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❦Chapter Seventy Nine - Percy is going to kill us



001🌹 ━━ Voltei! Estamos em dezembro já, to chocadaaaa.

002🌹 ━━ Quero 15 comentários para o próximo, ok?






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Capítulo Setenta e Nove: PERCY VAI NOS MATAR

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Primrose Stuart


ANNABETH ESTAVA CAMINHANDO AO meu lado no corredor, o navio tinha acabado de chegar em Esparta, se tivéssemos sorte, o dia seria calmo e sem maiores problemas. Estávamos indo até a cabine de Piper, acordar ela para todos se reunirem e podermos traçar o plano de ação do dia.

— Eu estava pesquisando sobre o ferimento de Jason — Annabeth comentou, chamando a minha atenção — Você conseguiu curar parte dele com seu poder, então quando encontrarmos os gêmeos, Apollo possa curar o resto.

Concordei devagar.

— A questão seria convencer Apollo a curar um semideus.

Ela deu de ombros.

— Ele é um dos deuses mais tranquilos, foi um dos únicos que nunca me meteu em problemas reais.

Entramos na cabine de Piper, como eu imaginei, ela estava totalmente apagada na cama, me aproximei e balancei seu corpo, na tentativa de a acordar.

— Pipes, ei!

Piper acordou, pulando na cama.

— Ei — disse Annabeth. — Chegamos a Esparta. Quer se aprontar?

Ela nos encarou com os olhos arregalados.

— Claro... — Ela segurou o meu braço — Mas, primeiro, vocês precisam escutar uma coisa.

Troquei um olhar com Annabeth, então nós duas sentamos para ouvir o que Piper tinha a dizer.


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QUANDO PIPER REPETIU O SONHO PARA PERCY, os banheiros do navio explodiram.

— Vocês três não vão para lá sozinhas de jeito nenhum — disse Percy.

Leo veio correndo pelo corredor, balançando uma chave inglesa.

— Cara, você tinha que destruir o encanamento?

Percy o ignorou. Água corria pelo passadiço. Do casco vinha um barulho ensurdecedor, de mais canos estourando e pias transbordando. Acho que Percy não tivera a intenção de causar tanto estrago, mas sua expressão irritada me querer deixar o navio o mais rápido possível.

Apesar disso, achei fofo.

— Vamos ficar bem — disse Annabeth a ele. — Piper previu nós três indo até lá, então é isso o que precisa acontecer.

Percy olhou para Piper como se tudo aquilo fosse culpa dela.

— E esse sujeito, Mimas? Ele é um gigante, não é?

— Provavelmente — respondeu ela. — Porfírion o chamou de nosso irmão.

— E uma estátua de bronze cercada de fogo — disse Percy. — E aquelas... outras coisas que você mencionou. Mackies?

Makhai — corrigiu Piper. — Acho que a palavra significa batalhas em grego, mas não sei exatamente como ela se aplica.

— É disso que estou falando! — disse Percy, indignado — Não sabemos o que tem lá. Eu vou com vocês.

— Não. — Annabeth pôs a mão no braço dele. — Se os gigantes querem nosso sangue, a última coisa que precisamos é de um garoto e uma garota indo lá juntos. Não se lembra? Eles querem um de cada para seu grande sacrifício.

— Então vou chamar Jason, ele vai concordar comigo — disse Percy. — E nós dois...

O encarei incrédula, Annabeth cruzou os braços.

— Cabeça de Alga, você está sugerindo que dois garotos podem resolver isso melhor que três garotas?

— Não. Quer dizer... não. Mas...

Annabeth o beijou.

— Estaremos de volta antes que você perceba.

Percy me encarou e eu dei um sorrisinho, ele suspirou e bagunçou meus cabelos.

— Qualquer coisa, me chamem, ok?

— Claro — concordei, então fiz uma careta — Ah, Jason está dormindo, então quando ele acordar, você avisa ele que saí, ok?

Subi as escadas atrás de Annabeth antes que todo o convés inferior ficasse alagado com água de privada.


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UMA HORA DEPOIS, NÓS ESTÁVAMOS em uma colina de onde se avistavam as ruínas da Esparta Antiga. A gente já tinha explorado a cidade moderna, que, estranhamente, fez eu me lembrar de Albuquerque — um grupo de construções baixas, quadradas e brancas espalhado sobre uma planície aos pés de montanhas arroxeadas.

Annabeth tinha insistido em conferir o museu de arqueologia, depois a estátua gigante de metal do guerreiro espartano, no fórum, depois o Museu Nacional da Azeitona e do Azeite de Oliva (sim, isso existia de verdade). Eu aprendi mais sobre azeite do que jamais quis saber, mas nenhum gigante nos atacou. E nós não encontramos nenhuma estátua de um deus acorrentado.

A loira parecia relutante em verificar as ruínas nos limites da cidade, mas finalmente nós ficamos sem outros lugares onde procurar.

Não havia muito para ver. Segundo Annabeth, a colina onde nos encontrávamos agora era a acrópole de Esparta, o ponto mais alto da cidade e sua principal fortaleza, mas nada tinha a ver com a maciça acrópole ateniense que Piper vira em seus sonhos.

A elevação desgastada estava coberta por grama seca, pedras e oliveiras mirradas. Lá embaixo, ruínas se estendiam por cerca de quinhentos metros: blocos de calcário, algumas paredes desmoronadas e buracos no chão contornados por ladrilhos, parecendo poços de água.

Piper limpou o suor da testa.

— Achei que seria mais fácil encontrar um gigante de dez metros por aqui.

Annabeth olhava fixamente para a forma distante do Argo II flutuando acima do centro da cidade. Segurava o pingente de coral vermelho em seu cordão, presente de Percy quando eles começaram a namorar.

— Você está pensando em Percy — presumi.

Annabeth assentiu. Desde a volta do Tártaro, Annabeth me contou muitas coisas assustadoras que tinham acontecido lá. No topo de sua lista: Percy controlando uma poça de veneno e sufocando a deusa Akhlys.

— Ele parece estar se ajustando — disse Piper. — Está sorrindo com mais frequência. Você sabe que ele gosta muito de você.

Annabeth se sentou. Seu rosto de repente ficou pálido.

— Não sei por que de repente pensei nisso. Não consigo tirar essa lembrança da cabeça... a expressão de Percy quando ele estava à beira do Caos.

Eu não estava surpresa com Percy finalmente ter mostrado seu outro lado, o cara era literalmente o semideus mais poderoso atualmente, tinha passado por tantas coisas, essa já era a segunda guerra da qual ele estava participando... Era compreensível ele ter perdido um pouco o controle.

— Ele é o tipo de pessoa que deixaria o mundo queimar se isso significasse salvar você, isso não é algo fácil de encontrar.

Nos sentamos em um pequeno muro de pedra que havia ali.

— Dê um tempo a ele. — Piper concordou, sorrindo — O cara é louco por você. Vocês passaram por tantas coisas juntos...

— Eu sei... — Os olhos cinza de Annabeth refletiam o verde das oliveiras. — É só que... O titã Bob me avisou que haveria mais sacrifícios pela frente. Eu quero muito acreditar que um dia nós vamos poder ter uma vida normal... Mas eu me permiti ter esse tipo de esperança no verão passado, depois da Guerra dos Titãs. Então Percy desapareceu por meses. Aí nós caímos naquele abismo... — Uma lágrima escorreu pelo rosto de Annabeth. — Se vocês tivessem visto o rosto do deus Tártaro, aquele turbilhão de escuridão, devorando e vaporizando monstros... Nunca me senti tão impotente. Eu tento não pensar nisso...

Eu abracei Annabeth, apertado.

Annabeth Chase era uma das pessoas mais corajosas que eu conhecia. Se até ela precisava de um ombro para chorar de vez em quando... bem, era um prazer oferecer o meu.

— Ei — disse Piper com delicadeza. — Não tente reprimir seus sentimentos. Você não vai conseguir. Deixe que eles corram livremente por você até se esgotarem. Você está com medo.

— Pelos deuses, estou com medo, sim.

— Você está com raiva.

— De Percy, por me assustar — Annabeth admitiu — De minha mãe, por me mandar naquela missão horrível em Roma. De... bem, praticamente de todo mundo. De Gaia. Dos gigantes. Dos deuses, por serem imbecis.

— De nós duas? — perguntei, sorrindo.

Annabeth conseguiu soltar uma risada fraca.

— Sim, por Piper ser irritantemente calma e por Prim por sempre conseguir sorrir.

— É tudo fingimento — Piper e eu falamos ao mesmo tempo.

— E por serem boas amigas.

— Sei.

— E por terem a cabeça no lugar em relação a garotos, relacionamentos e...

Piper e eu trocamos um olhar.

— Você viu a nossa situação amorosa no começo da missão? — perguntei, incrédula.

— Eu beijei e me apaixonei pelo namorado dela — Piper fez uma careta — Agora eu estou dividida e não sei quem acho mais bonito, Prim ou Jason.

Eu olhei para Piper, sorrindo.

— Você me acha bonita?

— Na verdade, tive uma quedinha por você por alguns dias.

Não era exatamente surpreendente.

— Eu tive uma quedinha pela irmã da Reyna, sei como é.

Annabeth nos encarou.

— Não sei se eu já tive uma quedinha por uma garota, quer dizer... Aí, estamos em uma missão e a gente aqui, falando sobre os nossos sentimentos.

— A batida do coração do deus acorrentado pode esperar.

Piper suspirou, então nos encarou.

— Aconteça o que acontecer, sou amiga de vocês... Lembrem-se disso, está bem?

Annabeth começou a dizer algo, mas, de repente, um som ensurdecedor veio das ruínas. Um dos buracos do chão, que eu tinha confundido com poços de água, soltou um jato de chamas que alcançou a altura de um prédio de três andares e parou com a mesma rapidez.

— O que foi isso?

Piper arregalou os olhos enquanto Annabeth suspirava.

— Não sei, mas tenho a sensação de que é melhor irmos lá para dar uma olhada.

Nós três nos levantamos e começamos a observar o que estava acontecendo, prendi meu cabelo em um coque, me preparando para o caso de acontecer uma luta.

Havia três buracos lado a lado como furos de uma flauta doce. Todos eram perfeitamente redondos, com sessenta centímetros de diâmetro e as bordas revestidas de pedra calcária; todos mergulhavam direto na escuridão. Em intervalos aleatórios de alguns segundos, uma das três bocas jorrava uma coluna de fogo para o céu. A cada vez, de cor e intensidade diferentes.

— Eles não estavam fazendo isso antes. — Annabeth deu uma volta larga nos poços. Ainda parecia abalada e pálida, mas sua mente estava obviamente concentrada no problema atual. — Não parece haver nenhum padrão. O intervalo de tempo, as cores, a altura das chamas... eu não entendo.

— Será que de algum modo nós os ativamos? Talvez aquela onda de medo que você sentiu no alto da colina... Ah, quer dizer, que nós três sentimos.

Annabeth não pareceu ouvir Piper.

— Deve haver alguma espécie de mecanismo... uma placa de pressão, um sensor de movimento.

Chamas jorraram da abertura do meio. Annabeth contou em silêncio. Algum tempo depois, o jato surgiu à esquerda.

— Isso não faz sentido. É inconsistente. Eles precisam seguir algum tipo de lógica.

Comecei a ouvir uma campainha no ouvido. Alguma coisa naqueles poços... Cada vez que um deles se acendia, eu era tomada por uma emoção forte: medo, pânico, mas também um desejo poderoso de se aproximar das chamas.

— Não é racional — disse ela. — É emocional.

— Como poços de fogo podem ser emocionais?

Piper estendeu a mão sobre o poço da direita. As chamas jorraram instantaneamente. Ela mal teve tempo de tirar os dedos. Suas unhas fumegaram.

— Piper! — Annabeth correu até ela. — O que você estava pensando?

— Eu não estava pensando. Estava sentindo. O que nós queremos está lá embaixo. Esses buracos são a entrada. Vou ter que pular.

Olhei incrédula para ela.

— Ficou maluca? Mesmo que não fique presa lá dentro, você não tem ideia da profundidade.

— Tem razão.

— Você vai ser queimada viva! — Annabeth retrucou.

— É possível. — Piper tirou a espada da cintura e a jogou no poço da direita. — Aviso quando for seguro. Esperem até eu chamar.

— Nem pense... — começou Annabeth.

Piper pulou, eu troquei um olhar indignado com Annabeth.

— Ela é louca — resmunguei.

— Maluca.

Esperamos por alguns segundos, sem sinal algum de que Piper ainda estava viva.

— Piper? — Annabeth gritou.

A resposta veio rápido.

— Oi! — gritou Piper.

— Graças aos deuses! Você está bem?

— Estou. Espere um segundo.

Alguns minutos depois, Piper gritou novamente.

— É uma queda longa, mas dá para descer sem problemas. Será que... será que vocês tem uma corda que possa ajudar a gente a subir de volta?

— Pode deixar!

Para a surpresa de absolutamente ninguém, Annabeth realmente tinha uma corda. Nós amarramos uma ponta em uma árvore grande e jogamos a outra dentro do buraco, acabei descendo primeiro, rezando para não acabar morta.

Quando finalmente cheguei no chão, olhei para Piper, que me encarava com um sorriso.

— Isso foi muito idiota, sabe disso, não é?

Piper deu de ombros.

— Eu sei.

Annabeth desceu em seguida, então olhou furiosa para Piper.

— Piper McLean — reclamou ela. — Esse foi sem dúvida o risco mais idiota que eu já vi alguém correr, e eu namoro um cara que adora correr riscos idiotas.

Percy não estava ali, mas eu me senti ofendida por ele.

— Valeu. — Piper cutucou com o pé a cabeça de dragão mais próxima. — Estou achando que estes são os dragões de Ares. O dragão é um de seus animais sagrados, não é?

— E ali está o próprio deus acorrentado. Aonde será que aqueles portais...

Piper ergueu a mão.

— Ouviu isso? O som parecia uma batida de tambor... com eco metálico.

— Está vindo da estátua — concluiu Piper. — A batida do coração do deus acorrentado.

Annabeth sacou sua espada de osso de drakon. À luz fraca, seu rosto tinha uma palidez fantasmagórica, e seus olhos pareciam ter perdido a cor.

— Eu... eu não gosto disso, Piper. Nós precisamos ir embora.

Girei meus aneis, me sentindo melhor ao sentir o peso familiar das adagas nas minhas mãos.

— O santuário está intensificando nossas emoções — concluiu Piper — É como estar perto de minha mãe, só que este lugar irradia medo, não amor. Foi por isso que você começou a ficar deprimida lá no alto da colina. Aqui embaixo é mil vezes pior.

Annabeth examinou as paredes.

— Está bem... Precisamos de um plano para tirar a estátua daqui. Talvez içá-la com a corda, mas...

— Espere. — Piper olhou para as caras raivosas de pedra acima dos portais. — Um santuário que irradia medo. Ares tinha dois filhos divinos, não?

— F-fobos e Deimos.— Annabeth respondeu, mais pálida ainda — Pânico e Medo. Percy conheceu os dois em Staten Island.

Por que Percy conhecia toda a galera legal?

— Acho que são os rostos deles acima das entradas dos túneis. Este lugar não é apenas um santuário de Ares. É um templo do medo.

Uma risada grave ecoou pela câmara.

Um gigante surgiu à direita de Piper. Ele não chegou por nenhum dos portais. Simplesmente emergiu da escuridão, como se estivesse camuflado contra a parede.

Ele era pequeno para um gigante, devia ter uns oito metros de altura, o que lhe dava espaço suficiente para golpear com o enorme martelo que tinha nas mãos. Sua armadura, a pele e as pernas de dragão eram todas da cor do carvão. Fios de cobre e placas de circuitos quebradas brilhavam nas tranças de seu cabelo preto como petróleo.

— Muito bom, filha de Afrodite. — O gigante sorriu. — Este é mesmo o Templo do Medo. E eu estou aqui para convertê-las.

Fiz uma careta.

— Ah, Percy vai nos matar quando descobrir sobre o gigante — resmunguei, desanimada.

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