Capítulo 42
ISABELLA MARTINS
Estávamos sentados na sala. Harrison em um sofá e eu em outro de frente para ele. Eu tinha conseguido controlar as lágrimas e me acalmar para conversar, mas o silêncio era pesado e agoniante. Ele não falava nada. Disse que iria me explicar, mas não o fez. Não que houvesse alguma explicação para o fato de que o meu pai estava vivo, ele sabia, e não me contou.
Eu acreditei que Elijah estava apenas mentindo, blefando para tentar me enganar, mas aquela era uma selfie de Elijah onde no fundo dava para ver claramente o meu pai. Ele estava muito mais velho do que nas minhas memórias, eu o via jovem, bronzeado e forte. Mas na foto ele estava barbudo, um pouco mais magro e bem pálido, como se não tomasse sol há anos, mas ainda era ele. Vivo.
— Harrison?
— Eu sei. — Suspirou. — Estou tentando encontrar as palavras certas.
— Que tal a verdade? — Soei debochada, mesmo não querendo. Aquele assunto era extremamente sério para mim.
— O nome Jordan Wester te lembra alguma coisa? — Eu já iria reclamar por ele estar mudando de assunto quando ele continuou. — Eu vou explicar, apenas me responde.
Respirei fundo, tirando alguns segundos para pensar no nome.
— O sobrenome não me é estranho, mas não conheço nenhum Jordan.
— Jordan é um mafioso no comando de um enorme esquema de tráfico de armas e drogas. Você se lembra do seu pai falando algo sobre ele?
— Talvez... Como disse, o sobrenome é familiar, mas eu não tenho muitas lembranças do meu pai, as que tenho são em momentos felizes, ele não falava sobre trabalho ou coisas do tipo comigo. Por que está perguntando isso? O que isso tem a ver com ele estar vivo?
— Jordan estava sendo investigado e um caso estava sendo montado contra ele por várias pessoas espalhadas pelo país, entre elas... o pai de Elijah.
Harrison parecia realmente tenso ao revelar tal informação, mas eu não entendia o porquê dele está fazendo isso. Não era isso o que eu queria saber.
— O que isso tem a ver comigo? Com o meu pai?
— Naquela época Jordan estava começando a expandir os negócios para o Brasil, e aparentemente, seu pai estava participando da investigação.
Tentei assimilar essa nova informação.
— Então... Jordan foi quem "matou" ele?
Ele passou a mão pelo cabelo, desconfortável.
— Não podemos simplesmente esquecer esse assunto, Isabella?
— Foi o Jordan? — Insisti, não deixando que ele desviasse do assunto.
Harrison abaixou a cabeça com uma áurea de culpa e eu parei para pensar no que isso significava para ele, pro Elijah, tudo. Elijah o odiava por ele supostamente ter envolvimento na morte dos seus pais, e se, assim como o pai dele, o meu pai estava envolvido nesta investigação, isso significava que...
— Isabella... — Eu o interrompi.
— Ele não faria isso por conta própria, não é? Se Jordan é um grande mafioso como você diz, ele contrataria alguém...
Meus olhos encheram de lágrimas novamente quando eu enfim juntei as peças.
— Ele contratou o Deverell. — Ele finalmente revelou a verdade.
Mesmo já tendo chegado a essa conclusão, ouvir ele dizer era pior, pois me fez realmente sentir o baque das suas palavras. Há oito anos atrás eu perdi o meu pai, e a minha vida se tornou um inferno por causa do pai do homem por quem eu estava apaixonada. Isso deveria ser algum tipo de piada do destino. E de muito mal gosto.
Levantei do sofá, agoniada demais para ficar ali sentada de frente para ele.
— Eu preciso sair, preciso tomar um ar...
— Não é seguro, Isabella.
— Você saiu, por que eu não posso? Eu só quero ir para a rua respirar ar fresco!
Eu não precisava ir longe, até mesmo na calçada estava de bom tamanho, ficar ali estava me deixando muito mal. Sufocada.
— Vamos conversar...
— Elijah te odeia. — O interrompi.
— Eu sei disso. — Ele abaixou a cabeça.
