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❦Chapter Forty Five - Where we are prisoners at the bottom of the sea



001🌹 ━━ Prim não tem um dia de paz, coitada.

002🌹 ━━ Apenas apreciem esse capítulo e comentem muito, obrigada.

003🌹 ━━ Qual a melhor amizade da fanfic para vocês?








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Capítulo Quarenta e Cinco: ONDE SOMOS PRISIONEIROS NO FUNDO DO MAR

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Primrose Stuart
Atualmente

DEMOREI PARA CONSEGUIR ABRIR COMPLETAMENTE os olhos, era como se eu estivesse flutuando.

— Graças aos deuses você acordou!

A voz de Frank reverberava demais, como se estivesse falando através de várias camadas de filme plástico. Arregalei os olhos ao perceber que ele estava bem e me joguei em sua direção, o envolvendo em um abraço apertado.

— Você está bem!

Frank me abraçou.

— Sim, eu estou… Prim, você estava demorando para acordar, fiquei preocupado.

— Preocupado? Eu que fiquei preocupada com você caindo do navio daquele jeito — retruquei — Nunca mais me assuste dessa maneira!

Só então olhei ao redor e percebi que estava submerso, em uma caverna do tamanho de uma garagem para dois carros. Musgo fosforescente cobria o teto, banhando o espaço em um brilho azul-esverdeado. O chão era um tapete de ouriços do mar, sobre o qual seria desconfortável andar, o que fez eu agradecer por estar flutuando. Eu não compreendia como podia estar respirando sem ar. 

Eu deveria ter me afogado.

A única saída da caverna estava bloqueada por uma imensa concha, cuja superfície cintilava em furta-cor, rosa e turquesa. Se a caverna era uma prisão, pelo menos tinha uma porta incrível. 

— Onde estamos? — a voz de Leo soou, chamando a minha atenção. — Onde estão os outros?

A expressão de Frank se transformou ao encarar o outro garoto.

— Os outros? — grunhiu Frank. — Não faço ideia. Até onde sei, somos apenas você, eu e Hazel aqui embaixo. Os caras cavalos-marinhos levaram Hazel há mais ou menos uma hora e me deixaram aqui com você. 

Bufei baixinho.

— Ei, eu também estou aqui.

Frank não parecia machucado, mas percebi que ele não estava mais com o arco nem a aljava, olhei para meus dedos e percebi que meus anéis não estavam mais ali.

— Eles nos revistaram — contou Frank. — Levaram tudo que pudesse ser usado como arma. 

— Quem? — perguntou Leo. — Quem são esses cavalos-marinhos...? 

— Caras cavalos-marinhos — esclareceu Frank, ainda não muito claro. — Eles devem ter nos pegado quando caímos no oceano e nos arrastaram para... o que quer que seja isto. 

Tentei me sentar, mas apenas acabei flutuando em uma posição estranha.

— Isso é bizarro — resmunguei.

Leo parecia perdido e eu quase senti pena dele.

— O monstro camarão. O Argo II... o navio está inteiro? 

— Não sei — disse Frank, em tom sombrio. — Os outros podem estar em apuros ou machucados ou... ou pior. Mas acho que você se preocupa mais com seu navio do que com seus amigos.

Fiz uma careta e cutuquei Frank, que me ignorou.

— Que idiotice...? — Leo retrucou.

Fiquei entre os dois, antes que começassem a brigar que nem garotos idiotas.

— Olha aqui, a gente não sabe direito onde estamos e se essas… Coisas, são inimigos ou não, eles tem a Hazel, ou seja, não é hora para vocês dois ficarem brigando que nem idiotas.

Leo desviou o olhar.

— Olha, cara... desculpe ter nos metido nessa encrenca. Eu causei a maior confusão. — Ele respirou fundo, o que pareceu estranho, considerando que a gente estava embaixo da água — Eu e Hazel de mãos dadas... não é o que você está pensando. Ela estava me mostrando um flashback do passado dela, tentando descobrir qual a minha conexão com Sammy. 

A expressão de raiva de Frank começou a se desfazer, substituída pela curiosidade. 

— Ela... vocês descobriram?

— Sim — falou Leo. — Bem mais ou menos. Não tivemos chance de conversar sobre o assunto depois, por causa do Camarãozilla, mas Sammy era meu bisavô.

Leo nos contou toda a história que tinha descoberto através das memórias do passado de Hazel. 

— Ah, cara — disse Leo quando chegou ao fim da história — estou me sentindo meio mal. Mas juro pelo Estige que foi o que vimos.

— Hazel... Hazel gostava do seu bisavô? É por isso que ela gosta de você? 

Fiz uma careta.

— Mais alguém aqui lembra que a Hazel tem tipo, treze anos?

Os dois me ignoraram.

— Frank, sei que isso é estranho. Acredite em mim. Mas eu não gosto de Hazel... não desse jeito. Não estou dando em cima da sua namorada. 

As sobrancelhas de Frank se uniram. 

— Não? 

Leo desviou o olhar, parecendo decidido a mudar de assunto.

— Certo, então... — Ele olhou à sua volta. — Precisamos de um plano. Como estamos respirando? Se estamos no fundo do oceano, não devíamos ser esmagados pela pressão da água?

