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05| Você também quer

Capítulo cinco

Nada mais previsível poderia acontecer daquela estúpida batalha de dança que Chelsi armou, eu ganhei, óbvio, com uma enorme diferença de aplausos, mas apesar de tudo, ver a cara de Chelsi Parker assim que perdeu foi impagável, então talvez não tenha sido uma total perda de tempo.

Quando a poeira abaixa, e vou outra vez à mesa de bebidas para encher meu copo, eu aproveito para checar meu celular.

Que horas você chega?

Foi a primeira mensagem que eu li, Lucas havia mandando as duas da manhã, agora eram quase três, meus dedos deslizaram pelo teclado em uma resposta rápida.

Estou bem. Não sei se vou dormir em casa hj, pode me encobrir? Te amo

Sem esperar por uma resposta, bloqueio o aparelho e o guardo de volta na pequena bolsa. Apesar de tarde, sei que irá ler a mensagem e que ainda não dormiu porque, desde que começamos a sair a noite, sempre ficamos acordados esperando o outro, principalmente quando nossos pais não sabem que estamos na rua ou mesmo para onde vamos.

Meu irmão fica horas nos seus jogos estúpidos e eu, geralmente, espero vendo séries, vídeos ou mesmo gastando meu tempo nas redes sociais, as vezes até ensaiando algumas coreografias de dança. Viro-me de supetão, a procura de alguém do meu ciclo social, mas acabo dando de cara com um peitoral largo sob uma camisa escura.

— Você também quer — a voz faz com que erga o olhar para seu rosto no mesmo instante

— Como é? — indago, esperando a justificativa de Ethan

— Não haja como se não soubesse do que estou falando, esse é o motivo, você também quer

Sorrio diante da sua fala, ele não está errado, se Ethan Ross não fosse tão insuportável e babaca, nós provavelmente já teríamos ficado a muito, muito tempo. Além do mais, o cara a minha frente já possui uma reputação terrível demais para pensar em me envolver. Apesar de uma parte de mim sentir atração, outra repugna, e eu não esqueço nem por um segundo o quanto preciso tomar cuidado com ele.

— Você não acha que está muito confiante? Pode quebrar a cara quando descobrir que não é tudo isso — digo, ele não se abala, ao contrário, joga a cabeça para trás, rindo fraco de mim

— Aprendi com você, o lance da confiança. E se você não quebrou a cara, ainda, pensei em testar

Minha cabeça não deixa de focar em quando ele falou "ainda". Mesmo que a frase tenha soado inocente, vasculho por todas as letras o mínimo que possa mostrar que algo muito errado e que, provavelmente, odiarei está por trás.

Ou estou muito certa ou já estou entrando na paranoia.

— Uau, é bom saber que sou uma inspiração até a pior alma da Colen. Não achei que meu alcance fosse tanto. — a ironia disfarçada transborda por cada palavra.

Inconscientemente, eu inclino para o lado a cabeça numa tentativa de ler sua expressão, mas não acho nada, ele permanece impassível. É impossível de descobrir o que quer que esse garoto esteja pensando.

— Não sou tão ruim quanto dizem, quanto você diz — ele dá ênfase na última parte.

Mas dessa vez, eu entendo o porquê, só continuo sem saber interpretar o que ele diz e a maneira como fala.

O ensino médio transborda julgamentos, pressões, histórias escandalosas e exagero. Isso é fato. Nenhum aluno escapa, nem mesmo Ethan Ross. Sei porque sou uma das pessoas que fazem isso acontecer. Com ele ou quem ser que seja, sou uma das que criam ou compartilham seus boatos. Mas é necessários que pessoas como eu, pessoas como ele e pessoas com Amy Oslen existam nas escolas, porque temos nosso papel fundamental em manter a ordem do ensino médio e deixá-lo fluir, como deve ser.

— Saberia disso se me conhecesse melhor antes de sair julgando — Ethan continua, sua máscara de indiferença cai por um instante, tempo o suficiente para notar o tom grosseiro e acusatório que geralmente ele e seus amigos usam comigo, mas isso não durou mais que poucos minutos.

— Então quer dizer que você nunca foi ao reformatório? É tudo boato? — pergunto, mesmo sabendo a resposta, cruzo os braços, numa postura de ataque em desafiá-lo.

— É verdade, — admite — mas o motivo é bem mais simplório do que dizem — Ross dá de ombros, como se não se importasse com aquilo. Mas eu sei que se importa, porque eu reconheço um disfarce a um raio de um quilômetro de distância.

