Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 5 - Slowing down

"Vá devagar, sua criança louca
Você é tão ambicioso para um jovem
Mas se você é tão esperto
Me diga por que ainda tem tanto medo?"
Vienna ― Billy Joel

ANTES

― Ela é uma gostosinha. ― Ouvi Alex falar. Claro, era sobre garotas, a única coisa que ele sabia fazer.

Continuei abaixado, amarrando meu tênis, apenas escutando a sessão de comentários sobre as garotas entre Alex e Ethan.

― Aproveite que esse ano fazemos parte do time e as garotas cairão mais ainda em cima de nós.

― Que nós, Johnson? Eu a quero para mim. ― Ele empurrou o garoto e os dois brincaram.

Olhei para o outro lado do campo e então entendi de quem eles falavam. As Furious Girls, líderes de torcida do time, ensaiavam, e eram lideradas por uma loira.

― De quem estão falando? ― Perguntei, ficando do lado de Alex. Ele apenas sorriu de lado e apontou para a garota com a cabeça.

― Meghan Prescott.

Era ela.

A garota se mantinha entre as outras meninas que a olhavam como se ela fosse a porra de uma rainha. Alex estava flertando com ela, com aquele seu jeito nada sútil de ser. E, como Ethan havia dito, agora que ele era o quarterback do time, a maioria das meninas prestavam atenção nele.

― Reed, você que entrou esse ano, darei uma breve resumida ― Ethan disse, chamando minha atenção. ― Meghan estuda conosco desde o primeiro ano, sempre agarrada com aquela outra morena, Alisha Raisman. Audrey, a morena de cabelo mais claro, chegou há pouco tempo. As três, sem dúvidas, são as mais lindas. Conheço Meghan e Alisha de ciclos familiares, mas só tivemos mais contato esse ano. Acontece que todos agora somos partes de algum time, então ganhamos notoriedade.

― Deixe-me adivinhar ― Falei, olhando para Meghan. ― Você a quer.

Alex olhou para mim e deu um sorrisinho de lado.

― Isso mesmo. Sempre a achei linda, mas não sei, ultimamente ela tem me chamado muito mais atenção.

Mesmo com o sol batendo em meu rosto, forcei meu olhar para vê-la melhor. Ao contrário dos meninos, não a colocava em um pedestal. Quero dizer, ela era linda, de verdade, mas seu caráter não parecia ser tão belo, digo isso por ver a forma como ela estava tratando as meninas.

Ela trocava olhares com Alex e as amigas cochichavam algo, como se a incentivassem.

Alisha quem me olhou rapidamente, mas eu desviei, voltando a pegar a bola do chão.

― Chame ela para sair. ― Ethan disse.

Eu joguei a bola para Ben e nós começamos a trocar passes.

Havia entrado esse ano na Fayron e por indicação do professor de educação física, me inscrevi no time de futebol. Ele dizia que eu tinha o porte físico perfeito para um jogador. Nunca imaginei tentar algo assim, mas quando percebi ser uma boa forma de extravasar os sentimentos, segui com isso. Eu ainda fazia parte do banco, mas todas as vezes que entrava em jogo dava meu melhor. Não era o melhor nisso, mas era algo que havia gostado de fazer e ia melhorando cada vez mais.

Por sorte fui bem recebido no time. Alex havia acabado de ser escolhido como quarterback quando entrei, e ele era justo com os garotos. Sua idiotice se limitava para fora dos campos, por isso não houve negação dos outros garotos para comigo. Ben e eu, os mais recentes a entrarem no time, tentávamos aos poucos ganhar destaque.

Me virei para olhar novamente para as garotas quando elas começaram a rir com as gracinhas de Ethan. No entanto, Alex e Meghan se encaravam como se fossem se comer ali, bem no meio do campo.

Não sei porque, mas seu olhar acabou encontrando o meu. Ela franziu a testa rapidamente e mexeu os lábios, como se sussurrasse algo para a amiga, no caso, Alisha.

Seus olhos azuis eram penetrantes, mas não intimidantes, pelo menos não naquele momento. Não para mim. Ela tinha um quê de dúvida, curiosidade e até mesmo insegurança. Os garotos a acanhavam? Não sabia dizer. Ela não parecia ser esse tipo de garota.

Acompanhei os garotos para fora do campo quando o treinador mandou. No vestiário, fui direto para o chuveiro, sentindo meus músculos doerem pelo treino pesado.

