Someone You Loved.
Boa Noite pessoas lindas!
Tudo bem com vocês?
Peço desculpa pela sumida, mas aqui estou eu de volta, com uma nova proposta para vocês, essa história é uma coletânea de três ones diferentes, que não irão se interligar, onde nossa querida Charlotte é a vilã.
Deixo aqui para vocês a primeira one.
Dedico essa one pra minha querida e amada Sis gi-linsky, obrigada por me aguentar, por ter me dado inspiração para essa história com nossas teorias loucas pela madrugada e por ter arrumado a capa para mim, love you Sis 🖤.
Someone You Loved.
O telefone em cima do balcão tocou pela quinta vez, ou talvez tenha sido a sexta, Charlotte já havia perdido a conta, virou a tela do aparelho para baixo e voltou a tentar ignorar o toque estridente, fechou os olhos e começou a cantarolar a música alta que preenchia o bar em que ela se encontrava.
O aparelho telefônico parou de tocar e ela soltou um suspiro de alívio, eles finalmente haviam desistido, porém não demorou muito para que o toque reiniciasse, ela estava a ponta de jogar o telefone contra a parede mais próxima quando a moça sentada ao seu lado puxou assunto.
-Deixe-me adivinhar, ele fez alguma besteira e agora não para de te ligar querendo se desculpar.
A Page virou o rosto para encarar a dona da voz, ela aparentava não ter mais de quarentena anos e tinha uma pela pálida que entrava em contraste com seus longos cabelos pretos e olhos azuis, tão claros que chegavam a se hipnotizantes, que a olhavam com tanta compaixão e solidariedade que o coração de Charlotte se aqueceu, fazia tempo que ninguém demonstrava tanto interesse em algo que ela tinha a dizer.
Lembrou-se dos idiotas que chamava de amigos, que havia deixado na Caverna Man e como eles a ignoravam por completo, como se sua opinião não fosse nada, sentiu o sangue ferver de raiva.
Sua semana havia começado no mínimo horrível, com Henry aparecendo empolgado no Caverna Man falando sobre a sua nova paquera, a atendente da iogurteria, e como ela era incrível e havia aceitado sair com ele, e a cacheada teve apenas que engolir a seco todas essas informações junto com seus sentimentos, o que mais ela poderia fazer? Ela e Henry tinham apenas uma amizade colorida escondida, ela era a garota que concertava o coração do loiro após cada termino dele, a garota que ele ficava quando não tinha nenhuma outra garota que ele estivesse interessado, e como ela se odiava por se submeter a esse papel, mas não conseguia resistir, era mesmo uma idiota apaixonada.
A semana piorou cada vez mais quando uma nova vilã, denominada Eletrika, apareceu para assombrar Swellview, ela era astuta e ágil, havia conseguido entrar em mais de dez laboratórios diferentes e roubados itens que eram valiosos suficientes para serem vendidos, porém não chegaram a ser anunciados em nenhum canto, o que fazia a cacheada começa a pensar que a vilã poderia estar querendo construir algo grande.
Para piorar mais ainda seus dias, seu pai que havia abandonado ela e sua mãe, quando ela não tinha nem três anos de idade, resolveu aparecer como se nada tivesse acontecido querendo tentar uma reaproximação.
Então quando chegou a sexta-feira à noite a morena estava no seu limite de estresse, para piorar aquele foi o dia que Henry, Jasper, Ray e Schwoz haviam tirado para serem mais idiotas que o habitual, começando um jogo chamado "Fireball", que envolvia uma bola tênis, fluído para isqueiro e fogo, ela precisou apagar três vezes a roupa de Schwoz e gritar pelo menos quatro vezes para que eles a escutassem e parassem o jogo.
Entretanto o auge da sua semana não foi a desobediência dos rapazes, ela estava acostumada com isso, foi um pequeno detalhe, eles saíram para comprar a comida e quando voltaram com os hambúrgueres e entregaram o dela, quando ela ansiosamente mordeu seu sanduiche e o gosto picles tomou conta do seu paladar, ela perdeu a paciência, era besteira ficar chateada com isso, mas o que custava eles lembrarem disso? Ela sempre lembrava de como eles pediam a comida quando saia para comprar, sempre os ajudava tirando de todas as situações perigosas e comprometedoras que eles se metiam, e eles nunca a valorizavam.