— Ele falou que você ajudou o seu pai a matar a família dele.
— ... Tecnicamente, foi isso.
— Então... — Minha voz falhou e eu quase não tive forças para continuar. — Então, eu deveria te odiar também?
Eu sabia que ele entenderia o que eu estava querendo saber. Pois eu não tinha coragem de perguntar diretamente. Falar em voz alta me destruiria completamente. Mas ele entendia. Harrison levantou a cabeça e eu prendi a respiração, sem saber o que esperar da sua resposta.
— Eu não tive nada a ver com isso, Isabella. — Soltei a respiração, um pouco mais aliviada. — Os pais de Elijah foi um caso à parte, meu pai precisou de alguém e eu estava lá, mas esse foi o único trabalho em que eu me envolvi. E para falar a verdade, eu só aceitei participar para que ele me desse algo em troca. Eu não tive nada a ver com as mortes de todos os outros envolvidos nessa investigação, sequer sei quem são.
Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto, e eu rapidamente as limpei, sem saber se era de alívio, tristeza ou raiva.
— Por que você não me contou antes?
— Eu não sabia.
— Não me faça de idiota, Harrison, por favor... eu não vou suportar.
— Eu não estou mentindo para você. — Ele se levantou e veio até mim, o tempo todo respeitando o meu pedido para não me tocar. — Lembra da ligação de Logan mais cedo? Foi sobre isso. Antes de viajarmos, eu pedi que ele investigasse o seu pai, pois achei estranho o jeito como Elijah tentou usar isso contra você. Ele me mandou os resultados da investigação hoje. Tudo isso que eu estou te contando, foi ele quem descobriu, até então, eu não fazia ideia!
Lembrei de mais cedo, quando ele fechou o notebook assim que eu cheguei no quarto.
— Era o que você estava olhando naquela hora?
Ele assentiu.
— Eu não sabia que a minha família tinha qualquer envolvimento com o seu pai, eu juro. Se soubesse, sequer teria escolhido você e te trazido para a minha vida... eu não sou a porra de um psicopata.
Me lembrei dos primeiros dias assim que cheguei na mansão, de como Harrison pensou que Jack fosse o meu pai em uma conversa na cozinha. Ele não estava mentindo, pelo menos não sobre isso. Ele realmente não sabia de tal informação. No entanto, eu não deixei de ficar triste pelas suas palavras, e contra a minha vontade, mais lágrimas escorreram pela minha bochecha. Era extremamente difícil de aceitar, mas eu sabia que ele seria sim capaz de omitir isso de mim. E por mais que eu quisesse voltar a confiar plenamente nele, o meu instinto me alertava do perigo e das enormes chances de eu acabar mais uma vez machucada no final.
Respirando fundo, eu deixei esse pensamento de lado. Não era sobre ele que eu queria conversar, e sim, sobre o meu pai.
— Então, o que aconteceu? Como ele está vivo? Quem eu enterrei e chorei a morte por todos esses anos?
— O seu pai foi o quinto nome na lista que o meu pai recebeu. O trabalho durou por um bom tempo, por isso, quando chegou a vez dele, acho que o FBI já estava ciente de que algo iria acontecer. Jordan estava expandindo seu negócio para o Brasil, e como Fernando era um promotor de lá, ele foi contatado para ajudar nas investigações. Quando o trabalho foi executado, eles já deveriam ter um plano em mente. Eu não sei quem vocês enterraram, mas pelas informações que Logan conseguiu, seu pai foi colocado no programa de proteção à testemunha um dia após a suposta morte dele. Ele ganhou uma nova identidade, e foi colocado em uma pequena cidade no interior do Maine. — Mais lágrimas caíram, e eu não aguentei mais segurar e deixei que o choro viesse, soluçando de tristeza, raiva, e até mesmo, alívio. — Durante os últimos anos, ele mudou de nome e foi realocado algumas vezes, mas hoje em dia está em Nebraska sob o nome de James. Essa foto que o Elijah te mandou aparentemente é de lá.
