16² - chapter sixteen
Boa leitura💛
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Limbrey e Renfield estavam no hotel onde estão hospedados durante sua estadia em Outer Banks. Os dois estavam conversando sobre seus planos futuros relacionados à cruz.
— Tenho que admitir que aquelas crianças idiotas foram espertas trocando a chave. — Carla falou olhando a chave com atenção.
— Só a conhecíamos pelo desenho. — Renfield disse.
— Pare de inventar desculpas!
— Acho que ainda estão com a chave. — Renfield falou olhando Carla da porta.
— É claro que estão. Devem estar procurando a cruz... — Carla falou antes de começar a tossir. — ...enquanto perdemos tempo. Talvez já tenham até encontrado. — ela completa antes de voltar a tossir e Renfield a entrega um copo de água. — Quero que chame seus amigos do exército.
— Entendo sua situação.
— Como você poderia...como você poderia entender? Eu estou morrendo. Te dou tudo o que você quiser, os recursos que precisar, qualquer meio necessário. Não é o que você e seus amigos dizem?
— Vou cuidar disso. — Renfield fala se levantando.
— Precisamos forçá-los a entregar a chave, uma motivação emocional… — Carla disse com um sorriso.
— O que quer que eu faça?
— Separe eles, alguém que gere comoção o suficiente para forçá-los a entregar a chave pela pessoa. — Carla sugeriu pegando uma foto e circulando uma pessoa de vermelho.
— Qual deles?
— Ela. — Carla falou mostrando uma foto para Renfield. — Faça o que for necessário, mas sem mortes, não podemos chamar muita atenção.
「✞」
P
ope, Kiara e Hope foram os primeiros a acordar naquela manhã. Enquanto as meninas se trocavam para ir à escola, Pope tentava acordar os amigos e para isso ele estava usando uma junção de latinhas de cerveja para bater no rosto dos amigos.
— Cara, temos que ir à escola. Temos prova de geometria. — Pope falou para John B antes de ir até JJ. — Acorda, JJ! Ele está vivo?
— Sei lá. — Harrison respondeu já pronto.
— JJ, coloca os seus tênis. — Pope falou enquanto Kiara passava por eles e Hope terminava de escovar os dentes.
— Ei, Kie. Vamos por aqui. — Pope falou ao passar pela amiga.
— John B e JJ, vão escovar os dentes. — Hope falou empurrando os dois para o banheiro.
— Hum...eu encontro com vocês depois. — Kiara falou olhando em volta.
— Hope, você vem? — Pope perguntou assim que JJ e John B saem do banheiro.
Os quatro garotos saíram juntos conversando. Hope se virou para Kiara, e assim que se olharam começaram a rir. Após arrumar um pouco a bagunça que estava espalhada por cada canto da casa. Hope recebeu então uma ligação de James e o mesmo chama as duas meninas para irem até a cafeteria de sua família no centro de Outer Banks. Hope então dirigiu até o estabelecimento. Elas caminharam até o balcão e se sentaram nos banquinhos do mesmo, ficando de frente para James.
— Até que enfim. Achei que tivessem se perdido. — James falou puxando as duas para uma mesa vazia. — Certo, vocês não vão acreditar em quem acabou de sair daqui. Quer dizer, não acabou, nesse minuto, porque faz algum tempo, mas...
— Prossiga.
— Rafe Cameron acabou de sair daqui com uma caixa com 4 donuts, dois normais com cobertura de chocolate, um com coisinhas de estrelinha e outro de coraçõezinhos e dois cafés. — James falou fazendo as garotas franzirem o cenho.
— O Rafe? — Kiara perguntou e James assentiu. — Tem certeza que era ele?
— Absoluta. Ele é uma pessoa meio difícil de esquecer, não é? — James falou piscando e as meninas riram de leve. — E não é como se tivessem projetos de Rafe espalhados pela ilha.
— Ele estava sozinho? Ou tinha alguém com ele?
— Tinha uma menina no carro dele, mas não parecia ter nem a nossa idade. — James respondeu indo até o balcão.
