Tudo ficou sem som.

Talvez pelos sons de tiros, ou talvez, pelo meu medo, mas quando eu saí correndo de dentro daquele carro, tudo à minha volta parecia estar rodando em completo silêncio.

Passei pelos dois corpos caídos no chão, e eu só voltei a escutar algo quando me joguei no chão ao lado do corpo dele. E esse algo não foi a sua voz, e sim, os meus próprios soluços, já que eu estava chorando desesperadamente.

— Não, não, não! Fica comigo, por favor, fica comigo!

Toquei em seu rosto, tentando ver se ele estava acordado, e um pequeno alívio tomou conta de mim quando o vi abrir os olhos.

— Isabella... — Sussurrou, com a voz fraca.

— Shiiii, vai ficar tudo bem!

Passei a mão pelo seu torso, procurando a entrada da bala, e meu desespero voltou dobrado quando eu percebi que não havia ferimento de saída e a bala ainda estava alojada lá dentro. Desesperada, coloquei a mão em cima, tentando impedir o vazamento de sangue.

— JESS, PEDE UMA AMBULÂNCIA! — Gritei.

— Eu... — Ele começou a tossir sangue, mal conseguindo falar com a falta de ar.

— Vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem. — Repeti, tentando assegurar não só a ele, como a mim mesma.

— Isabella...

Murmurou e tentou erguer a mão para tocar em meu rosto, no entanto, por causa da fraqueza ou da dor, ele não conseguiu, então, apenas pôs sua mão sobre as minhas que ainda estavam em seu peito. Minhas mãos estavam cobertas pelo seu sangue, e agora, a sua também.

— Não faça esforço, vai ficar...

Não consegui continuar, pois o meu corpo foi violentamente puxado para trás.