O início de uma nova vida.
-Então…
Bucky tirou a jaqueta preta que vestia e esticou no cabideira, observando Steve tirar os tênis e erguer a cabeça para ele.
-Então o que?
-Quem é Lucy?
Steve deu de ombros, tirando a jaqueta também, mas colocando na cama, embolada. Bucky tirou os sapatos, esperando uma resposta.
-A moça da recepção, ué.
Bucky sentou na cama e tacou o travesseiro na cara do melhor amigo, com força. Steve reclamou e jogou de volta, como se fosse um escudo. Bucky o pegou no ar, com a mão de vibranium.
-Isso eu vi, seu idiota! - Bucky ajeitou o travesseiro e deitou na cama macia. - De onde vocês se conhecem?! É isso que eu quero saber!
Steve ergueu o olhar e encarou Bucky, sério.
-Você não lembra?
-Não. Deveria?
-Ela é a enfermeira que cuidou da gente quando voltamos daquela missão de resgate que fiz por contra própria. Lucy… Ela te deu um soco na cara sem querer.
Bucky franziu a testa pensando. Então, seu rosto se iluminou, se lembrando.
-Ah! Não creio! Aquela que o batalhão todo disse que estava com inveja da Peggy por sua causa?
Steve ficou vermelho e levantou da cama, indo até a portinha do banheiro e fechando, murmurando que não lembrava desse fato.
Encarando o teto, Bucky ficou se perguntando como Lucy não lembrou dele… Mas na verdade, ele também não lembrava dela, então, estava tudo bem.
Repassou as últimas horas em sua cabeça, ajeitando o travesseiro e soltando os cabelos. Não parecia que tinham apenas algumas horas que venceram Thanos e voltaram no passado…
Na verdade, só aquele pouco tempo no passado tinha sido tão intenso, que pareciam dias. Bucky não voltaria, por ele. Olhou na direção do banheiro e suspirou. Esperava que Steve também não quisesse voltar.
Dez minutos depois, Steve desocupou o banheiro e Bucky venceu a preguiça, levantando da cama e entrando a seguir. Tomou um banho quente e demorado o suficiente para relaxar.
Amarrou a toalha na cintura e observou os longos cabelos molhados, os penteando para trás, com os dedos, em frente ao espelho. Talvez, se fosse ficar por alí mesmo, devesse cortar e aparar a barba.
Depois, os prendeu com os dedos, tentando simular o corte do cabelo. O rosto ainda era parecido, embora mais velho e magro. Se Lucy lembrou de Steve, alguém podia lembrar dele, certo?
Se enxugou e vestiu as roupas, ainda pensando sobre o assunto, quando abriu a porta do banheiro.
-O que você acha? Eu corto ou não?
Steve tirou os olhos do teto do quarto e encarou Bucky, confuso.
-O que?
-O que, Steve?! - Bucky ergueu uma sombrancelha. - Meu cabelo, né?!
Steve o analisou e deu de ombros.
-Não sei. Você quer cortar?
Bucky deu de ombros, se jogando na cama e enfiando a cara no travesseiro, falando abafado.
-Não sei. Acho que eu ia ficar muito igual ao que eu era, né? Enfim… Vou ver isso amanhã.
-Boa idéia.
-Steve…
Steve ergueu a cabeça do travesseiro e o encarou, curioso.
-Que?
-É impressão minha ou você conseguiu o quarto de graça?
-Uhum…
-Ainda tem coragem de dizer que ela não queria você?
-Vai dormir, Stronco!
-É Stroncoso! - Bucky bufou, revirando os olhos. - Mulher nojenta! Deus… Se me chamar assim de novo, vou te bater!
Steve começou a rir, mas a seguir, virou para o lado e dormiu em alguns minutos. Bucky não. Estava agitado e ansioso demais para saber onde ia ficar a partir do dia seguinte para conseguir fechar os olhos e dormir.
Ficou vendo a noite passar, alternando entre a cama, o banheiro e a janela do quarto de hotel. Steve roncava igual a um porco, largado na cama, o que fez Bucky ter que sufocar ele com um travesseiro umas duas vezes durante a noite.