— Talvez seja a Wheezie. — Kiara falou e os outros assentem.
— Então, suponhamos que seja a Wheezie. Ele é, tecnicamente, um doido da cabeça consolando a coitada “esquecida no churrasco”? — James perguntou trazendo um pedaço de torta para a mesa deles.
— Basicamente.
— Não acham que pode...sei lá, dar um surto psicótico nele? — James perguntou preocupado.
— Acho que não, a Wheezie sempre foi a única pessoa com quem ele nunca levantou a voz. Ele nunca teve nenhum surto com ela. — Hope falou pegando um pedaço da torta.
— Tem certeza disso?
— Sim, é como se a Wheezie fosse...a "protegida" dele. — Hope falou após terminar de mastigar.
— Espero que esteja certa, gosto da Wheezie.
— Espero que ela esteja bem. Não é como se Rose fosse a melhor mãe do mundo e Rafe o melhor irmão. — Kiara falou comendo um pedaço da torta.
— Mas e a Sarah? Ela não está ficando na casa dela agora que ela e o John B terminaram? — James perguntou e as meninas o olharam confusas. — As notícias correm…vi ela voltar chorando do Cut.
— Duvido muito que ela vá querer ficar na mesma casa que o Rafe depois de ele ter tentado afogar ela. — Kiara falou.
— Ela deve ter ido ficar no Topper, provavelmente na casa da piscina. — Hope diz soltando um suspiro. — De certa forma é até bom pra ela.
— Porque ela não ficou na sua casa? - James perguntou fazendo Kiara soltar uma risada nasal.
— Porque seria mais fácil do John B tentar falar com ela e também porque JJ e Hope ficam muito juntos, se é que me entende. — Kiara falou e James soltou uma risada alta.
— Os pervertidos do grupo?
— Com certeza.
— Ei, gente. Eu não fui ao banheiro, não. — Hope falou com ironia dando um aceno de mão para os dois amigos.
— Amiga, você tá aqui! Meu Deus, eu não tinha percebido. — James falou fazendo Kiara rir.
— Vocês são ridículos.
— Mas agora me conta...como o namoro de vocês está? — James perguntou apoiando o rosto nas mãos.
— Não tenho namoro nenhum. JJ nunca disse nada sobre e disse outro dia que o que nós temo é coisa de verão. — Hope disse sem expressão.
— Isso é sério?
— Uhum. — Hope disse antes de rir sem humor. — Mas não é como se eu ligasse para isso…gosto de como as coisas estão. Fala de você, Kiara.
— Harrison e eu estamos juntos. — Kiara disse dando um sorriso.
— Toda boba apaixonada, que coisa mais fofa. — James fala sorrindo para Kiara e Hope riu.
— Eles são uns fofos…longe do meu quarto. — Hope disse pegando um pedaço de torta em seu garfo. — Vou querer um desse pra viagem, o Haz vai amar essa torta.
— Anoto na sua conta?
— Sim. — Hope disse antes de olhar a mensagem de Harrison falando da prova. — Precisamos ir, a aula começa em meia hora.
— Isso, vão estudar, eu também vou daqui a pouco. — James disse se despedindo das amigas.
As duas foram para a escola e se encontraram com os meninos no pátio. Kiara e Harrison foram para sua aula de inglês, enquanto Hope ia junto dos outros meninos para a prova de geometria. Hope se sentou em frente JJ, ficando ao lado de Pope, enquanto John B ficava sentado na cadeira ao lado de JJ. Assim que a prova começou Hope deu jeito de deixar que JJ visse algumas de suas respostas, mas deixou que ele fizesse algumas por conta própria, assim não ficaria óbvio que ele colou. Hope já havia prometido que o ajudaria caso ele precisasse fazer para recuperar a nota para passar de ano.
Hope foi a primeira a terminar a prova, confiante de que havia ido bem, considerando seu histórico escolar impecável. Ela estudava em uma escola extremamente rigorosa quando morava na Inglaterra e seu pai sempre incentivou muito Hope e Harrison em relação aos estudos, por isso criaram juntos uma tabela de estudos, onde cada dia da semana era separado para uma matéria, às vezes misturando as matérias quando elas se completavam.
