Sobre o Soldado Invernal
Sarah não entendeu o que Bucky tinha tão urgente para contar antes que ela pudesse sequer pensar em contar para Matteo que eles iam precisar mudar. Ou que pudesse se preparar psicologicamente para ir para uma época em que tudo era diferente e ela não conhecia ninguém.
Talvez, estivesse ficando louca, mas se não era uma brincadeira de mal gosto (e Sarah achava que não era), então ela faria sem pensar para manter o filho a salvo.
Observando James andar de um lado ao outro daquela sala, passando as mãos pelo rosto e pelo cabelo, Sarah percebeu que havia algo de muito errado. Não com a situação, mas com ele. James parecia à beira de um colapso nervoso.
Coçando o pescoço que havia começado a pinicar novamente, Sarah respirou fundo.
-James? Está tudo bem com o Senhor?
-Que? Ah… - Ele não encarou ela, enquanto torcia os dedos, ainda andando de um lado ao outro. - Não.
Por fim, ele parou. Um metro os separava quando Sarah franziu a testa e inclinou a cabeça para o lado, sentada, com os pés na mesa de centro.
-O que aconteceu?
-Tanta coisa, Mia Principessa… - Bucky suspirou, enfim, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo e sentando na frente dela.
O olhar, Sarah percebeu, era o mesmo de quando eles se abraçaram naquele café da manhã onde Sarah havia descoberto que ele tinha uma prótese ao invés de um braço.
Prendendo a respiração, ela esperou, com expectativa, mas James não se moveu um centímetro enquanto encarava seus pés, mordendo o lábio inferior entre os dentes.
Sarah se inclinou para frente e, sem dizer uma única palavra, puxou a mão de Bucky, fazendo ele a encarar, enquanto ela o puxava para cima. Ele levantou e os dois se encararam.
-Você tem certeza que quer me contar sobre isso?
-Eu não quero contar. - Bucky fechou os olhos para que as lágrimas não caíssem. - Mas eu preciso, Sarah.
Sarah assentiu, puxando a mão dele levemente. Bucky abriu os olhos, sendo arrastado de volta para dentro do quarto dele. Sarah foi direto até a cama, tirando as sapatilhas e sentando no colchão macio. Bucky continuava em silêncio total e absoluto.
Sarah deitou na cama, a cabeça no travesseiro e os cabelos espalhados por ele. Ela esticou os braços, da mesma forma que fazia quando Matteo estava chateado. Para sua surpresa, Bucky aceitou o abraço e tirou os sapatos, deitando contra Sarah. Sua cabeça descansou sobre o peito da mulher, ouvindo as batidas do coração dela, enquanto sentia as unhas curtas de Sarah passearem por sua nuca.
-Quando estiver pronto, eu sou toda ouvidos.
Bucky assentiu.
Eles ficaram em um longo silêncio, enquanto Bucky tentava organizar as linhas de pensamentos. Não se via como uma vítima e, sinceramente, preferia começar falando sobre quem foi ou o que fez. Mas era com Sarah que ele ia conversar e, no fundo, estava em pânico de que ela saísse correndo de perto dele.
Então, resolveu que ia começar pelo começo. Talvez, assim, Sarah entendesse o que Steve vivia dizendo a ele, mesmo que o próprio Bucky não acreditasse nessas palavras.
-Você sabe que o Steve é o Capitão América e eu, o Sargento Barnes, certo? - A voz de Bucky saiu lenta e preguiçosa.
-Uhum. Sei.
-E sabe que eu caí de um trem e era para estar morto, certo?
-Sim, você falou.
Bucky ergueu a cabeça do peito de Sarah e a encarou. Os olhos dela estavam curiosos e cheios de compaixão, enquanto os de Bucky pareciam com uma tempestade em alto mar. Sarah adorou a coloração que eles atingiram naquele momento, mas guardou o comentário para si.
-Eu preciso que você acredite em mim, Sarah. Por favor. O que eu… O que eu vou contar… É pesado… E é a minha pior parte…
Uma lágrima desceu, teimosa. Sarah esticou a mão e limpou ela, sorrindo de leve.
-Eu prometi que não ia a lugar nenhum, lembra?
-É, mas você pode acabar sentindo medo de mim! E eu… - Bucky respirou fundo, fazendo uma pausa. - E eu não vou culpar você se… Se você sair correndo.
