Capítulo 12
ISABELLA MARTINS
Ser a acompanhante de Harrison. Ser a acompanhante de Harrison. Ser a acompanhante de Harrison. Não importa quantas vezes eu repita isso na minha mente, a ideia ainda parecia ser uma ilusão, uma brincadeira. Por que ele precisava de uma acompanhante? Por que não contratava uma pessoa normal em alguma agência especializada nisso? Ou uma das várias modelos que ele claramente estava acostumado a levar para a... para eventos? Ele disse que isso era apenas um trabalho normal, e não envolvia nada sexual, mas eu poderia mesmo confiar nisso e nele?
As perguntas se acumulavam na parte de trás da minha mente, me impedindo de ter uma boa-noite de sono.
"Comprada". Eu havia sido comprada. Como ignorar ou esquecer isso? Não me estressei como deveria na hora, pois eu não sabia nem por onde começar. Era simplesmente um absurdo! Liguei para o orfanato algumas vezes, mas eram sempre as crianças que atendiam, e assim que percebiam que era eu ligando novamente, elas diziam que as irmãs estavam ocupadas. As coitadas pareciam estar fazendo isso por ordens das freiras, e isso por si só já era um outro absurdo! Será que era por isso que a irmã Nora estava com tanto medo no dia em que eu parti? Ela sabia de tudo? Ela me vendeu?
Acordei cedo e me arrumei às pressas, vestindo o uniforme, colocando um pouco de corretivo para disfarçar as leves olheiras pela péssima noite de sono, e finalizei tudo com um cachecol em meu pescoço, para cobrir as marcas roxas causadas por aquele bêbado filho da puta. Eu não me sentia nenhum pouco bonita. Me olhando no espelho tudo o que eu conseguia sentir era vontade de chorar, mas respirei fundo e sufoquei todas aquelas emoções, empurrando-as para baixo até conseguir colocar um sorriso no rosto. Por mais que pequeno, ainda era um sorriso.
Saí do quarto. Eu queria ir encontrar Harrison e tirar minhas dúvidas o mais rápido possível, mas tudo acabou sendo em vão, ele havia saído. Comi algumas torradas com pedaços de queijo e saí da mansão. Zachary já se encontrava parado em frente ao carro me esperando como sempre.
— Bom dia, Isabella.
— Bom dia, Zach. — Ele abriu a porta de trás para que eu entrasse, e depois fez a volta, entrando no banco de motorista. — E Harrison?
— Saiu há meia hora atrás. Não disse para onde iria.
Suspirei, tentando acalmar aquela ansiedade de vê-lo que havia despertado em mim. Mudar de assunto e manter a mente ocupada seria uma boa.
— Sinto muito se causei algum problema por ter fugido.
— Não se preocupe, está tudo bem. Mas não posso arcar com as consequências de ter você fugindo sob a minha vigilância outra vez. Por isso, de hoje em diante ficarei de olho em você constantemente.
Ele me olhou pelo retrovisor, um olhar nada sério e cheio de segundos significados. Lhe lancei um leve sorriso, demonstrando que havia entendido, mas mudei de assunto para não o incentivar a ir por esse caminho. Eu definitivamente não estava no humor para flertar com ele agora, tudo o que eu conseguia pensar no momento era em Harrison, ou em correr para o meu quarto, me afundar nos meus cobertores e chorar até que as lágrimas acabassem. Mas eu definitivamente queria mudar isso, entretanto, não era como se eu tivesse muitos assuntos com Zachary, eu mal o conhecia. Lembrei de algumas noites atrás quando jantamos juntos, e logo um assunto veio à mente.
— Como está a sua irmã?
— Bem. O tratamento está começando a dar resultados, estou bem esperançoso.
— Isso é ótimo! É só vocês dois? — Não deixei de notar, já que ele não mencionou os pais.
— Sim. Meu pai morreu de problemas no coração quando eu tinha dezessete anos, e minha mãe também se foi um tempo depois. Eu cuido da Aisha desde meus dezenove anos. Somos a única família um do outro.