— Você saiu muito rápido. — JJ disse ao encontrar Hope em uma das mesas do pátio.
— A prova foi fácil. — Hope disse encolhendo os ombros.
— Você estudou? Não lembro de te ver estudando. — JJ disse se sentando ao lado dela.
— Revisei a matéria no caminho. — Hope disse e JJ arregalou os olhos.
— Como consegue?
— Tirar menos de oito na minha antiga escola era quase um crime. Preciso manter as notas para conseguir um bom histórico. — Hope disse sorrindo e JJ assentiu.
— Já tirou menos que oito? — JJ perguntou e Hope abriu seu tablet em uma tabela colorida.
— Essa é a minha tabela de notas desde a sexta série. — Hope mostrou e JJ olhou todas as notas em verde. — Minha nota mais baixa foi um sete, mas pude refazer a prova e tirei nove.
— Porque pôde refazer a prova?
— A prova foi no mês seguinte à morte do Zack e eu estava sem comer, dormir e tudo mais. — Hope contou. — A psicóloga precisou fazer um laudo e eu tive outra chance. Mas só liberaram porque eu nunca tinha tirado menos que nove.
— Caramba. — JJ disse olhando a tabela. — Nota máxima em física, química e cálculo avançado?
— JJ, e aí, cara? — um garoto alto usando uniforme de basquete se aproximou deles. — Você é a Hope, certo?
— Uhum. — Hope murmurou sorrindo.
— Sou o Tyler.
— Prazer te conhecer.
— Prazer te conhecer também. — Tyler disse e Hope sorriu um pouco. — Posso roubar o JJ um pouco?
— Claro, eu tenho que ir para casa fazer minha aula de francês. — Hope disse juntando suas coisas rápido.
— A gente se vê depois? — JJ perguntou e Hope assentiu.
— Tchau. — Hope disse sorrindo para os garotos.
— Aí sim, JJ, fisgou a riquinha. — Tyler disse e JJ riu baixo. — Não era só um “caso de verão”, cara?
— Um caso de verão que me proporciona momentos bons, preciso aproveitar meu tempo com uma garota que saiba o que faz, e seja legal, bonita, inteligente. — JJ disse e Tyler riu.
Hope saiu dali e andou apressada para seu armário e pegou sua bolsa, deixando a mochila no lugar da mesma. Ela saiu da escola e dirigiu até um café e logo viu Topper sentado em uma mesa mais ao fundo.
— Oi.
— Oi, eu pedi dois cappuccinos, ainda gosta? — Topper perguntou e Hope assentiu.
— É estranho tomar café com você. — Hope disse e Topper riu baixo.
— Em circunstâncias normais nunca faríamos isso. — Topper concordou.
— Nunca. — Hope falou rindo de leve junto de Topper. — Ela está ficando na sua casa?
— Na casa da piscina. E eu acho que consegui convencer ela a ir na festa da fogueira, hoje à noite. — Topper falou antes do garçom chegar com os cafés. — Obrigado.
— Obrigada. — Hope falou ao garçom.
— Você vai?
— Ainda fazem a festa da fogueira? Eu me lembro de quando éramos pequenos e fazíamos marshmallows, na versão infantil dela, é claro. — Hope falou rindo.
— A festa da fogueira é uma tradição da ilha. Nós íamos juntos todo ano. Éramos um grupo grande. — Topper disse sorrindo.
— A gente tocava o terror em todo lugar que íamos. — Hope disse rindo. — Me lembro da vez que corri atrás de você e do Harrison com uma vassoura.
— Eu saí com um belo galo na testa. — Topper falou rindo e Hope o acompanhou. — É estranho como tudo mudou.
— Nós crescemos. Nossas vidas mudaram e acabamos nos afastando com isso. — Hope disse deixando seu sorriso morrer.
— Sarah e Kiara brigaram, o James teve depressão, você e o Harrison estavam em Londres, você passou por aquela merda de situação…
— Você e Kelce começaram a sair muito com o idiota do Rafe.