Sarah inclinou a cabeça para o lado. Bucky voltou a deitar a cabeça dele no peito dela, contando as batidas do coração de Sarah, enquanto pousava a mão na barriga dela. Os dedos de Sarah voltaram para a nuca e Bucky sentiu todo o estresse do dia ir de dissipando conforme as unhas provocavam um leve arrepio no homem.
-Eu caí do trem, naquela missão que eu disse para você. Só que… Bem, eu não morri.
-A Não ser que você seja um zumbi, eu percebi! - Bucky soltou uma risada muda contra o peito dela. - O que aconteceu, então?
Silêncio. A voz de Bucky saiu, pausada.
-Você lembra que a gente falou da Hydra, certo?
-Uhum.
-Eles me acharam, sabe? E… Bem, nesse acidente, eu perdi o braço. Eles meio que… Terminaram de tirar meu braço, sabe? E colocaram esse no lugar.
Silêncio. Sarah respirou fundo e murmurou um "Hmmm". Ela encarou o teto, esperando que Bucky continuasse.
-E aí, quando eu fiquei bem… Eu… Bem, o que eu tô tentando dizer é que eles tinham um projeto chamado "Soldado Invernal" e eles o aplicaram em mim.
Silêncio. Sarah torceu a boca, sentindo o tom de voz de Bucky. Ela piscou, afastando algumas lágrimas.
-O que era esse projeto?
-Através de seções de choques elétricos, lavagem cerebrais e… Um código implantado na minha cabeça…
Sarah franziu a testa, abrindo a boca, de leve, em surpresa. Tinha ouvido falar de tantas atrocidades que os alemães tinham feito com judeus, que não duvidava de mais nada. Ainda mais quando Bucky falava com tanta dor.
-E a sensação era… Quer dizer, você já teve a sensação de ter acordado, estar consciente, mas não conseguir se mexer ou dar nenhum comando para si mesmo?
Sarah assentiu. Não confiava na própria voz para falar. Tinha certeza que choraria antes que Bucky terminasse.
-Agora, imagina uma coisa, Sarah: Imagina se alguém conseguisse te deixar assim apenas por falar algumas palavras específicas. Mas imagina também, se você perdesse toda a sua capacidade de ter seu livre arbítrio e fosse obrigada a fazer qualquer coisa que esse alguém ordenasse, como um Soldado Perfeito.
Bucky ergueu o rosto do peito dela e a encarou. Os olhos de Sarah estavam marejados e ela tinha um vinco na testa. Bucky esticou a mão e jogou uma mecha do cabelo dela para trás da orelha, mordendo a boca para não chorar de novo.
-Entende? Ser obrigada a fazer qualquer coisa, Sarah… Qualquer uma. Eles mandavam e meu corpo obedecia, por mais que eu não quisesse, por mais que eu lutasse contra…
Uma lágrima desceu e Bucky percebeu o momento exato em que Sarah, enfim, entendeu o que era qualquer coisa. Ela arregalou os olhos, levemente, arfando, enquanto sentava de uma vez na cama. Bucky pulou para o lado e abraçou as pernas, sem encarar ela.
-Qualquer coisa?!
-Qualquer uma. Até mesmo, matar.
Silêncio. Sarah segurou o choro.
-E você matou?
-Matei. - Bucky deixou as lágrimas caírem. - Por anos, eu fiz tudo que eles mandavam. Eu tentava lutar em vão, eu… Todas as vezes que eu chegava perto de manter o controle sobre mim mesmo… Eles me levavam para as seções de choques e me "reiniciavam". Ou me colocavam em uma coisa chamada Criogenia, que é basicamente uma geladeira para pessoas…
Sarah tampou a boca com as mãos e o encarou, surpresa. Bucky continuou chorando enquanto falava. Agora que tinha conseguido tocar no assunto, não conseguia mais parar.
-Eu passei anos e anos, consciente, sem controle. Eu… Eu sei um por um, Sarah. Eu me lembro de todos eles e… Eu ainda tenho pesadelos com todos eles.
-Eles…?
Bucky hesitou, mas fechou os olhos e falou, de uma vez:
-Minhas vítimas.
Silêncio. Alpine miou em algum lugar do quarto.
-Eu… Passei muitos anos assim. Até que… Olha, é difícil explicar, mas… Depois de um tempo, eu parei de tentar resistir. Eu desisti, sabe? Achei que ia morrer sendo uma marionete nas mãos da Hydra. Eu não tinha esperança de um futuro. Os anos foram passando e eu sabia que as pessoas achavam que eu estava morto. O Steve, minha irmã… Qualquer outra pessoa que eu conhecesse… E aí, eu fui esquecendo as coisas, eu fui esquecendo de mim. Até que… Até que não existisse mais Bucky Barnes. Só existisse Soldado Invernal.