Frank deu de ombros. 

— Magia dos cavalos-marinhos, acho. Eu me lembro do cara verde tocando minha cabeça com a ponta de um punhal. Depois disso, consegui respirar.

Leo examinou a porta de concha. 

— Você pode nos tirar daqui derrubando esta porta? Pode se transformar em um tubarão-martelo ou algo assim? Prim, consegue chamar aquele seu monstrinho de estimação?

Frank balançou a cabeça com tristeza. 

— Não consigo me transformar. Não sei por quê. Talvez tenham me amaldiçoado ou talvez eu esteja confuso demais para me concentrar.

Fechei os olhos e foquei em chamar Salazar, mas nada aconteceu.

— Também não consigo — resmunguei.

— Hazel pode estar em perigo — disse Leo. — Precisamos sair daqui. 

Ele nadou até a porta e correu os dedos ao longo da concha, ele parecia estar procurando uma maneira de abrir.

— Já tentei — falou Frank. — Mesmo que a gente consiga sair, estamos sem armas? 

— Humm... — Leo ergueu as mãos. — Será?

Arregalei os olhos quando o fogo surgiu entre os dedos dele. O fogo tomou seu braço e espalhou-se pelo corpo até que ele se viu completamente envolto em um fino véu de chamas.

Leo!  

Frank caiu para trás, como se estivesse tombando de um banco de bar. Em vez de correr para ajudar Leo, ele colou-se à parede para ficar o mais longe possível dele.

Fiquei entre os dois, sabendo como Frank tinha medo de fogo.

— Leo, apaga isso seu idiota!

Leo fechou os olhos e se concentrou, algum tempo depois, o fogo desapareceu e Frank parou de tentar atravessar a parede da caverna.

— Você... você está bem? 

— Sim — grunhiu Leo. — Obrigado pela ajuda. 

Revirei os olhos com o seu sarcasmo.

— Porque você sempre tem que ser tão babaca? — perguntei — Pelo amor dos deuses, um dia vai irritar a pessoa errada desse jeito.

Frank me encarou em um pedido silencioso para não o proteger.

— Me... me desculpe. — Frank disse, levantando — Eu só... o que aconteceu?

— É uma magia inteligente — explicou Leo. — Existe uma fina camada de oxigênio em volta da gente, como uma pele extra. Deve ser autorregenerante. É por isso que conseguimos respirar e ainda estamos secos. O oxigênio deu combustível ao fogo... só que aí o fogo me sufocou.

— Eu não... — Frank engoliu em seco. — Não gosto desse negócio de invocar o fogo que você faz. 

Leo começou a rir, o que me irritou.

— Cara, eu não vou atacar você.

— Fogo — repetiu Frank, como se essa única palavra explicasse tudo. 

Eu só queria sair logo dali.

— Me desculpe por ter rido — falou Leo, com sinceridade. — Minha mãe morreu em um incêndio. Eu entendo o medo do fogo. Hã... alguma coisa assim aconteceu com você? 

Frank parecia estar considerando o quanto revelar.

— Minha casa... a casa da minha avó. Pegou fogo. Mas é mais do que isso... — Ele olhou para os ouriços do mar no chão e então nós dois trocamos um olhar — Annabeth disse que eu podia confiar na tripulação. Inclusive em você. 

— Inclusive em mim, é? — Leo murmurou — Uau, que elogio. 

— Meu ponto fraco... — começou Frank, como se as palavras machucassem sua boca. — Existe um graveto... 

A porta de concha se abriu. 

Me virei, ficando cara a cara com o homem verde-pistache, que, na verdade, não era um homem. Agora que eu podia vê-lo com clareza, o cara era de longe a criatura mais estranha que já encontrei, e isso não era pouca coisa.

Da cintura para cima, era mais ou menos humano — um cara magro, de peito nu, com um punhal preso ao cinto e uma faixa de conchas cruzada no peito. Sua pele era verde e a barba, desgrenhada e castanha, e os cabelos compridos estavam presos para trás com uma bandana de algas marinhas. Um par de garras de lagosta se projetava de sua cabeça como chifres, movendo-se, abrindo e fechando.

Da cintura para baixo, as coisas ficavam mais complicado. Tinha as patas dianteiras de um cavalo verde-azulado, parecido com um centauro, mas na parte de trás seu corpo de cavalo se metamorfoseava em uma longa cauda de peixe furta-cor de uns três metros de comprimento.

— Eu sou Bitos — disse o homem verde — Vou interrogar Frank Zhang e Primrose Stuart. 

Sua voz era calma e firme, não permitindo discussão.

— Por que nos prendeu? — perguntou Leo — Onde está Hazel? 

Bitos estreitou os olhos. Sua expressão parecia dizer: Por acaso essa criatura minúscula acabou de falar comigo? 

— Você, Leo Valdez, irá com meu irmão. 

— Seu irmão?

Percebi que uma figura muito maior surgia atrás de Bitos, com uma sombra tão grande que preenchia toda a entrada da caverna. 

— Sim — disse Bitos, com um sorriso irônico. — Tente não irritar Afros.








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