— Você teve que crescer e aprender rápido a como ser um pai.
— Sim. Eu cometi vários erros naquela época, mas assumir a guarda da minha irmã não foi uma delas. E graças ao Harrison, temos uma vida descente agora.
— E continuaram tendo quando ela ficar curada e sair do hospital. — Sorri, realmente torcendo por isso.
— Que Deus te ouça. — Ele me olhou pelo espelho do carro e sorriu brevemente.
Era incrível como toda a sua aura havia mudado quando começamos a falar da sua irmã. Ele adotou um tom tão calmo e carinhoso que parecia outra pessoa totalmente diferente do Zachary profissional, e às vezes malicioso, que eu conhecia. O resto do caminho todo ele foi me contando coisas sobre sua irmã. Aisha tinha sete anos e adorava super heróis e ursinhos de pelúcia. Parecia ser uma fofa!
Quando chegamos ao colégio tempos depois, eu já me sentia um pouco mais energizada e alegre. Falar sobre sua irmã, e como ela era tão nova com uma doença tão terrível, mas sempre se mantinha sorridente e tentando ver o lado bom das coisas, realmente me ajudou a perceber que minha vida e meus problemas nem se igualavam aos dela. Eu estava dormindo em uma mansão pensando se iria aceitar um trabalho que me pagaria duzentos mil dólares, enquanto ela estava em uma cama de hospital pensando se sobreviveria ou não a essa doença. Isso de fato colocava as coisas em perspectiva.
— Estarei aqui esperando na saída. — Ele falou quando eu desci do carro.
— Vou tentar não fugir dessa vez.
Pisquei para ele, o fazendo sorrir, e então o dei as costas e segui o meu caminho para dentro do colégio. Avistei Kaylin mexendo em seu armário no grande corredor e fui até ela. As coisas haviam ficado estranhas entre nós, o que não me importou quando eu iria fugir, mas agora que eu ficaria aqui, precisava consertar isso ou eu não teria uma amiga sequer nesse colégio cheio de panelinhas.
— Mudei de ideia. Ainda dá tempo?
Ela se virou assustada quando eu a surpreendi chegando de repente.
— Sobre o que?
— As saltadoras com pompons! — Debochei, fazendo-a revirar os olhos.
— Você só está brincando comigo. — Suspirou.
— Não, é sério! Eu quero participar. Ainda dá tempo de tentarmos?
Ela ficou me olhando séria por alguns segundos, analisando se eu estava sendo sarcástica ou não, e então, finalmente abriu um sorriso.
— Os testes são na quadra depois das aulas!
— Tudo bem. — Assenti, tentando me animar, mas minha mente não conseguia levar nada daquilo realmente a sério.
Líder de torcida? Isso era a maior besteira! Se eu realmente não estivesse desesperada por uma amiga, com certeza passaria longe desse provável ninho de cobras.
No intervalo, sentamos todos juntos novamente e pude conhecer melhor os meus novos amigos. Noah era extremamente tímido, apesar de possuir um senso de humor aguçado e ser muito engraçado. Era filho de pais divorciados e morava aqui em Nova York com a mãe, Ji-Ah, enquanto o pai, Eugene, U-Jin morava na Coréia do Sul. Ele também fazia parte do time de beisebol do colégio, mas era um jogador reserva.
Já Dean, era o total oposto. Um atrevido nato. Confiante ao extremo, daquele tipo que sabe que é bonito e usa isso ao seu favor. Ele era alto, forte e estava no time de futebol americano. Se fosse para adivinhar, eu nunca iria saber do seu namoro com a Kaylin, já que ele era daqueles tipos bem safados que morreriam solteiros por escolha. Kaylin pode ter entrado em uma fria com esse claro canalha, mas ele havia tirado a sorte grande com ela, pois Kaylin era doce, engraçada, amigável, bonita, o pacote completo. Realmente uma boa pessoa.
