001🌹 ━━ 65 capítulos, apenas UAU.
002🌹 ━━ Quero MUITOS comentários, ok?
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Capítulo Sessenta e Cinco: A TARTARUGA E O LADRÃO
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Primrose Stuart
FRANK VOLTOU DA MISSÃO PARECENDO ter tomado alguma super fórmula para crescer e ficar forte, era bizarro, considerei fazer alguma piada sobre isso, mas ao perceber como ele estava sem jeito, apenas dei um tapinha em seu ombro.
Depois de nos contarem tudo o que rolou com o tal deus da agricultura, seguimos nossa viagem.
Hazel estava péssima com aquela coisa de enjoo por causa do mar, então decidi reunir meus dotes culinários com meu talento de Apollo e tentei criar algo que ajudasse ela com aquilo. Encarei o chocolate quente com atenção, eu havia o preparado enquanto cantava, na esperança de que desse certo.
— Ok, pode beber.
Ela olhou desconfiada para o chocolate quente.
— Tem certeza de que isso vai dar certo, Prim? — Hazel perguntou, franzindo a testa.
Revirei os olhos.
— Não, mas a gente nunca vai saber se você não beber — retruquei, ansiosa — se não der certo, você ainda consegue um ótimo chocolate quente grátis.
Depois de mais alguns segundos julgando o coitado do chocolate quente, Hazel finalmente bebeu alguns goles. Fiquei a observando com expectativa, estava torcendo para que tivesse funcionado.
— E então?
Hazel me encarou, com os olhos arregalados.
— Prim, eu não me sinto mais enjoada.
Me senti imediatamente orgulhosa de mim mesma enquanto observava ela beber o resto do chocolate quente como se fosse um tipo de poção milagrosa, o que tecnicamente era. Me senti a própria mãe da Mirabel, daquele filme da Disney, que conseguiu curar as pessoas com comida.
— É isso, eu sou incrível — decidi, orgulhosa.
Ela me deu um abraço apertado.
— Muito obrigada, Prim.
— De nada, cachinhos dourados.
Beatrice surgiu na cozinha enquanto Hazel saia, ela me observou com curiosidade.
— Então...?
— Agora posso curar pessoas com comida — contei, sem conseguir me aguentar — Não é incrível?
Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Trice.
— Eu sempre soube que você era incrível — ela respondeu, se apoiando na mesa da cozinha — Prim, como você consegue parecer tão tranquila no meio de todo esse caos?
Não era a primeira vez que Beatrice me perguntava algo assim, então não me surpreendi.
— Quando se é um semideus, nunca sabemos quando vai ser o nosso último dia, então quero aproveitar todos ao máximo como se fossem o último para quando eu morrer, conseguir pensar que ao menos vivi tudo o que pude — murmurei, sem a encarar — que as pessoas vão ter memórias legais comigo.
Beatrice suspirou.
— Eu ficaria muito chateada se você morresse.
— Se serve de consolo, eu ia voltar para assombrar você.
Ela arqueou a sobrancelha.
— Não seria a primeira vez que isso me acontece.
Nosso olhares se encontraram e quando percebi, estávamos rindo.
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NÃO ERA TÃO FÁCIL CONSEGUIR um momento de privacidade naquele navio de guerra cheio de semideus e com um sátiro, mas depois de muito trabalho, consegui ficar um pouco sozinha com meu lindo namorado.
Os lábios de Jason passeavam pelo meu pescoço e eu já estava me sentindo nas nuvens, mas como alegria de semideus durava pouco, um solavanco do navio me fez cair no chão da cabine junto com o loiro, nós dois trocamos um olhar preocupado e depois de Jason vestir uma camiseta, corremos para o convés.
O navio virou para bombordo produzindo um ruído impressionante, como postes telefônicos partindo-se ao meio.
— AHH! — gritou Leo em algum lugar atrás dela. — Ela está comendo os remos!
Fiquei confusa por um momento, sem entender o que infernos havia atrapalhado minha sessão de amassos com meu namorado. Então meus olhos focaram no que parecia ser uma tartaruga gigante.
— O quê...?
Piper já estava no tombadilho, atirando -comida de sua cornucópia e gritando:
— Ei! Ei! Coma isso, sua tartaruga idiota!
Convoquei minhas adagas e troquei um olhar com Jason, que já estava segurando sua espada, nós dois corremos na direção de Piper, pulando por cima de Hazel e Frank que estavam caídos no chão.
Leo lutava freneticamente com os controles do navio.