— É, teve isso. E então, você voltou.
— E tudo continuou bagunçado. Bem, menos a briga entre a Kie e a Sarah e a depressão do James.
— Pelo menos algumas coisas deram certo.
— Alguma coisa tinha que dar certo. — Hope falou sorrindo antes de soltar um suspiro. — Obrigada por ajudar a Sarah quando o Rafe...você sabe.
— Não precisa agradecer. Não podia deixar que ele terminasse o que começou. — Topper disse e Hope assentiu. — Eu sei que de uns anos pra cá nossa relação não tem sido das melhores, mas eu realmente espero que possamos tentar mudar isso.
— Você precisaria de mais que palavras pra isso, Topper. — Hope falou olhando para o garoto de forma séria. — Não adianta nada você me falar que quer mudar, mas continuar agindo como um idiota.
— Estou tentando mudar, Hope. Depois que tudo aquilo aconteceu eu percebi o que fiz e falei. Você pode não acreditar em mim, mas eu estou tentando mudar. — Topper falou olhando a garota.
— Eu percebi uma pequena mudança em você, mas as mudanças que você precisa fazer para ser melhor não são só comigo, ou com as pessoas que você quer. Entendo que queira mudar, mas é difícil pra mim "ser amiga" de alguém que trata meus amigos e meu…meus amigos como se fossem pedaços de lixo. — Hope disse apoiando os braços na mesa.
— Eu não sou obrigado a tratar o John B bem, se é isso que você está falando. — Topper disse fazendo Hope rir com escárnio. — Não posso tratar ele como se fossemos velhos amigos, não depois de ele ter levado Sarah direto para a morte.
— Não pedi pra você tratar o John B como se fossem amigos. Só falei que sendo o idiota que você está acostumado a ser, você não vai conseguir progredir com sua mudança de comportamento. — Hope disse encolhendo os ombros.
— Tá bom...quer mandar algum recado para Sarah?
— Não, eu falo com ela pelo celular depois. Obrigada pelo café, Topper. — Hope falou se levantando e saindo do estabelecimento.
Hope entrou em seu carro e respirou fundo antes de dar partida no mesmo. Durante o caminho até sua casa, milhares de notificações começaram a chegar. Hope olhou para a estrada e parou no acostamento antes de pegar o celular e abrir na mensagem. Ela liga o pisca alerta e franze o cenho ao ver fotos dela saindo da escola, entrando no café, conversando com Topper, saindo do café e a última mídia era um vídeo dela olhando em volta assustada.
Número desconhecido
Hope: Queria parar de ter sua
presença na minha vida, Dylan
Desconhecido: Foi rápida dessa vez,
ursinha
Hope: Já disse para parar de me
chamar assim.
O que você quer agora?
the grudge: Eu quero acabar
o que eu comecei
Hope: Sabe que a delegacia é
perto daqui, né?
the grudge: Sei, seu pai acabou de
sair para o almoço.
Tenho mais uma foto para você.
Hope olhou para o celular assustada e fechou os olhos antes de abrir a mídia que Dylan havia enviado. Era uma foto da noite em que o Dylan havia matado Zack.
the grudge: Nos vemos na Festa
da Fogueira, ursinha.
Hope continuou com o carro estacionado, controlando sua respiração. Ela decidiu dar partida no carro e começou a dirigir para o Castelo devagar. O caminho até a casa de John B nunca foi tão longo quanto naquela tarde, o carro parecia mais quente que o normal e sua cabeça parecia pesada demais.
— Falando no diabo. — John B disse assim que Hope desceu do carro.
— Desculpa a demora, acabei esquecendo da hora. — Hope disse se sentando ao lado de JJ.
— Tudo bem? — JJ perguntou e Hope assentiu dando um sorriso fraco.
— Depois vai me contar o que aconteceu. — Harrison cochichou para a irmã e a mesma assentiu.
— Qual o motivo da reunião? — Hope perguntou.