Talvez por conta disso eu me sentisse como uma impostora no meio deles. Eles eram legais, e no geral, boas pessoas, enquanto eu precisava fingir toda a hora. Não por conta de toda a historinha que Harrison havia inventado, e sim, pois no fundo eu sabia que nunca seria como eles. Boa como eles. Inocente como eles...
— Então, hoje à noite na sua casa? — Noah perguntou, despertando-me dos meus pensamentos.
— Eu tenho que ver com o Harrison, mas acho que sim. Podemos fazer o trabalho lá. — Confirmei.
O trabalho do professor Jenkins precisava ser feito para entregar amanhã, e a casa de Harrison era a que ficava mais próxima do colégio, comparada com a deles na cidade.
— Eu daria tudo para ser uma mosquinha e espiar como é a mansão de Harrison Flint por dentro. — Kaylin suspirou.
— Você pode vir se quiser. — Sugeri.
— Não, eu tenho que fazer um trabalho de latim com meu grupo. Vou estar super ocupada!
Latim. Nossa. Agradeci mentalmente por não ter essa aula, e sim espanhol que já era super fácil para mim, pois se parecia bastante com o português.
— Eu te digo como foi a experiência. — Dean prometeu, recebendo um rápido selinho em troca.
Depois das aulas, fomos todos para a quadra. Dean e Noah ficaram na arquibancada, assistindo de longe, enquanto eu e Kaylin nos preparávamos. Ela me passava uma rápida coreografia que havia criado, e eu processava e repetia os passos, assim como o canto de animação, várias vezes, tentando decorar a tempo. Contudo, assim que as audições começaram, eu logo percebi que não tínhamos a menor chance. As outras garotas, e garotos, faziam acrobacias e mortais para trás e para frente, desde os mais simples, até os mais complicados, cravando a aterrissagem de forma perfeita no chão, era incrível e ao mesmo tempo assustador. Não tinha nem comparação o que eles faziam com o que tínhamos preparado. Quando a nossa vez chegou, eu estava completamente nervosa. Uma "besteira", eu havia falado, não?
— O que vocês prepararam? — A capitã, Mia, perguntou, nos dando a ordem para mostrar ao que viemos. Kaylin e eu fizemos a coreografia impecavelmente, mas ao final, como eu já esperava, encontramos um olhar nada impressionado de Mia. — Era só isso? Vocês sequer conseguem fazer alguma acrobacia?
Kaylin deu um pulo alto, abrindo suas pernas em um espacate aéreo, e então, os olhares caíram sobre mim. Respirei fundo algumas vezes, tentando me concentrar, e então fiz a única coisa que sabia fazer: uma estrelinha. Foi a estrelinha mais reta e firme que já fiz em toda minha vida. Sorri orgulhosa pelo feito, mas o desinteresse da Mia foi claro quando nos dispensou e chamou as próximas garotas. Os resultados, no entanto, só sairiam no dia seguinte.
Kaylin foi se encontrar com o seu grupo do trabalho de Latim, e Dean e Noah vieram comigo no carro com Zachary. Perguntei sobre Harrison novamente, mas segundo Zachary, nenhuma notícia ainda, ele não havia voltado para casa desde de manhã. O que era bom, já que eu poderia fazer esse trabalho em paz e não pensar no contrato em cima da minha escrivaninha no quarto. Teresa preparou pipoca e sucos, e ficamos na sala de estar fazendo o trabalho no notebook de Noah, que ele havia trazido consigo na mochila. Estávamos quase terminando quando ele parou de repente, passando a mão pela testa para limpar o suor.
— Você está bem, Noah? — Estranhei, ele estava suando frio.
— Está, não é nada demais... Você se importa se eu for no banheiro rapidinho? — Perguntou, tirando o notebook do colo e se levantando.
— Tem dois lá em cima, mas acho que o mais próximo fica nesse primeiro corredor à direita. — Apontei na direção. — É a segunda porta.
— Ok, obrigado!
Ele foi até a sua mochila e pegou algo que eu não consegui ver o que era, então, saiu apressado. Assim que tive certeza de que ele não poderia mais nos ouvir, olhei para Dean preocupada.
— O que deu nele?
— Nem queria saber. — Ele claramente desconversou, então, se levantou e veio se sentar ao meu lado onde Noah anteriormente estava. — Você foi muito bem hoje nos testes, fiquei impressionado.
Eu tive que segurar uma risada enquanto olhava para ele.
— Você é engraçado, Dean. Aquele teste foi uma bagunça.
— Estou falando sério! — Ele descansou o seu braço no encosto do sofá atrás de mim. — Você estava ótima.
Olhei para o seu braço e em seguida o encarei. O emoji na mensagem aquele dia e agora isso. Eu não estava imaginando coisas.
— Você disse isso a Kaylin? — Fiz questão de perguntar.
Pensei que o nome da namorada o faria parar, mas ele pareceu inabalado.
— Disse. Eu não escondo nada dela. — Ele desviou os olhos para a minha boca. — Batom bonito. — Elogiou, umedecendo os lábios em seguida.
— Obrigada. — Engoli em seco, começando a sentir algo que eu definitivamente não deveria estar sentindo pelo namorado de uma amiga.
Dean era extrovertido e incrivelmente social, não significava que ele estava querendo algo a mais, talvez ele só gostasse de brincar e flertar.
— Já que você confessou me achar engraçado, devo dizer que eu te acho extremamente bonita. — Ele ergueu sua mão para brincar com uma mecha do meu cabelo.
— O que você está fazendo, Dean? — Decidi ser direta, percebendo que não era apenas brincadeira.
— No momento nada, mas estou prestes a fazer... — Ele foi se inclinando na minha direção.
— Você quer mesmo me beijar depois de termos falado sobre a sua namorada? — Falei, tentando desencorajá-lo. Mas ele apenas sorriu e continuou a se aproximar, roçando levemente seu nariz no meu.
— Não vejo você se afastando.
E ele estava certo. Eu não havia movido um músculo sequer, permaneci parada esperando pelo seu toque. Meu corpo estava quente, e me doía dizer isso, mas eu queria ser beijada. Não sei se apenas por ele ou por qualquer um, mas a vontade estava ali presente.
Nossas respirações se misturaram e Dean estava quase alcançando os meus lábios quando ouvimos alguém tossir e limpar a garganta. Dean rapidamente se afastou e escorregou um pouco para o lado no sofá, e eu olhei para a porta, encontrando Harrison ali parado nos olhando sério.
— Quem é esse? — Perguntou seco.
— Dean Wester, Senhor Flint. — Ele mesmo se apresentou e se levantou, indo estender a mão para um cumprimento que Harrison apenas ignorou.
Me levantei e dei alguns passos na direção deles, tentando controlar o poço de emoções que circulava pelo meu corpo no momento. O que quase havia acontecido?
— Dean é meu colega de classe, ele e meu outro colega, Noah, vieram fazer um trabalho. Espero que não se importe. — Expliquei, lendo no seu rosto que ele não acreditava nenhum pouco nas minhas palavras. Como acreditaria? Dada a cena que ele acabara de presenciar.
— Não me importo. Eu estarei no meu escritório, você pode me procurar quando terminar aqui para continuarmos a conversa de ontem.
— Tudo bem. — Concordei, ainda nervosa, mesmo diante da sua permissão.
— Foi um prazer conhecê-lo, Sr. Flint. — Dean falou tal qual uma fangirl conhecendo o seu ídolo.
— Creio que não posso dizer o mesmo, Wester. — Harrison lançou um olhar claramente desinteressado para Dean, e então, saiu da sala.
— Ele é sempre assim? — O ruivo perguntou, ainda olhando para a porta.
— Sim. Às vezes até pior. — Falei com desgosto.
— Incrível! — Ele sorriu, e eu franzi a testa em resposta.
