(20) empire states of mind.
raven.na boyd !¡
point of view
───────────────────
DESDE QUE EU PISEI NA AMÉRICA, NÃO
saí de Los Angeles. Nunca viajei para nenhum outro lugar, embora Aaron já tenha me convidado. Recentemente, quando fomos para Miami, foi a minha primeira vez fora do estado, e agora é a segunda. Estou em Nova York, com Vinnie.
Conheci Maddy e Jessica na terça-feira, quando Vincent me levou com ele para assinar o contrato da campanha. Eu estava quase saltitando de felicidade, e agora, em Nova York, sinto que estou sonhando.
─ Parece que você vai vomitar a qualquer momento. ─ ele diz, ao meu lado, no banco de trás de um daqueles táxis amarelos típicos.
─ Porque eu provavelmente vou vomitar a qualquer momento. ─ retruco, sem parar de olhar para a janela. ─ Isso aqui é tipo o céu.
─ Não exagera, ruivinha. É só... Nova York. Mais um estado nos Estados Unidos.
Olho para ele com toda a minha indignação expressa em meu olhar.
─ Mais um estado nos Estados Unidos? ─ ele revira os olhos. ─ Você não tem nenhum bom senso, não é? ─ o empurro com o meu ombro, e ele ri.
O taxista para em frente a um prédio, e não preciso olhar duas vezes para saber que é um hotel – provavelmente cinco estrelas. Não temos mala alguma, já que vamos passar apenas um dia aqui, então o check-in foi bem rápido.
O nosso quarto é no décimo segundo andar, então levamos um tempinho no elevador para chegar até lá.
Mal consigo me conter quando ele passa o cartão magnético na fechadura eletrônica e a porta se abre. O quarto é enorme, e eu poderia, tranquilamente, chamar de apartamento.
─ Esse é um dos hotéis que os ricaços às vezes usam como moradia temporária, então é normal que os quartos sejam maior e mais equipados que os normais. ─ Vincent diz, claramente notando o olhar surpreso e admirado em meu rosto. ─ Você quer comer ou prefere dormir? Eu tô morto. ─ ele diz, se jogando na cama.
Na cama. Não cama dele, não minha cama A cama, a única cama visível.
─ Você não vai surtar por causa da cama, vai?
Odeio como ele consegue me ler muito facilmente.
─ Um quarto com duas camas era mais caro, e eu pensei que, como somos amigos declarados, você não se incomodaria por um simples detalhe.
Cruzo os braços.
─ Agora somos amigos declarados, é? E aquela história de amigos com benefícios que você disse na segunda-feira? ─ o encaro.
Ele se vira para enfiar a cara no travesseiro e faz um barulho estranho.
─ Respondendo a sua pergunta inicial, eu prefiro comer. Não como nada desde o café da manhã. ─ falo e, imediatamente, ele tira o rosto do travesseiro para me olhar. ─ Eu estava nervosa, cortou todo o meu apetite.
─ Vamos atrás de um restaurante.
Não discuti, afinal, eu estava mesmo morrendo de fome. Mal ficamos dez minutos dentro do quarto antes de sairmos, como Vincent disse, atrás de um restaurante. Ele procurou no Google por algumas indicações, mas não confiou em nenhuma delas e resolveu me levar no único restaurante que ele já foi aqui – que é, sem surpresa, chique ao último.
Felizmente, eu estava bem vestida. Calça jeans pantalona, coturno e um top branco não é o arranjo perfeito para um restaurante, mas pelo menos eu não estou usando short, regata e chinelo.
A conversa fluiu naturalmente, sem nenhum assunto fixo. Começamos conversando sobre o vestido horrível de uma mulher à nossa esquerda, e de alguma maneira acabamos falando sobre as diferenças culturais entre os Estados Unidos e a Escócia.
─ O que te trouxe pra cá? ─ ele pergunta, cortando um pedaço da carne em seu prato. Penso em responder de um jeito idiota, mas decido falar sério agora.
─ Foi uma aposta das grandes. ─ falo, encarando meu prato quase vazio. ─ Eu me inscrevi na UCLA, assim como em Yale, Berkeley e mais um monte de faculdades, não só nos Estados Unidos, mas no Canadá também. ─ dou de ombros. ─ UCLA foi a que mais me atraiu, por sem em Los Angeles e tudo mais...