— Não consigo retrair os remos. Tira esse bicho daí! Tira esse bicho daí!
No topo do mastro, Nico estava em estado de choque.
— Pelo Estige... É enorme! — gritou. — Bombordo! Para bombordo!
Quando finalmente consegui ver o bicho direito, fiquei em choque.
A tartaruga parecia ter o tamanho de uma ilha. Seu casco era realmente como uma ilha — colinas de ossos, brilhantes vales perolados, florestas de algas e musgos, rios de água do mar escorrendo pelos sulcos de sua carapaça.
No lado boreste do navio, outra parte do monstro emergia como um submarino.
Aquilo era a cabeça?
Os olhos dourados eram do tamanho de espelhos d'água; as pupilas, fendas horizontais e escuras. A pele brilhava como camuflagem militar molhada, marrom salpicada de verde e amarelo. A boca vermelha e desdentada poderia ter engolido a Atena Partenos em uma única mordida.
— Eu não gosto de tartarugas,
O treinador Hedge foi o último a chegar ao convés. Compensou seu atraso com entusiasmo. Subiu os degraus, sacudindo o taco de beisebol, sem hesitação, galopou até a popa e saltou sobre a amurada com um alegre:
— Rá-RÁ!
O barco estremeceu. Mais remos se partiram, e Leo gritou:
— Não, não, não! Maldita filha de uma mãe cascuda!
A criatura partiu meia dúzia de remos.
— Pare com isso! — gritou Leo.
O treinador Hedge estava em cima da tartaruga, batendo inutilmente com o bastão de beisebol e gritando:
— Tome isso! E mais isso!
Jason voou da popa e caiu sobre a cabeça do animal. Golpeou-o bem entre os olhos com a espada dourada, mas a lâmina escorregou para o lado, como se a pele da tartaruga fosse de aço engraxado. Frank lançou flechas nos olhos do monstro, sem sucesso. As pálpebras internas da tartaruga piscavam com incrível precisão, desviando cada disparo. Gritei para Salazar, mas ele não apareceu, enquanto isso Beatrice invocava alguns guerreiros esqueletos que pulavam na direção da tartaruga para lutar. Piper atirou melões na água, gritando:
— Pegue isso, tartaruga idiota! — Mas o animal parecia focado em devorar o Argo II.
— Como chegou tão perto? — questionou Hazel.
Leo ergueu as mãos em desespero.
— Deve ser o casco. Acho que não é detectável pelo sonar. Maldita tartaruga invisível!
— O navio pode voar? — perguntou Piper.
— Com metade dos remos quebrados? — Leo socou alguns botões e girou a esfera de Arquimedes. — Tenho que tentar uma coisa diferente.
— Ali! — gritou Nico do alto. — Você pode nos levar até aquela restinga?
Olhei para onde ele estava apontando. A menos de um quilômetro a leste, existia uma longa faixa de terra que corria paralela aos penhascos costeiros. Era difícil ter certeza ao longe, mas a extensão de água entre eles parecia ser de apenas vinte ou trinta metros, possivelmente larga o bastante para o Argo II atravessar, mas definitivamente não era larga o suficiente para uma tartaruga gigante.
— É. Sim. — Leo aparentemente compreendeu. Girou a esfera de Arquimedes. — Jason, fique longe da cabeça desse bicho! Tive uma ideia!
Jason ainda golpeava o rosto da tartaruga, mas quando ouviu Leo dizer "Tive uma ideia", fez a única coisa inteligente que conseguiu pensar. Voou para longe dali o mais rápido possível.
— Treinador, hora de partir! — chamou Jason.
— Não, eu resolvo isso! — disse Hedge, mas Jason o agarrou pela cintura e decolou. Infelizmente, o treinador se debateu tanto que a espada de Jason escorregou e caiu no mar.
— Treinador! — reclamou Jason.
— O quê? — disse Hedge. — Eu a estava dominando!
A tartaruga deu uma cabeçada no casco, quase arremessando toda a tripulação para bombordo. Ouvi um estalo, como se a quilha tivesse se partido.
— Só mais um minuto — disse Leo, com as mãos voando sobre o painel de controle.
— Podemos não estar mais aqui em um minuto!
Frank disparou sua última flecha.
Piper gritou para a tartaruga:
— Vá embora!
Por um momento, realmente funcionou. A tartaruga se afastou do navio e mergulhou a cabeça na água. Mas, então, voltou e bateu com mais força.
Jason e o treinador Hedge aterrissaram no convés.
— Você está bem?
Ele fez uma careta.