Então quando Ray perguntou na maior tranquilidade qual era o problema jurema, ela simplesmente explodiu, largou o lanche na mesa e começou um discurso raivoso de como eles eram extremamente insensíveis, insuportáveis e infantis e no fim antes das portas do elevador se fecharem ela pode ter encerrado todo seu discurso com um simples "vão se foder".
Charlotte balançou a cabeça saindo do devaneio que havia entrado, olhou para a mulher ao seu lado e soltou uma risada irônica.
-Na verdade deve ser meu chefe, eu posso ter mandado ele se foder. -Comentou constrangida.
A moça misteriosa soltou uma risada satisfeita, fez um sinal para o barman trazer duas cervejas para elas, se aproximou mais ainda da cacheada e se inclinou como se fosse sussurrar um segredo.
-Devo dizer que estou surpresa que você demorou tanto tempo para fazer isso, aquele idiota do Capitain Man e Kid Danger nunca deram o devido valor a você. -Estendeu a mão na direção da morena. -Mas eu não vou cometer esse erro, Hela Stratford , ou você pode me chamar de Eletrika, e eu tenho uma proposta irrecusável para você minha cara Charlotte.
....
Duas semanas.
Fazia exatamente quatorze dias que Charlotte havia deixado a Caverna Man transtornada e não havia retornado, não havia ligado, mandado mensagem ou atendido a ligação deles.
Henry havia tentado encontrar ela em casa, mas toda vez que aparecia por lá a Sra. Page tinha uma desculpa excelente para explicar o porquê Charlotte não sairia para falar com ele.
A única fonte de informações que eles tinham sobre o paradeiro da cacheada era Piper, e a casula não estava nada feliz com eles, pois a única coisa que dizia é que eles tinham sorte que Charlotte só havia mando eles se foderem, porque se fosse ela no lugar da cacheada eles estariam sem andar.
Em resumo eles não tinham nada.
O Hart passou o olhar pela Caverna Man, ela estava um caos, suspirou pesadamente, quem ele estava tentando enganar? Sua vida toda estava um caos, as coisas sem Charlotte pareciam desmoronar aos poucos, soltou uma risada sem humor, eles precisaram perder a amiga para notar o quão importante ela era.
Ray saiu do elevador e seguiu até os computadores onde Schwoz estava sentado tentando dar conta de todas as ligações que recebiam, colocou a mão sobre o ombro do mais baixo e falou autoritário.
-Essa birra da Charlotte já durou tempo demais, Schwoz rastreia o celular dela
Antes que o cientista baixinho pudesse começar a rastrear o celular da jovem, o alarme de crime disparou as alturas, as telas dos computadores ficaram pretas e reacenderam com um vídeo um tanto perturbador.
O vídeo parecia ter sido gravado pela própria Charlotte com a câmera frontal do seu celular, a imagem estava tremida e distorcida, eles conseguiam ver apenas partes da garota, como se ela tentasse filmar e correr ao mesmo tempo, mas o que mais os perturbaram era os gritos de socorro vindo dela, ela implorava por ajuda, eles podiam escutar os passos de mais alguém a perseguindo o que tornava o vídeo mais angustiante.
A gravação se encerrou no momento em que a pessoa que perseguia a Page a alcançou, o celular caiu no chão filmando apenas a escuridão e a última coisa que ela gritou foi "Henry, você tem que me salvar".
O silêncio pairou sobre a Caverna Man, nenhum dos três tinha coragem de pronunciar uma única palavra.
Henry encarava os monitores com raiva, Ray fitava o chão com ar preocupado, Schwoz sacudiu a cabeça com força e começou a digitar apressadamente, após longos cinco minutos na tela principal surgiu um mapa da cidade e na área mais perigosa, no que parecia ser um armazém abandonado um ponto verde cintilava apontando a localização da Page.
-Vamos nessa Kid, vamos umas bolas estourar e uma dama salvar.
...
O armazém em que eles pararam era a personificação clichê de um covil de vilão, era escuro, frio e havia uma armadilha esperando por eles, que infelizmente ambos caíram facilmente.
