Capítulo 28
HARRISON FLINT
Josh não fez muita coisa no tempo que eu fiquei observando, assistiu TV, comeu, falou no celular, e então, foi dormir. E eu precisava fazer o mesmo. Me levantei da cadeira, olhando para a cama, e vi que Isabella dormia tranquilamente. Deveria realmente estar casada, pois ela já havia dormido bastante na vinda até aqui.
Peguei uma calça na minha mochila de roupas e fui para o banheiro. Tomei um banho, me vesti, escovei os dentes e saí. Isabella continuava dormindo, mas agora parte do seu cabelo cobria o seu rosto. Me aproximei, me abaixei no chão ao seu lado e com cuidado tirei as mechas de cabelo do seu rosto, colocando-as atrás de sua orelha. Até que ela abriu os olhos de repente e eu retirei minha mão.
— O que... está fazendo?
— Me desculpe, eu só queria te acordar.
Era o que eu deveria estar fazendo em primeiro lugar, não sei porque decidi arrumar o seu cabelo. Levantei e me afastei dela, que saiu da cama e foi até a janela enquanto eu fazia a volta na cama para me deitar do outro lado.
— O que eu devo fazer? Apenas observar?
Me deitei na cama, sentindo quase que uma sensação de prazer se espalhar por todo o meu corpo, eu precisava de um descanso depois de tantas horas dirigindo e mais outras no telescópio. Expliquei para Isabella o que ela deveria fazer e então fechei os olhos, deixando o sono vir.
***
— Harry!
A voz autoritária de Deverell ecoou pelo apartamento todo, causando leves calafrios em minha espinha. Nada de bom sairia disso. Me levantei da cama, guardei o celular no bolso e saí do meu quarto, caminhando como um robô no automático até o escritório dele. Bati duas vezes na porta antes de entrar.
— Chamou?
Ele estava sentado em sua mesa olhando alguns papéis, me aproximei calmamente.
— Preciso que faça algo por mim. — Ele me entregou uma foto. Era de um garoto, cabelo castanho claro, olhos azuis, e parecia ter uns dezessete anos. — Esse é o Elijah Thornhill. Preciso que se aproxime dele e ganhe a sua confiança.
— Está matando adolescentes agora? — Questionei em desdém.
Eu sabia que ele era desprezível, mas nem tanto.
— Óbvio que não, não seja ridículo. O alvo é o pai dele, David. Ele é um xerife e decidiu xeretar onde não devia. O trabalho precisa ser limpo, pois não é o único da lista. Já estou com tudo acertado para você ir para a cidade dele e fingir ser um estudante. Assim que ganhar acesso a sua casa e conseguir mapear a rotina do David, você estará liberado.
— Que pena. — Joguei a foto à sua frente na mesa. — Não estou afim. — Eu estava prestes a completar vinte e um anos, esse era o trabalho mais ridículo do mundo. Quem acreditaria nisso? — Por que não paga alguma garota para fazer isso?
Ele estava sem uma acompanhante desde que eu descobri tudo e o seu casamento foi para o ralo. Ele estava sem saída, e eu não pretendia dar uma de bandeja na sua mão.
— Como eu disse, esse é um trabalho delicado. Não vou pagar alguma vadia e correr o risco de tudo vazar se tenho o meu filho para fazer um serviço limpo.
— Minha resposta continua sendo não. — Dei de ombros.
Deverell respirou fundo pesadamente e me olhou sério.
— Pretende ficar com essa palhaçada até quando?
— Pretende deixar minha mãe trancada em um hospício até quando? — Rebati.
— A clínica luxuosa em que ela está hospedada está longe de ser um hospício! Sua mãe não está bem, ela precisa de ajuda!
— O que ela precisa é de um bom marido, e não um traid...
— Calado! — Ele se levantou irritado, apoiando suas mãos na mesa. — Escute bem, caralho, você vai se aproximar dele queria você ou não! Enquanto estiver vivendo debaixo do meu teto, você faz o que eu quiser!