─ A terra das oportunidades.
─ Exatamente. ─ sorrio fraco. ─ Eu já tinha aceitado que o lance de modelo não ia rolar, mas pelo menos estudar moda me deixaria um passo mais perto, certo? Talvez exibir minhas próprias peças em um desfile em algum dia muito, muito distante. ─ dou uma pausa para outra garfada e um gole de água. ─ Mas, pra ser sincera, eu sempre aceitei que terminaria minha graduação e voltaria para a Escócia logo depois.
─ Pra casa do seu pai?
Dou uma pausa mais longa agora.
─ Não. Provavelmente não. ─ mexo os ombros. ─ Meu pai deixou claro que não moveria um fio de cabelo pra me ajudar em uma única coisa depois que eu saísse da casa. Eu tinha a opção de viver sob a asa dele pra sempre, desde que eu continuasse na casa dele... Mas eu não aguentava mais, então saí. ─ outro gole de água. ─ Ele disse, com essas palavras, que apenas me ajudaria em uma questão de vida ou morte, então eu não tenho nenhuma esperança de que ele me aceite de volta, e nem pretendo voltar.
Vincent me observa com muito cuidado.
─ Seus planos ainda são esses? Se graduar e ir embora?
Dou de ombros.
─ Por enquanto, sim. A menos que algo mude. ─ sorrio de verdade agora. ─ Esse trabalho pode mudar tudo. Você não sabe o quão feliz e grata eu estou. Eu só não consigo externar, mas eu tô quase explodindo de alegria. Afinal, Alicia Keys já disse: in New York, concrete jungle where dreams are made of, there's nothing you can't do.
Ele ri baixinho.
─ Fiz a coisa certa, então? ─ ele ergue uma sobrancelha.
─ Espero que sim.
E eu realmente espero que sim. Eu odiaria deixar tudo isso pra trás em um ano, um ano e meio no máximo. Los Angeles meio que se tornou minha casa, e pensar em passar meus dias sem ouvir as reclamações de Riley, ou reclamar sobre a voz horrível de Aaron e mesmo assim ele continuar cantando igual uma gazela... Me mata. Não quero sair, não quero ir embora.
─ Terra para ruiva escocesa! ─ Vincent me chama, e eu desperto. ─ Você viajou por um segundo. O que aconteceu?
─ Nada. ─ sorrio. ─ Eu só estava pensando em uma coisa, nada importante.
Ele sorri de volta.
─ Se você diz.
Terminamos o jantar e, sem nenhuma surpresa, Vincent paga a conta. Ele nem quis me ouvir dizer sobre ajudar com uma parte, ele simplesmente tapou os ouvidos como uma criancinha e esperou o garçom vir buscar o cartão dele.
Voltamos para o hotel depois disso, e eu estava sonhando sobre cair naquela cama, querendo que o elevador subisse mais rápido.
─ Vamos ter um dia longo pela frente amanhã. ─ Vincent diz. ─ Eu prefiro dormir o máximo que pudermos. Você?
─ Faço de suas palavras as minhas. ─ falo, bocejando.
─ Ótimo. ─ ouço a voz dele, mas não o olho.
Ele destranca a porta com o cartão magnético e a fecha quando eu passo.
─ Ei, Raven?
─ Hum?
─ Você não se importa de eu dormir só de cueca, né?
Dou de ombros.
─ Se você não se importar de eu dormir só de camiseta.
─ Beleza, tudo certo.
Tiro uma camiseta tamanho G – que eu tenho certeza de ter pegado do guarda-roupas de Aaron uma vez – e vou para o banheiro. Quando volto, usando apenas a tal camiseta e uma calcinha, encontro Vincent já sob o edredom, virado para a parede.
Apago a luz do abajur e me deito ao lado dele, de barriga pra baixo, como eu sempre faço.
Quase tenho um ataque cardíaco quando ouço:
─ Boa noite, ruivinha.
Sorrio antes de responder.
─ Boa noite, Vinnie.
───────────────────
20. . . ruivinha>>>qualquer outro apelido
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro