001🌹 ━━ Segunda fanfic que eu atualizo hoje, yaaaay. Aliás, postei um vídeo no tiktok fazendo uma breve resenha sobre o livro assistente do vilão, vão lá me dar biscoito! O user é o mesmo que o daqui.
002🌹 ━━ Não esqueçam de votar e comentar, isso me incentiva muito.
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Capítulo Sessenta e Dois: NETUNO
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Primrose Stuart
A SITUAÇÃO NO CONVÉS ERA AINDA pior do que qualquer coisa que eu havia sido capaz de imaginar.
O treinador Hedge e Piper tentavam se libertar da fita adesiva, enquanto um dos macacos anões demoníacos dançava pelo convés, pegando tudo o que não estivesse amarrado e enfiando em um saco. Tinha cerca de um metro e vinte de altura, ainda mais baixo que o treinador Hedge, com pernas arqueadas e pés de chimpanzé, e suas roupas eram tão extravagantes que me deixavam tonta. A calça xadrez verde com bainha virada era presa por suspensórios vermelhos sobre uma blusa feminina listrada de preto e rosa. Usava meia dúzia de relógios de ouro em cada braço e um chapéu de caubói com estampa de zebra, que tinha uma etiqueta de preço pendurada na aba. Seu corpo era coberto por pelos ruivos desgrenhados, embora noventa por cento de seus pelos corporais parecessem estar concentrados nas imensas sobrancelhas.
Leo gritou.
— Abaixem-se!
Caí no convés no momento da explosão ensurdecedora, rolando pelo chão enquanto tentava entender o que infernos estava acontecendo.
Jason me ajudou a levantar e eu olhei ao redor, tentando ignorar o fato de que quase havia ficado surda. Beatrice estava ao nosso lado, seu chicote já preparado para lutar com os anões.
— LEO.
Um dos anões estava tentando roubar o cinto de ferramentas de Leo, Beatrice correu para ajudar o namorado.
O anão de pelo castanho pulou sobre o projétil como se fosse um skate, e seu amigo o disparou para o céu.
Pelo Ruivo desfilou arrogantemente até o treinador Hedge. Deu um beijo estalado no rosto do sátiro e, em seguida, pulou na amurada. Ele fez uma reverência para Leo, tirando o chapéu de caubói de zebra, e deu um mortal de costas sobre a borda.
Leo conseguiu se levantar com a ajuda de Beatrice, Frank havia se transformado em um gorila de dorso prateado, mas a granada de luz e som o atingira em cheio. Ele estava caído no convés, língua de fora, com os olhos de gorila revirados para cima.
Corri na direção de Piper e tirei a mordaça dela.
— Não perca tempo comigo! Vá atrás deles!
No mastro, o treinador Hedge resmungou:
— Humm!
Imaginei que aquilo queria dizer "MATEM-NOS!". Era fácil de traduzir, já que a maioria das frases do treinador envolvia a palavra matar.
A cidade de Bolonha estendia-se abaixo de nós: era um quebra-cabeça de edifícios de telhas vermelhas em um vale cercado por colinas verdejantes. A gente precisava recuperar o que aqueles malditos anões haviam roubado, o que poderia se tornar extremamente difícil.
Leo se virou para Jason.
— Você está se sentindo bem o bastante para controlar os ventos? Preciso de uma carona.
Jason franziu a testa.
— Claro, mas...
— Bom — disse Leo. — Temos que pegar alguns macacos.
Ele me encarou e eu suspirei.
— Ok, vamos lá.
Usei algumas plantas para descer do navio, me sentindo uma adaptação de Tarzan, mas ao menos eu tinha roupas, então não estava tão ruim. Aterrissei em uma grande praça repleta de prédios governamentais de mármore branco e cafés ao ar livre. Bicicletas e Vespas entupiam as ruas em torno, mas a praça estava vazia, exceto pelos pombos e alguns velhos tomando café espresso.
Jason e Leo logo surgiram ao meu lado.
Nenhum dos moradores parecia notar o enorme navio de guerra grego pairando sobre a praça, ou o fato de que Jason e Leo desceram dele voando, Jason empunhando uma espada de ouro, e Leo... bem, Leo de mãos vazias. Ou eu fazendo a adaptação de um filme da Disney ou talvez fingindo ser a Hera Venenosa.
— Para onde? — perguntou Jason.
Leo olhou para nós.
— Bem, eu não sei. Deixe-me pegar o GPS de rastreamento de anões em meu cinto de ferramentas e... Ah, espere! Não tenho um GPS rastreador de anões... e nem o meu cinto de ferramentas!
Revirei os olhos.
— Olha, a gente está tentando te ajudar, então não desconta a sua frustração na gente.
— É — resmungou Jason. Ele olhou para o navio como se estivesse tentando se orientar e, em seguida, apontou para o outro lado da praça. — A balista lançou o primeiro anão naquela direção, eu acho. Vamos.
