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Capítulo 10

     ISABELLA MARTINS


Eu me sentia uma completa idiota. Ter dormido e perdido todo o dinheiro foi de uma burrice sem tamanho. Não havia ninguém sentado ao meu lado, me sentei na poltrona da janela e deixei a minha mochila na poltrona do corredor. Não lembro quando dormi, mas acordei com o motorista me chamando e informando que tínhamos chegado na rodoviária em Michigan. Minha mochila ainda estava do meu lado, mas sem o dinheiro dentro. Foi uma estupidez fora desse mundo! Peguei um táxi para o orfanato, e quando cheguei lá, Nora precisou pagar os cento e vinte e cinco dólares da corrida, pois eu não tinha dinheiro algum.

Harrison largou o meu braço assim que entramos no quarto. Ele tirou o seu sobretudo preto e abriu alguns botões da sua camisa social preta, revelando alguns pelos em seu peitoral, então se sentou para tirar seus sapatos. A visão era de tirar o fôlego. Ele era de tirar o fôlego. No entanto, eu continuei parada perto da porta, imóvel, sem saber como proceder. "Como pretende me pagar tudo de volta, hein?" Suas palavras ecoaram pela minha mente, me deixando em estado de alerta. Eu não tinha dinheiro algum e ele sabia disso, o que só me deixava uma opção..., mas não! Teresa havia me garantido que ele não faria isso. "Harrison não vai encostar em você, querida, se é isso o que quer saber." A voz dela ecoou por cima da dele, me trazendo uma certa tranquilidade.

— Você quer tomar banho primeiro ou eu devo ir? — Perguntou, levantando os olhos para mim. Eles pareciam bastante cansados.

— Você pode ir, eu vou depois.

Ele assentiu e assim que terminou de tirar suas meias, trancou a porta do quarto e foi para o banheiro. Ele ainda pensava que eu iria fugir. A ideia não me era indiferente, mas se eu fugisse, para onde iria? Com que dinheiro? O que iria comer? Onde iria viver? Tinha certeza de que Harrison me encontraria em qualquer lugar que eu fosse, por isso, eu não tinha opção.

Assim que ouvi o chuveiro ligar, tirei o meu celular do bolso do blazer do uniforme e em seguida tirei o próprio blazer, me sentando na mesa perto do aquecedor para me esquentar. Eram sete e meia da manhã, apesar de não parecer pelo tempo fechado e a chuva forte que caía lá fora. Olhei as notícias climáticas e suspirei ao ver que não iria passar tão cedo, a tempestade estava cobrindo boa parte do centro oeste do país, e se movendo em direção ao leste. Começava em Wisconsin, chegava a cobrir boa parte de Kentucky e acabava apenas aqui na Pensilvânia, mas logo, ela chegaria também em Nova York.

Olhei a bateria, vendo que só tinha dez por cento, e decidi desligar para economizar, já que o carregador tinha ficado dentro da minha mochila no carro. No entanto, antes que eu pudesse, recebi uma mensagem de Dean, perguntando por mim.

Não vem hoje? Pensei que iriamos começar o trabalho do Jenkins.

Abri a conversa e respondi.

Não, me desculpa?! Hoje acordei meio doente. Mas amanhã estarei aí, okay?

Harrison saiu do banheiro. Ele vestia um roupão branco e... apenas isso, constatei ao ver suas roupas em suas mãos. Senti meu rosto esquentar com a imagem e desviei o olhar de volta para o meu celular. Vi pela minha visão periférica quando ele pegou a cadeira vazia ao meu lado e a colocou em frente ao aquecedor, pendurando suas roupas em cima para que elas secassem mais rápido. Esperto.

Tudo bem. Nos vemos amanhã!

A nova mensagem dizia. Havia um emoji piscando um olho no final dela, o qual eu não soube bem como interpretar. Talvez ele estivesse apenas tentando ser amigável? Brincalhão? Dean estava namorando com a Kaylin, então claramente não poderia ser isso que estava implícito... A voz de Harrison soou baixa, me trazendo de volta a realidade.

— Alguma notícia importante? — Eu não tinha visto, mas ele já estava deitado na sua cama.

— Não, era apenas um amigo perguntando por que eu faltei hoje. Temos um trabalho para fazer. Eu respondi que acordei me sentindo mal, acho que ele entendeu. — Expliquei.

Como não houve resposta, me levantei, deixando o celular na mesa, e fui para o banheiro tomar o meu banho. Foi um banho rápido, mas devo ter ficado bem uns dois minutos parada na frente da porta, decidindo entre sair ou permanecer dentro do banheiro. E apesar de estar me sentindo completamente exposta vestindo apenas aquele roupão, sair obviamente era a única opção ali, sem condições alguma de eu dormir naquele banheiro pequeno. Fiz a mesma coisa que ele fez com as minhas roupas, então, apaguei a luz. A claridade não me incomodava, mas claramente a ele sim, o seu braço jogado por cima dos olhos para se proteger da luz me dizia isso. Fechei as cortinas das janelas também, deixando o quarto o mais escuro possível, e me deitei de lado na minha cama para olhar para ele.

Pensei que já estivesse dormindo e me assustei um pouco quando ele mudou de posição, virando-se para o meu lado. Seu roupão se abriu um pouco, revelando mais que os botões abertos da sua camisa agora a pouco, ele possuía uma tatuagem. Parecia ser um nome com alguns passarinhos voando em volta, mas eu não conseguia ver direito ali no escuro. Observei o movimento do seu corpo quando ele respirou fundo, e eu realmente queria não ligar, mas era praticamente impossível permanecer inabalável diante dele. O filho da mãe conseguia ser incrivelmente bonito, ainda mais assim, quando nem estava tentando. Involuntariamente, comecei a imaginar minha mão percorrendo o seu peitoral, sua pele contra a minha, e os leves pelos que ele possuía ali se enroscando em meus dedos.... porra!

Foi a minha vez de respirar fundo. E eu até tentei sustentar o seu olhar enquanto tentava controlar aquele turbilhão de sensações em meu ventre, no entanto, eu não consegui aguentar por muito tempo. Principalmente quando a lembrança dele se masturbando invadiu minha mente como uma avalanche. Me virei para cima, encarando o teto do quarto, e suspirei aliviada, longe dos seus olhos. O teto estava descascando, era um hotel barato afinal. Continuei encarando as falhas do teto até conseguir me acalmar e ter certeza que meu corpo não me trairia novamente, então, me virei de volta para ele. No entanto, Harrison já havia adormecido. Bom. Pelo menos assim eu teria uma chance de fazer o mesmo.

Não consegui dormir muito. Acordei quatro horas depois, morrendo de fome. O hotel não possuía serviço de quarto e Harrison ainda dormia pesadamente na cama ao lado. Quatro horas eram pouco tempo de sono, principalmente para ele que ficou tanto tempo acordado atrás de um volante. Eu, entretanto, havia dormido bastante no ônibus, para a minha completa infelicidade. Levantei e fui ao banheiro fazer xixi, em seguida lavei as mãos e depois o rosto. Abri o pequeno armário ao lado do espelho e agradeci por haver uma escova de dentes ainda na embalagem. Usei-a para escovar os dentes e saí do banheiro.

Eu tinha visto uma daquelas vending machines no caminho para o quarto, seria o suficiente para aquietar o meu estômago até seguirmos o caminho e pararmos em alguma lanchonete. Vesti minhas roupas e fui até as roupas de Harrison, peguei a sua carteira no bolso traseiro da calça e revirei os olhos ao ver que ele não tinha notas menores que de cinquenta dólares. Peguei um dos seus cartões de crédito e passei a procurar pela chave. Não estava em lugar algum em suas roupas ou pelo quarto. Eu não tinha visto quando ele escondeu, se é que escondeu, pois... poderia ainda estar com ele.

Olhei na sua direção, e o roupão tinha um bolso! Eu deveria? Não seria melhor esperar ele acordar? Não! Ele não tinha hora para isso, já o meu estômago estava morrendo de fome agora. Caminhei a passos lentos e silenciosos até a sua cama, e me inclinei, colocando a mão para dentro do bolso de seu roupão. Minha respiração ficou pesada com a constatação de que havia apenas um pedaço de pano entre minha mão, a sua coxa e o seu... se concentra, Isabella! Assim que senti a fria chave tocar os meus dedos, a segurei firme e puxei a mão. Harrison se moveu de repente e suspirou, mas não abriu os olhos. Respirei aliviada, e esperei alguns segundos ali para ter certeza que ele estava mesmo dormindo antes de sair do quarto.

Comprei um pacote de batatinhas e uma Fanta laranja, ia voltar para o quarto, mas decidi sair um pouco para respirar melhor. Na parte de fora, em frente ao estacionamento, tinha um lugar coberto, onde havia alguns bancos de madeira, me sentei em um e abri a batata e o refrigerante. Assim que comecei a comer, meu estômago agradeceu. Fiquei ali sentada, olhando a chuva cair, enquanto matava parcialmente a minha fome. Ela estava muito mais fraca do que na madrugada ou hoje cedo, os pingos caiam mais ralos, apesar de ainda constantes.

Fiquei ali distraída, e estava quase terminando as batatas quando um carro descontrolado invadiu o estacionamento. Ele foi derrapando de um lado para o outro, freando no chão molhado, até que se chocou contra a traseira do carro de Harrison. Não foi muito forte, pois o carro tinha freado, mas ainda assim, quebrou um dos faróis e fez com que a mala se abrisse, além de acionar o alarme.

O motorista saiu para ver o estrago em seu carro, e só de ver como ele andava, eu soube que estava bêbado.

— Ei, imbecil! — Chamei, me levantando. Ele se virou para mim confuso. Tinha uma estatura mediana, cabelo loiro e deveria ter no mínimo uns trinta e cinco anos. — Olha a merda que você fez no carro!

— Esse carro é seu?

Bem, não, mas já que eu já estava aqui...

— Sim!

Ele veio na minha direção, tropeçando nos próprios pés, e eu comecei a me arrepender de sequer o ter chamado em primeiro lugar.

— Como você pretende me pagar?

Arqueei as sobrancelhas em deboche.

— Eu? Te pagar alguma coisa? Enlouqueceu?

Ele chegou mais perto de mim, tentando me intimidar, mas não recuei, mantendo a cabeça erguida. O cheiro de álcool era sufocante.

— Uma garota novinha como você sequer tem idade para dirigir? — Ele pegou uma mecha do meu cabelo e eu imediatamente dei um tapa em sua mão para que largasse. O que o fez me olhar, irritado. — Primeiro bate no meu carro, e agora bate em mim? Está brincando com fogo, garotinha...

Ele segurou o meu braço fortemente, e puxou o meu corpo para junto do seu com maldade brilhando em seus olhos. Aquilo me trouxe péssimas lembranças, um sentimento de medo e nojo despertou em mim, e mesmo quase afundando nesse poço sombrio em minha mente, juntei toda a minha força e coragem para dar uma joelhada bem no meio das suas pernas. Ele me largou na hora, se jogando no chão, com as mãos onde o acertei.

— Nojento! — Cuspi a palavra.

Me virei para voltar para dentro, quando ele segurou o meu calcanhar e o puxou, me derrubando no chão. Ele virou o meu corpo para cima, e subiu em cima de mim, apertando suas mãos em meu pescoço. Tentei me contorcer, empurrar ele, dar tapas e até arranhei o seu rosto, mas ele não me soltou. A falta de ar estava começando a me afetar, fechei os olhos, quase desistindo, e por um breve momento foi como se eu estivesse de volta na minha antiga casa... Até que repentinamente, ele foi puxado de cima de mim e arremessado para longe.

Puxei todo o ar que pude para dentro dos meus pulmões e me sentei, para ver o que tinha acontecido. Harrison estava ali, ele parecia completamente fora de si segurando o bêbado pela gola da camisa enquanto distribuía vários socos em seu rosto. Me levantei rapidamente e fui até ele, segurando em seu braço. Eu nunca o tinha visto tão irritado e tão fora de controle assim.

— Harrison, está bom. Para! Você vai matar ele! — Alertei.

— É o que esse pedaço de merda merece! — Soltou, envolto de raiva.

Honestamente, eu não dava a mínima para aquele bêbado nojento, pois o que ele tinha feito comigo era repulsivo! E eu poderia nem ter sido a primeira, quantas outras garotas ele já não havia atacado? Mas ainda assim... Harrison parecia estar fora de si. Olhei em volta, vendo que algumas pessoas estavam se aproximando para ver o que estava acontecendo, e decidi tentar novamente.

— Harry, as pessoas estão olhando!

Ele deu mais um soco no homem, e então o soltou. O bêbado caiu no chão, seu rosto estava inchado e coberto de sangue, beirava a inconsciência, mas ainda respirava. Foi impossível não desviar o olhar de tão chocante. Harrison se virou para mim, ele abria e fechava a sua mão repetidamente, deveria estar doendo bastante depois de tantos socos. As juntas dos seus dedos estavam machucadas e com sangue, mas boa parte não pertencia a ele.

— Você está bem? — Perguntou.

— Estou. — Respondi, ainda em meio ao choque.

— Você está chorando. — Pontuou.

Toquei na minha bochecha e percebi que ele tinha razão. Lágrimas molhavam o meu rosto e eu sequer havia percebido. Não era bom. E eu definitivamente não gostava de me sentir assim. Eu lutei bastante para conseguir me sentir bem comigo mesma e me sentir impotente de novo era simplesmente aterrorizante. Respirei fundo algumas vezes, tentando controlar aquele turbilhão de emoções que havia sido despertado dentro de mim.

— Eu estou bem agora. — Garanti. Limpando as lágrimas e engolindo o restante do choro.

Ele assentiu. Soltou o ar, ainda um pouco ofegante, e então se aproximou e colocou a sua mão limpa em meu cabelo, alisando-o levemente em um breve carinho.

Eu não sabia o que fazer. Um simples gesto, apenas um toque, um carinho, mas ao mesmo tempo tão significativo para mim, principalmente por ele parecer verdadeiramente preocupado comigo. Aquilo simplesmente aqueceu o meu coração. Mas logo o momento passou, e sua expressão ficou séria. Ele interrompeu o carinho e abaixou sua mão.

— O que estava fazendo aqui fora?

— Eu estava com fome... ainda estou, na verdade.

Apontei para a batatinha e a lata de refrigerante ainda em cima do banco antes que ele me acusasse de tentar fugir, o que não aconteceu, apesar de ter certeza que fora isso que ele havia pensado.

— Vamos embora? — Perguntou. — Podemos parar para comer algo decente no caminho.

— Parece uma boa.... espera, meu celular! — Lembrei repentinamente.

Ele enfiou a mão no bolso do sobretudo e retirou o aparelho de lá, me entregando. Sem mais nada para nos atrasar além da chuva, fomos para o carro. Eu corri e entrei primeiro no lado do carona, tentando escapar o máximo possível da água. Já Harrison pareceu não se importar tanto com isso, talvez por a chuva já estava fraca, ele foi até o porta malas e o fechou, fazendo peso com sua mão boa em cima para se certificar de que ficaria fechado. Apenas então, ele entrou e deu partida no carro.

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