Sarah se remexeu na cama, mas Bucky não teve coragem de olhar. Não queria ver o medo, o julgamento, a pena…
-Mas, então… Me colocaram para lutar com o Steve e algo em mim despertou. Sabe? Aquele velho clichê do amor… Eu amava o Steve. Ele era o irmão que eu não tinha. Eu o reconheci, em parte. Eu só não lembrava como… Mas… Eles descobriram e me reiniciaram. E eu voltei a esquecer ele. E tudo de novo.
Sarah esticou a mão e pôs o cabelo dele para trás da orelha de Bucky, que estremeceu, violentamente, de susto. Os dois se encararam, em silêncio. Ela voltou a mexer na orelha dele, o rosto, repleto de lágrimas.
-E… Depois?
-Depois, me mandaram executar ele. E eu tentei, mas… O Steve fez com que eu me lembrasse dele e… Eu fugi e me escondi por alguns anos, na Romênia. - Bucky desviou o olhar quando falou novamente. - Eu juro para você, eu nunca mais matei ninguém. Eu me recusava a fazer qualquer coisa que me lembrasse esse outro cara…
-Soldado Invernal?
Bucky assentiu. As unhas de Sarah roçavam em sua pele. O peito de Bucky estava disparado e ele estava confuso. Por que já tinha chegado na parte da Romênia e Sarah ainda não havia se afastado?!
-Enfim, aí… Me acusaram de ter matado uma pessoa importante, mas era mentira. O Steve me achou, acreditou em mim e me ajudou…
Bucky fez um breve resumo dos acontecimentos a seguir: A Briga com Tony Stark, o plano do tal Zemo, a ajuda do Tchalla e da irmã dele, a luta em Wakanda e, por fim, como chegaram lá.
Foi honesto em dizer que, mesmo que Shuri tivesse tirado o Soldado de sua cabeça, as lembranças estavam lá e ele ainda se culpava por tudo. Falou do medo de perder a amizade dela e do Matteo e de como sentia que não poderia e não ia contar essa história para mais ninguém.
Quando finalizou, Bucky abraçou ainda mais os joelhos e enterrando a cabeça no vão entre eles, esperou que Sarah levantasse e saísse andando, ou que começasse a fazer acusações, qualquer coisa…
Menos que Sarah levantasse da cama e ajoelhasse na frente dele, puxando o rosto de Bucky e o encarando.
-Você não vai sair correndo?
-Sair correndo? - Sarah devolveu, em italiano. - Por que eu faria isso?
-Você ouviu algo do que eu disse, Sarah?! - Bucky levantou, se afastando de Sarah e indo até a janela, com raiva. - Eu sou um assassino!
Bucky exclamou, com raiva, enquanto observava as pessoas passando para cima e para baixo, na rua. Sua respiração estava acelerada e o coração batia com violência contra o peito. Alguns minutos de silêncio se fizeram presentes antes que Sarah suspirasse, tocando o ombro do homem.
Bucky se desvencilhou do toque dela, mas Sarah não deixou que ele se afastasse, o segurando pela blusa. Encarando o fundo dos olhos de Sarah, Bucky sentiu quando ela largou sua blusa e o puxou para um abraço. À princípio, o homem não correspondeu, confuso.
-O que foi, James?
-Como você pode não estar com medo?- Bucky indagou, se afastando de Sarah. - Eu disse que…
-Você matou pessoas. Eu sei. - Sarah se aproximou novamente. - Mas que eu saiba, você também disse que foi manipulado. Que fez tudo que fez contra sua vontade e que desde que "acordou", nunca mais tirou uma vida sequer, certo? Ou meu inglês está tão ruim assim?
-Olha…
-Me escuta, James…
Ele abaixou o olhar para ela e assentiu, de leve, enquanto Sarah puxava as duas luvas das mãos dele. Entrelaçando seus dedos, Sarah sorriu.
-Eu entendo que você nunca se perdoe por isso. Talvez, se eu estivesse no seu lugar, eu não me perdoaria também. Acontece que… Apesar disso, eu não tenho medo de você, James. E eu ouvi a história do começo até o fim e não importa o que você diga… Não era você.