Atravessamos um mar de pombos, então entramos em uma rua transversal com lojas de roupas e sorveterias. As calçadas tinham fileiras de colunas brancas cobertas de pichações. Alguns mendigos pediam trocados e felizmente eu tinha uma noção básica de italiano após ser amiga de Beatrice por tanto tempo.
Leo estava cada vez mais nervoso.
— Nós vamos encontrá-lo — prometeu Jason.
Parecia que estávamos andando há horas, estava quase considerando a ideia de parar para comprar um café, mas sabia que isso só faria Leo surtar.
Chegamos em uma praça menor e eu fiz uma careta ao ver a estátua de bronze de um Netuno completamente nú, ao lembrar que ele era o pai de Percy, eu quis desesperadamente vomitar.
— Veja.
— Ai, deuses! — Leo desviou o olhar.
O deus do mar estava de pé sobre uma grande coluna de mármore, no meio de uma fonte que não estava funcionando (o que parecia um tanto irônico). Em ambos os lados de Netuno sentavam-se despreocupadamente alguns cupidos, tipo, e aí, beleza? O próprio Netuno (evite olhar para a virilha) projetava o quadril para o lado em um movimento à Elvis Presley. Segurava o tridente frouxamente com a mão direita e estendia a esquerda para a frente como se estivesse abençoando a gente, ou, talvez, tentando nos fazer levitar.
— Alguma pista? — perguntou Leo.
Jason franziu a testa.
— Talvez sim, talvez não. Há estátuas dos deuses por toda a Itália. Eu me sentiria melhor se encontrasse Júpiter. Ou Minerva. Qualquer um, menos Netuno.
Encontrar a estátua de Netuno parecia uma piada de mau gosto, principalmente após a gente ter falhado em salvar seu filho.
Leo subiu na fonte seca e eu fiquei paradinha onde estava, ao lado de Jason.
— É mecânico — disse ele. — Talvez seja a entrada para o esconderijo secreto dos anões.
— Uooou! — gritou uma voz próxima. — Esconderijo secreto?
— Eu quero um esconderijo secreto! — gritou outra voz mais acima.
Invoquei minhas adagas e me preparei para lutar, Jason recusou, sua espada estava em punho. O anão de pelo ruivo com chapéu de caubói estava a uns trinta metros da gente, sentado a uma das mesas do café mais próximo tomando um expresso com seu pé de macaco. O anão de pelo castanho com chapéu-coco verde estava empoleirado no pedestal de mármore, aos pés de Netuno, pouco acima da cabeça de Leo.
— Se tivéssemos um esconderijo secreto — disse Pelo Ruivo —, gostaria que tivesse um poste de bombeiros.
— E um toboágua! — disse Pelo Castanho, que tirava ferramentas aleatórias do cinto de Leo, jogando fora chaves de porcas, martelos e grampeadores.
— Pare com isso!
Leo tentou agarrar os pés do anão, mas não conseguia alcançar o topo do pedestal.
— Muito baixinho? — perguntou Pelo Castanho, compreensivo.
— Você está me chamando de baixinho? — Leo olhou em volta procurando algo para arremessar, mas não havia nada além de pombos — Devolva o meu cinto, seu estúpido...
— Ora, ora! — interrompeu Pelo Castanho. — Nós ainda nem nos apresentamos! Sou Acmon. E o meu irmão ali...
— ... é o bonitão! — O anão de pelo ruivo ergueu a xícara de café expresso. A julgar pelos olhos dilatados e o sorriso meio louco, não precisava de mais cafeína. — Passalos! Cantor de canções! Bebedor de café! Ladrão de coisas brilhantes!
— Ora, vamos! — gritou seu irmão, Acmon. — Eu roubo muito melhor do que você.
Passalos deu uma risadinha irônica.
— Até parece! Só se for melhor em roubar doce de criança!
Ele pegou uma adaga — a adaga de Piper — e começou a palitar os dentes.
— Ei! Essa é a adaga da minha amiga!
Avancei na direção do anão, mas o anão de pelo ruivo era muito rápido. Saltou da cadeira para a minha cabeça, depois deu uma cambalhota e aterrissou ao lado de Leo, com os braços peludos em torno da cintura do semideus.
— Você me salva? — pediu o anão.
— Cai fora!
Leo tentou empurrá-lo, mas Passalos deu uma cambalhota para trás e saiu de seu alcance. A calça de Leo imediatamente escorregou até os joelhos.
— MEUS DEUSES, LEO!
Rapidamente desviei o olhar.
— Devolva... o zíper... idiota! — gaguejou Leo.
— Ah, não é brilhante o suficiente. — Passalos jogou o zíper fora.
Jason atacou com sua espada. Passalos pulou bem alto e de repente estava sentado no pedestal da estátua, ao lado do irmão.
