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Capítulo 02

     HARRISON FLINT

Olhei para a pasta em cima da mesa, e em seguida, para o homem que havia acabado de sentar na cadeira à minha frente. Peguei o meu copo com uísque e o levei a boca para um gole, fazendo uma leve careta ao sentir o gosto ruim e barato do líquido, enquanto esperava que o homem se pronunciasse.

— Você é o Ed? — Foi a primeira coisa que ele disse.

Sua voz estava quebrada e ele estava inquieto, olhava para os lados constantemente e suava frio, nervoso. Seu cabelo grisalho estava bagunçado e ele possuía olheiras escuras, como se não conseguisse uma boa-noite de sono há tempos. Parecia muito mais velho para alguém na casa dos quarenta.

— Respire fundo e se acalme, Jacob. Não quer que ninguém nos note, certo?

Olhei discretamente pelo ambiente escuro e desgastado daquele bar barato, uma espelunca aleatória escondida nas ruas sujas de Nova York. Não havia muitas pessoas ali, e as que haviam, estavam ocupadas demais curtindo a própria fossa para notar a nossa presença. Ainda assim, todo cuidado era pouco.

— Não! Claro que não!

Peguei o envelope amarelo, me recostei na cadeira e cruzei as pernas, enquanto ele respirava de forma ofegante repetidamente. Sua respiração era pesada e irritante, mas apenas respirei fundo e tentei não me aborrecer com aquilo. O pobre coitado já havia passado por coisas demais.

— Está tudo aqui?

Levantei o olhar, vendo gostas de suor caírem de seu rosto e molharem a sua já suada camisa branca. Isso porque estávamos no Outono em Nova York, nesse ritmo, ele já teria derretido completamente em um verão na Califórnia, por exemplo.

— Sim. Trezentos mil dólares, como combinado. Trezentos agora e trezentos depois do trabalho. — Sussurrou a última parte. — Tem também foto, rotina e tudo o que eu consegui encontrar...

— Você tem certeza disso? — O interrompi antes que continuasse, estávamos em um lugar público afinal de contas.

— Sim. Ele... ele matou a minha filha! — O nojo era explícito em sua voz. — Ela tinha apenas sete anos! Sete! Não é justo que ele fique livre! Se a polícia não o fez pagar...

Ele passou a mão pelo rosto, claramente atordoado. Eu também ficaria se minha filha de sete anos tivesse sido sequestrada, estuprada, assassinada, e o filho da puta do culpado permanecesse livre por contaminação e perda de evidências. Jacob não era pobre, vinha de uma família de classe média alta, então, dinheiro para advogados e recursos não era o problema, mas sim, a justiça americana que era falha. Meu querido Jacob descobriu do pior jeito que estava indo contra peixes grandes demais para se derrotar. Peixes da elite. E esses tipos de tubarões sempre costumam se proteger.

Para a sua sorte, eu não precisava de evidências ou de amigos nos lugares certos, apenas de pagamento. O bom e velho dinheiro.

— Ele vai receber o que merece, Jacob. — Garanti.

— Pela minha filha, Lizzie. — Assentiu, decidido.

Terminei o resto do uísque em um único gole, e coloquei uma nota de cinquenta dólares na mesa, seria uma puta de uma gorjeta para a porra de um uísque barato como aquele, mas eu estava sem notas menores. Então, com o envelope em mãos e um sorriso educado nos lábios, eu me levantei e deixei aquele bar.

Duas horas depois, já em casa, numa mansão nos Hamptons, eu me sentei no sofá da grande sala de estar e abri o envelope. Esse trabalho seria difícil, Bradley Crawford era um riquinho metido que estava sempre rodeado por seguranças. Passava a maior parte do tempo em hotéis ou em clubes, ao invés da mansão que possuía em Nova Jersey, e isso seria um pouco complicado de contornar, no entanto, eu encontraria um jeito. Sempre encontrava.

Havia cobrado o dobro dos habituais trezentos mil dólares exatamente por isso. Bradley não era o primeiro engomadinho que eu recebia, e nem seria o último. Guardei tudo de volta no envelope e peguei o dinheiro, indo guardá-lo no cofre do meu escritório. Nessa minha linha de trabalho, os bancos não são confiáveis, eles fazem muitas perguntas. É claro que eu ainda os usava depois de lavar bem todo esse dinheiro, mas a maior parte dele era investida em ouro, diamantes e tudo o que não se desvaloriza com o tempo.

Enquanto subia as escadas, notei que a mansão estava em completo silêncio, como eu apreciava. Camila tinha ido embora há quase três meses agora, e eu começava a pensar que talvez fosse a hora de encontrar uma nova garota. Eu estava longe e trabalhando sozinho há algum tempo. Passei dois meses em Londres com a minha mãe, e lá, fiz alguns trabalhos solos, acumulando dois milhões de Euros para a minha já enorme fortuna. Depois, passei outro mês no Canadá, arrecadando mais um milhão antes de voltar para a América. É surpreendente o tanto de gente que deseja matar alguém nesse mundo. Cobrando um preço salgado como o meu, eu consigo fazer um milhão em algumas semanas facilmente. Meu preço, é claro, é um reflexo do meu trabalho limpo e sem rastros. Mas ainda assim, difícil. Por isso, uma nova garota certamente seria útil nesse novo trabalho, assim como em todos os outros que viriam a seguir por aqui.

Guardei a maior parte do dinheiro no cofre, e deixei um pouco em uma gaveta da minha mesa para se caso precisasse, trancando tudo ao sair do escritório em seguida. Comecei a abrir os botões da camisa social cinza que eu usava no corredor a caminho do meu quarto. Precisava de um banho antes de ligar para Joanna e começar a arranjar um novo acordo para uma nova acompanhante.

DUAS SEMANAS DEPOIS

— Você deve ser a Isabella Martins. — Me aproximei, fazendo com que ela se levantasse rapidamente. — Prazer em conhecê-la.

— Sim... e você deve ser o Harry. — Assenti, olhando-a de cima para baixo.

Ela era muito mais bonita pessoalmente do que nas fotos que Joanna havia enviado junto com as suas informações, mesmo com vestido que eu havia pedido, ou melhor, exigido, que ela estivesse usando quando eu viesse buscá-la. O colar de pérolas reluzia em seu pescoço, e parecia ter sido feito exclusivamente para ela, apesar de todas as minhas acompanhantes ganharem um.

— Harrison. — A corrigi. Eu não era muito fã de apelidos, apenas crianças me chamavam assim. — O vestido ficou lindo em você.

— Obrigada pelo presente, realmente não precisava... — Houve uma pequena pausa. E eu pude ver na forma que ela respirava que ela estava nervosa. — ... Aparentemente, você é famoso aqui. Todas as crianças te conhecem. — Comentou.

— Eu costumo visitar alguns orfanatos. Sempre levo brinquedos, ou faço doações. Sun Valley é um deles. — A mentira descarada escorregou pela minha língua tão naturalmente quanto uma verdade jamais poderia.

— Uau. — Soltou, aparentemente impressionada.

— O que posso fazer? Tenho um coração benevolente. — Eu realmente estava tentando não rir no momento. Nem de crianças eu gostava.

— Que generoso da sua parte.... Mas senhor Harry...

— Harrison. — A corrigi novamente. "Senhor Harry" soou extremamente diferente na sua voz. Mas decidi não me atentar a isso.

— Podemos conversar em um lugar mais afastado? — Pediu, agora um pouco envergonhada.

— No jardim, então? — Sugeri, guiando o caminho. — Está mais belo do que em minha memória.

Olhei ao redor, todo o dinheiro que eu havia dado para esse orfanato no ano passado realmente havia sido de bom uso. O chafariz do anjo até que era bonitinho, principalmente se você crer nessas coisas.

— Houve uma reforma no começo do ano. — Falou, antes de voltar ao que realmente queria discutir. — Nora me falou que você me adotou.... Posso saber o porquê?

Para facilitar o meu trabalho. Não, eu não poderia dizer isso a ela. Pelo menos não agora.

— Por que as pessoas adotam?

Eu sabia o que estava insinuado, mas eu definitivamente não queria filhos. Não agora, e talvez nunca para falar a verdade.

— Você não é novo demais para pensar nisso? Deveria tentar mais vezes com sua parceira.

— Eu não tenho uma parceira.

Fixa, pelo menos. Sarah provavelmente discordaria disso.

— Parceiro?

— Também não.

Apesar de já ter experimentado...

— Então... eu não sei! — Ela suspirou de forma realmente frustrada — Mas olha... há lindas crianças aqui que adorariam ganhar uma família, amor, um pai. Isso seria um sonho para elas, de verdade! No entanto... eu não sou uma delas. Hoje eu completei dezoito anos e basicamente ganhei minha liberdade, não quero que ninguém estrague isso.

— Uma pena, Isabella, pois eu escolhi você.

Não havia muito o que escolher, já que ela era a única garota mais velha disponível, contudo, esse detalhe não mudaria nada na minha decisão, pois ela já havia sido feita. O dinheiro já havia sido entregue à Madre Joanna. Não tinha como voltar atrás agora nem se eu quisesse. E eu não queria. Isabella Diana Martins, a órfã de dezoito anos que não via a hora de dar o fora desse orfanato, teria que me aturar agora. Queira ela ou não.

Eu deveria ser uma bela pedra em seu sapato nesse momento. Ela provavelmente tinha planos e esperanças para o seu futuro longe daqui, algo bem diferente do que eu possuía em mente, no entanto, um futuro comigo seria muito mais seguro. Uma garota órfã como ela não iria conseguir muitas oportunidades por aí, principalmente sendo latina. Esse mundo é fodido! Não daria nem cinco meses até ela estar com uma agulha em seu braço num quarto de motel vagabundo, ou em alguma esquina vendendo o seu corpo. Ela não merecia isso.

Quando Joanna me enviou o seu arquivo, eu vi imediatamente o que eu precisava ver para tomar a decisão. Eu vi o sofrimento. Eu vi a dor. E eu vi a força que seria necessária para estar comigo. Não eram muitas garotas que tinham isso, mas Isabella tinha. E de sobra. Agora, estando diante de mim, eu conseguia ver com clareza. Principalmente pelos seus olhos castanhos desafiadores que estavam me encarando com raiva nesse momento.

— E o que isso deveria significar? Que vamos ser uma família "feliz" daqui para frente? — Questionou com certo deboche.

Dei dois passos em sua direção e coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha, apenas para desestabilizá-la um pouco. O que obviamente funcionou e ela rapidamente perdeu a sua atitude, chegando a ficar levemente corada. O que era ótimo, pois eu odiava ser questionado.

Aproveitando o seu silêncio, fui o mais sincero possível dada a situação em que nos encontrávamos.

— Significa que a sua opinião ou vontades pouco me importam, Isabella. Eu deixarei Sun Valley logo após o almoço, e você irá embora comigo.

Toquei levemente o seu rosto com as costas do meu dedo indicador, e ela ficou me olhando por alguns segundos, antes de piscar como se tivesse saído de um transe, e me responder com uma voz meiga e muito provavelmente, falsa. O que era uma... novidade.

— Tudo bem, Harry.

Ignorei o apelido, pois sabia que era proposital. Havia uma faísca estranha no fundo dos seus olhos. Algo que nem a Jenna ou a Camila possuíam. Algo diferente, e definitivamente... instigante. Eu via agora que a garota na minha frente não se assemelhava em nada com a garota das fotos que Joanna havia me mandado, apesar da sua aparência ser a mesma. A Isabella na minha frente era muito mais do que uma órfã qualquer. Ela era determinada... talvez até demais. E isso provavelmente se tornaria um problema para mim futuramente, afinal, ela seria um investimento que exigiria bastante treinamento. Entretanto, eu nunca fui conhecido por fugir de um bom desafio. E agora que os cem mil dólares já haviam sido entregues a Joanna, não havia mais volta.

Isabella era oficialmente minha agora.

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