— Mais cedo, o Sr. Sunn nos mostrou isso. — Pope disse mostrando alguns papéis. — Isso aqui é do diário do Denmark. — ele disse olhando os amigos. — "Em 15 de agosto, saímos de Porto Príncipe em águas tranquilas. Encontramos um navio espanhol, San Jose, pegando fogo. O convés inteiro em chamas. Ouvimos gritos de homens presos lá embaixo. O capitão só ligava para uma coisa: sua valiosa carga, a Cruz de Santo Domingo e muitas barras de ouro. Salvamos a carga e íamos ajudá-los, mas o capitão Limbrey nos mandou ameaçá-los e não deixar a tripulação subir a bordo. Ele os roubou...e os deixou para morrer."
— Então, não afundou nas Bermudas. — JJ falou brincando com seu isqueiro.
— E pra variar, foi roubado por um Limbrey. — Hope falou mexendo na ponta do cabelo.
— Este diário prova que o ouro e a Cruz de Santo Domingo estavam no Royal Merchant. — Pope disse.
— Porque não a achamos no poço? — JJ questionou fazendo todos o olharem enquanto ele se sentava apoiado em seus joelhos, colocando a mão na perna de Hope. — Quero dizer, se o Denmark conseguiu levar essa cruz gigante do navio até a praia, por que não deixou com o ouro?
— Porque era muito grande. — John B falou conclusivo.
— Sim. Precisou esconder em outro lugar. — Pope falou olhando John B.
— Mas onde? — Harrison perguntou olhando o papel, agora em suas mãos.
— Antes de ser enforcado, ele disse que tinha enterrado o tesouro no pé do anjo. — Pope falou olhando os amigos.
— Achei que tivesse a ver com a chave. — JJ disse confuso.
— Sim. Qual é a ligação? — Hope perguntou para Pope.
— "O caminho para a tumba começa no quarto da ilha." — Pope fala.
— Mas que quarto da ilha? — Kiara falou revirando os olhos.
— Tenho certeza que esse tal quarto está, literalmente, na nossa cara. — Hope resmungou.
— Sabe o que me ajuda a pensar? — JJ disse se levantando.
— Lá vem...
— Fumar cerveja e beber maconha. As ideias brotam como nunca. — JJ falou e Hope sorriu olhando para ele, achando graça da fala do mesmo. — Se ficarmos sentados aqui quebrando a cabeça, não vamos chegar a lugar nenhum. Mas se estimularmos a criatividade indo à festa da fogueira hoje à noite, pode ser que sim.
— Bem, eu fui deserdada pelos meus pais, então, agora sou membro oficial do grupo dos que não tem nada a perder. — Kiara falou sorrindo.
— Harrison e eu estamos dentro. — Hope falou sorrindo.
— Pope?
— Estamos tão perto...
— Imagine como seu cérebro vai funcionar melhor depois de uma espairecida. — JJ falou se abaixando na frente do amigo.
Hope, Kiara, Harrison e John B fizeram suas melhores expressões de “cachorro pidão” em volta de Pope e o garoto suspirou.
— Está bem.
— Legal! — os outros comemoram se levantando.
— Esperem. Vamos virar uma antes de ir. — JJ fala passando o braço pelos ombros de Hope.
A festa da fogueira era uma tradição em Outer Banks. Acontecia todo ano. Todo mundo ia. Kooks e Pogues se misturavam, nem sempre as coisas saiam como o esperado, mas antes de alguma briga acontecer a diversão acontecia.
Assim que John B parou a Kombi, os cinco amigos desceram da mesma e já começaram a ir para o meio da multidão de adolescentes. Kiara, Harrison e Pope foram na frente conversando sobre os pais da Kiara. Hope estava logo atrás deles respondendo algumas mensagens de seu pai. JJ e John B estavam por último. Eles avançaram pelo meio das pessoas e quando se aproximaram de Hope, JJ passou o braço pela cintura da mesma e a puxou para perto.
— De repente ela disse "Acabou". — John B disse, contando sobre seu término com Sarah.