Depois que ouvimos que um colega de turma ia se afastar por alguns messes porque estava sendo detido num reformatório, a maioria das pessoas entraram em desespero especulando o real motivo de ter acontecido. Quando Ethan voltou quase no início do último verão, para as semanas finais de aula, todos mantinham uma certa distância dele. Medo, acho.

Não sinto isso, não me importo de estar a poucos centímetros de distância desse cara. Meus pais, por outro lado, morreriam se soubessem disso, Lucas também surtaria. Ele já não gosta quando há uma pequena discussão envolvendo o meu grupo e o deles, quanto mais sabendo que estou cara a cara com Ethan. Mas o pior, é que além de toda essa história, o garoto também é um Ross, e aquela família inteira já comprou uma briga política com mamãe e papai num passado distante.

— E qual foi o motivo? — pergunto, ficando curiosa, mas me contenho.

— Como eu disse, saberia se me conhecesse melhor — lá estava o sorriso novamente, mais largo que antes, ele dá um passo à frente, diminuindo a distância entre nós.

— Tudo bem, Natasha? — viro para o lado a fim de achar o dono daquela voz, mas tampouco me dou o trabalho de mover mais que minha cabeça

Encaro Noah, que mantém o olhar alternando entre eu e o garoto a minha frente, ele tem o cenho franzindo e estranha a situação, seu olhar tem um misto de surpresa e preocupação. O fato de ter um dos meus amigos aqui já faz com que Ethan mude completamente a postura comigo, da mesma forma que Noah já não veio como o garoto cem por cento adorável e bonzinho que geralmente é, se é que dá para ele deixar de ser.

— Por que não estaria? — Ethan responde antes que eu possa dizer algo.

O moreno dá um passo a frente, vejo Noah endireitar os ombros e repetir o movimento do garoto do sótão, também se aproximando. Reviro os olhos diante daquela cena ridícula de demonstração desnecessária testosterona. Pelo canto do olho vejo Jake, sorrindo, noto de cara que ele tem influência direta nas ações que Noah está tomando.

— Ela está com você, já é motivo o suficiente para desconfiar que está forçando alguma coisa.

— Por quê? — Ethan está provocando, esperando ele dizer algo errado ou dar um passo em falso para atacar, eu sei porque uso muito dessa tática.

Temos mais em comum do que achei e, com certeza, do que ele acha que temos. Quem é tão desprezível assim agora, huh?

— Qual é, cara? É necessário um desenho explicando o quanto você é babaca? Já foi preso, claramente não é confiável para ficar perto de Nath.

A frase de Noah é a deixa perfeita para minha irritação fazer aquela cena estúpida ir ao fim, detenho Ethan pondo o braço a sua frente, impedindo de avançar no jogador e me ponho do meio dos dois.

— Desculpa, mas acho que posso dar conta de quem acho confiável ou não. Não preciso que me defendam, muito menos você, Noah. Agradeço a preocupação, mas eu passo. Estou acostumada com caras babacas e pouco confiáveis — dou um olhar sugestivo a ele e depois para Jake, deixando claro o que quero dizer. — cabe a mim lidar com eles ou não.

Sem esperar por alguma resposta, puxo Ethan pelo pulso. As pessoas abrindo o caminho a medida que vou passando, algumas param de cochichar para olharem na minha direção, outras disfarçam mais. Em todo o trajeto, apesar de demonstrar não dar bola, tenho cuidado para parecer confiante, mesmo com a raiva de segundos atrás dentro de mim, arrumo minha postura e ando com a cabeça erguida, mas não diminuo o ritmo acelerado dos passos até estarmos fora da casa, no lugar mais distante do gramado.

— Me leva para casa. — mando, parando de frente aquela figura alta e imponente, pondo as mãos na cintura

— Como é?

— Cansei dessa festa, me leva para casa. — repito.

Ele abre a boca como se fosse falar algo, então volta atrás e fica calado, apenas anui e me direciona ao fim da rua, onde há um Jeep branco estacionado.

— Entra aí. — aponta para o veículo com um aceno de cabeça, não respondo, mas faço o que ele diz em silêncio. — Onde você mora? — pergunta quando fecha a porta ao seu lado, uma das suas mãos está no volante e seu rosto se vira na minha direção, observando-me atentamente.