— Perdi a minha espada.
— Fogo no casco! — gritou Leo, girando o controle do Wii.
Pensei que a popa estava explodindo. Jatos de fogo jorraram atrás deles, atingindo a cabeça da tartaruga. O navio deu uma guinada para a frente, me derrubando.
O Argo II saltava sobre as ondas a uma velocidade incrível, deixando para trás um rastro de fogo, como um foguete. A tartaruga já estava a uns cem metros, com a cabeça carbonizada e fumegante.
O monstro urrou de frustração e começou a nos seguir; suas nadadeiras cortavam a água com tal poder que ela realmente começou a se aproximar. A entrada da restinga ainda estava meio quilômetro mais à frente.
— Alguma coisa para distraí-la — murmurou Leo. — Não conseguiremos chegar lá a menos que tenhamos alguma coisa para distraí-la.
— Para distraí-la... — repetiu Hazel.
O cavalo de Hazel surgiu, ela montou nele.
— Piper, seu charme pode ser útil.
— Teve uma época em que eu gostava de tartarugas — resmungou Piper, aceitando a mão que lhe era oferecida. — Agora não!
Hazel esporeou Arion. Ele saltou para fora do barco, atingindo a água a todo galope.
Jason e eu focamos em apagar os pequenos focos de incêndio, Beatrice foi ajudar Leo antes que ele acabasse enlouquecendo. Nós adentramos na restinga e eu suspirei aliviada ao perceber que Hazel e Piper tinham conseguido fazer a maldita tartaruga parar de nos perseguir.
O Argo II avançava devagar, impulsionado pelas velas, mas seu plano dera certo. Estavam em segurança naquelas águas, com uma ilha longa e rochosa a boreste e os penhascos brancos do continente a bombordo.
As duas voltaram para o navio.
— Leo, desde quando temos propulsão a jato?
— Ah, sabem... — Leo tentou parecer modesto e falhou. — Foi uma coisinha que bolei em meu tempo livre. Gostaria de ter conseguido mais do que alguns segundos de queima, mas ao menos nos tirou de lá.
Beatrice sorriu para ele.
— Foi incrível.
— E assou a cabeça da tartaruga — disse Jason, agradecido. — O que faremos agora?
— Matem-na! — exigiu o treinador. — Você ainda pergunta? Temos distância suficiente. Temos balistas. Preparem as armas, semideuses!
Jason franziu a testa.
— Treinador, para começo de conversa, você me fez perder a minha espada.
— Ei! Não pedi para ser retirado!
— Em segundo lugar, não acho que as balistas sejam eficazes. Essa carapaça é como a pele do leão da Nemeia. E sua cabeça não é mais macia.
— Então, disparamos goela abaixo — disse o treinador. — Como fizeram com aquele camarão monstruoso no Atlântico. Vamos explodi-la de dentro para fora.
Frank coçou a cabeça.
— Poderia funcionar. Mas, então, teríamos uma carcaça de cinco mil toneladas bloqueando a entrada da restinga. Se não podemos voar com os remos quebrados, como tiraríamos o navio daqui?
— Você aguarda e conserta os remos! — disse o treinador. — Ou simplesmente navega na outra direção, seu marinheiro de água doce.
Frank pareceu confuso.
— O que é um marinheiro de água doce?
— Ei, pessoal! — gritou Nico do alto do mastro. — Quanto a navegar na outra direção, não acho que dê certo.
Ele apontou para além da proa.
A meio quilômetro mais à frente, a longa faixa rochosa se curvava e se encontrava com os penhascos. O canal terminava em um V fechado.
— Não estamos em um estreito — disse Jason. — Estamos em um beco sem saída.
Bufei, sem conseguir acreditar naquilo.
— Ótimo, fica cada vez melhor.
— É uma armadilha — disse Hazel.
Todo mundo a encarou.
— Não, está tudo bem — disse Leo. — Na pior das hipóteses, fazemos os reparos. Pode durar a noite inteira, mas consigo fazer o navio voar de novo.
À entrada do estreito, a tartaruga rugiu. Não parecia interessada em ir embora.
— Bem — Piper deu de ombros. — Ao menos ela não pode nos pegar. Estamos protegidos.
Lancei um olhar irritado para ela.
— Você vai atrair azar, um semideus não pode dizer...
Mal terminei de falar quando uma flecha se cravou no mastro principal, a quinze centímetros do rosto de Piper. Ela ficou paralisada, boquiaberta, olhando para a flecha que quase fizera um piercing no seu nariz do modo mais difícil enquanto todos nós corríamos para achar um abrigo.