― Depois de amanhã, depois da nossa vitória, darei uma festa. ― Ethan disse, saindo do chuveiro. Sentado no banco enquanto calçava meu tênis, escutei atentamente as conversas.

― Está tão confiante assim que vamos ganhar? ― Tyler perguntou. Alex deu um tapa na cabeça do garoto.

― Cadê a confiança, Tyler? Nós vamos sim ganhar essa merda.

― Isso mesmo. Essa é a energia. ― Ethan falou, apontando o dedo para o amigo. ― Mas hoje acho que merecemos um descanso. O que acha de sairmos para relaxar um pouco?

― Sem chance, Johnson. Amanhã temos teste antidoping. ― Seth falou, sorrindo ironicamente.

― E quem falou de drogas ilícitas aqui, idiota? Falo de curtirmos, relaxarmos, colocarmos energia para fora, entendem? ― Ergueu as sobrancelhas, malicioso. ― Conheço um ótimo lugar.

― Sossega, Ethan. ― Alex advertiu, abrindo o armário do lado do amigo.

― Ah, qual é? Vamos! ― Me levantei, pegando minha mochila do chão, pronto para ir embora. ― Zack, você está dentro? Podemos ir no meu carro.

― Desculpa, não vai dar.

― Você nunca sai com a gente! Qual o problema? ― Perguntou, revoltado.

Suspirei. Tive vontade de dizer que nada me interessava a vida de bebidas e garotas, todos os dias, sem nada a acrescentar. A verdade é que eles podiam fazer isso, porque não tinham merda nenhuma para se preocupar. Pensar naquelas coisas era difícil quando você sequer sabia o que iria jantar.

― Prometo que amanhã estarei na sua casa.

― Amanhã será nosso dia de comemorar e relaxar, ok? ― Alex passou o braço ao redor do pescoço de Ethan. Ele sorriu leve, assentindo.

Me despedi rapidamente dos garotos e fui direto para o estacionamento. Minha moto custom Harley Davidson, o bem material mais precioso que tinha, estava lá. Sempre dizia que aquela era a única coisa de valor que meu pai já havia me presenteado. A história de como veio parar comigo é interessante: um cliente que nunca havia aparecido antes foi até a mecânica do meu pai e pediu para que consertasse a moto que estava caindo aos pedaços. Foi trabalhoso, mas meu pai deu o seu melhor. No fim o cara nunca apareceu para buscar.

Meses atrás, no meu aniversário, ele entregou a chave para mim e disse "se arranhar essa merda, tomo de volta e entregou para um ferro velho. Cuide como se fosse seu filho". E assim eu fiz.

Fui direto para casa, que ficava um pouco longe da escola, quase no fim do centro da cidade. Antes estudava em um colégio mais perto de casa, não era um dos melhores, mas me sentia mais confortável. Acabei saindo quando minha mãe colocou na cabeça que eu merecia ir para algo melhor, assim como meu irmão. Apesar de tudo, a Fayron School, sem dúvidas, era a melhor escola de ensino médio pública de Jacksonville. Só não era tão bem frequentada.

A pior parte daquele bairro era o grande número de pessoas em situação de rua. Muitos paravam carros para implorar por dinheiro ou comida, a maioria havia perdido tudo devido o vício nas drogas, mas como me conheciam, me deixavam em paz.

É o garoto do Carl, deixe ele, ouvi dizerem uns aos outros uma vez.

Assim que coloquei a moto na garagem pude ouvir o som alto da TV. Respirei fundo, sabendo porquê estava daquele jeito. Entrei pela cozinha, vendo a bagunça que estava, com direito a pia cheia de pratos e uma garrafa de cerveja quebrada no chão, e fui para a sala. Meu pai estava deitado na poltrona, estirado, de boca aberta, dormindo. A televisão estava tão alta que tive a sensação que o apresentador realmente estava aqui.

Fui tirando algumas sujeiras do chão, incluindo garrafas, mais pratos sujos e saquinhos de comida. Fiz barulho, mas meu pai se acordou apenas quando desliguei a TV.

― O que? ― Ele deu um pulo da poltrona, fazendo-a sentar novamente. ― Zack? Que horas chegou?

― Agora. Desculpa, não quis te acordar.

― Que horas são? ― Tentou olhar para o pulso, mas estava sem relógio.

― Quase seis.

Ele suspirou e passou a mão pelo rosto e cabeça. Não estava bêbado.

― Olhe, faz pouco tempo que cheguei também, estou cansado pra caralho. Pode dar uma limpada nisso hoje e preparar seu jantar? Acho que tem dez dólares aqui no bolso.

― Pai, não precisa. ― Falei, mas ele não me ouviu, apenas tirou a nota amassada do bolso e me entregou.

― Pede uma coisa aí. O que sobrar deixa na geladeira, amanhã eu como.

Apenas concordei. Eu dizer que não queria o dinheiro não adiantaria de nada. Carl Reed era o cara mais cabeça dura que eu conhecia.

― Desculpa, filho, nem pude perguntar nada. ― Disse, perto de mim. ― Depois me fala sobre os jogos, ok? Tenho que ir dormir.

Ele bagunçou meu cabelo e subiu, bocejando. Consegui sentir levemente o cheiro do álcool nele, mas acho que seu corpo já estava tão acostumado que algumas garrafas não o embebedavam mais.

Guardei o dinheiro para outro dia ― nem estava com fome ― e fui direto para o meu quarto. Mal entrei no cômodo e meu telefone começou a tocar.

― São seis e sete, você se atrasou. ― Falei ao atender.

Ela grunhiu do outro lado da linha.

― Odeio atrasos. Desculpa, meu amor, só pude sair do trabalho agora.

― Não tem problema. Como estão as coisas? ― Me deitei na cama. Desde que Logan havia ido embora tudo havia ficado mais espaçoso, e só para mim.

― Eu quem deveria estar perguntando isso. Sou a mãe. ― Dei risada. ― Mas está tudo bem, hoje o dia foi bem cansativo. Acredita que nem pude pegar Charlie na escola?

― Ela já está bem grandinha, mãe, precisa se cuidar.

― Eu sei. Deus, meus três filhos crescendo e eu... encolhendo. ― Riu. ― Querido, sei que a nossa ligação semanal é para falar sobre coisas boas, mas quero saber como anda tudo por aí. Seu pai está bem?

O que piorava meu relacionamento com minha mãe era a distância. Ela e meu pai se divorciaram quando eu tinha cinco anos e Logan sete. O motivo: bebida. Meu pai começou desde muito novo a beber, o que fez seu vício apenas crescer com o passar do tempo.

Eu e meu irmão moramos um tempo com nossa mãe, mas após uma briga na justiça, ficamos com nosso pai. Por conta dos seus episódios de crises, causados pelo borderline, não pudemos ficar com ela. Não que ela não cuidasse bem de nós, mas houveram momentos em que eu e Logan ficávamos sem comer ou éramos espancados em uma das crises.

Nosso pai deu seu melhor quando éramos crianças, sempre tentando dar conta de tudo, enquanto nossa mãe nos visitava quase todos os dias, sempre dizendo o quanto estava com saudade.

Onze anos atrás ela conheceu Todd, escrivão da delegacia de polícia de Jacksonville, no qual ela trabalhava como secretária. Casaram e tiveram Charlotte, minha irmã mais nova. Nós íamos bem, ela tinha o apoio do marido e estava tratando da doença, mas nosso afastamento repentino se deu quando Todd foi transferido para Tampa, cidade que ficava a três horas daqui.

― Está. Nós estamos bem.

― Me preocupo porque desde que Logan foi embora imagino que não deva ser fácil para você encarar as bebedeiras dele.

― Ele está se controlando, para falar a verdade. ― Sussurrei para que ele não ouvisse. Já houve situações em que os dois brigaram por conta desses comentários e da curiosidade dela.

― Você deveria vir passar uns tempos aqui conosco. Nas férias, o que acha? Charlie sente sua falta.

Sorri ao lembrar dela. Minha irmã era uma das melhores coisas que tinha me acontecido nos últimos anos.

― Também sinto falta dela. De você também. Posso pensar sobre isso, mas sem chances agora, especialmente por causa do time.

― Ah, sim. Está ansioso para amanhã?

― Mais ou menos. Vamos nos dar bem, esses caras jogam muito.

― Você também que eu sei. Agora me conte, como estão sendo os treinos?

Conversamos por um bom tempo sobre o time, a escola nova, as amizades e, claro, a falta que Logan fazia.

Fazia dois anos que ele havia ido embora para Nova York. O idiota conseguiu uma bolsa integral na Columbia University para a área de negócios. Ele nunca havia sido do tipo que gostava de estudar ou pensava em ir para a faculdade. A verdade é que eu achava que Logan terminaria na oficina com meu pai, ajudando-o, mas me enganei feio. Logan se esforçou como nunca para passar em uma faculdade longe daqui, nunca havia visto algo assim, e foi bom ver quando conseguiu.

― Tenho que dar um jeito na minha vida bem longe daqui, irmãozinho. Nós vamos nos encontrar lá, estarei esperando. ― Foi isso que ele me disse quando recebeu a carta de admissão.

Minha mãe ficou tão feliz que veio até Jacksonville para comemorar com ele. Meu pai se limitou a sorrir sem mostrar os dentes e lhe dar um abraço. Eu sabia que, no fundo, ele também achava que Logan ficaria aqui com ele.

Ele sempre dizia que estaria me esperando, especialmente quando entrou em uma tal fraternidade e estava se divertindo à beça, além de ter muitos amigos.

Sentia que aquele lugar não era para mim. Ou era. Eu ainda tinha um ano e alguns meses para pensar sobre.

Nós ganhamos o jogo de estreia, claro.

Antes mesmo de pisar naquele campo, sabendo que ficaria no banco, eu soube que a vitória era nossa. E não era excesso de confiança, era apenas o fato de saber que os melhores garotos da cidade estavam naquele time, no Fayron Furious.

Ainda tive a oportunidade de jogar o final do terceiro tempo e marquei um ponto. Meu pai até apareceu, milagrosamente, e me deu um abraço depois que o jogo acabou.

― Tenho que ir agora, marquei de ver os caras. Não beba muito, ok? ― Ele disse antes de entrar na caminhonete e ir embora. Era bem irônico aquilo vir dele.

Fiquei pensando uma forma de dizer a Ethan que não poderia ir para sua festa, uma boa desculpa, mas nem isso pude fazer porque os garotos simplesmente me arrastaram para um dos carros e eu havia vindo de carona com meu pai, então fui para onde me levaram.

A casa de Ethan era a definição de riqueza. Era a primeira vez que estava ali, e era muito mais do que havia escutado. Mas o que eu poderia esperar de uma das famílias mais ricas do Estado?

Curti com os caras no salão de jogos no subsolo da casa, tomei algumas cervejas, e até que estava gostando daquele clima, até voltarmos para o andar de cima. Muita gente, mais bebida e tudo o de mais ilícito que podia rolar.

Porém os caras sabiam: exagerar naquela altura do campeonato era perigoso. Ethan sabia. Ele influenciava, mas nunca participava. Idiota ou esperto, não sabia dizer.

Fui até a parte de trás da casa, no alpendre com churrasqueira e uma geladeira imensa com muita cerveja e peguei uma. Fiquei por lá, olhando as pessoas pularem na piscina, comemorarem, até ver Alex sentar ao lado de Meghan, em uma cadeira de sol. Ele a provocava, e ela apenas sorria. Dava para ver a faísca que começava a acender entre eles, dava para ver também a bomba que viria logo depois.

― Isso que eu chamo de ser curioso. Ficar olhando a vida alheia não é nada legal, sabia, Zack?

Respirei fundo ao ouvir Alisha. Ela se encostou na coluna de mármore, enquanto eu estava encostado na outra.

― Você acha que eles terão futuro juntos?

― Quem? ― Perguntei, fingindo nem estar vendo.

― Para de ser cínico. Você sabe muito bem quem é. Na verdade, me interessa saber porque estava tão concentrado neles.

― Eu não estava ― A olhei. Ela sorriu de lado na mesma hora. Merda. ― O que você quer, Alisha?

― Calma, garotão. Só queria dizer que é uma surpresa te ver na Fayron.

― O que? Fayron é a escola pública limitada apenas para riquinhos?

Ela se desencostou da coluna e se aproximou de mim, perigosa como sempre.

― Todos são bem-vindos, inclusive os irmãos dos jardineiros gostosos. ― Me virei para ela, enrijecendo o maxilar. ― Sem ressentimentos, Zack, ok? Seu irmão é um cara legal, por isso o ajudei. Não precisa me agradecer.

― Eu nem pensei nessa possibilidade.

― Bom. Então estamos bem? ― Ela estendeu a mão. Eu revirei os olhos, mas apertei. ― Ótimo.

Ela abriu um sorriso, esbanjando seus dentes brancos e brilhantes, enquanto olhava para onde olhávamos antes.

― Eu acho que eles serão legais juntos. Pelo menos por um tempo. Meghan merece uma boa foda, acho que Alex pode dar isso para ela, não é?

Não disfarcei minha careta e olhei para lá, vendo que os dois quase se beijavam.

Pouco me importava o que rolava ali. Eu imaginava como terminaria, e ficaria bem longe, querendo paz para viver meus dias naquela escola.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro