(37) that happens.
raven.na boyd !¡
point of view
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MEU CORPO ESTAVA PARALISADO E MINHA
cabeça parecia estar sob a água. Aaron estava falando para Aileene que ela não podia se aproximar de estranhos, e quando ela disse que o estranho me conhece e se chama Vinnie, eu quase caí dura no chão.
Cassie apareceu para confirmar. Ela disse que desceu e se encontrou com ele. Minhas mãos estavam tremendo.
─ Ren, tá tudo bem? ─ Aaron pergunta, colocando uma mão nas minhas costas.
─ Não tá nada bem, Aaron. Por que ele... Por que ele veio? ─ sussurro.
─ Não é óbvio? Ele nunca deixou de te amar.
─ Mas...
─ Raven, olha pra mim. ─ ele segura meus ombros e me força a olhar para ele. ─ O que você viu naquele dia, você entendeu errado. Ele nunca te esqueceu.
Balanço a cabeça, me recusando a acreditar.
─ Eu sei o que eu vi, Aaron. ─ murmuro de volta.
─ Você sabe o que acha que viu, Ren. ─ ele prende meu corpo mais ainda. ─ Talvez essa seja a chance de você tirar tudo a limpo. Ele está em Paris por você, e acha que eu sou idiota, mas eu sei que ele também esteve aqui no ano passado e ano retrasado. Ele não viria se tivesse outro alguém, viria?
Faz sentido.
─ Dá uma chance. ─ ele termina, e solta meus ombros.
Decido esquecer essa história e vou para o quarto. Acabo cochilando por um tempo, e acordo com Cassie me avisando que preciso sair em meia hora.
Tomo um banho quente e coloco uma camiseta e calça jeans. Coloco meu coturno e saio do quarto. Todos estão prontos também.
Não temos carro em Paris, é claro, então aluguei um. Aaron foi dirigindo, com Cassie no passageiro, e eu e as gêmeas no banco de trás.
─ Nos vemos em uma hora. ─ me despeço deles.
─ Vai lá e arrasa! ─ Cassie me manda um beijinho.
Leene me acompanha até o backstage, onde as preparações já começaram. Normalmente, não é permitida a entrada de ninguém além das modelos e da equipe, mas pedi com muito carinho e agora Aileene pode me acompanhar sempre que quiser – desde que não mexa em absolutamente nada.
─ Ah, você chegou! ─ disse Keely, uma das maquiadoras. ─ E com a sua fiel companheira, eu vejo.
Leene aperta minha mão e se esconde um pouco atrás das minhas pernas, fazendo Keely rir.
─ Pode sentar, já vou começar a primeira maquiagem. ─ ela me guia até uma das cadeiras. ─ Você vai ajudar, não vai, Aileene?
Ela apenas acena com a cabeça, me tirando um sorriso.
Quinze minutos depois, eu já estava no meio da fila de modelos, usando o primeiro conjunto.
Quase travei antes mesmo de começar. Quando um dos homens da equipe ergueu a cortina para assistir, pude ver parte da platéia. De início, vi Cassie e Aaron, com Anne ao lado.
Mais acima, estava Vinnie. Ele nem fez questão de se esconder mais no fundo.
Com o coração acelerado e o corpo tenso, comecei a desfilar. Sorri forçado para as fotos, então voltei. Troquei de roupa e aguentei as pessoas ao meu redor arrumando meu cabelo e trocando a maquiagem.
Passei por esse processo mais três vezes, até a última modelo voltar e depois formamos a mesma fila de antes. Saí pela última vez, com o último conjunto, sorri para mais fotos e depois voltei.
Nicholas, um dos figurinistas, me para.
─ Garota, você parece um fantasma de tão pálida. Tá tudo bem? Você não tá fazendo aquele jejum intermitente, né? Eu já disse que é loucura.
─ Eu tô bem. ─ respondo. ─ Foi só uma queda de pressão. Não tô fazendo jejum nenhum, pode ficar tranquilo.
Entro em uma das cabines e coloco de volta a roupa que usei para vir. Mas não encontro meus saparos.
─ Nick, você pode pegar meus coturnos? Deve estar perto da bancada da Keely. ─ peço, alto, e uma mão atravessa a cortina da cabine com o par de coturnos. ─ Valeu. Eu sempre esqueço de colocar junto com...
Não é Nick do lado de fora.
─ Vinnie.
─ Oi, Ren.
Acho que eu vou desmaiar.
─ Como você entrou aqui? Cadê a Leene?
─ Com Aaron e Cassie. E eu dei meu jeito.
Sempre dá. Quase sorrio.
─ A gente pode conversar? Lá fora?
Apenas balanço a cabeça, sem conseguir pronunciar palavra alguma.
Vou com ele até o lado de fora do backstage e, de longe, vejo Aaron me dar um tchauzinho antes de sair com o carro.
Andamos por mais tempo, completamente em silêncio. Acabamos em um pequena ponte em cruzamento em cima de um rio, e nos escoramos na grade.
─ Você tá ótima.
─ Obrigada. Você também.
Mais silêncio.
─ Posso fazer uma pergunta muito direta e muito pessoal? ─ ele questiona.
─ Manda.
─ Por que você não voltou?
Continuo encarando o rio calmo, formulando a minha resposta. Não adianta, porque tudo que sai é:
─ Eu voltei.
─ O quê?
Estou olhando para ele agora.
─ Eu voltei.
Dou à ele um meio sorriso antes de voltar a encarar o rio.
─ Eu estive tão ocupada. Por meses. ─ começo. ─ Quando me lembrei da sua ligação perdida e do recado, já tinha passado quase um mês. Eu mal tive tempo de dormir por cinco meses inteiros naquele ano. Era o começo de tudo, sabe? Queria me dedicar o máximo possível.
Ele me ouve atentamente.
─ Quando eu, finalmente, pude descansar, eu peguei um avião para Los Angeles, no dia treze de julho, a noite. Eu cheguei na cidade de manhã, no dia seguinte. ─ solto uma risada baixa. ─ Eu queria te surpreender no seu aniversário.
Continuo sem olhar para ele.
─ Eu fiquei no apartamento do Aaron. Conheci a Cassie naquele dia. ─ sorrio. ─ Esperei até a noite, e Aaron disse que você iria comemorar em um bar, com ele e Cassie. ─ suspiro. ─ Eu decidi esperar para entrar. Eles dois entraram primeiro, e quando eu entrei, você estava de costas pra mim, e uma mulher estava no seu colo.
Sinto um aperto no peito só de lembrar da cena.
─ O banheiro era logo na entrada, e eu precisava lavar o rosto, esfriar a cabeça, sei lá. Enfim, a garota entrou. Ela estava no telefone, provavelmente com alguma amiga, e disse, com essas palavras: "Deixa pra amanhã, hoje eu tô comemorando o aniversário do meu gato. Eu reservei um quarto em um resort pra gente esse final de semana, ele tá precisando desestressar. A namorada perfeita, não sou? Eu sei". ─ reviro os olhos. ─ Eu saí de lá, dormi no quarto da Riley e voltei para a Escócia no dia seguinte. Você tinha, claramente, seguido em frente, e eu não queria atrapalhar.
Silêncio. Nenhum de nós fala nada por muito tempo.
─ Caralho. ─ ouço ele sussurrar. ─ Ren...
Ele esfrega o rosto com a mão quando o olho.
─ Eu não falava com você há um ano naquela época. Eu tinha completa certeza que você tinha seguido em frente, e decidi tentar o mesmo. Aquela garota é irmã de um amigo meu, eu e ele somos sócios de uma empresa que patrocina pequenos negócios de engenharia mecânica, e ela ajudava com algumas coisas. Eu fiquei com ela algumas vezes, e acabei deixando ela grudar em mim. ─ ele ri baixo. ─ Eu estava triste no meu aniversário. Eu ainda me agarrava naquele pingo de esperança de que você voltaria, mas depois que você não deu sinal de vida depois que eu te liguei... Acho que caiu a ficha. Eu queria você do meu lado, mas era ela quem estava lá, então eu só deixei, e deixei e deixei.
Estamos ambos nos encarando agora.
─ Por que Aaron não me contou nada disso? ─ ele pergunta.
─ Porque eu pedi pra ele não te contar. ─ respondo, então sorrio fraco. ─ Acho que nós dois vimos as coisas por outras perspectivas.
Ele xinga baixo.
─ Isso tudo poderia ter acabado há quatro anos? Mesmo? ─ ele questiona, parecendo indignado.
─ É, acontece... ─ dou de ombros. Sorrio um pouco mais largo. ─ Você patrocina negócios de engenharia mecânica?
─ Comecei poucos meses depois de me divorciar. Meu pai não mexeu na minha conta bancária, então eu tinha o suficiente para começar a investir e um pouco mais. ─ ele suspira. ─ Acho que nós dois fizemos nossas vidas funcionarem.
─ Você fez nossas vidas funcionarem, Vinnie. Eu não estaria aqui se não fosse por você, e você sabe disso. ─ ele sorri, mas não responde. ─ Você quer conhecer minhas sobrinhas?
Ele dá risada.
─ Eu meio que já conheci elas mais cedo, mas tudo bem. Vamos lá.
Ele me estende o braço, e eu pego.
Estou muito mais leve e feliz do que estive nos últimos cinco anos.
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37. . .nao teve beijo mas a pressa é inimiga da perfeição, tenham calma
gente hj é meu aniversário, de presente vcs podem comentar pra caralhooo
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