(11) daydreaming like a fucking teenager.
vince.nt hacker !¡
point of view
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RAVEN NÃO OLHOU MAIS NOS MEUS
olhos depois da nossa pequena interação no meu escritório, na terça-feira. Três dias depois, hoje, nada mudou. Ouvi, sem querer, ela conversando com alguém no telefone na hora do almoço, sobre sair para algum lugar hoje a noite. Não quis parecer um stalker ou sei lá, então só peguei um donuts e voltei para o escritório, despercebido.
Horas mais tarde, Raven parece repentinamente feliz. Nada igual a secretária muda e inexpressiva que tive pelo último mês.
Resolvi apertar o maldito botão no telefone, separando uma pilha de papéis, enquanto ela entra no meu escritório, sorridente demais. Fico calado quanto a isso, entregando os papéis e deixando ela ir para fora sem nenhuma interrupção.
Mas na minha mente... As coisas são diferentes. Completamente.
Em um universo paralelo, Raven trancaria a minha porta e diria ao inferno com os papéis. E aí eu apertaria aquele botão azul no telefone sobre a minha mesa.
E então eu dobraria ela na minha mesa. E depois no meu sofá de descanso. E na parede de vidro atrás da minha mesa. Atrás da porta. Em todos os lugares possíveis.
Ela geme e grita o quanto quiser, me chamando de nomes que eu não faço a mínima ideia do que significam, porque eu não falo gaélico. Ela me monta no sofá, na minha cadeira e no chão, encostados na janela e...
Que porra eu tô fazendo?
Olhando em volta, finalmente desperto, percebo que perdi cinco minutos inteiros apenas imaginando o que eu poderia fazer com Raven no meu escritório.
Sonhando acordar como a porra de um adolescente. Boa, Vincent! Não é nem um pouco problemático.
Fiquei no meu escritório até ouvir a voz de Raven do outro lado da porta.
─ Meu horário é até as cinco e meia, amadan. ─ sinto o sorriso em sua voz. ─ Eu sei, eu sei. Não, não precisa vir, eu pego um ônibus até o seu apartamento, preciso me arrumar antes de irmos. ─ pausa. ─ Riley não vai achar ruim se eu pegar carona com você. ─ mais uma pausa. ─ Você é o dono do carro, cacete. Você escolhe pra quem dá carona, não eu. ─ alguns segundos depois, ela dá risada. ─ Ok, eu aviso quando estiver chegando. Amo você, tchau.
Beleza, de acordo com o "você é o dono do carro", assumo que era um homem no telefone com ela. E o amo você no final... É possível que ela tenha namorado?
Não... Ela não teria...
Ela não seria baixa a esse ponto. Eu sei que não.
Espero Raven bater a porta para poder sair, o que foi muito idiota da minha parte, porque ainda tivemos que pegar o elevador juntos.
O perfume dela aguçou o meu olfato de tal maneira que tive de me segurar para não levantar a mão para tampar o nariz – ou, pior ainda, puxá-la para perto e me inundar com o seu cheiro.
─ Você tá bem? ─ ela pergunta, a voz agora contida e nada parecida com a Raven que eu conheci. ─ Você parece que pode vomitar a qualquer momento...
Balanço a cabeça, sorrindo muito, muito fraco.
─ Não é nada... Apenas a exaustão no final de uma semana, nada demais. ─ respondo, encarando a porta de metal do elevador. Não é como se ela estivesse exatamente me olhando, também.
─ Ah, entendo. ─ ela balbucia, apertando os dedos juntos em frente ao corpo. Ela parece estar lutando uma batalha interna, e estou curioso sobre o motivo.
─ Você está bem? ─ devolvo a pergunta.
Ouço ela rir, uma risada quase inaudível.
─ É, acho que sim... ─ ela suspira, e não aguento a vontade de olhar para ela, então faço isso. ─ Merda antiga não resolvida com a família. Nada que um bom drink não resolva.
─ Ah, com certeza resolve. Mas nem sempre. Se resolvesse mesmo, acho que eu precisaria de reuniões constantes no Alcoólicos Anônimos.
Pela primeira vez desde que nos conhecemos, faço Raven rir. Genuinamente, uma gargalhada alta. Sorrio com isso, e volto a olhar para a porta.
─ Você tá livre hoje a noite? ─ ela me surpreende ao perguntar.
Muito, muito corajosa.
─ Sim.
─ Vai ter um concerto beneficente em El Monte, vai bastante gente famosa e tal... Começa às oito. ─ ela dá de ombros. ─ Aparece por lá... Ou não. Sei lá.
É nesse momento que a porta do elevador se abre e Raven não espera nenhum segundo para sair quase correndo.
Talvez não tão corajosa assim.
Mas isso significa que ela e a pessoa que estava no telefone não são namorados. Quer dizer, eu não convidaria uma mulher que eu já fodi e agora trabalha comigo para um show com a minha namorada. E também não soa como algo que ela faria.
Penso muito enquanto dirijo até o meu apartamento. Esse convite pode significar muitas coisas, na verdade.
Ela quer foder de novo. Ela quer ser amigável. Ela quer recomeçar nossa "relação" com uma nova perspectiva. Ela me chamou apenas pelo calor do momento, mas não espera que eu vá realmente.
De repente, quero muito ir.
De repente, quero muito conhecer a vida pessoal de Raven, fora da empresa.
Ravenna Boyd me intriga de uma maneira que eu não consigo distinguir se é boa ou ruim. Ela desperta o meu lado primitivo, isso está claro, mas tem algo nela que me deixa... Curioso, no mínimo.
Meu celular começa a tocar quando penso em ir tomar um banho. É Aaron.
─ Pode latir, puppy.
─ Hilário. Muito engraçado mesmo. Você já pensou em entrar para o Stand-Up? ─ reviro os olhos.
─ O que você quer, Liebregts?
─ Tá a fim de sair? Vou com uns amigos nesse concerto de El Monte que tá todo mundo falando e pensei em te tirar dessa prisão de luxo em que você mora.
Solto uma risada fraca.
─ Na verdade, eu já estava pensando em ir. ─ falo.
─ Jura? ─ murmuro um "uhum". ─ Ótimo, meu trabalho foi facilitado. E, ei, eu sei que você não precisa, que você tem, tipo, uns dez carros diferentes, mas você quer uma carona?
Ergo as sobrancelhas.
─ Tá, claro. Pode ser. ─ dou de ombros. ─ Que horas você passa aqui?
─ O show começa às oito, e eu preciso passar nos alojamentos para pegar Riley e Raven, então... Sete e meia, parece bom pra você?
Meus olhos estão muito bem abertos agora. Raven também mencionou uma Riley enquanto falava no telefone mais cedo...
─ Espera, espera. Riley e Raven?
─ É, elas são minhas melhores amigas. Na verdade, Raven é minha melhor amiga, e Riley é a melhor amiga dela, então ela meio que veio no pacote. ─ ouço-o rir, então ele arfa em surpresa como se acabasse de ter uma epifania. ─ Ah, cacete! Ela é sua secretária, não é? Raven.
─ Ela é, sim. ─ respondo. ─ Mundo pequeno, hein?
─ Na verdade, não. Eu meio que chantagiei meu pai pra ele conseguir um emprego pra ela, e aí eu vi que ela entraria como secretária do "Sr. Hacker". Só percebi mais tarde que o seu pai tem a mesma secretária há cinco anos, e o outro único Hacker é você. ─ ele faz uma pausa para suspirar. ─ Você tá tratando a minha menina bem, não está?
─ Tão bem que ela me convidou para esse bendito show hoje. ─ conto. ─ E que merda é essa? Você virou pai dela, foi? ─ automaticamente, minha mente cria um cenário que eu não gostaria de ter imaginado. ─ Ou ela te chama de daddy em outras ocasiões?
─ Credo, seu pervertido de merda. Ela é tipo uma irmã. Que nojo. ─ tento não suspirar aliviado. Eu prefiro não transar com mulheres que meus amigos também transaram, muito obrigado. ─ Mas o que você tem a ver com isso, hein?
─ Às sete e meia, então? ─ volto ao assunto inicial.
─ Ah, seu espertinho! Você não vai se livrar dessa conversa tão cedo. ─ ele diz. ─ Até daqui a pouco.
Depois de encerrar a ligação, finalmente vou ao banheiro. E então começo a me arrumar para conhecer a verdadeira Raven.
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11. . . to meio sumida ne kkk como ces tao
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