— Segue reto, vou te passando as coordenadas.

Assim como prometido, a cada rua que é necessário dobrar ou a cada vez que é preciso ir reto eu aviso a ele, desse jeito, a ida a minha casa estava longe de ser silenciosa.

— Sabe, você podia avisar com um pouco mais de antecedência quando é preciso mudar de pista. — reclama, e alguns metros depois estaciona o carro na frente da minha casa.

Não é nada tão grandioso ou elegante quanto deveria ser, meus pais preferem algo simples e pequeno — na medida do possível, acho isso idiota, mas são três contra um, então a decisão quando nos mudamos já estava certa, ainda assim, a casa de dois andares é de se surpreender, a varanda branca entra contraste com a grama verde bem polida e a porta de madeira marrom escuro. É linda, apesar de tudo. Vejo Ethan analisar sua fachada minuciosamente, nesse momento, faria de tudo para descobrir o que se passa em sua mente.

— E agora, garota da torcida? É nessa hora que você me agradece com um beijo?

— Não faço parte de um filme clichê, garoto do sótão — respondo, encarando-o.

Por alguma razão, ele gargalha.

— Jura? — há uma falsa surpresa na sua voz. — Líder de torcida, popular, bonita, garota má... Olha, eu não teria tanta certeza quanto a isso.

Reviro os olhos pelas insinuações, mas acabo rindo também, balançando a cabeça de leve, de um lado para o outro.

Eu me inclino na sua direção pondo uma das mãos na sua nuca, puxando seu rosto na direção do meu e o beijando. Seus dedos se emaranham nos fios dos meus cabelos e a sua língua explora todos os cantos da minha boca, seu beijo é incrível e definitivamente deveria ter feito isso antes. Apesar de babaca, se ele se manter calado, as habilidades compensam totalmente.

Uma mão agarra minha cintura em um toque firme, me puxando na sua direção, inclino meu corpo, o que facilita nossos joelhos se tocarem, uma das minhas mãos descem para o seu braço e o aperto. Não é um simples beijo de despedida, eu quero provocá-lo, e sei que está dando certo, ele murmura algo contra sua boca e encerro o beijo puxando o seu lábio inferior entre os dentes.

— Beijos de despedida. — digo de repente, quebrando os segundos de silêncio pós-beijo, ele franze o cenho sem entender.

— O que?

— Pra você adicionar a sua lista. Popular, líder de torcida, linda, alvo de inveja na escola e fã de beijos de despedida. — digo, levando o olhar a seus lábios inchados, há um pouco de batom no canto esquerdo da boca, poderia avisá-lo, mas fico calada.

Ele ri e endireita a postura, faço o mesmo.

— Acho que você acrescentou alguns itens a mais na lista.

— Nada que não seja verdade. Valeu pela carona, garoto do sótão! — digo, saindo do carro, sem esperar por resposta

Quando alcanço a porta, sei que ele ainda está parado me observando e esperando que entre, poderia virar para acenar, mas não o faço, não é o meu estilo e é brega demais, clichê demais, até para a garota má, bonita e popular que gosta de beijos de marcar bem seus beijos de despedida.

Assim que ponho o pé em casa faço tudo no maior silêncio possível, esperando não causar nenhum barulho estrondoso que possa acordar alguém. Quando chego no meu quarto sinto como se fosse anestesiada, o sono e a moleza de acordar cedo para ir à escola, os trabalhos que tive, do treino e mais a festa e o horário parecem chegar com tudo. Não consigo nem mesmo andar direito até minha cama, apenas me jogo nela, sobre as cobertas arrumadas e os travesseiros organizados, e em segundos durmo, com os pés do lado de fora, ainda calçados, e os braços abertos.

No outro dia, acordo com Lucas me cutucando, abro os olhos e os fecho instantaneamente, sentindo uma dor de cabeça horrível quando encontro a imensa claridade do meu quarto. Resmungo quando sinto o corpo dolorido pela noite mal dormida, minha posição continua a mesma da outra noite. Sinto o colchão ao meu lado afundar e sei que é meu irmão, quando abro os olhos novamente ele me entrega um remédio e um copo de água, levanto apenas a cabeça e um dos braços para fazer sem hesitar o seu pedido silencioso quando ele estende ambos na minha direção.

— Achei que não dormiria em casa. — diz, eu me sento ao seu lado, ainda sonolenta e apoio a cabeça no seu ombro, empurrando meu corpo na sua direção.