E quando, enfim, achou que ia conseguir dormir um pouco, escutou algumas batidas na porta, ficando em alerta. Depois, relaxou. Não tinha ninguém para perseguir eles, só devia ser a camareira ou até Lucy.
Cutucou Steve com o pé, o acordando. Aa batidas não pararam e Lucy chamou por Steve logo depois.
-Você não podia atender? - Steve reclamou, enfiando uma blusa, ao mesmo tempo que jogava o casaco e as luvas para Bucky.
-Ela está chamando por você, não por mim, Stee.
Steve revirou os olhos e saiu do quarto, andando o pequeno corredor até a sala. Abriu a porta. Lucy sorriu, com uma bandeja de café da manhã, na porta.
-Bom dia, Capitão!
-Shhhh! Aqui, não! - Steve pediu, dando passagem para ela e fechando a porta. - Mas, Bom dia!
Lucy apoiou a bandeja de café na mesinha de centro e apontou, empolgada.
-Achei que vocês podiam estar com fome, então, catei isso na cozinha. Espero que eu não tenha acordado vocês. É que eu acordo cedo e como vocês eram do exército…
-O Bucky estava acordado. - Steve esfregou o rosto, colocando um pouco de café em uma xícara. - Eu achei que você era enfermeira.
Lucy sentou na cadeira e o encarou, curiosa. Nenhum dos dois reparou em Bucky, atrás da porta do quarto, os observando com um pequeno sorriso.
-E eu achei que você tinha morrido em 1945. - Lucy acusou. - Você está mais velho… Como isso é possível? E espera… Você falou Bucky?! O Bucky, seu amigo?! Ele morreu, não morreu? Ai, eu não estou entendendo mais nada!
Steve e Bucky trocaram um longo olhar, cheio de significado. Steve pediu um minutinho e se trancou dentro do banheiro com Bucky, falando baixo.
-Steve, achei que a gente tinha dito que não podia alterar nada!
-Não vamos alterar…
-Tá. - Bucky bufou. - Suponhamos que você conte que somos do passado e fomos congelados até o futuro. Vivemos lá por anos e então, retornamos. Quanto tempo você acha que temos até ela nos internar em um sanatório?! E você confia tanto assim nela?
Steve ponderou. Confiava. Confiava porque Lucy foi uma das amigas que Steve perdeu quando ficou congelado. Eles se aproximaram bastante depois da morte de Bucky. E Steve confiava, sim.
Expôs isso só para receber um olhar incrédulo de Bucky, que bufou e assentiu.
-Okay, mas você sabe o que contar a ela significa, não sabe?
Steve pensou durante algum tempo. Sabia. Significaria que eles ficariam no passado.
-Tudo bem para você?
-É óbvio! - Bucky teve que controlar a vontade de gargalhar de felicidade e abraçar Steve. - E para você?
Steve assentiu, sorrindo de leve. Um sorriso triste, enquanto tirava uma correntinha do bolso e encarava um cordão com um pingente de flecha e um pedacinho quebrado da armadura de Tony.
-Não tenho motivos para ficar lá, Bucky. Só tinha ao Sam, mas… Se ele entendeu e você vai ficar onde eu ficar, Então… Enfim.
Bucky assentiu. Esperou Steve sair do banheiro para dar um soco no ar e sorrir.
Sem mais olhares tortos. Sem mais julgamentos e medos primitivos. Sem mais o medo de ser capturado e ser forçado a fazer tudo de novo.
Claro que não esqueceria os traumas e nem voltaria a ser o Bucky Barnes antes da Guerra. Mas seria o James. E isso já era alguma coisa. Se controlou e saiu do banheiro, achando uma Lucy totalmente diferente do que achou que acharia, enquanto ouvia o relato de Steve.
Ela estava com uma expressão incrédula, mas animada. Os olhos chegavam a brilhar ouvindo sobre como Steve se adaptou ao século XXI.
-Hm… Eu acho que vou dar uma volta por aí, tudo bem? - Bucky avisou passando pelos dois.
