Andei dando uma editada e adicionando algumas coisas nos capítulos anteriores, então sugiro que deem uma lidinha na fic novamente desde o começo! (oh, e em breve teremos capa nova aaaa)
Estamos cada vez mais próximos do fim, e eu estou tipo OMG!!!!
A Prim é uma personagem que ganhou meu coração todinho, ela tem muita história (vocês ainda vão sofrer TANTO com ela... aiai), ela pode ser filha de uma "deusa menor" que não é uma dos 12 olimpianos, mas ela é poderosa e determinada, amo amo.
O de sempre, 37 votos e 57 comentários e eu posto o próximo na sexta!
Música citada no capítulo: If I Could Fly do One Direction <3
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Capítulo Dezessete: ONDE EU ODEIO A MINHA VIDA
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Primrose Stuart
Atualmente
EU NÃO FIQUEI FELIZ QUANDO GARRAS AFIADAS me pegaram e me puxaram para o ar.
Embaixo, as rodas do trem guincharam e o metal colidiu. Copos destruídos. Passageiros gritando. Se fosse ser sincera, talvez eu estivesse gritando mais do que eles, mas poxa, eu estava sendo carregada por um maldito monstro, eles não.
Olhei para o monstro que estava me carregando. Tinha o corpo de uma pantera – suave, preta e felina – com asas e cabeça de uma águia. Seus olhos brilhavam em um tom vermelho sangue, não muito agradável, mas novamente, que monstro era, não é mesmo?
As garras da frente do monstro estavam envolvendo meus braços como tiras de aço, ele subiu mais alto e mais alto no vento gelado enquanto eu tentava tirar um dos meus anéis.
Quando enfim consegui, finquei a adaga no alcance do meu braço, que era na perna da criatura e com um resmungo, ela me largou. Eu caí sem controle, não havia nenhuma sombra que pudesse usar para o meu desespero, quebrei diversos galhos e fui espetada por outros até meu corpo cair na neve.
Resmunguei uma série de palavrões até constatar que nada estava quebrado, mas os arranhões que tinha espalhados pelo meu corpo ardiam como o inferno.
Frank estava à sua esquerda, derrubando as criaturas o mais rápido que podia. Hazel estava atrás dele, girando sua espada para qualquer monstro que chegasse perto, mas havia muitos fervilhando ao redor deles – pelo menos uma dúzia. Procurei Percy preocupada, mas então ouvi um barulho e olhei para o céu, ele caia e por aquele ângulo, eu acabaria amortecendo sua queda.
Me joguei para o lado, rolando pela neve fofa e ouvindo os gritos do Aquaman até que ele estivesse caído exatamente onde eu estava.
— Percy?
Ele me encarou, parecendo frustrado.
— Eu odeio minha vida — resmungou bufando.
Percy pegou Contracorrente e nos aproximamos, ficando de costas um para o outro, girei as adagas em minhas mãos. Ele fatiou a asa de um monstro e o mandou espiralando para uma árvore, então fatiou outro, que virou pó enquanto eu chutava a cara de um e arrancava a cabeça de outro com as minhas adagas. Mas os derrotados começaram a se reformar imediatamente, para nossa infelicidade.
— EU SÓ QUERIA A DROGA DE UMA VIAGEM DE TREM NORMAL!
Eu estava realmente frustrada, para dizer o mínimo.
— O que são essas coisas?
A voz de Percy não estava animada, eu o entendia perfeitamente.
— Grifos! — Hazel disse — Temos que afastá-los do trem!
Olhei para o trem, tentando entender o que ela queria dizer enquanto enfiava a adaga no olho de um dos monstros. Os vagões do trem tinham caído, e suas coberturas esmagadas. Os turistas estavam tropeçando em choque, felizmente nenhum parecia seriamente ferido, mas os grifos estavam mergulhando na direção de qualquer coisa que se mexia. A única coisa que os mantinha longe dos mortais era um guerreiro brilhante de cinza camuflado – o spartus de estimação de Frank.
A lança dele havia desaparecido.
— Usou sua última carga?
— É. — Frank acertou outro grifo no céu. — Tive que ajudar os mortais. A lança simplesmente se dissolveu.
Graças aos deuses, aquela coisa era horrível pra caramba.
— Vamos mudar a luta de lugar! — Percy disse. — Longe dos trilhos!
Tropeçamos pela neve, esmagando e dilacerando grifos que se reformavam do pó toda vez que eram mortos.
