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(33) nothing matters anymore.

vince.nt hacker
point of view
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 ALGUÉM BATE NA MINHA PORTA, MAS SEI
exatamente quem é, mesmo sem olhar no olho mágico.

─ Sai daqui. 

Nailea não me escuta, e passa por debaixo do meu braço, entrando no meu apartamento.

─ Até que aqui é bem arrumadinho. ─ ela se joga no meu sofá.

Cruzo os braços e me encosto na porta.

─ O que você quer, Nailea? ─ ela sorri pra mim, se esparramando ainda mais no sofá.

─Eu sou sua esposa agora. Não posso te visitar?

─ Não. 

Ela balança a cabeça, rindo silenciosamente, então para e me encara.

─ Você não precisa tornar isso pior do que já é, sabe? ─ a voz dela se suaviza. ─ Eu sei que você estava apaixonado por outra mulher...

Estou.

─ ... e eu também sei que ela foi embora, então por que se jogar em um poço profundo por causa disso? Não faz sentido pra mim.

─ Não precisa fazer sentido pra você. Você não tem nada a ver com isso.

Ela ri de novo.

─ É claro que tem a ver comigo, Vinnie. Eu sou sua esposa, e você tá trancado nesse apartamento há dois meses. ─ ela diz. ─ Você precisa superar isso, Hacker.

Não mudo a minha expressão.

─ A garota vazou. Te deixou. Ponto. Ela não pensou duas vezes em como você se sentiria com isso, pensou? ─ ela cruza os braços. ─ Não te julgo por ser um tolo apaixonado, eu mesma fui uma vez. Mas adivinha? Eu acordei pra vida. Convenhamos, é muito melhor viver sabendo que seu coração pertence apenas à você e que ninguém pode usar seus sentimentos contra você.

─ O seu trauma deve ter sido grande. ─ sorrio quando a expressão dela vacila. 

─ Sabe o que eu acho, Vinnie? Eu acho que você é co-dependente daquela garota. ─ ela sorri. ─ Seu pai é um merda e obviamente nunca te amou, como filho ou como pessoa, e você praticamente não tem mãe. Resumindo: ninguém te amou. E, de repente, aparece uma pessoa que sorri pra você, te chama por algum apelido carinhoso, te abraça durante a noite e boom, o estrago está feito.

─ Escuta, Nailea, eu não preciso que você invada o meu apartamento e comece uma palestra sobre os motivos de o amor não existir, beleza? É, nós estamos casados, mas eu não concordo com essa porra e assinei aquele papel por um motivo muito diferente do seu.

Ela continua me encarando.

─ Eu não tenho obrigação nenhuma de agir como seu marido, por mais que eu seja. Daqui dez meses nós vamos nos divorciar e você pode voltar para a sua vida de solteira de coração frio e eu vou fazer a porra que eu quiser.

─ Você é um ingrato do caralho. ─ ela se ajeita no sofá, me encarando com ódio. ─ Quando eu te conheci, naquela festa, eu realmente pensei que nós poderíamos nos dar bem. Pensei que estávamos na mesma página. Agora eu vejo que eu me enganei profundamente.

─ Já acabou? ─ bufando, ela se levanta do sofá. ─ Eu não quero você na minha casa. Minha esposa ou não.

Abro a porta, e Nailea esbarra no meu ombro antes de sair.

Não aguento ficar sozinho por muito tempo, e me encontro no meu carro, vinte minutos depois que Nailea saiu. Vou direto para a casa de Aaron – que provavelmente já enjoou da minha cara.

Como muitas outras vezes, quem me recebe é Cassie. Ela sorri e me abraça, e encontro Aaron na sala de estar, comendo uma tigela de cereal no sofá.

─ Você acha que eu sou co-dependente?

Aaron se engasga com o cereal.

─ De onde veio isso? 

─ Não importa. Você acha ou não?

─ Não, não acho. ─ ele se ajeita no sofá, e eu me sento ao lado dele. ─ Você ama aquela mulher, isso é nítido. Não tem nada a ver com dependência emocional.

Fico em silêncio pelo que parecem ser três minutos.

─ Ela me ligou. Há um mês.

Aaron parece extremamente surpreso.

─ E o que ela disse?

─ Quase nada. Ela ouviu os recados que eu deixei na caixa-postal dela e me ligou. Ela disse que remarcou com a recruta da VS e é a garota propaganda agora. E basicamente mais nada. ─ dou de ombros. ─ Você acha que ela volta?

─ Vinnie...

─ Sim ou não, Aaron?

─ Eu não sei. ─ ele suspira. ─ Ela tem me ligado nos últimos dias, e ela parece tão... 

─ Feliz?

Silêncio.

─ É.

Meu peito dói.

─ Não acho que isso vá durar pra sempre. Eu acredito que ela vai voltar para Los Angeles. Ou para os Estados Unidos, pelo menos. Só não tão cedo.

─ É... Acho que você tem razão. ─ murmuro. ─ Não vejo a hora de poder me livrar da Nailea.

─ Ela é muito chata?

─ Um saco, mas tô sentindo que vai piorar. Ela praticamente invadiu minha casa hoje.

─ Nem fodendo, sério?

Aceno com a cabeça.

─ Ela disse para o porteiro que é minha mulher, e ele me interfonou pra confirmar. Eu deveria ter dito que é mentira, assim ele iria barrar ela na próxima vez, mas acabei falando que é verdade. Idiota.

Deito a cabeça no estofado do sofá e expiro, de olhos fechados. Minha vida virou de cabeça para baixo desde dezembro, e eu nunca quis tanto voltar para a mesma rotina de antes - contanto que ela estivesse comigo.

─ As coisas vão se acertar, Vinnie. ─ Aaron diz. ─ Vai piorar muito antes de melhorar, mas quando melhorar, você vai rir dessa situação toda. E o melhor: você vai ter sua liberdade, não é isso que importa?

Acho que nada mais importa. Mas não falo isso; balanço a cabeça para cima e para baixo, e encerro assunto.

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33. . .eu JURO que a história vai melhorar ok kkkk

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