— Eu sei. Eu sei. — JJ falou se virando para o amigo. — Mas cara, ela viu o pai dela explodindo. Dá um desconto. Quer saber, vamos virar uma. Como nos velhos tempos. — JJ fala pegando duas cervejas. — Aqui, para você princesinha.
— Obrigada. — Hope fala pegando a latinha, limpando, disfarçadamente, a mesma em um paninho que guardou em seu bolso mais cedo.
— Ei, renegados! — uma garota grita ao mesmo tempo em que uma latinha acerta John B.
— Hey, lá está ela. — JJ falou ironicamente.
— Vai lá, garanhão. — Hope falou sorrindo para o amigo.
— Isso, cara. Vai lá, eu e a gatinha aqui vamos dar uma voltinha. Boa noite. — JJ falou antes de John B bater a mão entre as pernas do loiro. — Excelente.
Assim que John B se afasta, JJ e Hope viram suas latinhas. Os dois cochicham algumas coisas e logo se afastam rindo, eles caminham conversando até as bebidas e ficam conversando com algumas pessoas que estavam por ali enquanto bebem. Algum tempinho depois, Hope estava sentada em um muro baixo com JJ a sua frente enquanto se beijavam. Kiara se aproxima deles e os separa fazendo os dois olharem para ela com uma expressão brava.
— Saiba dividir, Maybank. Agora ela é minha. — Kiara falou pegando Hope pela mão.
— Foi mal, loirinho. — Hope falou dando um selinho em JJ que apenas riu quando as duas garotas se afastaram.
— E aí, cara? Vai ficar na parede? — JJ perguntou se aproximando de Pope.
— Ah, sabe como é, né?
— Não, não sei. — JJ falou e Pope riu pelo nariz. — Essa é a oportunidade perfeita de você virar um predador. Eu mesmo acabei de beijar uma menina linda, o nome dela é Hope, conhece?
— É aquela que te trocou pela nossa amiga, Kiara? — Pope perguntou entrando na brincadeira do loiro.
— Ela mesma.
Os dois garotos continuam conversando enquanto Kiara e Hope conversam com James e o irmão dele que haviam chegado há pouco. JJ ficou desconfortável de ver Hope rindo tanto com outro garoto que não fosse ele. Mas no lugar de se aproximar para conhecer o amigo de Hope, JJ puxou Pope até duas garotas que estavam sentadas no muro onde ele estava com Hope alguns minutos atrás. JJ apresentou Pope para as meninas e os quatro começaram a conversar, logo Pope e uma das garotas estavam conversando entre eles de forma animada, então JJ se apoiou no muro e começou a conversar com a outra garota.
Hope e Kiara se despediram dos meninos e ao se virar para pegar uma bebida, Kiara viu JJ conversando com a garota. Hope estranhou e olhou na direção que Kiara olhava, Hope sentiu seus olhos arderem, mas piscou diversas vezes afastando as lágrimas, ela não iria chorar, não ali.
— Hope…
— Estou bem. — Hope disse sorrindo, sem deixar de olhar para JJ. — Quer outra bebida? Acho que vou pegar um pouco de vodka dessa vez.
— Hope, você…
— Kiara, não. — Hope disse olhando a amiga e negando com a cabeça. — Acho melhor eu ir embora, na verdade.
— Eu vou com você. — Kiara disse.
— Quero ir sozinha. — Hope disse dando um leve sorriso.
— Já vai, Hope? — Harrison perguntou se aproximando da irmã.
— Já, minha cabeça está doendo um pouco. Quero dormir. — Hope disse e Harrison assentiu.
— Beleza, eu pego a chave da kombi com o John B e te levo, depois eu volto. — Harrison disse.
— Não, você bebeu e eu quero ficar sozinha. — Hope disse sem dar abertura para discussão.
Ela se despediu o mais breve possível e olhou rapidamente para JJ, a tempo de ver a garota passar uma das mãos pelo braço dele e ele não se afastar. Hope mordeu o interior da bochecha e começou a caminhar para fora dali. Quando estava próxima da kombi ela sentiu JJ pegar sua mão.
— O que foi? — JJ perguntou assim que Hope se virou para ele.
— Nada, volta para sua conversa. — Hope disse com o mesmo tom de voz que usava quando morava em Londres, a “voz da popularidade” como seu irmão chamava. Segundo ele, até mesmo o olhar de Hope mudava quando ela usava aquele tom de voz. — Parecia…bem interessante. — ela completou enquanto passava uma das mãos pelo braço de JJ.
— Aquilo não foi nada. — JJ disse terminando de virar sua cerveja.
— Pareceu bastante coisa para mim. — Hope disse sem expressão.
— Não foi nada, não precisa ficar assim. — JJ disse de forma despreocupada.
— Não preciso mesmo, né, JJ? — Hope perguntou sem conseguir controlar a mágoa em sua voz. — Até porque, segundo você, o que a gente tem não é nada demais. Só “coisa de verão”. Aproveitando a minha companhia porque eu sou uma garota que sabe o que faz, não é?
— Não foi aquilo que eu quis dizer, você ouviu a conversa pela metade. — JJ perguntou confuso e Hope riu sem humor.
— Você quer que eu acredite em você depois do que eu vi? E outra que essa não é a primeira vez que você fala isso. — Hope perguntou cruzando os braços.
— Você não viu nada demais! — JJ disse com a voz alta. — E eu só falei aquilo porque…
— Eu não me importo sobre o porquê você falou o que falou! No fim das contas você disse e é isso que importa! E eu vi você deixando aquela ridícula ficar tocando em você e se atirando pra cima de você enquanto você não fazia nada! — Hope disse também exaltada. Por sorte a música e o falatório eram altos o suficiente para ninguém ouvir a discussão.
— Você também estava de conversinha com aquele cara!
— Aquele cara é irmão do James e meu amigo. E ao contrário da sua amiguinha, o Jonathan não estava se jogando pra cima de mim e vice-versa. — Hope disse irritada e JJ jogou a latinha de cerveja no chão. — Porque se importa tanto em me ver conversando com outros garotos se eu não sou nada demais para você?!
— Isso não importa! — JJ disse passando a mão no cabelo de forma irritada.
— Importa para mim. — Hope disse antes de se afastar e sair dali chorando.
— Hope, qual é? — JJ chamou pegando Hope pela mão, mas ela se soltou dele o olhando com decepção.
— Me deixa sozinha, tá legal? Eu já passei por isso uma vez e preciso pensar. — Hope disse voltando a se afastar de JJ e da festa.
Enquanto caminhava, o vento gelado fazia Hope se arrepiar. Ela havia deixado a bebida que estava tomando cair em sua jaqueta e agora segurava a peça de roupa pendurada em seu braço. A rua era escura e ela tentava ignorar seu medo cantando algumas músicas em sua cabeça.
— Não pensei que fosse ter coragem de me encontrar. — a voz de Dylan fez Hope parar de andar. — Vai acabar ficando doente andando se jaqueta nesse vento.
— Tenho uma boa imunidade. — Hope disse voltando andar, dessa vez mais rápido.
— Porque está fugindo de mim? — Dylan perguntou sorrindo e caminhando devagar atrás de Hope.
— Acho que você sabe o porquê.
— É inútil você fugir, estou junto de alguém que também está atrás de você, ursinha. — Dylan disse e no segundo seguinte Renfield apareceu na frente de Hope. — Conhece meu amigo, Renfield?
Hope não teve tempo de fazer nada. Quando pensou em correr Dylan cobriu seu nariz e boca com um pano branco e então a visão dela escureceu aos poucos. Quando ela voltou a consciência, Hope estava dentro do porta-malas de um carro, suas mãos e pés estavam amarrados e sua cabeça doía. Hope olhou em volta confusa e tentou gritar, mas ela tinha um pano amarrado em sua boca, que a impedia de fazê-lo. O carro parou dentro de alguns segundos e Hope ouviu o som de duas portas se fechando e então uma conversa entre Dylan e Renfield antes do porta-malas ser aberto e eles colocarem um saco bege em sua cabeça.
Alguns passos depois, Hope sentiu Dylan a tirando de seu ombro e a colocando, sem delicadeza alguma, em uma cadeira. Assim que puxaram o saco de sua cabeça, Hope fechou os olhos para a luz acesa do ambiente e quando abriu novamente viu Renfield e Dylan a olhando de braços cruzados. Hope se perguntou como podia se sentir muito mais confortável com a presença de Renfield, um cara que ela nem mesmo conhecia e havia ameaçado seus amigos, e se sentir completamente desconfortável com a presença de Dylan. Hope tentou dizer milhares de palavrões direcionados a Renfield e Dylan, mas devido ao pano amarrado em sua boca todas as palavras saíram apenas sons abafados.
— O que disse, princesa? — Dylan perguntou olhando Hope com um olhar malicioso.
— Vou dar uma olhada no perímetro. — Renfield disse e Hope arregalou os olhos enquanto tentava falar e as lágrimas brotavam em seus olhos. — O que foi, garota? — ele disse se abaixando em frente Hope e tirando o pano da boca dela. — Dá uma olhada lá fora, acho que ouvi alguma coisa.
— Não me deixe sozinha com ele, por favor. Eu faço o que a Carla quiser, mas não me deixa sozinha com ele. — Hope disse com lágrimas nos olhos. — Não sabe a merda em que meteu a gente por ele estar aqui.
— O que quer dizer?
— Dylan matou o meu melhor amigo, abusou de mim e tentou me matar. — Hope disse e Renfield olhou para a porta. — Ele é completamente insano. Se acha que o Rafe Cameron é maluco…não espere menos que o pior do Dylan.
Renfield colocou o pano na boca de Hope de novo e saiu do quarto onde manteriam Hope presa. Hope suspirou pesadamente e então tentou soltar ao menos uma de suas mãos e quando conseguiu ela pegou seu celular no bolso lateral da calça e ligou sua localização, enviando ela para todo mundo que se lembrou com uma breve mensagem dizendo: “Estou bem, mas fui sequestrada. Não é um treinamento.”
— Como soltou sua mão? — Renfield perguntou ao entrar no quarto, segundos depois de Hope conseguir esconder o celular debaixo do colchão velho que tinha ali.
— Uso bastante hidratante. — Hope disse, depois de tirar o pano da boca.
— Aqui, não quero ser acusado de matar você de sede. — Renfield disse entregando uma garrafa d'água para a garota. — Não se preocupe, compramos no caminho.
— Não me passa confiança. — Hope resmungou.
— Passa sede então. — Renfield disse pegando a garrafa.
— Não. Me deu a garrafa, agora é minha. — Hope disse tomando a garrafa de volta. — Vou ter que ficar nessa cadeira?
— Vai. — Renfield disse amarrando ela de novo.
— Estou começando a ficar com dor. — Hope reclamou. — Muito apertado.
— Não ligo. — Renfield disse e Hope revirou os olhos. — Vou deixar sem o pano, mas se começar a atormentar eu venho aqui e te deixo muda de novo.
— Tá bom.
Assim que Renfield saiu do quarto, Hope começou a cantarolar suas músicas favoritas. Ela ficou sozinha durante algumas horas e então Dylan entrou no quarto para tentar falar com ela, mas Hope se manteve em silêncio, apenas encarando o garoto sem expressão alguma, o que o deixou irritado e o fez sair do quarto batendo a porta.
Hope suspirou pesadamente e começou a pensar em algo que pudesse ajudá-la a sair dali.
[Capítulo revisado]
1/3
E aí, Pogues! Como vcs estão?
Sigam acompanhando pq estamos na reta final, além desses 3 capítulos de hj, eu tenho apenas mais 4 para revisar e publicar. Estamos na reta final para q eu comece a pensar sobre o 4° e último ato de Bad Reputation!!!
Espero que tenham gostado, não de esqueçam de favoritar e comentar bastante ao longo dos capítulos (vcs nao comentam e eu acho q tá tudo horrível, comentar é BOM).
Bjs, Ana!!
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