Cerca de cinco metros dos trilhos, as árvores davam para um pântano aberto. O chão estava tão esponjoso e gelado. Frank estava sem flechas, Hazel estava respirando pesado, a espada de Percy oscilava, deixando-o lento e eu já havia perdido uma das minhas adagas ao jogar em um grifo no ar, ela ainda não havia voltado para as minhas mãos.
Percebi que só estamos vivos porque os grifos não estavam tentando nos matar. Os grifos queriam nos pegar e nos carregar para algum lugar, o que não era exatamente reconfortante.
Então Percy tropeçou em alguma coisa na grama alta – um círculo de sucata de metal do tamanho de um pneu de trator. Era um ninho de pássaros enorme – o ninho de um grifo – o centro cheio de peças antigas de jóia, uma adaga de ouro imperial, um distintivo de centurião amassado e dois ovos do tamanho de abóboras que pareciam ser feitos de ouro de verdade.
Percy pulou no ninho e eu o segui, ele pressionou a ponta da espada contra um dos ovos.
— Para trás, ou eu quebro isso!
Os grifos grasnaram furiosos. Eles rodaram pelo ninho e estalaram os bicos, mas não atacaram. Hazel e Frank ficaram costa a costa com Percy e eu, as armas prontas.
— Os grifos colecionam ouro — Hazel disse — São loucos por isso. Olha... mais ninhos ali.
Frank colocou sua última flecha no arco.
— Então se esses são os ninhos, para onde eles estavam tentando levar Percy e Prim? Essa coisa estava fugindo com eles.
Fiz uma careta, minhas roupas tinham rasgos e meu corpo ardia pelos cortes.
— Alcioneu — Percy adivinhou — Talvez eles estejam trabalhando para ele. Essas coisas são espertas o bastante para obedecer a ordens?
— Não sei — Hazel disse — Nunca lutei com eles quando morei aqui. Só li sobre eles no acampamento.
— Fraquezas? — Frank perguntou — Por favor me diga que eles têm fraquezas.
Hazel fez uma careta.
— Cavalos. Eles odeiam cavalos – inimigos naturais, ou algo assim. Queria que Arion estivesse aqui!
— Maravilha, quando a gente precisa do sr. Boca suja, ele não tá.
Os grifos grasnaram. Eles rodearam o ninho com seus olhos vermelhos brilhando.
— Pessoal — Frank disse nervoso — estou vendo relíquias da legião nesse ninho.
Direcionei meu olhar para onde Frank estava olhando e arregalei os olhos, sentindo fúria queimar dentro de mim.
Eles mataram semideuses?
— Eu sei — Percy disse.
— O que quer dizer que outros semideuses morreram aqui, ou...
— Frank, vai ficar tudo bem — Percy prometeu.
Um dos grifos mergulhou. Percy ergueu a espada, pronto para destruir o ovo. O monstro recuou, mas os outros grifos estavam perdendo a paciência.
Ele olhou para os campos, desesperadamente tentando formular um plano, tentei recuperar um pouco do ar que eu havia perdido na batalha, mas eu estava cansada e nem ao menos haviam sombras o suficiente para que fizesse mais adagas.
— Tive uma ideia — Percy disse — Hazel – todo o ouro naqueles ninhos. Acha que pode usá-los para causar uma distração?
— Eu... acho que sim.
— Só nos dê tempo o suficiente de vantagem. Quando eu disser vão, corram para o gigante.
Frank ficou boquiaberto
Há cerca de 400 metros de distância, um gigante hiperbóreo estava sentado no pântano, pacificamente tirando lama de entre os dedos com um tronco quebrado de árvore.
— Você quer que a gente corra na direção do gigante?
— Depois dizem que os meus planos são ruins — resmungo incrédula.
— Acredite em mim — Percy disse — Prontos? Vão!
Hazel ergueu a mão. De uma dúzia de ninhos no pântano, objetos dourados foram lançados no ar – jóias, armas, moedas, pepitas de ouro, e mais importante, ovos de grifos. Os monstros grasnaram e voaram para os ovos, frenéticos para salvá-los.
Nós corremos.
Meus pés espirravam e trituraram o pântano congelado, quis chorar pelas minhas botas. Corri mais rápido, mas podia ouvir os grifos chegando perto da gente, e agora os monstros estavam realmente furiosos.
O gigante ainda não tinha notado a comoção. Ele estava inspecionando os dedos procurando por lama, seu rosto sonolento e pacífico, seu bigode cintilando com cristais de gelo. Em seu pescoço estava um colar de objetos encontrados – latas de lixo, portas de carro, chifres de alce, até uma privada. Aparentemente ele não tinha se limpado muito bem.
— Debaixo! — ele disse a seus amigos. — Engatinhem para baixo dele!
Olhei incrédula para Percy, mas infelizmente não tínhamos muitas opções no momento.
A gente se envolveu entre as pernas azuis gigantes e nos achamos na lama, engatinhando o mais perto que conseguíssemos da tanga do gigante.
— Qual é o plano? — Frank sussurrou — Ser achatado por um traseiro azul?
— Fale baixo — Percy disse — Só se mexa se precisar.
Os grifos chegaram em uma onda de bicadas, garras e asas furiosas, rodeando o gigante, tentando entrar debaixo de suas pernas.
O gigante retumbou de surpresa, ele mudou de lugar. Percy teve que rolar para evitar ser esmagado pelo enorme traseiro peludo, o hiperbóreo grunhiu um pouco mais irritado. Ele golpeou os grifos, mas eles grasnaram de ultraje e começaram a bicas suas pernas e mãos.
— Hã? — o gigante berrou — Há!
Ele respirou profundamente e lançou uma onda de ar gelado.
Os guinchos dos grifos pararam abruptamente, substituído pelo tof, tof, tof de objetos pesados caindo na lama.
— Vamos — Percy disse a seus amigos — Com cuidado.
Nos contorcemos saindo debaixo do gigante. Tudo ao redor do pântano, até as árvores estavam envidraçadas de gelo. Uma faixa enorme do pântano estava coberta de neve fresca. Grifos congelados estavam estendidos no chão como picolés de penas, as asas ainda extensas, bicos abertos e olhos largos de surpresa.
A música da Elsa do Frozen surgiu na minha mente, mas não era a melhor hora.
Nos afastamos cambaleando, tentando nos manter fora da visão do gigante, mas o garotão estava muito ocupado para notar a gente. Ele estava tentando descobrir como amarrar um grifo congelado no colar.
— Percy... — Hazel limpou o gelo e a lama do rosto — Como você sabia que o gigante podia fazer isso?
— Eu quase fui acertado pelo sopro de um hiperbóreo uma vez — ele disse — É melhor irmos. Os grifos não vão ficar congelados para sempre.
O encarei surpresa.
— Sua vida era agitada.
Ele sorriu.
— Você não faz ideia.
ANDAMOS POR TERRA POR APROXIMADAMENTE UMA HORA, mantendo os trilhos do trem à vista, mas mantendo-nos cobertos pelas árvores tanto quanto possível. Por um momento a gente escutou um helicóptero voando na direção dos destroços do trem. Duas vezes nós escutamos o grito dos grifos, mas eles soavam muito longe.
Pelo o que podia deduzir, era quase meia noite quando o sol finalmente se pôs. Ficou frio no bosque, as estrelas estavam brilhantes. Depois as luzes do norte fizeram uma curva, chamas azuis fantasmagóricas dançando de baixo para cima.
— Isso é incrível — Frank disse.
— Ursos — Hazel apontou.
Com certeza, um casal de ursos marrons estava derrubando árvores a algumas centenas de metros dali, suas peles brilhando na luz das estrelas.
— Eles não vão nos incomodar, — Hazel prometeu. — Apenas passem longe deles.
Não argumentamos.
Depois de algumas horas, a gente se deparou com uma pequena vila entre os trilhos de trem e uma rodovia de mão dupla. A placa de limite da cidade dizia: PASSAGEM DE ALCES. Parado perto da placa estava um alce de verdade e então o animal foi para dentro do bosque.
Passamos por algumas casas, um correio e alguns trailers.
Tudo estava escuro e fechado. No outro lado da cidade tinha uma loja com uma mesa de piquenique e uma bomba de gasolina velha e enferrujada na frente.
A loja tinha um letreiro feito à mão que dizia: GASOLINA DA PASSAGEM DE ALCES.
— Isso está errado — Frank disse.
Em um acordo silencioso a gente se sentou em volta da mesa de piquenique.
Hazel apoiou a cabeça nas mãos e desmaiou, roncando. Frank tomou os seus últimos refrigerantes e algumas barras de cereal da viagem de trem e as dividiu com Percy, ele me ofereceu também, mas neguei.
Eu estava com frio, congelando, para ser mais exata.
Me concentrei nas coisas que havia guardado dentro das sombras, como um armário escolar que não ficava exatamente em nenhum num lugar, mas que eu poderia acessar de qualquer lugar, um truque bem legal que Nico havia me ensinado.