— Piper, abaixe! — sibilou Beatrice.
Mas nenhuma outra flecha foi disparada.
Frank estudou o ângulo do projétil no mastro e apontou para o topo dos penhascos.
— Lá em cima — informou ele. — Um único atirador. Estão vendo?
O sol a impedia de ver claramente, mas consegui perceber uma pequena figura na borda do penhasco. Sua armadura de bronze brilhava.
— Ai, caramba! Quem será? — perguntou Leo. — Por que está atirando na gente?
— Pessoal? — A voz de Piper soava trêmula. — Tem um bilhete.
Eu não tinha percebido, mas havia um pergaminho amarrado à haste da flecha. Hazel foi até lá e retirou o bilhete.
— Hã, Hazel? — disse Leo. — Tem certeza de que é seguro?
Hazel leu o bilhete em voz alta.
— Primeira linha: Parem e entreguem.
— O que isso quer dizer? — reclamou o treinador Hedge. — Estamos parados. Não por querer, mas mesmo assim. Se esse cara está esperando um entregador de pizza, esqueça!
— Tem mais — disse Hazel. — Isto é um assalto. Envie dois dos seus até o topo do penhasco com todos os objetos de valor. Não mais do que dois. Deixem o cavalo mágico. Nada de voar. Sem truques. Apenas subam.
— Subir como? — perguntou Piper.
Nico apontou.
— Por ali.
Havia no penhasco uma escadaria estreita entalhada, que ia até o topo. A tartaruga, o beco sem saída, o penhasco... Não deveria ser a primeira vez que um navio era emboscado ali.
Hazel pigarreou e continuou a ler em voz alta:
— Refiro-me a todos os seus valores. Caso contrário, minha tartaruga e eu vamos destruí-los. Vocês têm cinco minutos.
— Use as catapultas! — gritou o treinador.
— P.S. — leu Hazel. — Nem pensem em usar suas catapultas.
— Maldição! — exclamou o treinador. — Esse cara é bom.
— O bilhete está assinado? — perguntou Nico.
Hazel balançou a cabeça negativamente.
Leo estudou o topo do penhasco e murmurou.
— Não é uma boa trajetória. Mesmo que pudesse armar a catapulta antes que o cara fizesse chover flechas, não acho que conseguiria atingi-lo. Está a centenas de metros, quase em linha reta para cima.
— Sim — resmungou Frank. — Meu arco também é inútil. Ele tem uma enorme vantagem estando acima de nós. Não conseguiria atingi-lo.
— E, hum... — Piper cutucou a flecha que estava cravada no mastro. — Tenho a sensação de que é bom de tiro. Não creio que pretendesse me atingir. Mas se quisesse...
Não precisou continuar. Quem quer que fosse o ladrão, podia acertar um alvo a centenas de metros de distância. Poderia nos matar antes que pudessemos reagir.
— Eu vou — disse Hazel
Todo mundo a encarou. Frank agarrou seu arco.
— Hazel...
— Não, prestem atenção — disse ela —, esse ladrão quer objetos de valor. Posso ir até lá, invocar ouro, joias, tudo o que ele quiser.
Leo ergueu uma sobrancelha.
— Acha que realmente vai nos deixar ir embora se lhe dermos o que quer?
— Não temos muita escolha — disse Nico. — Entre aquele cara e a tartaruga...
Jason ergueu a mão. Os outros ficaram em silêncio.
— Vou também — disse ele. — A carta exige duas pessoas. Levo Hazel até lá e a trago de volta. Além do mais, não gostei dessa escadaria. Se Hazel cair... bem, posso usar os ventos para evitar que cheguemos ao chão do jeito mais doloroso.
Olhei para o loiro.
— É melhor você voltar inteiro, entendeu?
Ele agarrou minha mão e depositou um beijo ali, enquanto isso Arion relinchava.
— É preciso, Arion — disse Hazel. — Jason... Sim. Acho que você está certo. É o melhor plano.
— Só gostaria de ter a minha espada. — Jason olhou feio para o treinador. — Está lá, no fundo do mar, e não temos Percy para recuperá-la.
Hazel estendeu um braço e a espada de Jason saiu da água e acabou em sua mão.
— Tome — disse ela, entregando-a.
Os olhos de Jason se arregalaram.
— Como...? Estava a quase um quilômetro daqui!
— Tenho praticado.
Eu a encarei impressionada e ela respirou fundo.
— Agora, se não há outras objeções, temos que encontrar com um ladrão.
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