— Mudança de planos. — murmuro, quase voltando a dormir.

— Escolheu um péssimo dia para ficar de ressaca. — antes que eu possa perguntar o porquê ele explica — Dia de família

Resmungo outra vez por saber que terei que me levantar da cama.

— Não podemos adiar para amanhã?

— Papai e mamãe vão ter uma reunião à noite, acho que papai ainda vai falar com você sobre isso, ele quer que vá, será um jantar, não sei bem, e como eles mal passaram tempo com a gente essa semana querem compensar hoje.

— Isso é verdade — reclamo sobre eles terem sido mais ausentes nos últimos dias.

Sem outra escolha, me levanto da cama e caminho para o closet, atrás de uma roupa mais casual. Toda semana há o dia da família, é meio que um ritual nosso, o dia se torna ainda mais importante quando todos passamos ocupados demais para dar atenção uns aos outros ao longo da semana, fazemos isso desde que me entendo por gente. Meus pais sempre prezaram e valorizaram muito o laço familiar, acho que tem a ver com o passado dos dois.

Separo um vestido que comprei semana passada, é um modelo que já olhei em quatro capas de revista diferentes, fora as dezenas de vezes que já apareceram famosas usando em fotos no Instagram. Ainda estou separando um sapato quando Lucas me dá um beijo no topo da cabeça e sai do quarto. No banho, passo o máximo de tempo possível, na esperança de que a água leve todo o cansaço de ontem embora. Não é bem assim que acontece, mas ajuda bastante, já vestida e calçando um par de botas, foco em deixar meu rosto apresentável, no mínimo.

Encontro na sala meus pais e meu irmão me esperando.

— Aonde vamos? — pergunto, já quase no fim da escada

— Pensei em levar vocês ao clube de golfe, tem quase uma eternidade que não aparecemos por lá. — meu pai da de ombros ao falar, a empolgação no rosto do meu irmão e da minha mãe são claras, sorrio, não só porque gosto do lugar, mas porque acertei na escolha do vestido.

Peço um minuto para trocar as botas por um tênis, minha mãe sobe comigo para pegar as coisas necessárias para levar. O clube é na saída da cidade, leva mais tempo para chegar do que estamos habituados, mas, ainda assim, meus pais fazem o caminho até lá ser divertido.

Depois de algumas jogadas, é a minha vez de novo, estou avistando aonde a bola lançada deve parar enquanto me preparo para dar uma tacada, quando a faço, dou um pulo em comemoração assim que ela acerta o buraco.

— Não querendo me gabar, mas está claro a quem seus filhos puxaram, Elize — meu pai chama minha mãe pelo apelido — São o puro talento do pai.

Minha mãe ri, o empurrando com o ombro e analisando os tacos, escolhendo um para sua próxima jogada.

— Não acho que vá querer disputar comigo quem é o mais talentoso, Will. — ela diz, sorrindo e tomando o meu lugar, meu pai sorri também e inclina a cabeça, desafiando-a na jogada.

Quando chegamos em casa já estava de noite, oito horas. Meu pai ganhou de nós, ele é muito bom no golfe, minha mãe ficou em segundo, Lucas logo em seguida e eu por último.

Normalmente, odeio essa posição, mas não me importo com ela hoje e principalmente no dia da família, me diverti mais do que levei o jogo a sério. Entro em casa com o braço de papai sobre os meus ombros, atrás de nós vem minha mãe e meu irmão, almoçamos pelo clube e lanchamos uma besteira qualquer — o que me fez sair da dieta, acho que minha treinadora morreria se soubesse, mas ainda não comi nada na janta e meu estômago ronca pedindo atenção. Parecendo um convite dos céus, meu celular apita na mesma hora que entramos na sala e estava prestes a me reclamar de fome.

Estamos no Joe's
Vc vem?

As duas mensagens são de Mason, mas além dele, recebi mais umas quatro de pessoas diferentes me convidando para o mesmo lugar, isso me faz criar uma média de quem encontrarei por lá.

— Mãe, posso ir ao Joe's? — pergunto, guardando o celular na bolsa..

— Claro. — responde

Ela dá um beijo no meu pai e o puxa para cozinha, mas antes de sumir no cômodo, para na porta e encara meu irmão ao perguntar:

— Vou esquentar a comida da Cíntia, conto com você?

— Hurum. — meu irmão murmura e sobe as escadas. Eu o sigo, mas indo na direção do meu quarto para tomar outro banho e trocar de roupa.

O Joe's é basicamente um dos únicos pontos de encontro entre os jovens pela região, frequentado pelos alunos da Colen High School e por veteranos da universidade local, é uma lanchonete 24h que vende desde lanches a comidas saudáveis, e bebidas de todos os tipo, seja qual o horário nunca está vazio.

Mas também não é como se Snowvilly tivesse muitos atrativos, por isso fazemos o que podemos para agitar o máximo as ruas pacatas dessa cidade pequena.

Estamos no início do outono, mas ainda posso sentir um pouco do verão, por isso aproveito ao máximo o restinho que a minha estação favorita que me permite usar as melhores roupas. Fazendo jus a isso, uso um short jeans curto e uma camiseta vermelha, agregado a diversos adereços. Enfim chego no estabelecimento e sorrio instantaneamente ao entrar e me tornar o centro das atenções.

Caminho confiante, com a postura ereta e a cabeça erguida. As pessoas me encaram e até mesmo viram a cabeça para me olhar, eu gosto dessa atenção. Gosto de como faço a diferença, indo ou não com a minha cara, qualquer um sabe que eu faço diferença no ambiente. Quando avisto os jogadores de futebol americano reunidos com algumas torcedoras, sigo na direção deles.

O lugar é banhado pelas cores vermelho e amarelo, mas de um tom fechado. As mesas, cadeiras e alguns detalhes são de um prata metálico, mas seu estofado é vermelho, enquanto as paredes levam tons em amarelo, fica bom visualmente.

Me sento entre Rachel e Mason, dando-lhe um beijo como cumprimento, no início, ele hesita, o que me deixa intrigada do porquê, mas não leva mais que poucos segundos para ceder.

O assunto rende enquanto nossos pedidos não chegam, quando olho o lanche das pessoas ao meu lado meu estômago parece gritar, fecho os olhos com força e balanço a cabeça de um lado para o outro, focando no meu prato de salada e não nos hambúrgueres e salgados a minha frente, até Rachel tem um gorduroso croissant à frente.

— Você só vai comer isso? — Chel pergunta, surpresa.

— Sim. — digo, poderia explicar que já sai da dieta, mas apesar de sermos amigas, não confio nem um pouco nela ou em Megan. — Você não deveria comer o mesmo?

— Eh, mas... — ela se complica para explicar. — Segundo o teste na revista que eu fiz hoje... — paro de prestar atenção bem aí, revirando os olhos para a sua obsessão com essas besteiras.

— Não é a mim quem tem que explicar — dou de ombros. —, você sabe que não é uma das melhores na dança, deveria ao menos cuidar do corpo para estar com um bom preparo físico. Só uma dica de capitã. — pisco um dos olhos a ela.

Uma onda de risadas atrai minha atenção, tirando meu foco da loira, mas apesar de não olhá-la, ouço quando arrasta seu prato para longe.

— O que foi? — pergunto a Lee o motivo das risadas.

— Mason testou o idiota da computação que vive no seu pé... Tivemos a conclusão que o cara não é fã de pimenta. — ela volta a ri com o resto da mesa.

Sigo seu olhar e vejo o amigo do meu irmão, Thomas, extremamente vermelho, há uma garota ao seu lado e peço internamente para que a menina misteriosa com quem Lucas saiu não seja uma perdedora como essa.

A morena tenta entender o que o loiro fala e tenta ajudar a todo custo, lhe entrega um copo de água, mas acaba derrubando metade na blusa do garoto esguio, acabo gargalhando com os outros. É inevitável, são muito patéticos para não serem um entretenimento a nós.

Quando os dois vão embora perdem nossa atenção, então toda a mesa se engaja em outro assunto. Assim que meu olhar para em Lee e Cora juntos eu sorrio. Megan não está aqui para dar em cima do namorado da amiga, é uma pena, adoraria ver a cena.

Lee me conta sobre uma disputa que teve uma vez no golfe e me distraio com a história, contando a ele o superficial sobre o meu dia hoje. Acabo tão distraída que não percebo quando Gracie se aproxima da nossa mesa, deixando para trás a garota loira do teatro.

Sinceramente, o que tá acontecendo com esse lugar?

— Oi! — ela cumprimenta Mason com um sorriso no rosto.