Assim que chegaram no local determinado, Capitain Man sugeriu quem se separassem para acharem a morena mais rápido possível e assim eles fizeram, Henry ficou responsável por vasculhar o andar de baixo enquanto Ray iria averiguar o andar de cima.
O loiro andava quase sobre as pontas dos pés na tentativa de não denunciar sua presença no ambiente, vasculhava cada canto procurando pela amiga, seu coração batia descompensado, precisava achar ela e tira-la daquele lugar, pedir desculpas pelas besteiras que fez e tentar concertar tudo entre eles, estava a dois passos de subir as escadas de ferro que levavam para o segundo andar para ajudar Ray, quando escutou um choro fraco, seu coração parou por um segundo, sem se importar de fazer barulho correu em direção ao som, apenas para encontrar uma sala vazia.
Passos delicados soaram atrás de si, virou-se apressadamente pronto para a batalha, mas não teve tempo para reagir, pois foi acertado com força na cabeça, sua visão embaçou e assim que seu corpo atingiu o chão tudo ficou escuro.
Henry acordou amarrado em uma cadeira, sentindo um gosto metálico na boca, uma dor de cabeça que parecia que seu crânio havia sido partido ao meio e ao lado de um Ray também contido.
-O que porra aconteceu? -Perguntou ainda grogue.
Quando a lembrança de tudo chegou até ele o loiro sentiu o desespero tomar conta de si, olhou ao redor procurando por Charlotte, mas não encontrou nada, havia apenas ele e o Capitain Man amarrados na sala, uma luz fosforescente que pairava em cima de suas cabeças era a única fonte de luz que eles tinham, o ar ao redor dele estava frio e pesado.
O barulho de um salto alto batendo contra o chão chamou a atenção deles, cada passo que era dado o barulho se tornava mais forte e próximo a eles, a porta se abriu com um rangido alto fazendo um arrepio subir pelas costas de cada um.
Uma mulher com longos cabelos pretos, vestindo um macacão preto e verde adentrou no local, ela trazia uma Glock G42 em mãos e tinha um sorriso perturbador no rosto, parou em frente a eles e fez uma pequena reverência.
-É prazer finalmente conhece-los pessoalmente, eu me chamo Eletrika, mas vocês podem me chamar de seu pior pesadelo.
Ray olhou para a arma e pode sentir seu sangue correr frio pelas suas veias, a vida de dois adolescentes estava em suas mãos, sendo que só sabia o paradeiro de um, a mulher a sua frente não parecia está para brincadeira, precisava pensar em um plano e rápido, como queria que Charlotte estivesse na Caverna Man, ela saberia o que fazer, daria as devidas orientações de como eles deveriam agir para escapar dali.
Eletrika olhava para eles com expectativa, como se esperasse que eles perguntassem alguma coisa, quando nenhum deles fez a pergunta que ela tanto esperava, ela bufou e iniciou seu discurso.
-Vocês devem estar se perguntando o porquê estão aqui. -Abriu os braços de forma teatral. -Vocês serão os sortudos que irão testar a eficiência da minha arma biológica, ela libera um pozinho que mata apenas homens.
Os dois franziram o cenho e se entreolharam confusos, aquela não era pergunta que eles queriam fazer, onde estava Charlotte? Ou o que ela havia feito com a Charlotte? Seriam as primeiras perguntas que eles fariam. Suspirando pesadamente Ray resolveu entrar no jogo da vilã.
-Posso saber o porquê da madame está querendo tanto exterminar os homens? -Perguntou entediado.
Talvez tenha sido a perguntar, talvez o tom de deboche na voz do Capitain Man, mas algo irritou profundamente a morena, pois seu rosto assumiu uma tonalidade avermelhada e ela os encaravam com ódio.
-Porque estou farta, vocês homens acham que podem fazer o que quiser quando quiser, agindo como se fossem donos do mundo, ignorando quando nós mulheres dizemos não ou qualquer outra coisa, nos humilhando, mas eu vou colocar um fim nessa merda.
Sorrindo como se não tivesse tido um ataque de fúria a menos de dois segundos, ela se afastou deles indo em direção das sombras.
-Mas não se preocupem, vocês não vão morrer pelas minhas mãos, vão morrer pelas mãos daquela que vocês tanto desvalorizavam.
Como se tivesse sido combinado, Charlotte entrou no recinto, vestia preto dos pés à cabeça, seus gloriosos cachos estavam maiores e tingidos de roxo, carregava delicadamente um dispositivo, que eles acreditavam ser a arma biológica antes citada, parou em frente a eles.
Assim que eles a avistaram, o alivio tomou conta deles e logo eles se encontravam falando ao mesmo tempo, perguntando se ela estava bem, se aquela mulher louca tinha de alguma forma a machucado.
A vilã revirou os olhos para showzinho de preocupação dos dois e ficou ao lado da cacheada, começou a passar a mão pelos cabelos da mais nova de forma carinhosa, como uma mãe que toma conta de uma filha.
-Por que eu a machucaria? -Perguntou. -Ela é a coisa mais preciosa que já conheci, vocês saberiam disso se passassem a realmente a enxergar ela como uma pessoa, não apenas a garota chata que corta toda a diversão do trabalho, ou garota que você. -Fez uma pausa procurando por uma palavra mais amena. -Dar uns "pega", quando não tem ninguém olhando ou você estar de coração partido.
-UOU, UOU, SINAL VERMELHO NA PARADA. -Ray gritou chateado. -Você por acaso está usando a Charlotte como estepe para se recuperar dos rompimentos?
-O QUE ? NÃO -suspirou. -É complicado cara, eu ....
Kid Danger tentou termina sua defesa, mas foi cortado por Eletrika.
-Estepe? Complicado? Meu Deus, quando eu acho que não vou me surpreender com a idiotice de vocês homens, vocês me soltam uma dessa. -Trincou o maxilar e falou com nojo. -Pergunte para seu queridinho, quantas vezes ele deixou o quarto dela antes do sol nascer, quantas vezes ele a ilidiu dizendo como ela era importante e especial apenas para deixa-la de lado quando uma garota nova aparecesse.
O Manchester podia sentir que seu queixo estava caído devido ao choque da notícia, não conseguia acreditar no que estava escutando, olhou para o rosto sério de Charlotte procurando por alguma indicação de que aquela mulher estava mentindo, não encontrou a resposta que queria, quando focou seu olhar nos obres achocolatados dela e tudo que encontrou foi dor, ele perdeu a paciência, ensinaria uma lição ao seu pupilo.
-QUANDO TUDO ISSO ACABAR, EU VOU SENTAR NA SUA CABEÇA KID. -Gritou irritado.
Henry tentou argumentar de volta, mas Ray apenas gritava com ele como tinha sido um cafajeste e que todos os caras do mundo era logo ele quem partia o coração de Charlotte, não só uma vez mais todo santo dia.
Uma risada alta chamou a atenção de todos para a Page, ela ria tanto que lágrimas caiam de seus olhos, ela tinha um dos braços ao redor da barriga, como se sentisse dor devido as risadas, quando notou que os olhares de todos estavam sobre si a morena se recompôs rapidamente.
-Me desculpem, só que foi muito engraçado assistir vocês agirem como se ligassem para mim. -Limpou as lágrimas com uma das mãos. -Porque cai entre nós, sabemos que vocês não dão a mínima para mim, aposto que nem sabem meu sobrenome, ou minha cor favorita ou a comida que eu mais odeio.
Elétrica abriu um sorriso longo e lançou um olhar de superioridade em direção aos dois homens antes de se virar e voltar a caminhar em direção as sombras, aquele não era seu momento de brilhar, era de Charlotte.
O coração de Henry se partiu a cada palavra que a cacheada disse, sua garganta apertou e ele se sentiu a pior pessoa do mundo, assistiu Charlotte preparar o dispositivo para explodir, apesar da mudança de visual ele ainda conseguia enxergar a garota durona e doce que ele tanto amava, respirou fundo e falou, sua voz soou estranhamente quebrada.
-Seu sobrenome é Page, sua cor favorita e roxo, que por sinal combinou muito bem com seu cabelo, você odeia picles, ama chocolate, quando você mente seu olhar desvia para direita, você tem um sinal na parte superior da coxa esquerda, dentre todos ele é o meu favorito. Eu fui um idiota Charlotte, mas se você me dar uma oportunidade eu vou concertar tudo, porque eu te.....
Um tiro soou pelo armazém, Elétrika abaixou a arma que havia acabado de disparar em direção ao teto e olhou raivosamente para o loiro.
-Já chega, você não irá manipular ela, não é Char?
A cacheada não respondeu nada, apenas ficou parada encarando o loiro, seu rosto não parecia demonstrar nenhum sentimento, estava vazio, mas seus olhos a traíram, eles tinham aquele estúpido brilho de tola apaixonada, a vilã podia sentir a garota começar a ceder, soltou um rosnado baixo e tirou da bota uma faca, retirou o dispositivo da mão da morena e o substituiu pela faca.
-Mate-o. -Ordenou friamente.
A Page olhou para o objeto em sua mão e depois para o loiro a sua frente, engoliu a seco e começou a caminhar em direção a ele, apertou o cabo da faca com tanta força que a ponta dos seus dedos começaram a ficar brancas, quando chegou ao seu destino sentiu a bile começar a subir pela sua garganta, não conseguiria fazer isso, puxou o ar pelo nariz tentando acalmar sua ânsia de vomito.
O Hart a encarava de queixo erguido, como se não só aceitasse sua morte pelas suas mãos como se achasse que merecia esse destino, a cacheada fechou os olhos com força, todo seu disfarce estava começando a ruir, abriu os olhos novamente apenas para encontrar o loiro sussurrando para ela.
-Está tudo bem, eu mereço isso.
Eletrika soltou um grito de frustação assustando a todos, jogou com raiva o dispositivo que estava segurando no chão, andou com raiva em direção da cacheada retirou a faca da mão dela e cravou na perna do Hart, agarrou com força o braço da morena e arrastou para longe deles.
-Por que essa porcaria não funcionou?
-E-eu não sei. -A Page gaguejou. -Talvez seja. -Respirou fundo tentando se controlar. -Talvez não tenha funcionado porque eu não sou a porra de uma psicopata como você. -Respondeu firmemente.
A vilã soltou uma gargalhada sem humor alta, olhou para o teto como se pedisse paciência para alguma divindade e falou entredentes.
-Então você me traiu.
Voltou a rir descontroladamente enquanto andava de um lado para o outro agitada.
-Devo supor então que a bomba de maior alcance também foi sabotada não é? -Soltou um suspiro de decepção. -Isso é realmente uma pena Char, nós teríamos sido a dupla perfeita.
Ajustou a arma que tinha em mãos e levantou mirando no peito da cacheada, colocou o dedo sobre o gatilho pronta para atirar, Henry gritava a pleno pulmões ameaças enquanto tentava a todo custo se soltar, Ray forçava as amarras para tentar alcançar a faca na perna do seu ajudante, se conseguisse alcançá-la a usaria para cortar aquelas malditas cordas e se fosse rápido suficiente conseguiria pular na frente da cacheada antes que ela fosse baleada.
Eletrika olhou para cena e riu com escárnio, gritou como eles eram patéticos e que o sangue de Charlotte estaria mais nas mãos deles do que nas suas. Então pressionou o gatilho, dois tiros ecoaram pela noite, o primeiro acertou o lado direito do peito da jovem o segundo seu abdômen, seu corpo atingiu o chão em câmera lenta, seu sangue começou a tingir o piso cinzento.
O Manchester alcançou a faca e puxou, mas Henry não sentiu nenhuma dor, todo seu corpo parecia dormente, seus olhos simplesmente não conseguiam acreditar no que estava vendo, ele queria gritar, chuta e espernear, mas seu cérebro não parecia processar nada.
A vilã se abaixou e acariciou o rosto da jovem que se contorcida de dor, sussurrou algo em seu ouvido, olhou para o Capitain Man que havia acabado de se soltar e sorriu docemente antes se levantar e sair andando calmamente, sabia que eles não a perseguiriam, pois tentariam a todo custo salvar a jovem.