-Não quer comer? - Lucy ofereceu a bandeja.
Bucky deu um meio sorriso e acenou que sim, pegando uma maçã vermelha e indicando a saída com a cabeça. Steve assentiu, pedindo para ele tomar cuidado.
-Eu só vou dar uma volta, Steve! - Bucky revirou os olhos. - Em vinte minutos, eu estou de volta!
-Tá! Vai logo! - Lucy reclamou, virando para Steve. - Então, quer dizer que existem computadores?! E o que eles fazem?
Steve deu um leve risada, ficando vermelho com o olhar que Bucky o direcionou, antes de fechar a porta e sair para o corredor.
Foi caminhando sem pressa pelos corredores do Hotel até chegar na recepção. Uma mulher negra e com um cabelo cheio de cachinhos para o alto o encarou, pegando uma ficha.
-Hey, veio encerrar a conta?
-Ah… - Bucky coçou a nuca. - Não. Só vou precisar sair por alguns minutos.
-Okay. Quarto e nome, por favor.
Bucky assinou com o mesmo nome que deu anteriormente: James Sebastian Stan. Depois, saiu para fora do hotel, parando na porta e sentindo a brisa fresca da manhã, contra sua pele e cabelos.
Até o cheiro do ar era diferente, mais leve e fresco. As pessoas corriam de um lado ao outro das calçadas conversando entre si.
Bucky olhou ao redor. Há anos não fazia idéia do que era liberdade. Estava até tonto e assustado sobre o que fazer a seguir e, apenas por um milagre, não entrou de volta no hotel.
Verificou a metade do dinheiro no bolso, já que deixou a outra metade no quarto, caso Steve precisasse. E decidiu ir tomar um café em uma cafeteria. Afinal, precisava conhecer o bairro e saber onde era mais perigoso para ficar e ser reconhecido.
Andou calmamente por várias ruas até achar uma cafeteria cheia, onde se misturaria à multidão. Passou os minutos seguintes saboreando um delicioso café com creme e um Donut com cobertura de creme de morango e chantilly.
Então, resolveu voltar para o hotel e saiu pela mesma porta que entrou, observando as vestimentas das pessoas ao redor. Realmente, ia sentir falta das roupas do século XXI. Eram melhores e mais discretas, mas…
Vestimenta era o menor dos seus problemas.
-Ragazzo!
Bucky parou, olhando ao redor e achando Matteo correndo em sua direção com uma bola debaixo do braço. Bucky sorriu e esperou o menino chegar perto.
-Oi, Bambino! - Bucky cumprimentou, descabelando os cabelos de Matteo. - Como está sua perna?
-Bem, Signore! Eu esqueci de perguntar seu nome…
Bucky ponderou um segundo e pigarreou.
-Meu nome é James Stan.
-Che Bel Nome! - Matteo esticou a mão, como um homenzinho e apertou a de Bucky. - Sou o Matteo D'Angello. O Signore está indo para lá?
Bucky concordou. Matteo sorriu.
-Eu moro para lá! In un albergo!
Bucky ergueu as duas sombrancelhas, surpreso.
-Você mora em um albergo?
-Aham.
-Hotel?
-Sí, Signore . - Matteo confirmou com a cabeça, batendo a bola no chão. - No…
Matteo franziu a testa, tentando lembrar o nome do Hotel. Bucky respirou fundo e o encarou.
-Dix's Hotel?
-Sí! - Matteo exclamou, animado. - Conhece?
Bucky assentiu, comentando que estava hospedado por lá também.
Maa na verdade, não chegou a ouvir a resposta de Matteo, porque estava pensando no tipo de índole de Sarah, já que ela trabalhava em um bordel, estava hospedada em um hotel e deixava a criança solta… Pelo amor de Deus, será que Matteo tinha pai?
Depois, se corrigiu. Ele não tinha nada a ver com isso e podia ser uma ótima mãe, apesar da sua profissão. Estava sendo babaca e machista.
-Sua mama está onde? - Perguntou, de repente.
-Ela deve estar trabalhando agora.
Bucky franziu a testa. Trabalhando até aquela hora da manhã?!
-Hm… Ela sabe onde você está, Matteo?
Matteo fez uma careta culpada e coçou a nuca, negando.
-Eu não contei que ia sair… Porque mia mama não ia deixar.
Bucky arregalou os olhos. Sua cabeça traumatizada olhou ao redor, procurando qualquer pessoa que pudesse achar que ele estava sequestrando o menino.
Manteve a calma. Não havia ninguém reparando neles e Bucky não estava fazendo nada demais.
-Não seria melhor você voltar, Bambino? Sua mãe deve estar muito preocupada!
-Ah, o Signore tem razão! Eu estava mesmo!
Tanto Bucky quanto Matteo se estremeceram de susto e encararam Sarah, parada atrás deles, com um avental e florido e os cabelos ondulados presos de qualquer maneira para trás.
Matteo tentou se esconder atrás de Bucky, mas ele chegou um passo para o lado ao mesmo tempo que Sarah o pegou pelo braço, dando um tapa na bunda dele.
Bucky mordeu a boca, olhando para o céu azul e controlando a vontade de rir.
-Quantas mil vezes eu já não disse que não pode sair sem avisar à mim ou a sua tia?! - Sarah falava rápido e em italiano. - Você vai ficar de castigo se fizer isso novamente! Está me entendendo, Matteo?!
-Mama! Para!
-Não! - Sarah agachou na frente dele e o fez olhar para ela. - Sabe como eu fiquei quando vi que não estava no quarto, Matteo?! Eu quase morri!
Sarah ergueu o olhar para Bucky e continuou falando em italiano.
-Você de novo?! Está me perseguindo ou ao meu filho?!
-Mama, fui eu que chamei ele. - Matteo explicou. - Ele só queria saber o nome dele.
-E eu estava explicando para ele que não pode sair de perto da mãe dele sem avisar! - Bucky revirou os olhos, cruzando os braços. - Eu não tenho interesse nenhum em você ou muito menos em seu filho, senhora!
Sarah o analisou, depois, encarou Matteo.
-Verdade?
-Si, mama.
Sarah levantou do chão e respirou fundo, espanando a saia e segurando, firme, a mão de Matteo.
-Nesse caso, Senhor… - Sarah voltou a falar inglês. - Eu lhe devo um pedido de desculpas e muito obrigada por tentar botar juízo na cabeça dele. Eu tento educar ele, mas sabe como são meninos, não é?
Bucky assentiu, sorrindo de leve.
-É… Eu mesmo fui um e muito levado! Não é fácil!
Sarah assentiu e suspirou, passando a mão livre pelo rosto.
-Bem, se despeça, Matteo. Vamos voltar para casa!
Matteo acenou com a mão, pagando a bola que Bucky esticou para ele.
-Tchau, James!
-Tchau, Bambino! Obedece a sua mãe, hein!
-Sí, Signore!
Bucky virou para o outro lado e deu a volta no quarteirão para dar tempo de Sarah e Matteo chegarem ao Hotel sem parecer que ele havia os seguido.
Ooie, pessoal! 🥺❤
Sim, eu não aguentei de ansiedade e vim postar mais um capítulo desse meu novo amorzinho! 💖💖💖
Eu tô muito grata por vocês estarem gostando da fanfic, eu tô mega boiolinha por isso e super inspirada! 😍
Então, vamos ao capítulo:
Sim, a Lucy é a enfermeira que o Bucky está olhando nessa foto aí, eu tentei achar ela inteira com a moça, mas o Pinterest não colaborou 👀
E o que dizer da Lucy ignorando o Bucky e focando só no Steve? KKKKKKKK Ela faz a rejeição delah
E alguém tinha dúvidas que o Steve ia ficar no passado? KKKKK
E por fim, cês acham que vai dar B.O. a Sarah e o Bucky no mesmo Hotel?? 👀👀👀
Bem, espero que tenham gostado, viu? Até o próximo!
Bjs 💋💋
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