Eu precisei voltar para o sofá, abatida demais para ter forças de permanecer em pé. Harrison me seguiu, e se sentou ao meu lado. Parte de mim queria ficar sozinha, longe dele, para assim chorar e ressentir o Deverell a vontade, enquanto a outra parte queria se jogar em seus braços e ser consolada por ele.
— Por isso que ele não me procurou? Por literalmente não poder?
— Jordan ainda está solto, então... sim. Ele ainda está no programa e não pode ter contato com a sua antiga vida.
— Sua verdadeira vida! — O corrigi.
— Isso. — Ele concordou, um pouco constrangido pelo comentário.
— Eu quero ir vê-lo, Harry. — Pedi.
— Não podemos, Isabella.
— Você não entende. Eu preciso ir vê-lo de perto. É o meu pai... por favor?
Harrison abaixou a cabeça. E para a minha surpresa, quando ele a levantou de volta, seus olhos estavam marejados. Era a primeira vez que eu o via assim tão... emocionalmente abatido.
— Eu sinto muito... muito mesmo, Isabella. Pelo meu pai, por mim... por tudo. Mas não podemos agora... temos problemas muito maiores. Charles está querendo a nossa cabeça em uma bandeja. É perigoso demais voltar para os Estados Unidos agora.
Eu sabia que ele estava certo. Mas estar certo não significava que tudo ficaria bem, pois não iria. Meu coração doía de saudades agora que eu sabia que meu pai estava vivo e eu sabia exatamente onde encontrá-lo.
— Eu não sei se eu aguento esperar, Harrison.
— Vai ter que aguentar. — Ele ergueu a sua mão, mas parou antes que ela encostasse em meu rosto. — Me deixe tocá-la. — Olhei para a sua mão estendida na minha direção, e assenti, colocando a minha mão sobre a sua e a trazendo para o meu rosto, sentindo o seu calor me aquecer um pouco. — Eu não quero que você me veja como o vilão aqui, pois eu não sou. Não quero ser. Eu simplesmente não quero nos colocar em perigo. Eu não sei nem o que eu faria se te perdesse agora...
Ele parou de falar e fechou os olhos, como se percebesse o peso das suas palavras. Não era uma declaração. Ainda não. E apesar de uma pequena parte do meu coração me dizer que talvez isso não estivesse tão longe de acontecer, eu não conseguia ficar completamente feliz. Eu deveria, afinal, era isso o que eu tanto queria. Mas agora que tudo foi revelado, e eu sabia que o meu pai estava vivo, tudo o que eu pensava era em ir me encontrar com ele.
Eu não culpava ou ressentia o Harrison por esses últimos anos da minha vida, eu culpava o seu pai e o Jordan. E por mais que fosse difícil, eu estava me esforçando ao máximo para separar Deverell dele. Pois Harrison não era como ele. Eu via isso na forma como ele agia, pensava, me tratava. E em todo o esforço que ele fazia para não ser. Eu deveria levar isso em consideração.
Pensei no que lhe responder, mas antes de conseguir expressar, o seu celular começou a tocar. Sem se afastar de mim, ele usou a mão livre para pegar o aparelho e olhar para a tela, virando-a para mim em seguida. Era a Gwen.
— É melhor você atender, não?
Tirei sua mão do meu rosto e tentei me afastar para lhe dar privacidade, mas ele segurou a minha mão e entrelaçou os nossos dedos, me impedindo.
— Fica, eu posso ignorar.
Neguei.
— Não. É a Gwen. Como você disse, ela só ligaria se fosse urgente. Eu vou pro quarto, estou cansada e vou deitar um pouco.
Ele hesitou por alguns segundos, sem querer me deixar ir. E mesmo ainda estando um pouco confusa sobre ele, eu aproximei o meu rosto do seu e lhe dei um selinho, tentando mostrar que estava tudo bem. Assim que me afastei, Harrison me olhou claramente surpreso com o meu ato, e eu aproveitei a sua pequena distração para puxar a minha mão e me levantar.
Saí da sala e fui para o quarto, tirei os saltos e fui até o banheiro para lavar o rosto e tirar a maquiagem. A imagem no espelho me destruiu. O rosto inchado, os olhos vermelhos, a maquiagem completamente borrada, eu não parecia nenhum pouco bem. E não estava. Estava tentando ser forte e me controlando ao máximo para não chorar novamente, pois por mais que doesse, eu entendia a situação. Era muito perigoso.