Reviro os olhos, ponho a língua para fora e apontando o dedo na direção a boca, imitando o gesto de quem iria vomitar, Cora ri junto com Jake. Enlaço meu braço no de Mason e sorrio a ela.

— Tudo bem, amor? — digo antes do jogador, ela fica sem graça e força um sorriso, pondo uma mecha atrás da orelha num gesto nervoso.

— Aham.

— O que tá fazendo aqui? — digo com uma falsa gentileza

— Eu só vim... — ela hesita, desviando o olhar para Mason, que acompanha cada movimento — Falar com você. — o final da frase não é dirigida a mim e isso é óbvio. O que me deixa irritada.

— Volto já. — Mason justifica, não para o resto da mesa, mas para mim.

O quaterback se levanta para falar com Gracie num canto afastado, mas a conversa continua. Jogo minha cabeça para trás ao rir do que Logan, um jogador reserva, conta, nós fazemos um hi-five com a mão ainda sob os risos dos nossos amigos.

Por um instante viro minha cabeça para trás, a fim de observar o movimento ao meu redor, paro o olhar numa silhueta desconhecida, vestido com uma calça jeans e usando um casaco de time, sei que não é da Wild Wolves — porque o design é diferente e nossas cores são vermelho e branco, enquanto as cores de seu casaco são preto e cinza.

O cabelo curto do ruivo, rente a cabeça, o deixa extremamente atraente, ele parece mais velho e tenho quase certeza que seu casaco é do time de futebol americano da faculdade. O olhar do desconhecido cruza com o meu, nenhum de nós desvia, e a tensão se instala entre nós de forma quase palpável. Sorrio na sua direção, ele devolve o gesto, propositalmente, eu deixo de encará-lo, mas sinto minhas costas fervendo com seu olhar em mim.

Saber disso faz com que o sorriso não morra no meu rosto.

— Onde você vai? — Noah indaga, quando dei por mim, já estava me levantando.

— Vou ali, volto rapidinho. — respondo, atraindo o olhar da mesa.

Obrigada, Noah!

O olhar do cara segue meus passos, eu o olho outra vez antes de acabar indo ao banheiro, não querendo dar o gostinho que havia me levantado da minha mesa apenas para falar com ele. Infelizmente, minha decisão me faz encontrar com Estela, aquela loira do teatro.

— Esse lugar já foi mais bem frequentado — comento em voz alto.

Quando estou saindo do banheiro feminino há alguém escorado na parede ao lado, não querendo usar o banheiro, mas me esperando, estremeço por estar num lugar mais escuro e pouco movimentado com JJ.

— O que você quer? — finjo indiferença enquanto lavo as mãos.

— Quero saber se vai mesmo preferir ir com aquele cara que ficar comigo. — diz, casualmente, como se não fosse nem um pouco absurdo a sugestão

— Você tá falando sério? — indago. — Jake, ficar com um cara que tentou me beijar a força enquanto estava bêbado não é nem uma opção — jogo o papel que secava as mãos no lixo e cruzo os braços

— Qual é, Natasha? Você sabe que... — ele dá um passo na minha direção, ponho a mão no seu peito impedindo que se aproxime

— Não sei, e se fosse você não tentaria uma outra abordagem assim, considerando seu histórico. — digo, invertendo os papéis.

— Natasha, se você disser... — ele tenta se aproximar de novo, mas minha mão continua o impedindo e nos mantendo a um braço de distância

— Eu tô avisando, Jake. Para de me atormentar ou juro como conto o que aconteceu na noite da fogueira.

Agora é ele quem está angustiado, sorrio pelos papéis invertidos e dou um passo à frente. Sei como Joseph é, cão que late mas não morde.

— Você sabe que sou capaz disso, não somos amigos e não devo nada a você, encosta em mim de novo ou faz outra conversinha desse estilo que faço você se arrepender.

— Eu nem cheguei a beijar você. — grunhe.

— Não foi por falta de tentativa — respondo, não dou outra chance para conversa, saindo daquele ambiente pesado.

Ignorando a mesa da qual eu sai, me sento em um dos bancos do balcão, ao lado do ruivo. Mas não olho para ele, ao invés disso, peço um suco a Garry — o dono do estabelecimento que vez ou outra dá as caras. De qualquer forma, sei que o cara ao meu lado está com seu rosto virado na minha direção, minha visão periférica permite notar o sorriso na sua boca.

— Sabe, não é legal ficar encarando. — digo em tom baixo e puxo um pouco de suco pelo canudo, a grande taça de vidro transparente permite que a bebida amarela veja vista.