Fechei minhas mãos em punhos, tentando controlar todo aquele ódio que corria em minhas veias, caso contrário, eu faria uma loucura a qualquer momento. Respirei fundo, para me acalmar e tentei pensar em algo com o que barganhar.
— Me deixe visitar ela constantemente, e eu faço.
Ele balançou a cabeça negativamente, voltando a se sentar.
— De jeito algum.
Eu não via a minha mãe há vários anos, nem sequer sabia onde ela estava, Deverell apenas disse a Gwen e eu que ela havia sido internada na Inglaterra por problemas psicológicos. Era tempo demais, longe demais, ele tinha que entender isso.
— Eu faço o que você quiser, volto a ser o seu fantoche, apenas... eu preciso ver...
Ele me interrompeu, impaciente.
— Eu já disse que não!
Ele parecia irredutível, e eu não vi outra forma, a não ser, apelar.
— Pai... por favor.
Eu não o chamava de pai há bastante tempo, e se havia mesmo um coração no peito vazio desse homem a minha frente, me ouvir dizer essa simples palavra talvez conseguisse amolecer um pouco. Deverell soltou um suspiro alto, como se praguejasse mentalmente, e então assentiu, relutante.
— Eu te dou o endereço e você pode ir visitá-la assim que fizer vinte e um anos em dois meses. Isso é, se conseguir as informações que preciso até lá.
Contive a minha emoção e abaixei o rosto, fingindo olhar para a fotografia do tal Elijah na mesa apenas para que ele não visse que havia lágrimas em meus olhos. Ele não tinha ideia do quanto isso significava para mim. Finalmente poder ir ver a minha mãe, poder ir encontrá-la, abraçá-la, era uma recompensa mais do que suficiente para que eu o aguentasse mais um pouco. Eu já havia juntado bastante dinheiro e tudo o que eu precisava agora era encontrar um lugar legal para morar. Se eu conseguisse o direito de ir visitar a minha mãe, seria o cara mais feliz do mundo.
Consegui me livrar das lágrimas antes que caíssem e meus olhos entraram em foco no rosto de Elijah.
— O que exatamente você quer que eu faça mesmo?
Me sentei na poltrona de frente para ele para começar a arquitetar um plano.
— De início, apenas... se aproxime dele e de sua família.
***
— Harrison?
Ouvi a voz de Isabella vindo do quarto e levantei a cabeça, encarando o meu reflexo no espelho. Eu estava ferrado... porra! Abri a torneira e peguei um pouco de água com as mãos, jogando no rosto.
— Eu já vou sair. — Avisei.
— Você está aí há um tempo...
— EU DISSE QUE JÁ VOU SAIR, CARALHO! — Estourei. E eu consegui sentir no silêncio que se formou nos segundos seguintes que eu havia a preocupado ainda mais. Fechei a torneira e saí do quarto, Isabella ainda estava em pé perto da porta e se assustou quando ela abriu de repente. — Me desculpe, não queria ter gritado.
Ela assentiu, mas estava visualmente mais acanhada que o normal.
— Josh e Elijah estavam tomando café juntos, mas Elijah acabou de ir embora, por isso eu te chamei, para te avisar. Não estava tentando te irritar ou...
— Eu sei. Eu sei. — Toquei em seu braço, e ela se acalmou. — Você não fez nada de errado, eu é que perdi o controle.
— Quem é Elijah? Por que você reagiu desse jeito a ele? — Ela passou a mão pelo meu rosto, limpando um pouco da água que eu esqueci de enxugar com uma toalha.
— Alguém do meu passado. — Revelei. — Um antigo amigo. Uma peça importante em um trabalho. Um inimigo... E agora, um agente federal. — Ela me olhou assustada. — Elijah me odeia. Tenho certeza que parte do motivo que o levou a entrar para o FBI foi conseguir se vingar de mim. E se ele estava falando com Josh, isso significa que Josh realmente sabe da verdade e eu preciso me livrar dele o quanto antes. — Afirmei, já começando a formar um plano.
— O que pretende fazer?
— Josh está sozinho agora, certo? — Ela assentiu. — Então irei acabar com isso hoje mesmo.
Fui até as maletas que estavam no chão em frente a cama e as coloquei em cima da cama, abri a primeira e peguei a arma que estava dentro, pegando também um cartuxo e o colocando dentro. Isabella ficou observando atentamente, e em silêncio, cada movimento meu, como se tentasse aprender o que eu estava fazendo. Era estranho, eu não estava acostumado a ter ninguém presente comigo nessas horas chaves, mas também não era ruim.
— Você pode me ensinar a mexer em uma arma?
Levantei as sobrancelhas um pouco surpreso.
— Pensei que já soubesse, atirou em Brad perfeitamente.
— Aquilo foi apenas sorte, adrenalina, eu não tinha ideia do que estava fazendo, aquela foi a primeira vez que eu sequer segurei uma arma. Eu vi que ele iria te matar e só reagi.
— Você poderia ter escolhido me matar também... faria sentido. — Ponderei.
— Mas então, como você mesmo falou, eu estaria apodrecendo em uma cadeia agora, e eu preciso de você.
Eu sabia que ela só tinha me deixado vivo aquela noite por motivos de pura sobrevivência, ela precisava de mim para sair de lá. Mas semanas haviam se passado já, e eu não conseguia deixar escapar o fato de que ela havia falado essa simples palavra no tempo presente. Ela precisa mesmo de mim? Isabella deu alguns passos, se aproximando de mim, mas eu não tive qualquer reação, ainda surpreso com as suas palavras.
— Sério?
Ela assentiu.
— Muito... Quem mais me ensinaria essas coisas?
Em um movimento rápido, ela tentou pegar a arma da minha mão, mas eu fui mais rápido e com a mão livre segurei o seu punho antes que conseguisse, escondendo a mão com a arma em minhas costas. Ela teve um leve susto com a abrupta movimentação, mas logo sorriu, se divertindo com a sua falha tentativa de me desarmar.
— Vai precisar de muito mais que isso se quiser mesmo me desarmar um dia. — Disse, quase que em forma de desafio, e seus olhos brilharam com a ideia. — E eu posso te ensinar tudo o que quiser, mas não agora... quando voltarmos.
— Promete? — Ela me encarou, séria dessa vez.
Assenti, concordando. Isabella voltou a sorrir, satisfeita, e quase que instintivamente, meus olhos desceram para os seus lábios. Lembrei da minha promessa de nunca mais sequer encostar nela e finalmente me dei conta da distância entre nós, ou melhor, da falta dela. Isabella umedeceu os lábios, ainda me encarando, e por um breve segundo eu considerei continuar, tomar seus lábios nos meus, tomá-la por inteiro nessa cama atrás de nós, mas a voz da razão falou mais alto e eu soltei o seu pulso, me afastando.
— Eu vou me trocar, pode continuar olhando para ver o que Josh está fazendo?
— Tá bem.
Isabella passou a mão pelo rosto, tirando seu cabelo dali e o jogando para trás, e foi se sentar na cadeira perto da janela. Fui até a minha mochila com roupas e peguei uma calça jeans, uma camiseta branca, e um sobretudo azul escuro. Normalmente se pensa que o ideal seriam roupas todas pretas, mas isso não poderia estar mais errado quando o assunto era trabalhos diurnos. Quando merdas acontecem, todo mundo se lembra daquele cara todo vestido de preto em plena luz do dia, então roupas normais, mas de cores apagadas e frias, eram as minhas preferidas. Já para os acessórios, nunca poderia dispensar as luvas de couro pretas e um bom e velho, óculos de sol escuro. O jeito perfeito de se misturar em meio as pessoas facilmente.
Quando deixei o meu hotel rumo ao hotel ao lado, Isabella me informou que Josh estava dormindo, logo, isso deveria ser fácil. Passei direto pela recepção, e usei as escadas para subir até o terceiro andar onde ficava o quarto dele. Antes de passar pela porta da escada, conferi se haviam câmeras nos corredores, e ao constatar que não, continuei tranquilamente.
Todos os andares possuem oito quartos, quatro de cada lado, o que facilitou para que eu encontrasse o quarto dele. Parei em frente a porta, e quando iria retirar a minha arma das costas, o meu celular tocou. O tirei do bolso, me xingando mentalmente. O toque era discreto, mas o ideal era sempre colocar no silencioso para não correr qualquer risco, e eu havia esquecido disso. Era uma ligação da Isabella, recusei e desliguei o celular em seguida, e quando estava guardando o aparelho de volta no bolso, a porta do quarto abriu. Josh olhou para mim, coçando os olhos com uma expressão confusa e sonolenta.
— Quem... espera... Harrison?
Não esperei que ele reagisse e dei um soco em sua garganta, o empurrando para dentro. Josh caiu para trás no chão, e eu entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim e sacando a minha arma.
— Olá, Josh. Quanto tempo.
— O que... O que está fazendo, Harrison? — Se esforçou para perguntar enquanto lutava para respirar no chão.
— Eu não sei, o que acha que eu estou fazendo?
Me inclinei sobre o seu corpo e ele começou a balançar a cabeça freneticamente.
— Eu não sei...
Dei um tapa em seu rosto.
— Não brinca comigo, cara. — Alertei.
— Eu juro que não sei! Não sabia nem que você tinha porte de armas! Quem dirá o porquê de estar aqui apontando ela para mim! O que eu te fiz, cara?
— O que VOCÊ está fazendo é a pergunta. Ou pensou que ameaçaria a minha irmã e ficaria por isso mesmo?
— A Gwen? — Sua expressão de confusão ficou mil vezes mais forte. Mas eu conseguia ler através da sua péssima atuação. — Eu não falo com ela há meses depois do que ela me fez! Eu deveria ter denunciado aquela vadi...
Dei um chute em sua barriga para que ele se calasse e ele gemeu de dor, escorregando mais para trás para se afastar de mim.
— Corta essa merda! Já sabemos que você sabe. O que estava conversando com o Elijah?
— Eu não sei do que você está falando, Harrison, você me conhece, eu nunca... Eu nem sei quem é esse tal de Elijah!
Enquanto ele falava e falava, tirei o silenciador do bolso interno do sobretudo e o coloquei na arma, atirando friamente na sua perna. Josh gritou de dor, se encolhendo no chão.
— Pretende falar a verdade agora? Ou eu devo...
— TÁ BEM! TÁ BEM! — Gritou, desesperado. — Porra! Caralho... eu falo!
— Ótimo! Essa sua outra perna agradece. — Peguei uma cadeira da mesa no canto do quarto e a levei até onde Josh estava, me sentando de frente para ele. — Melhor falar rápido, sua perna está sangrando bastante.
— Você e sua família se acham, não é? — Começou a falar, com a voz banhada em desprezo. — Principalmente a vadiazinha da sua irmã.
— Você não está se ajudando, Josh... — Comentei, mirando a arma na sua perna intacta. Ele começou a suar frio, talvez de medo, ou simplesmente por estar perdendo muito sangue.
— Eu a segui por semanas, não, meses! E finalmente descobri a verdade, o segredinho sujo que ela tanto guardava ao sair naquelas viagens estranhas. — Ele começou a rir. — Eu iria chantageá-la, mas aí eu conheci o Elijah... ou melhor, ele me achou. Foi ele que me contou que essa merda não era um segredo apenas da Gwen, e sim, da família toda. Vocês são todos loucos, psicopatas! Surtados! Tá ligado?
— E você teve a sorte de conseguir escapar de nós com vida uma vez. Por que voltou? É burro? Ou a sede de vingança falou mais alto? — Perguntei, realmente curioso para ouvir a resposta.
— Gwen precisa pagar pelo que me fez! — Rosnou. — Eu não posso mais ter filhos por causa dela!
— A humanidade agradece. — Debochei. E ele ficou vermelho de raiva. — E ela só estava se defendendo, Josh. Você que começou, agora aguente as consequências.
— Foram só alguns tapas! Coisa típica! Já ela me ferrou por inteiro! Quebrou meus ossos, meu orgulho, meu pau!
Soltei o ar pelo nariz, incrédulo com a sua falta de noção.
— Correção, você começou com um tapa, mas se a minha irmã não fosse forte e esperta, você teria ido muito mais longe. Não se faça de inocente, Josh, essa máscara não lhe cai bem!
— E você entende bem de máscaras, não é? Pelo o que Elijah me contou, você não é nada do cara civilizado que eu conheci, e sim, um completo filho da puta!
Ignorei completamente os seus insultos.
— O que Elijah queria?
— Informações sobre você. — Revelou, olhando para a perna e fazendo uma careta de dor.
— E o que você disse?
— Infelizmente, eu não sabia de nada sobre você, apenas sobre a sua irmã, mas ele não estava nenhum pouco interessado nela.
— Ótimo. — Isso era bom. Gwen estava segura. Eu ainda teria que me preocupar com Elijah, mas isso já não era novidade. O cara era pior que um carrapato, de tempos em tempos eu tinha que dar um jeito nele! — Olha, talvez eu nem precise te matar, o que acha disso? Quer fazer um acordo?
— Não precisa brincar comigo, Harrison, eu já sei que vou morrer. — Ele respirou pesadamente e começou a rir de repente. E eu é quem era o louco aqui... — Mas sabe o que é engraçado? Elijah me falou para ter cuidado com você, mas eu não o ouvi. Achei que a Gwen viria pessoalmente.
— O que ele disse? — Cerrei os olhos, desconfiado.
— Coisas. O cara parece te conhecer como ninguém, falou sobre os seus hábitos, o seu modo de "trabalhar" e me avisou que você viria atrás de mim, até ofereceu ajuda. — Ele riu novamente. — O hotel ao lado é melhor do que esse aqui? Ou é a mesma pocilga?
Levei dois segundos para entender o que estava acontecendo, então, mudei a trajetória da bala para a sua cabeça, e atirei. Seu corpo caiu para trás sem vida e com um buraco no meio da testa, e sentindo o meu coração acelerar, eu encarei a sacada do quarto, a mesma que eu via lá do meu quarto. Elijah sabia que eu estava no hotel ao lado. Ele sabia. E eu havia deixado Isabella lá sozinha! Lembrei da ligação dela que eu ignorei, e sem pensar duas vezes, saí às pressas dali.
Desci as escadas o mais rápido que pude, mas ao chegar no térreo, diminuí a velocidade, passando calmamente pela recepção para não chamar atenção de ninguém. Assim que cheguei na rua, atravessei para o outro lado e corri para dentro do hotel em que estava. Não consegui esperar pelo elevador e corri para as escadas, subindo para o terceiro andar. Assim que entrei em meu quarto, o desespero se intensificou, o lugar estava completamente revirado, como se um furacão tivesse passado por ele. Para piorar, as maletas com armas haviam desaparecido.
— Isabella?
Não houve resposta. Fui até o banheiro, com o coração apertado sobre o que eu poderia encontrar lá, mas só confirmei o que já sabia, não havia ninguém no quarto.
Eu tinha que pensar em algo, um plano, qualquer coisa! Mas eu precisava encontrar Isabella primeiro. Saí do banheiro e fui na direção da porta, mas parei ao ver Isabella chegar. Ela carregava uma sacola com compras, e assim que me viu soltou tudo no chão e correu para me abraçar. Passei os meus braços pela sua cintura, a segurando firme contra o meu corpo, e enfiei o rosto em seu cabelo, sentindo o seu cheiro.
— Eu te liguei!
— Eu sei, me desculpe... Você está bem?
— Estou, não se preocupe, Elijah não me viu. — Garantiu, se afastando apenas o suficiente para me olhar no rosto.
E isso era tudo o que eu precisava saber. Alívio percorreu o meu corpo, expulsando todo o medo das minhas veias, e junto com ele, toda a minha sanidade. Toquei o seu rosto, feliz por ela estar bem e segura, e sem pensar duas vezes, perguntar mais nada, ou sequer pedir sua permissão, eu a beijei.
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