Claramente havia entendido tudo errado, pois Dean parecia impressionado com Harrison, e não, desrespeitado como imaginei.
— O que eu perdi? — Noah perguntou ao passar pela porta e nos encontrar de pé no meio da sala.
— Harrison Flint esteve aqui. — Dean explicou. — Você perdeu, cara, ele é frio como gelo, impressionante!
— Que droga! Queria ter visto de perto. Você é sempre sortudo com essas coisas! — Reclamou emburrado, indo se sentar onde antes estava.
— Você está bem, Noah? — Fui me sentar junto dele, ainda preocupada.
— Por que não estaria? — Ele sorriu. Ele parecia uma nova pessoa, os olhos estavam atentos, cheio de energia, até a pele parecia mais brilhosa. — Vamos voltar ao trabalho? — Perguntou, voltando a colocar o notebook em seu colo.
— Estou impressionado demais para pensar em trabalhos. — Dean soltou.
— Ele é tão bonito pessoalmente quanto dizem? — Noah engajou aquele assunto, e eu apenas observei os dois conversando como se fossem os fãs número um do cara que havia me comprado. Literalmente comprado!
Como assim eles gostavam do fato de Harrison ser um idiota frio filho da puta? Eu havia perdido algo ou todos os homens são assim lelés da cabeça? Os dois só faltaram dizer "quando eu crescer quero ser igual a ele" de tão impressionados que estavam em relação a ele. Vai entender!
Terminamos o trabalho no final da noite e Zachary se encarregou de levar Dean e Noah até as suas respectivas casas por causa do horário. Subi para tomar um banho, e após me vestir com um pijama decente, fui encontrar Harrison em seu escritório como ele havia requerido. Pensei que ele faria algum comentário esperto sobre a cena que presenciou mais cedo, mas ele foi direto ao que lhe interessava.
— Pensou? Decidiu? — Olhei para o contrato em minhas mãos, e então fui até a sua mesa, o depositando em cima para que ele olhasse. — Você assinou. — Concluiu com um sorriso nada surpreso. Me era tão irritante essa sua postura de sabe-tudo, mas contive um comentário malcriado sobre isso.
— Então, o que eu faço agora? Preciso estudar sobre o mundo das ações do qual eu não sei absolutamente nada? — Ironizei.
— Não. Você será minha acompanhante, e não, assistente. — Esclareceu. — Seu primeiro trabalho será amanhã à noite.
— E o que eu farei amanhã à noite? — Perguntei, interessada.
— Me acompanhará em um baile.
— Um baile? — Estranhei.
— Eu gaguejei? — Rebateu impaciente.
— Caralho, mas precisa ser rude o tempo todo? Eu apenas estranhei! — Soltei de volta, me irritando com ele. — Não é como se eu estivesse acostumada com todo esse luxo e com bailes, seu idiota!
Ele inicialmente me olhou um tanto surpreso pela minha resposta explosiva, mas passado isso, ele apenas suspirou, se acalmando. Ele parecia irritado também, assim como eu, mas era bem melhor em controlar suas emoções do que eu.
— Apenas... boa noite, Isabella. — Finalizou a conversa.
Estava praticamente me expulsando do escritório, mas de uma forma educada. Para ele. Revirei os olhos.
— Boa noite, Harry.
Permaneci ali apenas o suficiente para observar a insatisfação tomando conta do seu rosto, e então, me levantei e saí do seu escritório. Não sabia o porquê de ele odiar tanto assim esse apelido, mas foda-se, eu iria utilizar. O tanto que ele tinha de bonito, ele tinha de rude, e se eu não jogasse a altura, acabaria sempre sendo pisoteada em situações como essa.
Assim que entrei em meu quarto, meu corpo relaxou e eu suspirei mais aliviada. Harrison Flint quando queria conseguia me dar nos nervos! E mesmo assim, eu sentia que ainda estava muito longe de conhecê-lo de verdade. Se é que isso faz algum sentido...
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