— É inevitável, desculpe! — apesar do que diz, ele não parece envergonhado ou arrependido, apenas da de ombros. — É bonita demais para não chamar o mínimo de atenção.

Sorrio.

— É inevitável, desculpe. — digo o mesmo que ele, que ri.

— Você não é da Bross, ou é? — indaga, se referindo a faculdade.

— Não, estou no último ano. — minto, estou no penúltimo, mas isso não faz muita diferença agora.

— Já sabe o que vai fazer? — puxa assunto, dando um gole na bebida.

Não respondo de imediato, eu não consigo.

Isso é uma dúvida que ainda tenho, não sei o que eu quero, e as pressões que recebo por isso são enormes. Odeio isso, não saber o que eu quero ser. Meu pai quer que siga no ramo dele e da mamãe, porque gosto de me manter a par de tudo e amo os jantares e festas dado por eles, mas para por aí, esse é meu único interesse, odeio as leis, reuniões, os projetos, não combinam comigo. Para não deixá-lo sem resposta, e fazer com que ela não pareça vazia demais como um "eu não sei", digo:

— Estou considerando as opções. — dou de ombros.

— Se precisar de mim é só chamar.

— E essa oferta é apenas sobre a minha vida estudantil ou para outras áreas também?

Ele sorri, não precisando de mais nada para entender minhas intenções, que sei que estão sendo correspondidas por ele.

O ruivo paga a sua conta e inclui meu suco nela. Nos fundos do estabelecimento, num beco vazio e pouco iluminado, estou beijando o universitário que descobri se chamar Dean, que cursa literatura. Minhas mãos espalmam sua nuca e seu corpo imprensa o meu na parede de tijolos, suas mãos apertam minha cintura por baixo da camiseta fina.

Seus lábios desgrudaram dos meus no segundo em que ele passou a dar atenção ao meu pescoço, alternando entre mordidas e chupadas. Meu braço rodeia seu pescoço e minha mão aperta seu ombro.

Depois de bons minutos, diversos toques e beijos ele me passa seu número de telefone. Eu não vejo para onde ele vai, mas eu saco do bolso traseiro as chaves do carro e as giro no dedo indicador enquanto caminho para o estacionamento do Joe's.

No caminho, Madson Green, propositalmente, esbarra em mim, derrubando minhas chaves.

Vem cá, o que isso aqui virou? Hoje é o dia da reunião de otários e idiotas e eu não tô sabendo.

Reviro os olhos em pura raiva, não me abaixo ainda.

— Patética. — murmuro, mas sei que ela escuta e não em incomodo nem um pouco.

— Ao menos não sou eu que fico me agarrando com caras mais velhos no escuro.

— Em que parte eu disse que você poderia se meter na minha vida?

— Só estou avisando — ela arruma os óculos no rosto —, é que... Você sabe como as pessoas são maldosas, não é? Inventam boatos e aumentam histórias, não queremos que isso aconteça com você.

— Está insinuando alguma coisa? Porque eu estou sentindo uma pontada de mágoa na sua voz, é porque fiquei com o — forço a voz para uma extremamente dramática. — seu grande amor de infância? Supera isso, amor, para uma pacifista você é muito rancorosa. — ela ignora a provocação, mas sei que a irritei porque sei que estou certa, sobre absolutamente tudo.

— Não são insinuações, é um conselho, sei que não recebe muitos pela falta de amigos, mas...

— Você está falando de falta de amigos? Quem é você para dizer algo? O seu melhor amigo é quem mesmo? Ah é, ele é o seu trabalho no jornalzinho da escola. Eu ao menos corro atrás do que eu quero e de quem eu quero, não fico babando pelo fotógrafo do jornal a anos sem nem mesmo falar com ele.

Ela não responde, só se vira e continua a caminhar para lanchonete, quando sei que ela não pode mais me ver, pego as chaves no chão.

Madson Green mexe com a pessoa a muito tempo.

E vou provar isso a ela mais do que nunca.


> Não rolou atualização no fim de semana (por motivos de tava com sono demais para postar) mas veio hoje. Então não esqueçam de votar e comentar a opinião de vocês sobre a história.

> De novo eu bato na tecla de que as ações dos personagens não condizem com as minhas, nem os pensamentos.

> Como combinado o próximo capítulo vem daqui 10 dias!!

Beijoos

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