-Era sim. - Bucky insistiu, engolindo em seco. - Foram as minhas mãos.
-Stai bene… Mas foi sua intenção? Você, James Barnes, quis matar algum deles?!
Bucky não respondeu de imediato. Mas, enfim, negou.
-Então… - Sarah sorriu, leve. - Eu não sinto medo de você. E eu Não vou a lugar algum, lembra que eu prometi?
Bucky assentiu. Sarah respirou fundo e continuou falando.
-Você não me julgou e nem me julga por eu ser mãe solteira, por trabalhar em um bordel ou morar com um filho pequeno em um Hotel. Você não fechou os olhos e deixou me estuprarem ou me assediarem… Você me defende e me protege, Bucky, porque é meu amigo e me entende. Por que eu não faria a mesma coisa com você?
As lágrimas que Bucky ainda lutava para não deixar cair, finalmente vieram. Envolvendo Sarah em um abraço, Bucky deixou que todas as barreiras caíssem novamente conforme o alívio inundava o peito dele. Sarah não havia fugido. Não tinha olhado para ele como se ele fosse um monstro. E estava alí…
Não sabia por qual motivo se importava tanto com a opinião de Sarah ou por qual motivo não queria se afastar dela, mas agradeceu a qualquer divindade existente por isso.
De novo, Bucky perdeu a noção de quanto tempo ficaram abraçados, mas foi o suficiente para curar todas as feridas que sangraram novamente ao serem cutucadas. Então, extremamente sem graça, Bucky se soltou de Sarah e andou até o banheiro, usando a pia para lavar o rosto. A mulher o seguiu, parando na porta, o observando atentamente.
-O Senhor vai ficar bem?
Bucky olhou sobre o ombro e sorriu, verdadeiramente.
-Vou, sim. Aliás… Achei que já tivesse pedido para parar de me chamar de "Senhor".
-Você é mais velho que eu. Foi isso que minha educação me ensinou.
Bucky pegou uma toalha e enxugou o rosto, bufando.
-Eu Não sou tão mais velho que você! - Bucky retrucou, encarando ela. - E também não vejo você chamando o Steve de senhor e ele é tão mais velho quanto eu!
-Eu não tenho motivos para irritar ele, mas te ver irritado é legal!
Bucky revirou os olhos e andou até a frente de Sarah, esticando o braço e envolvendo o pescoço da mulher em um abraço, ao mesmo tempo que ele beijava a testa dela.
-Obrigado.
Sarah não respondeu, mas também, não precisou. Apenas sorriu e, se inclinando para frente, depositou um beijo demorado na bochecha de Bucky, o que fez o homem ficar instantaneamente vermelho.
-Vou conversar com o Matteo, está bem?
-C-Claro…
-Tchau, James.
-Tchau, Sarah.
Parado, igual a um bobo, Bucky observou Sarah sair do quarto. O sorriso que ele tinha o deixou com as bochechas dormentes, mas ele não se importou. Naquele momento, estava verdadeiramente feliz. Como não se sentia há muitos anos…
-O Sorrisinho dele…
Bucky quase infartou de susto e chegou a soltar uma exclamação ao ouvir a voz de Sam, que tinha acabado de entrar no quarto, com Alpine no colo e Steve em seu encalço.
-Ah… - Bucky tentou disfarçar o constrangimento, pigarreando e o encarando. - É que por alguns minutos eu esqueci da sua existência!
-Bucky… - Steve franziu os olhos para ele, controlando a vontade de rir. Por fim, apenas pigarreou também. - Enfim, se resolveu com a Sarah?
-A gente conversou. - Bucky voltou para dentro do banheiro, se trancando lá, apenas para que nenhum dos dois visse o rubor escarlate em suas bochechas.
-E…?
-E tá tudo bem. Agora ela sabe do Soldado… Enfim, quando vamos embora?
Steve encarou Sam, que levou alguns segundos para perceber que eles falavam com ele e esperavam uma resposta. O homem deu de ombros, encostando na porta do banheiro, para Bucky ouvir a resposta.
-Eu posso, literalmente, dizer daqui a cinco minutos. Mas segundo o cara da capa vermelha, eu preciso que vocês estejam reunidos amanhã, ao meio dia. Acham que conseguem? Ah, e o mais importante: Não falem para ninguém! Nem para a minha bisavó! Simplesmente estejam aqui!
-Você vai levar quanto tempo por lá? - Steve questionou, sério.