Saí do banheiro, e tirei aquele vestido, colocando uma camisola. Então, apaguei a luz e me deitei na cama. Harrison e eu estávamos dividindo a mesma cama desde que chegamos aqui. Acordar ao lado dele hoje foi simplesmente a sensação mais incrível do mundo. Por isso, me destruía completamente agora desejar já estar dormindo quando ele passasse por aquela porta. Pelo menos por hoje.
HARRISON FLINT
Isabella saiu da sala e eu suspirei frustrado. Até quando estava a quilômetros de distância, minha irmã tinha o dom de interromper momentos importantes para mim. Inacreditável.
— Gwen? — Atendi a ligação. — Não é uma boa hora, pode ligar depois?
Silêncio. Não houve resposta. Gwen normalmente iria me responder com algum comentário irônico, algo que eu já estava até mesmo esperando, e o fato de ela não ter feito me dizia que algo deveria estar errado. Iria perguntar se estava tudo bem com ela e com o trabalho que ela estava fazendo, quando uma voz masculina quebrou o silêncio.
— Que falta de educação, Flint... seus pais não te ensinaram respeito?
Meu corpo todo ficou tenso.
Charles.
Merda.
Em questão de segundos, mil e um cenários passaram pela minha cabeça do que poderia ter acontecido. Todos terríveis.
— Onde está a minha irmã, Crawford?
Levantei do sofá, nervoso demais para permanecer sentado.
— Bem. Por hora...
— Se você encostar um dedo sequer na Gwen, eu...
— Você o que? Me mata? — Debochou. — Exatamente como você conseguiria essa proeza estando do outro lado do mundo no momento?
Fechei a mão livre em um punho, me controlando para não estourar aquele celular no chão.
— O que você quer?
— Você sabe o que eu quero. — Rebateu.
— Pelo amor de Deus, eu não matei o seu filho!
— Eu sei disso agora... sua namoradinha matou.
— Deixe a Isabella fora disso!
O ouvi suspirar pesadamente do outro lado.
— Você sabe muito bem que eu não posso fazer isso, Flint... Mas acho que vai ficar feliz em saber que o caso foi fechado. Alguém confessou o crime, está em todos os jornais de Nova York... estou te falando isso, pois acho que aí na Inglaterra isso não deve ter sido noticiado.
Porra. Ele sabia. O desgraçado sabia onde estávamos!
— Quem eles prenderam?
— Um dos meus homens, é claro. Não se preocupe, ele recebeu uma boa grana para confessar tudo. Fiz até questão de escolher alguém que se parecia com você, sabe, para ficar mais crível... belo trabalho em esconder o seu rosto das câmeras, aliás. Sabe quem não fez o mesmo? — Brincou.
— Por que fechou o caso?
— Não é óbvio, Flint? Eu não quero justiça, foda-se a justiça, eu quero vingança! Você derramou o sangue do meu filho, meu sangue, e agora... eu farei o mesmo com você.
— Minha irmã não tem nada a ver conosco, isso é entre você e eu, Charles. — Apelei, sentindo o meu sangue ferver.
— Você está certo. Temo que o único crime da sua irmã foi ser amada por você... espera, você ama a sua irmã, não é? — Não lhe respondi, irritado demais para isso. — Não vai responder? Que feio! Sua irmã está aqui escutando. O que você acha, querida? Seu irmão te ama ou não?
— H, NÃO FAZ NADA QUE...
Houve um estrondo e a voz de Gwen foi interrompida, como se ela tivesse sido atingida por algo.
— Você me paga, seu filho da puta!
— Ameaças e mais ameaças. — Ele riu. — Você é ridículo, Harrison Flint. Patético. Não representa perigo nenhum para mim aí escondido em Londres como um ratinho amedrontado.
— Se sabe onde eu estou, por que não vem me matar, desgraçado?