— Diga que não tenho os meus truques — gabou-se Passalos.
— Tudo bem — disse Acmon. — Você não tem os seus truques.
— Ora! — disse Passalos. — Cadê o cinto de ferramentas? Quero ver.
— Não! — Acmon o afastou com uma cotovelada. — Você já tem a faca e a bola brilhante.
— É, a bola brilhante é bonita.
Passalos tirou o chapéu de caubói. Como um mágico tirando um coelho de uma cartola, ele fez surgir a esfera de Arquimedes e começou a mexer nos antigos discos de bronze.
— Pare! — gritou Leo. — Essa é uma máquina sensível.
Junto com Jason, nos aproximamos de Leo e ficamos do lado dele.
— Quem são vocês dois, afinal de contas?
— Os cêrcopes! — Acmon olhou para Jason com suspeita. — E aposto que você é um filho de Júpiter, não é mesmo? Eu sempre acerto.
— Igual ao Nádegas Negras — concordou Passalos.
— Nádegas Negras?
Fiz uma careta.
— Na verdade, a gente não quer saber — falei, rapidamente — acho que já deu de traumas por hoje e...
— É, sabe? — disse Acmon, sorrindo ao ignorar meu pedido — Hércules. Nós o chamávamos de Nádegas Negras porque ele costumava sair por aí pelado. Ele ficou com a bunda tão bronzeada que...
— Pelo menos tinha senso de humor! — disse Passalos. — Ele ia nos matar quando o roubamos, mas nos deixou ir porque gostou de nossas piadas. Não era como vocês três. Ranzinzas, ranzinzas!
— Ei, eu tenho senso de humor — rosnou Leo. — Devolva as nossas coisas e vou contar uma piada de morrer de rir.
— Boa tentativa! — Acmon tirou uma chave catraca do cinto de ferramentas e girou-a como se fosse uma matraca. — Ah, muito legal! Vou ficar com isso, com certeza! Obrigado, Nádegas Azuis!
Nádegas Azuis?
Eu me recusei a olhar para Leo naquele momento.
— Chega! — gritou. — Devolvam. Minhas coisas. Agora. Ou vocês vão ver como anões em chamas são engraçados.
Suas mãos se incendiaram.
— Ah, agora sim — aprovou Jason, apontando a espada para o céu.
Nuvens negras começaram a se juntar sobre a praça. Ouviu-se um trovão e eu fiz as plantas ao redor da praça começarem a crescer de forma ameaçadora.
— Ai, que meda! — ironizou Acmon.
— Sim — concordou Passalos. — Se ao menos tivéssemos um local secreto para nos escondermos.
— Infelizmente, esta estátua não é a porta de um esconderijo secreto — disse Acmon. — Tem uma finalidade diferente.
Eu entendi o que eles queriam dizer rapidamente.
— ARMADILHA.
Infelizmente, Jason estava muito ocupado convocando a sua tempestade. Olhei preocupada enquanto cinco cordas douradas saíam dos dedos da estátua de Netuno. Uma quase prendeu os seus pés. As outras cordas foram lançadas na direção de Jason, laçando-o como se fosse um bezerro em um rodeio e deixando-o de cabeça para baixo.
Um relâmpago atingiu o tridente de Netuno, enviando ondas de eletricidade por toda a estátua, mas os cêrcopes já tinham desaparecido.
— Bravo! — Acmon aplaudia de uma mesa de um café próximo. — Você dá uma bela pinhata, filho de Júpiter!
— Dá mesmo! — concordou Passalos. — Hércules já nos pendurou de cabeça para baixo, sabia? Ah, como a vingança é doce!
Corri na direção de Jason e subi na estátua de Netuno, para tentar cortar as cordas enquanto Leo lançava bolas de fogo na direção daqueles pestinhas.
— Opa! — O anão esquivou-se da explosão, derrubando a esfera e deixando os pombos voarem.
— Hora de ir embora! — decidiu Acmon.
Ele baixou a ponta do chapéu-coco e saltou de mesa em mesa. Passalos olhou para a esfera de Arquimedes, que rolara até parar entre os pés de Leo.
Leo conjurou outra bola de fogo.
— Pode vir — rosnou.
— Tchau!
Passalos deu um mortal de costas e seguiu o irmão.
— Leo, vai atrás deles! Eu ajudo Jason.
Ele demorou um momento, então concordou e correu atrás dos anões, me deixando sozinha para libertar Jason daquela armadilha.
— Merda, é mais difícil de cortar do que eu tinha imaginado.
Jason suspirou.
— Promete não contar sobre esse momento para ninguém?
— Amo você, mas definitivamente não vou prometer isso — murmurei, sorrindo ao conseguir cortar a primeira corda — vou contar para todo mundo.
O loiro gemeu.
— Você está sendo má.
— Eu sei.
Passei para a próxima corda, me esforçando para libertar Jason o mais rápido possível.
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