-Uma semana, mais ou menos. - Sam sacudiu os ombros. - Não é como se fizesse diferença, né?
Bucky abriu a porta do banheiro e encarou o relógio no pulso, percebendo que já estava na hora do trabalho. Anunciou que ia ver se Sarah ir também e se despediu deles.
Sam franziu a testa e encarou Steve.
-Eles trabalham juntos?
-Aham. No bordel, no final da rua.
Sam engasgou com o ar e arregalou os olhos, enquanto Steve aplicava um sonoro tapa entre as omoplatas do homem.
-Aquela menina é…?
-Cozinheira! - Steve corrigiu. - Eu também achei que ela era quando a conheci, mas ela é só uma ótima cozinheira.
-Ah… - Sam esfregou o rosto, rindo. - E deixa eu advinhar? Ele não tá aproveitando o fato de que trabalha lá porque tá apaixonadinho?
Steve concordou. Eles fizeram uma pausa. Então, Sam suspirou e ergueu a manga do casaco, mostrando o dispositivo onde ele determinava o lugar, dia e hora para onde ele ia viajar.
-Eu preciso ir agora… Preciso contar que vocês vão voltar, que vão trazer as meninas e o menino… E tenho que arranjar um traje para a gatinha! Deus… Acredita que se não fizermos isso, o cabeça oca vai cismar que não vai deixar ela para trás e estragar tudo?!
Steve riu, sonoramente, concordando.
-Ele está apaixonado pela gatinha, Sam… Mas ela é uma gracinha mesmo! Enfim… Até amanhã, então?
Sam assentiu e riu.
-Até semana que vem, Steve!
Trocando um abraço, Steve deixou que Sam acionasse os botões e sumisse, viajando pelo tempo. Enquanto encarava a parede branca do quarto, Steve suspirou, esfregando o rosto e a barba densa com as mãos, sentindo o atrito dos pelos nas palmas.
Não conseguia acreditar que ia para o futuro novamente. Que ia encontrar Natasha com um bebê! Um bebê chamado Steve… Ele sorriu amplamente. Nunca imaginou isso mas já estava ansioso para conhecer o mini-Steve.
Sentou na cama e quando estava prestes a deitar para descansar, Alpine pulou em seu colo, esfregando a cabeça e o corpo no corpo do homem, enquanto ronronava e miava, alto.
-Oi, gatinha… É, Alpine.. Até você volta com a gente. - Acariciando o pelo fofinho e branquinho, Steve deu de ombros. - Você deve gostar mais de lá, sabe? A ração é melhor e costuma ter muito brinquedinho para gatos… E eu tô falando com um gato! Meu Deus…
Alpine miou e pulou no pescoço dele, esfregando o focinho na orelha de Steve, que riu e começou a lutar para tirar a gata de cima de si.
-Espero que eu não tenha perdido meu namorado para uma gata!
Steve estremeceu de susto e encarou Lucy, que tinha acabado de entrar no quarto, fechando a porta atrás de sí. Steve franziu a testa, pendendo a cabeça para o lado, confuso.
-Como entrou aqui?
-Até amanhã, eu sou a dona do Hotel, bobinho!
Lucy caminhou até Steve e sentou, delicadamente, em cima de seus joelhos, esfregando as unhas recém pintadas de vermelho vivo em sua nuca, sem separar seus olhares.
-Lucy, escuta… Eu sei que você está animada com a idéia de ir para o século XXI, mas… Não vai ser um paraíso! E a gente está indo para salvar a…
-A Sarah e o Matteo. Eu sei. - Lucy sorriu. - Não se preocupa, Steve. Não vou encarar isso como férias.
Steve assentiu e a beijou, carinhosamente, na testa. Alpine pulou do colo do homem e deixou mais espaço para Lucy. Assim, depois de alguns minutos de conversa, Steve puxou Lucy para a cama, onde eles deitaram abraçados e conversando sobre as coisas que ela veria no século XXI, até que o assunto acabasse e ficassem em silêncio.
Deitada sobre o peito de Steve, Lucy sentia o quão agitado o homem estava enquanto passava as mãos grandes pelas mechas curtas de cabelo da mulher. Sentia o abraço forte e seguro. Sentia o carinho que ele tinha por ela… Como não confiar?
Erguendo de leve o queixo, observou o homem, distraído, que encarava o teto, pensando. Steve Rogers era um puta homem bonito e era todo seu.
Finalmente, olhando para baixo, Steve percebeu o sorriso abobalhado e os olhos brilhando. As bochechas coradas. A expressão feliz. Ele franziu a testa, confuso, enquanto ajeitava o corpo grande na cama, abraçando Lucy.
-O que foi, meu bem?
Lucy ficou instantaneamente vermelha e deu de ombros, desviando o olhar. Steve sorriu. Um sorriso bobo, ele sabia. Mas é que amava ver Lucy constrangida e saber que, muito provavelmente, era porque ela estava babando por ele, o deixava feliz e com borboletas em seu estômago.
Incontestavelmente, Steve Rogers era um bobo apaixonado, boiolinha e rendido pela namorada e não tinha vergonha alguma de admitir isso.
Puxando Lucy pelo queixo, Steve a beijou calmamente por longos minutos. Cada beijo mais profundo, intenso, longo. Não demorou muito tempo para que as mãos de Steve passeassem pelo corpo de Lucy, arrancando leves suspiros de satisfação e sorrisos bobos.
Então, no meio de um beijo, enquanto lutavam para recuperar o fôlego, Lucy sorriu e Steve sabia que estava ferrado. Completamente ferrado.
Sem tirar os olhos de Steve, Lucy levantou meio corpo e sentou sobre o quadril de Steve, uma perna de cada lado, se abaixando sobre ele. Steve fechou os olhos, com força, sorrindo, enquanto sentia os lábios de Lucy descendo beijos molhados e quentes por seu peito ao ir abrindo, lentamente, os botões de sua camisa. Sorrindo de uma forma mais tentadora ainda, Lucy desabotoou o último botão e rebolou para frente e para trás, fazendo com que o volume entre suas pernas se tornasse cada vez mais evidente.
Havia algo primitivo, quieto e silencioso, que sempre despertava no íntimo de Lucy todas as vezes que Steve a desejava. Talvez, fosse o tempo em que o amou em silêncio que gritasse para que Lucy não perdesse mais tempo e o desejasse de volta.
Sem perder tempo ou dizer qualquer palavra, o homem sentou na cama, puxando Lucy pelo quadril, com força e a arrancando um gemido leve ao correr os dentes pelo pescoço exposto.
-O Matteo…?
-Com a mãe e o Bucky… - Lucy informou, fraca, puxando os fios loiros entre sua mão. - Depois, se eles forem trabalhar, a Berta.
Não era o caso. Bucky voltou minutos depois para pegar o casaco que havia esquecido, mas não chegou a passar da sala ao perceber o momento de intimidade dos dois. Sem coragem de atrapalhar, Bucky deu meia volta e voltou para o quarto de Sarah, passando o resto da noite por lá.
Steve assentiu, então, ao ouvir a resposta, subindo a blusa de Lucy pelo corpo dela e a admirando, encantado, quando a peça de renda azul foi revelada. Sua mão grossa e grande subiu pela barriga dela, puxando o sutiã para cima e sendo espalmada sobre o peito de Lucy. Um gemido chegou aos seus ouvidos assim que seus dedos se concentraram no mamilo sensível dela, enquanto sua boca dava atenção ao outro.
Lucy jogou a cabeça para trás, deixando que Steve fizesse o que queria até certo ponto, quando o aperto entre suas pernas já era tanto, que só de balançar o quadril, ela já sentia o alívio se instaurar, da mesma forma que Steve lutava para não atingir um orgarmo alí mesmo.
Queria chegar no ápice dentro dela.
Com pressa, Lucy arrancou o próprio sutiã, fazendo Steve entender o recado e sair debaixo de Lucy para ir até o banheiro, pegar camisinha e se livrar da calça. Quando voltou, Lucy o aguardava, apenas com uma calcinha, o que fez Steve sorrir.
-Boa garota!
-Sei ser má também, Stee… - Lucy sorriu, pulando no colo dele e o beijando.
-Eu sei… - Steve a jogou na cama e, com certa brutalidade, a puxou para a beirada, abrindo as pernas da mulher. - Mas preciso que seja uma boa garota agora.
Lucy mordeu a boca ao sentir a boca de Steve sobre o pano que ainda a cobria. Mas antes que ele pudesse sequer pensar em fazer qualquer coisa, Lucy sentou, obrigando Steve a recuar.
-Que foi, amor? Te machuquei?
-Não sou feita de vidro, Homem! Eu só… - Lucy lambeu os lábios e o puxou pela mão, fazendo Steve ficar em pé, na sua frente. - Fica quieto, tá?
Steve assentiu, vendo Lucy prender o cabelo curto para trás com um elástico do pulso. Mordeu a boca em expectativa, enquanto ela puxava a cueca para fora do seu corpo, arranhando as unhas sob a pele clara de Steve.
O pegando entre as mãos e brincando com a extensão de Steve, Lucy o encarou nos olhos ao mesmo tempo que o aproximava da boca, o lambendo. A primeira reação de Steve foi fechar os olhos e se segurar na parede. O coração batia descompassado e sua intimidade pulsava na mão de Lucy. Ele estava perto, de forma que não precisou de muito esforço para se desmanchar em prazer após sentir a boca de Lucy em si.
Visando se recuperar, já que ainda queria possuir a mulher toda para si, naquela noite, Steve voltou a posição em que estava anteriormente, ajoelhado na frente de Lucy, subindo beijos pelas duas pernas dela. Ajoelharia perante Lucy todas as vezes que fosse preciso.
Lucy arqueou o quadril, mordendo a boca, para evitar o gritinho surpreso ao sentir a boca de Steve segurando o pano de sua calcinha entre os dentes. Ele a puxou, lentamente, para fora do corpo, deixando que a mulher se ficasse mais arrepiada ainda ao sentir a barba grossa percorrer sua pele sensível.
Sua língua não demorou a entrar em contato com toda a umidade quente e convidativa que tanto ansiava para entrar. Os dedos foram direto ao ponto de prazer de Lucy, ao mesmo tempo que sua boca fazia o que ele queria e que sabia que ela também.
Lucy não conseguia controlar os gemidos, enfiando o rosto entre os travesseiros da cama de Steve. Claro que, as vezes, não queria dar moral a Steve e o fazer perceber que tinha ela na palma de suas mãos. Ou naquele caso, língua.
Mas Lucy era sensível a qualquer coisa que ele fizesse, como se seu próprio corpo reconhecesse os toques do antigo Capitão América e derretesse em resposta.
Puxando o cabelo macio e relativamente longo entre seus dedos, Lucy sentia o prazer se acumular a cada segundo mais, conforme Steve sugava, lambia, mordiscava… O desgraçado sabia muito bem o que fazia e Lucy não sabia se amava ou odiava isso, ainda mais quando seus dedos escorregaram pela superfície encharcada e adentraram a mulher.
Segundos depois, o corpo inteiro de Lucy se retesava, para no instante seguinte, relaxar em ondas que reverberaram pelo seu corpo inteiro. Talvez Lucy tenha gritado, mas a verdade, é que nesses momentos, perdia o controle de seu próprio corpo, que virava apenas de Steve para fazer o que bem entendesse.
Colocando a proteção, Steve encarou Lucy, quase com uma pergunta muda, que ela entendeu de imediato. Puxou Steve para a cama e o deitou, afinal, eles não tinham muito espaço. Subindo pelo quadril novamente, Lucy deixou que a intimidade de Steve escorregasse para dentro de si, a preenchendo.
Não só com o membro dele, mas com o amor e o carinho que Steve não demorou a demonstrar, a beijando, enquanto jurava amor no pé do ouvido dela. Um amor que ele cumpria no dia a dia e que fazia Lucy o querer mais e desesperadamente.
Enquanto seu quadril subia e descia pela extensão embaixo de si e observava Steve morder a boca e revirar os olhos, apertando sua cintura, Lucy tomou coragem.
Afinal, aquele era o momento perfeito, não era? Ela estava prestes a mudar de vida, sem saber o que viria a seguir… Estava confiando cegamente nele, nos amigos dele, e no possível futuro que teriam juntos. E Lucy nunca tinha tido tanta certeza quanto naquele minuto, quando os olhos castanhos encontraram os azuis e Steve sorriu, entre um gemido ou outro, entrelaçando as mãos deles.
Lucy respirou fundo, parando os movimentos de encontro ao quadril de Steve, fazendo com que ele levasse algum tempo para a encarar e perceber que ela não estava apenas o provocando. Ela tinha uma expressão estranha no rosto, quase nervosa. Sentando, Steve a abraçou, as duas mãos mantendo Lucy próxima a si, enquanto a analisava.
-Eu te machuquei?
-Que? Não! Não é isso…
-Hmmm.. - Steve lutava para prestar a atenção nela, não na sua situação incômoda e dolorida de sua intimidade. - Então, o que foi, Minha Pequena? Você está com uma carin…
-Eu amo você.
Lucy interrompeu Steve, que calou a boca e arregalou os olhos, surpreso. Esperava qualquer coisa, menos um "Eu amo você". Não naquele minuto. Não naquela hora. A encarou.
-Eu realmente amo você e não estou dizendo isso só porque você me dar prazer ou, sei lá, faz qualquer coisa que eu peço ou… Bem, não sei. - As mãos de Lucy acariciaram a nuca dele, enquanto ela observava os olhos azulados se tornarem mais intensos e brilhantes. - Amo o que você é, a forma como age e me trata e… O jeito como enxerga o mundo e se sacrifica por ele e eu precisava que você soubesse, Steve, antes que voltássemos para um século onde, claramente, sua atenção vai estar dividida e, por mais que eu seja meio egoísta com você, eu entendo e, juro, não vou ser namorada chata contanto que você tenha, ao menos, dez minutos por dia para mim! Eu só… Só amo você. E quero que saiba que… Eu vou estar sempre aqui para você. - Pausa. - Você está chorando?!
Steve estava. Não um choro compulsivo. Eram apenas algumas lágrimas em seus olhos fazendo graça, mas ainda assim… O peito de Steve doía naquele minuto e ele tinha certeza que era pela intensidade do que sentia por aquela mulher que estava entre seus braços.
Suas bocas se colaram até que Steve pudesse raciocinar novamente e sorrisse, tão amplamente, que suas bochechas doeram.
-Eu amo você também. Eu amo tudinho em você e no jeito como a gente se relaciona. - Steve respirou fundo, já que não era fácil despir suas camadas e se revelar tão profundamente. - Você me acalma, Lucy. Me deixa feliz, ansioso e nervoso e… Tá, tudo bem. Acho que eu mimo demais você …
Lucy soltou uma risada alta e se acomodou melhor sobre o colo de Steve, o acomodando em si e o sentindo voltar a tomar forma, conforme o homem falava e a encarava.
-Mas eu faria tudo que você pedisse porque eu sou grato a Deus por ter posto você, meu amor, na minha existência. E eu… Eu amo você demais.
Lucy desviou o olhar para que Steve não visse as lágrimas em seus olhos. Não era um discurso. Mas considerando que o pegou de surpresa, em um momento em que era a outra cabeça de Steve que funcionava, era a coisa mais linda que já havia ouvido.
Deitando Lucy embaixo de Si, Steve passou a demonstrar todo o carinho que sentia, todo o amor. Prendeu as mãos dela no alto de sua cabeça e, enquanto Investia com o quadril, calmamente, mas seguro e firme, Steve levou a boca ao ouvido dela, murmurando, além de palavras doces, palavras que deixaram o corpo de Lucy pegando fogo, prestes a explodir.
O fato de não conseguir tocar Steve só deixava Lucy mais excitada e animada e, com algumas estocadas mais rápidas, já que o próprio Steve não estava mais aguentando, ela se desfez em prazer, em um orgasmo forte. Sentir Lucy se contraindo ao redor dele, ao mesmo tempo que ouvia os gemidos dela, fez Steve se descontrolar e investir mais fundo e com mais força.
Lucy estremeceu mais uma vez, sentindo que poderia desmaiar de cansaço ou prazer alí mesmo. A cabeça tombou para trás ao mesmo tempo que Steve, enfim, urrava de prazer contra o travesseiro e a apertava contra si, explodindo dentro do preservativo em jatos longos e quentes, como aquela noite.
Ao se recuperarem, Steve e e Lucy não precisaram dizer nada, afinal, já haviam dito mais do que planejavam. Apenas se abraçaram, com força, e em minutos, dormiam calmamente e satisfeitos.
Ooie, Gente! 💖
Em primeiro lugar...
ATINGIMOS 2K DE VISUALIZAÇÕES ❤🥰🥰💫💕 E, por coincidência, de novo, eu trouxe um hot da Lucy e do Steve (aposto que quase infartei todo mundo com aquela foto né kkkkkk) que eu amei escrever hehehe Eles são tão fofos! 🥰
Fora que a Sarah e o Bucky, gente... Eu não sei lidar com a fofura desse casal! ❤👉🏻👈🏻🥺 Eles são perfeitos e a Sarah é um amorzinho tão grande ❤🥰
Espero que tenham curtido esse capítulo, viu? Até o próximo!
Beijos! 💋💋
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