— E qual seria a graça nisso? Por que me esforçar se eu posso fazer você vir até mim? Ainda não entendeu que a morte é a saída mais fácil para você, Harrison? Se eu perdi alguém que eu amo, você vai ter que passar pelo mesmo. — Sua voz se tornou irritada, sombria. — Mas isso vai depender de você. E de quem você ama mais... sua irmãzinha ou a Isabella.
Apertei o celular com força, me controlando para não perder a cabeça.
— Seu filho da puta... — Ele me cortou.
— É simples. Me entregue a Isabella que eu solto a sua irmã e deixo ela e toda a sua família viver. Ou... não me entregue a Isabella, e assista a sua irmã morrer, depois a Isabella, seu pai, sua mãe, seu primo, seus amigos, você verá todos morrerem até que eu finalmente chegue a você e te mate com as minhas próprias mãos, Flint... O que acha disso?
— O que eu acho? — Praticamente rosnei, irritado demais para sequer controlar minha voz. — Acho que você está louco se acha que vai conseguir o que quer, Charles.
— Talvez eu esteja. Mas veja, eu acabei de perder um filho, isso é compreensível, não acha? — Ele riu secamente.
— Vá se foder, Crawford!
Ele parou de rir e sua voz se tornou completamente séria.
— Você tem três dias para voltar aos Estados Unidos e me entregar a sua namoradinha viva em uma bandeja, ou... assista a sua irmã e todos que você ama morrerem. Seja inteligente, Harrison.
A ligação foi cortada e eu finalmente pude jogar o celular na parede, liberando todo o ódio que eu estava sentindo. Merda, merda, MERDA!
Passei a mão pelo rosto, tentando controlar todo aquele ódio, mas era simplesmente impossível. Acabei quebrando um jarro e alguns porta-retratos no meio do meu descontrolado surto. E eu poderia quebrar aquele apartamento todo se estivesse sozinho, mas eu não estava. Isabella estava no quarto e se ela me ouvisse e aparecesse aqui, eu não saberia o que lhe dizer, o que fazer. Eu não poderia entregá-la ao Charles... mas eu também não poderia deixar a minha irmã morrer. Eu estava fodido!
Me sentei no sofá, tentando pôr em ordem a minha respiração descontrolada. E sem conseguir aguentar mais, deixei que as lágrimas que eu estava segurando a noite toda caíssem. Eu não chorava desse jeito há um bom tempo, anos até. Chorar por dor era algo corriqueiro, eu estava quase sempre com ferimentos para tratar sozinho, mas chorar por sentimentos, isso era algo raro. Mas agora que começou, foi praticamente impossível controlar e parar. Chorei como uma criança, uma criança assustada. E de certo modo, era assim que eu me sentia. Uma criança impotente. E eu odiava esse sentimento. Odiava essa situação. E odiava o Charles por me fazer sentir novamente essa porra de sentimento. Contudo, acima de tudo isso, eu me odiava por estar caindo em seu maldito plano.
Limpei as lágrimas e respirei fundo algumas vezes para que elas parassem de cair, tratando de me acalmar. As vidas de duas das três mulheres mais importantes para mim no mundo estavam em perigo, e sim, Isabella era importante para mim, não havia mais como negar, por isso, eu não poderia ficar ali chorando como um fraco. Não poderia deixar que Charles vencesse essa merda.
Levantei e fui até o quarto. Isabella estava deitada, dormindo na cama. E por alguns segundos, eu fiquei ali parado, apenas olhando ela dormir. Era notável em seu semblante, mesmo dormindo, que ela estava triste. E admitir que eu era a causa da sua tristeza não era fácil, mas era preciso. Eu precisava cair na real.
Desde que chegamos aqui em Londres, eu me deixei enganar por uma falsa sensação de segurança, até mesmo de... felicidade. Estar vivendo aqui com ela parecia até mesmo um sonho, mas estava na hora de acordar para a realidade... Eu tinha uma decisão urgente a ser tomada.
Fui até a cama e toquei levemente o seu ombro.
— Isabella? — Chamei baixinho, e ela se mexeu um pouco na cama. — Isabella?
— Oi... — Ela abriu os olhos.
— Veste algo, temos que ir a um lugar.
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