Ray cortou as amarras que prendiam Kid Danger e ambos correram em direção da cacheada deitada no chão, Henry se ajoelhou e a ergue com cuidado em uma posição sentada, apoiando a maior parte do seu corpo em seu tórax, o sangue dela começou a manchar seu uniforme, ele olhou desesperado para seu chefe esperando encontrar uma solução, mas o que ele encontrou no rosto do mais velho foi apenas o reflexo do seu próprio desespero.
-Me desculpe Char. -Ray agarrou a mão da morena. -Me desculpe, me desculpe, eu deveria ter protegido você.
Charlotte apertou a mão do chefe e sussurrou um tudo bem, ela ficaria bem, com dificuldade a morena se aconchegou mais no peito do loiro, encostou sua cabeça no pescoço dele e sussurrou novamente que tudo ficaria bem, ela ficaria bem, pois sabia que era amada.
E numa noite escura e fria, com o céu lindamente estrelado em um armazém abandonado, Charlotte Page Bolton deu seu último suspiro.
Fim.
A médica legista observou o corpo recém-chegado da cena do crime do armazém abandonado, sentiu o coração apertar, e garota era tão nova, seu rosto tinha um semblante de tranquilidade que a morte sempre traz para todos, mas nela parecia quase alegria, como se tivesse morrido cercada por aqueles que amava e não em uma tragédia em um armazém abandonado.
Ela passou a mão pelos cabelos da cacheada, eram roxos, a lembrança da própria filha invadiu sua mente, sentiu as lágrimas borrarem sua visão, caminhou até a gaveta dos lenços limpos e retirou o mais novo que tinha, cobriu o corpo, sabia que daqui a pouco a família dela apareceria para o reconhecimento, mas não conseguia mais encarar a garota, ela era tão jovem, deveria ter uma vida inteira pela frente ainda.
Uma batida soou pelo necrotério fazendo a médica pular assustada, uma policial apareceu na porta, a recém-chegada sorriu envergonhada, pediu inúmeras desculpas pelo susto, mas que a médica se fazia necessária na recepção.
-Obrigada pelo aviso oficial. -Estreitou os olhos para ler seu crachá de identificação. - Stratford.
A oficial sorriu e abriu espaço para que ela passasse, quando a médica virou a esquina sumindo do seu campo de visão, Hela adentrou totalmente na sala se encaminhou calmamente para o cadáver da Page e o descobriu, passou a mão pelo rosto da morena com pena, tirou da bolsa que carregava agarrada na cocha uma seringa, olhou se a dose do conteúdo estava correta e sem pensar duas vezes inseriu a agulha no pescoço da cacheada e deixou todo o liquido transparente entrar no organismo dela.
Charlotte acordou sobressaltada, o pânico invadiu todas as células do seu corpo, sua mente estava confusa, seu corpo todo doía, sua visão estava embaçada, seu coração batia descompensado e desritimado, ela sentia um frio que parecia congelar seus ossos, mas mesmo assim ela sentia que tinha energia para correr uma maratona, todos os estímulos ao seu redor pareciam ser demais, sentiu alguém lhe abraçar com carinho e ternura.
Retribuiu o abraço, era tudo que precisava naquele momento, quando seu coração pareceu finalmente se acalmar, ela levantou o rosto para encarar quem a segurava com tanta ternura, quando seus olhos cor de chocolate encontraram com o azul eletrizante, todos os acontecimentos dos últimos dias a atingiram com força.
-Bom dia Sunshine. -Hela falou com uma voz estranhamente doce. -Pensou que eu iria me livrar de você assim tão facilmente? Ainda temos uma arma biológica para construir, mas não se preocupe dessa vez você irá fazer tudo certo, porque não terá uma única lembrança dele para te atrapalhar.
Agora sim é o fim.
Então pessoal, gostaram? Querem me matar?
Juro tem uns episódio que eu tenho vontade de matar esses garotos por ignorarem e tratarem a Char como se ela não fosse nada.
Coloquei referências a Friends, Good Girls (porque eu amo aquelas três mulheres) e novamente a Thor, a nossa querida vilã é baseada na irmã Hela de Thor, porque eu tenho fraco por vilões, principalmente se forem os filhos de Odin.
Sei que estou devendo o segundo capítulo deles em Hogwarts, acreditem eu irei postar logo, por favor não desistam de mim.
Beijinhos e amo vocês.
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