(14) that's what friends do, i guess.
raven.na boyd !¡
point of view
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O CLIMA NO SUL DA ESCÓCIA É QUASE
sempre frio, com nevasca e granito, então, quando o outono se firma em Los Angeles, não é nada com que eu não esteja acostumada.
Vesti uma saia de linho, preta, um pouco mais longa que o normal, uma camisa social branca e um blazer preto por cima. Está ventando bastante hoje, mas deixo o cabelo solto mesmo assim.
─ Bom dia. ─ sorrio para Crystal e Victoria, na entrada. Quando Crys se levanta e corre até mim, antes de eu alcançar o elevador, eu paro e a espero. ─ O que aconteceu?
─ Eu só queria te avisar que o Sr. Hacker não está com um bom humor hoje. Ele e o pai brigaram, aqui mesmo. ─ ela aponta para onde estamos, na porta do elevador. ─ Enfim. Só queria te deixar ciente disso.
Agradeço antes de sorrir e entrar no elevador. Normalmente, eu chego primeiro que Vincent, mas parece que hoje foi diferente por alguma razão.
A porta dele está fechada quando eu entro na sala. Como o ar-condicionado está no quente hoje, por ser um dia frio, tiro o blazer e o guardo, me sentando na minha cadeira logo em seguida. Seria um longo dia sem nada a fazer, provavelmente, além de mergulhar de cabeça nas redes sociais o dia inteiro, se Vincent não me chamasse ou me trouxesse os papéis.
Como esperado, Vincent não abriu a própria porta por um tempo. Um longo tempo. E quando abriu, me surpreendi com o que vi.
Vincent estava, como o habitual, sem o paletó. Mas sua camisa tinha três botões abertos, mostrando as tatuagens que eu vi de relance na sexta-feira passada. O cabelo dele está desgrenhado, mas ainda bonito, e os olhos estão levemente vermelhos e inchados.
Não consigo segurar a pergunta garganta abaixo.
─ Você estava chorando?
Mas ele não me responde. Ao invés disso, ele deixa um pequeno monte com dez, talvez quinze folhas no máximo, e me dá as costas.
Não questiono, vendo que ele realmente não está bem, e é direito e escolha dele ficar sozinho pelo tempo que quiser.
Mas... Ele para no batente da porta, ainda de costas pra mim, e diz:
─ Você vem?
E eu vou.
Ele fecha a porta atrás de mim assim que passo, mas não a tranca. Ele passa por mim e se senta no sofá de descanso, de couro marrom, e dá duas leves batidinhas ao seu lado para que eu me sente lá. E eu me sento.
Ele fica em silêncio por bons cinco minutos, e espero ele se acomodar pelo tempo que for preciso.
─ Eu nunca tive interesse em conhecer a minha mãe. ─ evito arregalar os olhos. ─ Mas, recentemente, eu descobri onde ela está morando. Ela mantém contato com o meu pai até hoje, e ele não pensou em me contar isso em nenhum momento.
Ele abaixa a cabeça, quase apoiando o queixo no peito, e solta um riso nasal.
─ Eu tenho um irmão mais novo. ─ ele murmura. ─ Reggie. Ele é bem parecido comigo, mas não somos do mesmo pai. Sorte a dele.
Penso em alcançar sua mão, mas desisto.
─ Ela mora em Miami, com ele e o marido. ─ ele continua. ─ Eu passei todo o final de semana e o começo dessa pensando em ir atrás dela. Mas... Não sei, não acho que conseguiria nesse estado em que estou agora.
─ Vincent... ─ exalo, me recostando no sofá.
─ Tá tudo bem. ─ ele me olha e sorri fraco. ─ Eu quero encontrá-la. Quero vê-la e quero saber como meu pai conseguiu convencê-la a deixar o seu bebê com ele.
Ele remexe os dedos juntos no colo.
─ Eu estava pensando... ─ ele se interrompe, apertando os dedos na palma da mão. ─ Eu vou para Miami na sexta a noite. E estava pensando se você não queria vir comigo.
Acho que entrei em choque.
─ Você e Aaron, quero dizer. ─ ele dá de ombros, como se não estivesse me convidando para, talvez, um dos momentos mais importantes da vida dele. ─ Você e ele meio que são... meus únicos amigos, eu acho. ─ ele coça a nuca, envergonhado. ─ Tudo bem se você não quiser ir, eu enten...
─ É claro que eu vou! ─ praticamente pulo no sofá, virando meu corpo para ele. ─ Se você me quer lá, eu estarei lá.
Então Vincent consegue me surpreender pela primeiríssima vez: ele me puxa para um abraço, apertado e muito entrelaçado.
─ Obrigada. ─ ele sussurra na minha orelha. ─ Muito obrigada.
Vincent me segurou e me apertou em seus braços por muito tempo. Talvez dez minutos, talvez mais. Eu não sabia se ele estava chorando, ou apenas queria segurar esse momento pelo máximo de tempo que podia antes de sairmos do abraço e tudo ficar estranho... Pelo que eu saiba, ele pode até ter cochilado no meu ombro.
─ Eu meio que gosto de você. ─ ouço voz em um sussurro e automaticamente congelo no lugar. ─ Não precisa ficar toda estranha. Só tô dizendo que te acho legal e que concordo contigo sobre acabar com essa merda de tensão toda vez que estamos no mesmo cômodo.
Relaxo um pouco, e ele finalmente me solta. Vincent estende a mão, sorrindo um pouco.
─ Amigos?
Sorrio de volta e aperto sua mão.
─ Amigos.
Me levanto do sofá ao mesmo tempo que ele, nós dois sorrindo como bobos.
─ Então... Eu acho que...
Victoria escolhe esse momento, onde estou bem perto de Vincent, passando as mãos suadas pela saia.
─ Sr. Hacker, mil perdões por entrar assim, mas... ─ ela se interrompe assim que me nota ao lado dele.
─ Sim, Victoria? ─ a postura dele volta com tudo, incluindo a voz distante e fria que estou muito feliz de não estar direcionada à mim.
─ Ah, eu... ─ ela força uma tosse, olhando para ele ao invés de mim. ─ O Sr. Hacker ligou na recepção e me mandou ligar no seu andar e dizer para o senhor ligar a câmera de segurança. ─ ela olha para o chão. ─ Eu liguei para o telefone da Ravenna, ─ contenho a vontade de apertar os olhos. ─ mas ela não atendeu, então eu subi, e vi a sala a vazia...
─ Recado recebido, então. Obrigada, Srta. Quinn. ─ Vincent diz, e ela entende que isso é uma dispensa, e sai.
Espero ouvir o clique da porta da minha sala para olhar para ele, com os olhos arregalados.
─ Ai, minha Deusa. ─ murmuro, mas ele não entendeu o meu choque.
─ O que foi?
─ Ela entrou aqui para te avisar para ligar a câmera, e nos encontrou sozinhos, muito perto um do outro, eu arrumando minha saia, você com a camisa aberta e o cabelo desse jeito... ─ balanço a cabeça. ─ Aposto que todos vão pensar que eu sou uma vagabunda oportunista daqui exatos quinze minutos.
Ele revira os olhos, andando até a própria cadeira.
─ Não estávamos fazendo nada. Por que ela inventaria algo e sairia espalhando por aí?
─ Porque ela não gosta de mim, querido. Eu soube que ela queria esse cargo, e ficou puta porque eu fiquei com ele. ─ dou de ombros.
─ E como você sabe que isso não foi invenção de alguém?
─ Porque ela não faz nenhum esforço em fingir que isso é uma invenção. ─ retruco. ─ É melhor eu voltar ao trabalho, eu acho.
Vincent suspira profundamente.
─ Obrigado de novo, sobre sexta.
Sorrio para ele.
─ É o que amigos fazem, eu acho.
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14. . .eu falo victoria e vcs dizem invejosa
VICTORIA
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