Consegui o acesso e tirei minha mochila de lá, abrindo a mesma e tirando duas mantas pesadas, entreguei uma para Frank, que enrolou entre ele e Hazel.
Troquei meu moletom por um mais quente, me livrando do casaco rasgado, tirei outra calça de lá, uma que não me deixaria tão congelante e levantei da mesa, indo até a porta da loja, respirei fundo e atravessei o lugar usando sombras, quando estava dentro do local, fui até o banheiro e tirei a calça rasgada, me sentando em cima do balcão enquanto olhava os arranhões que cobriam minhas pernas.
— Se eu pudesse voar, eu voltaria para casa para te encontrar, eu acho que seria capaz de desistir de tudo se você me pedir. Preste bem atenção, espero que você me escute, porque eu estou desprotegido, no momento, estou completamente sem defesa — cantei baixinho, vendo os cortes melhorando lentamente — Apenas para os seus olhos, eu mostro o meu coração, quando você estiver se sentindo sozinha e esquece quem você é, eu sinto falta da minha metade, quando não estamos juntos, agora que você me conhece, apenas para os seus olhos.
Sorri satisfeita e vesti a calça após meus cortes e machucados estarem curados, o que havia sobrado da calça de antes joguei no lixo.
Peguei uma escova de dente e pasta na loja, escovando meus dentes do banheiro e voltei para o interior, pegando algumas coisas que os garotos pudessem comer e usar para se limparem, coloquei tudo dentro de uma sacola e deixei dinheiro no balcão antes de entrar numa sombra e voltar para a mesa de piquenique.
— Tem comida e produtos de higiene — murmuro — dentro da loja tem um banheiro, posso levar vocês para dentro usando uma sombra.
Os dois não pareciam animados com a ideia de viajar por sombras, mas concordaram, os atravessei para dentro da loja por uma sombra e sentei na bancada da loja enquanto eles faziam suas coisas, ainda não me dava bem com viagem nas sombras e nem achava que um dia iria conseguir, a próxima viagem para levar os dois para fora provavelmente iria me esgotar.
Peguei um conjunto de luvas quentinhas que vendia ali também, minhas mãos estavam geladas pra caramba, em parte por estar frio e em parte por usar as sombras.
Depois que os garotos terminaram, nos atravessei de volta, sentando na mesa de piquenique ao lado de Percy, mas antes dei um beijo na testa de Hazel, que estava apagada. Me enrolei na coberta junto com o Aquaman e apoiei a cabeça em seu ombro, sentindo meus olhos pesarem.
Então apaguei ouvindo a conversa dos dois.
Parecia que eu recém tinha fechado os olhos quando Percy me acordou, balançando meu corpo.
Estava amanhecendo e a loja abrindo. O dono ficou um pouco surpreso de encontrar quatro adolescentes caídos sobre a mesa de piquenique, mas quando Percy explicou que a gente tinha fugido do acidente de trem da noite passada, o cara sentiu pena e fez um café da manhã para nós. Ele chamou um amigo dele, um nativo que tinha uma cabine fechada para Seward. Logo já estávamos na estrada em uma picape da Ford que devia ser nova na época que Hazel nascera.
O que queria dizer muito.
Hazel, eu e Frank sentamos atrás. Percy ia na frente com o homem velho, que cheirava a salmão defumado. Ele contou ao nosso Aquaman a história sobre Bear e Raven, os Deuses Inuits.
A camionete quebrou a alguns quilômetros de Seward. O motorista não pareceu surpreso, já que isso acontecia a ele várias vezes por dia. Ele disse que a gente podiam esperar até que ele consertasse o motor, mas como Seward era só há alguns quilômetros dali, decidimos ir andando.
No meio da manhã, nós escalamos uma elevação na estrada e vimos uma pequena baía cercada de montanhas. A cidade era uma meia-lua na margem direita, com um cais se estendendo até a água e um navio de cruzeiro no porto.
Percy estremeceu.
— Seward, — Hazel disse.
Ela não soava feliz ao ver o seu antigo lar.
Já tínhamos perdido muito tempo, infelizmente. A estrada dava a volta na encosta, mas parecia que a gente chegaria mais rápido na cidade indo direto pelo pasto.
Percy foi para fora da estrada.
— Vamos.
Fiquei parada ao lado de Hazel que tinha uma expressão estranha, até que ela gritou.
— Percy, não!
O próximo passo dele foi direto para dentro do chão. Ele afundou como uma pedra até que a terra se fechou sobre a sua cabeça – e a terra o engoliu.
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