agora?
— Agora é só esperar.
Todos se mantêm em volta de Pope em silêncio. Ricky observava cada um dos amigos de seu primo com atenção, ele parou o olhar em JJ e Hope e disfarçou um sorriso ao notar que ela era a garota sobre quem seu primo havia falado.
— Você matou ele. — Kiara falou de repente.
— Não. — Ricky retrucou na defensiva.
— Matou sim!
— Não, eu não matei.
— O que você fez? — Kiara perguntou nervosa.
— Eu fiz exatamente o que vocês me pediram. — Ricky falou se defendendo.
— Por favor! Pope, por favor, acorda! — Kiara exclamou nervosa.
— Vamos lá, cara! Acorda! — JJ falou balançando o amigo de leve e após alguns segundos Pope voltou a respirar.
Todos suspiraram aliviados enquanto observavam Pope se sentar e recuperar o ar aos poucos, as risadas de alívio tomaram conta da sala.
— Aí está ele! Meu garoto acordou! — JJ falou passando as mãos pelo cabelo. — Muitas quase mortes em pouco tempo, espero não ser o próximo. — ele falou olhando.
— Tá quente! Tô com calor. — Pope falou se levantando e tirando a jaqueta que usava.
— Vai com calma, cara. — JJ falou sorrindo para o amigo.
— Quero ir para fora. — Pope falou se desvencilhando de John B e JJ.
— Vai devagar.
— Calma aí, Pope.
— Muito obrigada, Ricky. — Hope falou sorrindo antes de olhar para fora e ver Pope correndo como uma criança. — Minha Nossa Senhora, ele vai se quebrar inteiro.
— Tem algum efeito colateral que a gente tenha que saber? — Sarah perguntou para Ricky.
— Ele vai ficar com fogo no rabo por uma meia hora. Depois ele vai ficar bem. — Ricky falou enquanto Pope pula e corre pelo quintal.
— Vamos pegar a cruz! Whoo! — Pope gritou dando um pulo. — Isso aí, cara! Eu sou o Michael Jordan!
Todos entraram no carro com Pope teimando em ir no volante, então John B ficou na frente com ele enquanto Kiara, Sarah, Hope, Harrison e JJ se acomodaram espremidos no banco de trás. Pope ainda estava extremamente agitado, o que acabou ocasionando em acelerar muito com o carro.
— Pope, você não acha que tá indo rápido demais? — Hope perguntou com as mãos segurando um dos braços de seu irmão.
— Uhull! — Pope exclamou olhando para a estrada.
— Pope, não quero te criticar, mas vai um pouco mais devagar. — JJ falou apoiando a mão no encosto do banco de John B.
— Isso vai atrasar nossa chegada até a cruz. A gente tem que ir lá. — Pope falou.
— Quem foi que deixou esse maluco dirigir? — Kiara perguntou ironicamente.
— Eu disse que ia arrancar suas orelhas.
— Ele disse que ia arrancar nossas orelhas. — todos do banco de trás responderam.
— Eu falei só de sacanagem. — Pope disse olhando Kiara com um sorriso.
— Aliás, como você está se sentindo, cara? — John B perguntou.
— Ah, eu tô fantástico. Eu não sei o que o primo do JJ me deu, mas eu...tô vivo. — Pope respondeu.
— Nem percebi. — Kiara falou.
— Olha, eu sei que você tá bem animadinho, Pope. Mas você tá indo rápido demais. — Hope falou fazendo Pope olhar para trás. — E andar com vocês pode não dar essa impressão, mas eu amo viver.
— Muito rápido, né? — Pope falou sem olhar a estrada.
— Olha pra frente! — todos falaram juntos.
— Eu não sei se você percebeu, mas tem umas árvores enormes na beira da estrada. — John B falou nervoso.
— Cara, olha a rua!
— Pope, não precisa ultrapassar! — Kiara falou em alerta. — Não precisa ultrapassar!
— Pope! — todos gritaram várias vezes enquanto se encolheram em seus lugares até que o carro voltasse para a pista normalmente.
— Mais que babaca, né? — Pope fala olhando John B.
— Se a gente morrer, a única cruz que vamos ver vai ser a do purgatório, Pope! — Hope falou e o amigo virou a cabeça levemente para trás.
— A gente não vai morrer.
— Pope, olha pra frente. — Sarah falou.
— É nosso destino divino pegar a cruz. — Pope falou e todos se entreolharam.
— Se com divino você se refere aos nossos corpos sem alma, estamos no caminho certo. — Hope falou com tom de ironia.
— Relaxa, Spider-Gwen. — Pope falou olhando para trás.
— Pope! Olha pra estrada!
Todos começaram a gritar quando Pope bateu a parte traseira do carro e perdeu a direção, fazendo a picape rodar na estrada e bater contra uma árvore do lado contrário ao que estavam, fazendo os vidros estourarem e todos se levarem os braços até a cabeça.
— Tá todo mundo bem? — John B perguntou ainda atordoado pela batida.
— Eu acho que sim. — Sarah respondeu com a voz baixa.
— Nunca estive melhor. — JJ falou abrindo a porta e descendo do carro. — Você está proibido de dirigir, Pope.
— Ah não, não, não, não, não. — Hope falou vendo o estado do carro logo depois de descer do mesmo. — O carro novo do meu pai, não! Harrison a gente se fudeu muito.
— Já era. — JJ falou olhando o carro. — Perda total.
— Meu pai vai me matar. — Hope e Harrison disseram.
— Ele vai mesmo. — JJ disse e Hope o olhou como se fosse matá-lo naquele instante.
— Não está ajudando. — Hope falou apertando as unhas contra a palma da mão.
— A gente vai ter que andar o resto do caminho. — Pope falou e todos o olharam.
— Cara. — Sarah falou para o mesmo que apenas saiu andando.
— Eu vou pegar minha cruz.
— Oh, relaxa por um segundo. — John B falou entrando na frente do Pope.
— Me larga.
— Não. Só tô tentando ajudar.
— Eu vou pegar a minha cruz. — Pope falou nervoso.
— Pope, a gente acabou de bater com o carro. — John B falou seguindo o amigo.
— Pope! Pope! — Kiara chamou o amigo enquanto Hope apenas tentava não ter um colapso nervoso.
— Espera aí, cara. Você vai ser atropelado! — John B exclamou tirando Pope da estrada antes que um caminhão passasse por eles. — O que você está fazendo?
— A gente tem que voltar pra igreja! — Pope falou antes de sair correndo.
— Pope! — JJ e Harrison gritaram começando a correr.
— Ah, não. — Hope e as meninas falaram enquanto corriam atrás do amigo deixando o carro para trás.
Depois de correrem por um longo percurso, o grupo chegou até a igreja e entrou na mesma com cautela. JJ e Kiara acenderam lanternas e todos entraram logo atrás de Pope no local.
— Sumiu.
— Merda! — JJ exclamou. — Eu sabia que a gente não tinha escondido direito! — ele exclamou nervoso. — O que vamos fazer? O que vamos fazer? O que vamos fazer? Tá legal, pensa, pensa, pensa, pensa.
Hope se sentou em um dos bancos e passou as mãos pelo cabelo de forma nervosa, Kiara fez o mesmo que ela enquanto Pope subia no que antes era um presbitério, JJ surtava chutando as almofadas, Harrison tremia a perna de forma ansiosa, e Sarah e John B apenas ficaram quietos.
— Precisamos de um plano. Precisamos de um plano. Qual é o plano? — JJ falou para si mesmo. — Tá, a gente vai fazer o seguinte. A gente pega uns galões de querosene do Castelo, depois a gente...a gente vai pra oficina do meu pai e pega a dinamite. E a gente vai de carro até Charleston e mostra pra Limbrey com quem ela tá mexendo! Porque isso aqui é um absurdo, cara!
— É uma boa ideia. — Hope disse com a voz calma e todos a olharam confusos. — Se quiser levar todo mundo para a cadeia. Vem cá, você realmente usa a cabeça pra pensar?
— E o que você sugere, então? Tem alguma ideia melhor? — JJ perguntou gritando irritado.
— Eu tô pensando, beleza? — John B falou olhando o amigo. — A gente não pode explodir as coisas, JJ.
— Pope, sinto muito. — JJ falou olhando o amigo.
— O Denmark devia ficar em pé bem aqui...pregando para todos que ele libertou. — Pope falou com todos o olhando. — Um escravo, único sobrevivente do Royal Merchant, ele pegou o ouro, a cruz e trouxe os dois pra terra e usou eles para libertar todas as pessoas que entraram por essa porta. Construiu uma igreja, uma família, uma congregação...um lar.
Pope disse, menos agitado, enquanto olhava para os amigos.
— E os Limbrey tiraram tudo dele. Mandaram os cachorros para cima da esposa e dos filhos e quando ele tentou buscar os restos dela foi enforcado. Pra mim já deu. Eu tô cansado dessa merda! Não é assim que isso vai acabar. A gente precisa de uma vitória, galera. Eu vou pegar a cruz da minha família. — Pope falou antes de caminhar determinado até a porta, Hope e Sarah sorriram ao ouvir o discurso do amigo. — Vocês vem?
— Bem, quando você fala assim... — John B começou.
— Talvez a gente devesse pensar melhor, sabe? — JJ falou olhando John B.
— Prós e contras?
— Lista de prós e contras. — JJ respondeu colocando a mochila no ombro.
Eles entraram na kombi que haviam deixado ali na correria de salvar o Pope. John B ligou a mesma e Kiara fechou a porta traseira do veículo antes do amigo dar partida no mesmo. Durante o caminho, todos se mantêm em silêncio.
— Ah,cacete! Me fudi. — Hope falou ao ver as viaturas paradas em volta do carro de seu pai. — Harrison, o que a gente faz?
— Chora? — Harrison sugeriu nervoso.
— Calma, calma, calma, calma. — Pope murmurou para os gemeos que agora estalavam os dedos em sinal de nervosismo.
— Tá, é claro. — JJ resmungou nervoso enquanto coloca seu boné.
— Calma, cara. Só relaxa, relaxa. — John B falou olhando o amigo antes de parar parar kombi.
— Ah, olha só. — Jacob falou indo até a kombi.
— Tudo bem aí, Jake? — John B falou olhando o homem. — Foi rápido, hein?
— Sabe, a última coisa que eu esperava hoje, era descobrir que uma garota loira bem baixa e de olhos azuis roubou um carro que eu tinha acabado de comprar de presente para minha esposa. — Jacob falou iluminando dentro da Kombi com uma lanterna, fazendo Hope olhar na direção oposta com os olhos arregalados. — Filha, que surpresa!
— Paizinho, que saudade! Como é que vai o trabalho? — Hope falou fingindo que não sabia de nada.
— Olha, Jake...xerife, eu só queria dizer que é tudo culpa minha. — Pope falou e Hope o olhou apreensiva. — Ela não tem nada a ver com isso. Eu me responsabilizo cem por cento.
— Nada a ver com isso? — Jacob repeteu olhando Pope. — Quer tentar outra vez? — ele perguntou ao garoto antes de olhar para Hope. — Esse carro era presente de aniversário da Blair, já que o outro carro dela foi roubado, se lembram? — ele prosseguiu e os filhos não conseguiam olhá-lo nos olhos. — Além de roubarem o carro, ainda sofreram um acidente com ele…esperava que ao menos você tivesse pensado antes da ideia, Harrison.
— Eu achei que o carro era seu…
— Se sentiria menos culpada se fosse?
— Não.
— Vocês dois para a viatura agora. — Jacob falou sério, com a voz grossa e profunda, mostrando que estava realmente bravo.
— Mas, pai… — Hope começou, mas Jacpb apenas a olhou durante alguns segundos e ela suspirou. — Pode abrir a porta, por favor?
— Plumb, abre a porta para meus filhos delinquentes, por favor.
— Liga mais tarde, para avisar sobre qualquer coisa. Beleza? — Hope falou olhando Pope.
— Eu mando notícias. — Pope falou.
— Vamos. — Jacob falou escoltando Hope e Harrison até a viatura. — Ah, por favor, deixem a Sarah na minha casa depois. Não vou te levar agora porque vou ter uma conversa com os dois.
— Prometo chegar antes das 22h. — Sarah disse e Jacob sorriu para ela.
— Desculpa, Haz. — Hope disse baixinho já dentro da viatura.
— Relaxa, é culpa minha também. — Harrison disse beijando a testa da irmã.
Hope e Harrison se mantiveram em silêncio até deixarem que Jacob dissesse algo, mas para a surpresa dos dois, isso aconteceu apenas ao chegarem em casa, quando ele mandou os filhos irem para seu escritório. Hope e Harrison se sentaram nas duas cadeiras em frente a mesa e seu pai se sentou na cadeira única do lado oposto deles, os olhando com seriedade.
— Desculpa. — Harrison disse. — Eu dei a ideia, a Hope só executou.
— Haz, não. — Hope disse antes de soltar um suspiro. — Eu tive a ideia, o Haz só reforçou ela.
— A ideia era usar o carro para tirar a Twinkie do mangue, mas aí as coisas ficaram complicadas.
— Fico feliz com a confissão, mas ela não vai livrar os dois do castigo. — Jacob disse e Hope o olhou indignada.
— Mas o Harrison não fez nada!
— Ele sustentou a ideia. Agora me fala que complicação vocês tiveram que fez vocês acabarem com o carro da Blair. — Jacob perguntou e Hope suspirou.
— Olha foi sem querer, eu juro, eu não lembrava que a epinefrina deixava as pessoas agitadas, mas o Pope ficou maluco daquele jeito e a gente no desespero deixou ele no volante! — Hope falou.
— Epinefrina?
— É, o Pope foi picado por vespas, ele tem alergia, a gente não sabia, e ele quase morreu. Então levamos ele no primo do JJ, que por acaso é paramédico, e ele deu uma injeção de epinefrina pro Pope, igual a que a Hope tomava por conta do amendoim. — Harrison falou omitindo grande parte da história.
— E porque vocês deixaram ele dirigir? — Jacob perguntou nervoso.
— Ele só entrou no carro e a gente foi. — Hope falou. — Estávamos com pressa.
— Eu nem vou fazer mais perguntas porque a história só piora, eu imagino. — Jacob disse suspirando com desapontamento. — Olha, estou extremamente desapontado com vocês. Ultimamente só tem se metido em confusão. O castigo de vocês vai ser pagar por um carro novo com o dinheiro da poupança de vocês e nada de mais problemas, entendido?
— Sim, pai. — Harrison e Hope disseram.
— Ótimo, agora minha conversa vai ser individual. — Jacob disse. — Começando pela mais nova.
— Sempre eu. — Hope resmungou.
— Levou até o Harrison para o centro dessas confusões, hein? Você é algum tipo de recrutadora Pogue? — Jacob falou antes de abrir uma gaveta e pegar um folheto.
— O que é isso?
— Vou te dar mais uma chance, Hope. Uma, entendeu? — Jacob falou de forma rígida. — Se você não começar a se comportar...sinto muito, mas eu vou ser obrigado a te mandar para o internato. Eu não quero fazer isso, mas é minha única alternativa caso continue colocando sua vida em risco dessa forma.
— Tudo isso por causa de um acidente? Mas e o Harrison? — Hope perguntou com indignação. — Ele estava lá também!
— Hope, você tem noção do tanto de merdas em que você se meteu desde que chegamos? — Jacob perguntou e Hope cruzou os braços. — O que seu irmão fez foi errado, mas ele não se meteu em tanta burrada quanto você! Vou me resolver com ele depois. — ele disse. — Meu foco, nesse momento, é você e o perigo que vive se metendo!
— Eu não tenho culpa se a Limbrey ficou um tempão ameaçando o Pope a entregar a chave da cruz pra ela, me sequestrou e depois ainda roubou a cruz da gente! Tem noção de como foi cansativo o dia de hoje? Pois bem, não...porque você nem sabe o que aconteceu e o que tá acontecendo. — Hope falou dando uma risada irônica antes de fechar os olhos e morder a boca. — Merda...
— Cruz? De que merda você está falando?
— É uma série nova da Netflix. — Hope falou a primeira coisa que veio à sua cabeça.
— Vai mentir na cara dura? Pelo menos invente algo melhor. — Jacob falou antes de se levantar e se aproximar da filha. — De qualquer forma, pense bem antes de se meter em problemas de novo.
— Eu não queria ter roubado o carro e nem te dar toda essa dor de cabeça… — Hope falou chorando.
— Eu sei, filha. — Jacob disse pegando a mão da filha. — Só começa a se comportar como uma adolescente calma e pacífica.
— Tá bom.
— Preciso voltar ao trabalho agora. Por favor, se comporte. — Jacob pediu e Hop e assentiu. — Depois vou conversar com seu irmão.
Hope se despediu do pai com o folheto do Blue Ridge ainda em mãos, ela amassou o papel no caminho até seu quarto e jogou o mesmo no lixo perto da escrivaninha. Ela se jogou em sua cama e soltou um suspiro pesado antes de pegar seu celular. Hope decidiu tomar um banho e trocar de roupa. Logo após o banho, Hope secou seu cabelo ainda de roupão e então foi até seu closet para escolher o que vestir, depois de ficar alguns minutos olhando suas roupas, ela optou por uma calça jeans de lavagem escura, e no lugar de um sutiã, ela optou por usar a parte de cima de um biquíni azul que ela tinha e não precisava amarrar para usar, por cima vestiu uma blusinha branca justa que ficava dois dedos acima de seu umbigo, e por fim, pegou uma camisa branca. Quando estava colocando sua meia, Hope recebeu uma mensagem de Sarah no grupo que ela tinha com as meninas, a garota estava contando a Hope o que estavam planejando fazer.
— Haz. — Hope chamou da porta de seu quarto. — Haz?
— Acho que eu quebrei a minha perna. — Harrison gritou e Hope foi na direção da voz dele.
— Haz, meu Deus. — Hope disse colocando o celular no bolso da calça. — O que aconteceu?
— Eu tropecei nisso aqui. — Harrison disse mostrando uma mochila.
— Vish, eu e a Sarah esquecemos na ponta da escada. — Hope disse se sentindo culpada. — Eu nem te ouvi caindo.
— Você estava cantando e secando o cabelo, não ia escutar nunca. — Harrison disse chorando.
— Vou ligar para o papai. — Hope disse pegando o celular.
— Eu já teria ligado se estivesse com o celular.
— Alô? — Hope disse ao atenderem, colocando no viva voz em seguida.
— Hope, aqui é o Shoupe, aconteceu alguma coisa?
— Shoupe, pode passar para o meu pai? É uma emergência.
— Filha, o que aconteceu? — Jacob perguntou perguntou preocupado após alguns minutos.
— O Haz caiu na escada e está aqui chorando. Ele nunca chora quando se machuca. — Hope disse preocupada.
— Chego aí daqui a pouco. Levo ele no hospital. — Jacob disse antes de desligar.
Jacob chegou em poucos minutos e levou Harrison para o hospital, deixando Hope sozinha. Pouco depois que seu pai e seu irmão saíram, Hope recebeu uma mensagem de Sarah pedindo a ajuda dela para conseguir distrair seu irmão e conseguir as chaves do caminhão onde a cruz supostamente estava. Hope ponderou a ideia e depois de muito relutar, Hope soltou um suspiro e saiu de casa deixando uma mensagem para seu pai, avisando que estava nos Cameron ajudando Sarah a pegar algumas roupas.
Ao chegar na casa, Hope entrou pelos fundos e se encontrou com Sarah no quintal dos fundos, as duas andaram juntas pela casa e se dividiram ao chegar nas escadas. Sarah subiu até o escritório e Hope ouviu o barulho do chuveiro no quarto pelo qual estava passando, o qual ela sabia ser de Rafe, ela respirou fundo e entrou no cômodo. Hope olhou o lugar e começou a procurar pela chave com os olhos, ela sorriu ao achá-las sobre uma cômoda e vai até a mesma, mas assim que coloca a mão sobre o objeto a maçaneta do banheiro se movimentou, fazendo Hope correr para longe da cômoda, mas não rápido o suficiente.
— O que faz aqui? — Rafe perguntou ao sair do banheiro e ver Hope parada de costas para ele.
— Feliz aniversário? — Hope falou dando um meio sorriso enquanto se vira para o garoto. — Nossa, você tá sem roupa. — ela falou virando o rosto para o chão.
— Eu acabei de sair do banho, é o esperado, e não é meu aniversário. — Rafe falou dando uma risada abafada.
— É, eu sei. Estava só te testando. — Hope falou sem olhar o garoto.
— Mas, então. O que faz aqui? — Rafe perguntou se aproximando e Hope ergueu o olhar.
— Eu só vim ver se estava tudo bem. Por conta de...você sabe. — Hope falou nervosamente enquanto se obrigava a desviar os olhos de Rafe.
— E veio justamente ao meu quarto? — Rafe perguntou se aproximando ainda mais e Hope passou por ele, fazendo o mesmo ficar de costas para a porta do quarto.
— Eu jurava que aqui era o quarto da Wheezie. — Hope falou dando uma risada nasal. — Estou precisando de vitaminas. Memória fraca, sabe como é, né? — ela disse causando um olhar confuso no Cameron.
— Você meio que me odeia, não é? Porque iria se preocupar em vir aqui ver se tudo estava bem? — Rafe perguntou desconfiado e Hope viu Sarah passando pela porta.
— Posso te odiar atualmente, mas um dia, na infância, já fomos amigos! — Hope falou disfarçando. — Será que você pode colocar uma roupa?
— Já que você insiste... — Rafe falou ameaçando soltar a toalha.
— Não! Espera eu sair...maluco. — Hope falou passando por Rafe, mas ela mal se afasta e o garoto já a pega pela mão. — Rafe...
— Eu só quero agradecer pela cruz, Hope. — Rafe falou se aproximando e tirando uma mecha de cabelo do rosto de Hope antes de segurar o queixo dela enquanto ela tentava puxar sua mão. — Você e seus amigos facilitaram meu trabalho.
Rafe falou antes de puxar Hope pela cintura e a beijar. Hope abriu o olho e viu Sarah se aproxima não da porta com cautela, Rafe fez menção de se afastar e Hope o puxou para perto, dando a chance de Sarah entrar no quarto e pegar a chave antes de correr para fora do mesmo e descer as escadas. Hope então colocou as duas mãos contra o peito do garoto e o empurrou com toda a força que tinha. Rafe se afastou e sorriu de forma maliciosa antes de Hope acertar um tapa em seu rosto.
— Babaca. — Hope falou antes de sair do quarto e correr escada abaixo encontrando com Sarah ao pé da mesma, escondida.
— Muito obrigada. — Sarah falou pegando as mãos da amiga. — Vai pra casa, você já fez demais e eu não quero seu pai bravo com você. Deixa comigo agora. — ela falou e Hope a olhou preocupada.
— Tem certeza?
— Não, mas antes uma do que duas.
— Toma cuidado. — Hope falou beijando a mão para depois colocar a mesma no rosto da amiga. — Eu te abraçaria, mas você tá suja. — ela disse e Sarah riu de leve.
— Nos vemos depois.
Hope correu para fora da casa e continuou correndo até chegar no muro da casa, ela saiu para a rua e foi para sua casa, fazendo o que seu pai e Sarah haviam pedido. Chegando na mesma, ela mandou diversas mensagens para a amiga, mas nenhuma delas foi respondida, então ela decidiu tocar piano e tentar se acalmar. Hope se sentou ao piano e ergueu a tampa dele, começando a tocar a melodia de uma das músicas que escreveu, a qual ela nomeou Things I Wish You Said.
— Hope, chegamos! — Jacob gritou chamando a atenção da garota, que se levantou correndo e foi até a sala.
— Haz! — Hope sorriu para o irmão e o abraçou da forma que conseguiu por conta das muletas do irmão. — Como você está?
— Calma, estou bem. É só uma perna quebrada. — Harrison falou rindo quando a irmã o abraçou com força.
— Fiquei preocupada.
— Eu também. Seu pai só me avisou que estava no hospital com o Harrison. — Blair falou rindo enquanto Hope a olhou rindo.
— Vamos comer o quê?
— A pizza chegou. — Jacob falou chegando na sala junto de Blair.
— Ótimo, vou matar o que está me matando. — Hope e Harrison falaram sorrindo.
Todos se serviram e ficaram conversando. Vez ou outra Harrison fazia um vídeo de Hope e postava e enviava no grupo com seus primos, simplesmente para a irritar, e antes de irem dormir todos se juntaram e tiraram o que seria, por um tempo, a última foto da família reunida.
[Capítulo revisado]
2/2
E aí, Pogues, oque acharam e oq esperam dos próximo capítulos??
Espero que tenham gostado, não se esqueçam de favoritar e comentar bastante!
Bjs, Ana!!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro