Meses depois...
Os meses após o casamento de Steve e de Lucy passaram lentamente, mas nem por isso foram entediantes. Pelo contrário, todos que moravam na base dos Vingadores tiveram tanto trabalho que estavam esgotados quase todos os dias. Afinal, não era porque o pai de Matteo se manifestaria só daqui a algum tempo que eles ia ser pegos desprevenidos e despreparados.
Claro que pelo estado de gravidez de Lucy, ninguém pode ensinar a ela defesa pessoal por muito tempo, ou qualquer outro tipo de coisa que alguém que ia precisar enfrentar uma batalha e corria riscos precisava saber. Mas ela sabia o básico e isso já era um pequeno alívio para Steve.
Já com Sarah, a situação foi diferente. Como ela nunca havia participado de uma guerra como a prima participou, suas "habilidades corporais" se resumiam a dar alguns socos e apenas isso. Bucky teve um certo trabalho para conseguir fazer Sarah encaixar uma guarda, ou aprender a forma correta de socar girando o punho.
E não que ela fosse uma ótima lutadora, ate porque, Sarah ficava claramente receosa de machucar quem quer que estivesse treinando ela, mas quando ela se soltava um pouco, estava acima da média de uma pessoa normal.
Talvez a culpa fosse "dos professores" que não eram simples lutadores normais.
Afinal, não era sempre que Bucky conseguia ensinar a Sarah ou treinar com ela, então, o resto do pessoal da casa se alternava para fazer isso: Steve, Sam, Natasha, Clint…
Matteo tinha sido matriculado em um colégio alí perto quando conseguiram documentos para ele e Sarah, afinal, ao menos por enquanto, absolutamente ninguém pensava em voltar para o passado e o próprio Nicky Fury, pessoalmente, fez questão de frisar que o diretor era um antigo amigo dele e o quanto a educação do menino era importante.
Mesmo com o coração apertado, Sarah concordou que, realmente, não dava para parar a vida por causa de medo. Então sua rotina passou a consistir em acordar cedo, arrumar Matteo, ir para a cozinha, ter algumas horas de descanso (que normalmente se resumiam a ir fazer compras no mercado), fazer o almoço, receber Matteo de volta, fazer a janta e, por fim, ter as noites livres, onde as gastava treinando.
Particularmente, Sarah achava que não adiantaria muito, mas se todos insistiam que era importante, então ela faria.
O pequeno Steve já havia aprendido suas primeiras palavras e agora, era um bebê falante igual ao pai e que, por algum motivo desconhecido, havia simpatizado com Bucky e aprendido a falar o nome dele, passando o dia inteiro na presença do homem falando algo parecido com "uky".
E era exatamente isso que estava acontecendo naquele momento, quando Bucky teve o primeiro dia de folga em quase seis meses.
Deitado no gramado perto do lago, Bucky observava Alpine, uma gata quase adulta, caçar algumas folhas de árvore que caíam quando o vento a balançava. Steve estava ao seu lado, brincando com um bonequinho do Capitão América que fazia barulho todas as vezes que ele apertava e botava na boca.
Natasha e Sam precisaram sair e Bucky se comprometeu a cuidar do bebê para eles. No final, ele nem mesmo sabia porque tinha feito isso, mas talvez tenha sido pela carinha de cachorro abandonado de Natasha. Mas até que no fim, Steve era bonitinho e não dava tanto trabalho contanto que tivesse brinquedos ao redor dele.
Claro que Steve podia ter cuidado do pequeno Steve, ou Sarah, ou Lucy, ou Wanda… Ou literalmente, qualquer pessoa. Mas, coincidentemente, todo mundo tinha compromisso naquele dia e Bucky acabou responsável pelo bebê, por Matteo e por Morgan.
Os dois mais velhos brincavam na beirada do lago, jogando pedrinhas na superfície e água um no outro. O som das risadas infantis chegava aos ouvidos de Bucky enquanto ele encarava o céu, pensando que estava tudo muito calmo.
-Ucky! - Steve esticou o bonequinho do homem aranha para ele. - "Binca"?
Levantando do chão, Bucky concordou começou a brincar com o bonequinho do Capitão América e do Homem Aranha. O bebê riu, feliz, batendo palminha e tentando ficar em pé.
Subitamente, um galho estalou no chão e por mais e tenha sido um barulho normal e até baixo, Bucky paralisou e olhou por cima dos ombros, na direção da Floresta ao lado da base. Alpine soltou um miado irritado e sibilou na direção das árvores, ficando arrepiada.
Imóvel, Bucky continuou prestando atenção ao som que vinha das árvores, mas não ouviu mais nada, embora Alpine continuasse rosnando do alto da árvore. Bucky tampou o sol dos olhos com as mãos e encarou a floresta, sem se mover por um longo período de tempo.
Quando se convenceu de que deveria ter sido um esquilo (coisa muito comum em Nova York depois do estalo, já que a Natureza havia se misturado com a cidade na ausência das pessoas), Bucky voltou a brincar com Steve, observando Morgan e Matteo.
Sua nuca arrepiou antes que ele escutasse, novamente, o mesmo som. Era um passo. Por reflexo, o homem levantou do gramado, com Steve no colo, uma mão pousada sobre a pistola em seu quadril. Nada.
Mas havia escutado um passo. Não tinha?
-Matteo? Morgan?
As duas crianças não ouviram o chamado, de forma que Bucky precisou chamar pela segunda vez, um pouco mais alto, para que os dois parassem de se molhar e corressem até o homem.
-Chiao, James!
-Sim, Tio?
-Conseguem levar o Steve para dentro? - Bucky questionou. - Vão para perto do tio Clint, okay? Preciso verificar uma coisa…
Bucky colocou o bebê no carrinho de bebê e esperou até que as duas crianças tivessem sumido pela porta da cozinha e se voltou para a floresta, ouvindo os passos de alguém se afastando entre as árvores.
Entrando na floresta, Bucky seguiu os sons por alguns metros, a pistola em punho e olhos e ouvidos atentos. Não conseguia ver ninguém, na verdade, por mais que seus ouvidos estivessem ouvindo o som de passos.
Então, como se algo tivesse estalado dentro dele, Bucky se lembrou que o pai de Matteo era um mutante. Talvez ele ficasse invisivel? Ou fosse ilusionista? Sentindo a mão suar, Bucky a enxugou na calça, ficando imóvel e observando o chão. O som de passos estava perto, mas nenhuma folha ou galho se mexia próximo a ele.
Então, Bucky viu. Um vulto do seu lado direito. Passou tão rápido que uma pessoa normal, talvez, não enxergasse ou achasse que era imaginação. Mas Bucky sabia que havia alguém por alí.
Seguindo na direção do vulto, Bucky se aproximou alguns metros de uma árvore, onde havia alguém em pé. Bucky ergueu a arma, se aproximando devagar.
-Quem é você?
Nada. Nem mesmo um único movimento. Bucky continuou se aproximando.
-Eu tenho uma arma. E eu Não vou pensar duas vezes antes de atirar.
Um mínimo movimento pôde ser observado na capa cinza que cobria o corpo inteiro do homem. Talvez, tivesse sido o vento. Ou uma respiração.
Bucky já estava há cerca de dois passos do homem que devia ter sua altura e parecia ser tão forte quanto ele. Então, encostou a arma na capa, sentindo a resistência das costas do homem.
-Eu não vou atirar se você contribuir.
Nada. Em um movimento impulsivo e rápido, Bucky puxou a capa. Mas assim que o fez, revelou apenas o vazio. Não havia ninguém debaixo da capa, no entanto, o formato do homem e a resistência dos músculos contra as costas era nítido.
Alternando o olhar entre a capa na sua mão e o lugar vazio, Bucky não percebeu estar sendo observado de perto. Tanto pelo homem responsável pela ilusão, quanto por Clint, que se aproximou devagar, surpreso.
-Você viu…
Bucky ergueu a arma e apontou para Clint. O homem ergueu uma sombrancelha e continuou falando.
-...O mesmo que eu?
Guardando a pistola, Bucky assentiu. Suas mãos reviraram a capa atrás de pistas. A única coisa que achou foi uma etiqueta com a palavra "Destino" escrito em letras de forma.
-O que aconteceu? O Matteo falou que você estava agindo estranho e entrou na Floresta…
-Eu ouvi passos e vi um vulto. Era isso aqui. - Bucky encarou a capa em sua mão novamente.
-Acha que foi o pai do Matteo?
-Talvez.
-Vai contar para a Sarah? - Clint questionou, segurando a capa e a examinando. - Destino?
Bucky deu de ombros para o nome, mas negou sobre a pergunta.
-Vou falar com a Wanda e o Sam, talvez, o Steve. Mas não tem necessidade de assustar a Sarah, afinal, não aconteceu nada ainda.
Clint concordou e os dois voltaram para a propriedade em alguns minutos, conversando e teorizando sobre o que poderia ter acontecido.
Mas assim que chegou a cozinha, Matteo saiu correndo para ele, o abraçando, apertado, pela cintura. Bucky retribuiu o abraço, encarando o menino.
Ele tinha uma careta no rosto e lágrimas nos olhos.
-Hey, o que houve, Bambino?
-Nada. Stoi bene! - Matteo enxugou as lágrimas e tentou sorrir. - O que aconteceu?
Clint cutucou a costela de Bucky e apontou para Morgan, na entrada da cozinha, fazendo Sinal para o joelho. Bucky entendeu e agachou no chão, puxando a perna de Matteo.
A calça dele estava ensopada de sangue.
-O que aconteceu, Matteo?!
-Nada. - Matteo puxou a perna de volta e correu para longe de Bucky. - Já disse que…
-Você está sangrando! - Clint apontou.
-Não é nad…
-Ele caiu! - Morgan entrou na cozinha e anunciou. - O Matteo foi seguir o Tio Clint, mas não viu a mesa lá da sala e caiu.
Bucky franziu a testa, sentindo o coração disparar em seu peito.
-A mesa de vidro?!
-Aham!
-Meu Deus, Matteo! Deixa eu ver isso agora!
-Não!
-MATTEO! - Bucky berrou, perdendo a paciência. - EU VOU CONTAR ATÉ TRÊS E SE NO TRÊS, VOCÊ NÃO ESTIVER DO MEU LADO, EU VOU LIGAR AGORA PARA A SUA MÃE! UM… DOIS…
Bucky parou a contagem assim que Matteo veio andando de volta para ele. Soltando o ar e tremendo levemente, Bucky ajoelhou no chão e puxou a calça do menino para cima, achando a perna dele envolta em papel higiênico ensanguentado. Clint abaixou ao lado dele e o ajudou a retirar o papel da perna de Matteo.
Três longos cortes estavam distribuidos pela panturrilha e pela canela do menino e assim que expostos, voltaram a sangrar.
-Ele precisa de pontos. - Clint constatou. - Melhor levar ele ao Hospital.
-Não sou o responsável por ele, Clint.
-Não precisa ser o responsável. - Clint explicou. - É só assinar um termo de responsabilidade…
-Tá, vou lavar esse machucado e enfaixar. Enquanto isso, liga para o Steve e avisa o que houve, mas não conta da Floresta ainda. O Steve está com a Sarah.
Clint levantou do chão, ao mesmo tempo que Bucky pegava Matteo no colo e caminhava na direção do banheiro, seguido por Morgan.
-Tio? O Matteo vai precisar ir no médico?
-Vai. - Bucky assentiu, depositando o menino sentado no tampo do vaso enquanto enchia a banheira. - Ele precisa levar pontos.
-Eu não quero levar pontos, pai!
-É, eu sei que não, mas…
Bucky estacou. Olhando por cima do ombro, Bucky percebeu que Matteo chorava. Morgan franziu a testa e encarou Bucky.
-O que aconteceu, Tio?
-Ham… Nada.
Bucky continuou enchendo a banheira enquanto tentava parar de tremer. Matteo o chamou de Pai. E o coração de Bucky parecia que saíria pela boca de tão agitado. Ele queria gritar e sorrir, mas a única coisa que fez, foi pegar Matteo e o colocar em pé, na banheira, enquanto lavava a perna dele.
-Tá ardendo!
-Eu sei! - Bucky suspirou e encarou o menino, sorrindo. - Me escuta, Matteo. Não tenho como deixar você sangrando dessa forma. Também não posso eu mesmo dar os pontos porque você é criança e eu tenho que ser responsável e te levar para o hospital. Então, eu realmente preciso que você contribua comigo e vá tomar uns pontinhos. Não tem que ter medo!
-Eu não estou com medo de tomar uns pontos! - Matteo exclamou, limpando os olhos.
-Ué? Tá com medo de que, então, Bambino?!
-Da mia Mama! Ela vai me matar quando souber!
Bucky controlou a vontade de rir e suspirou, pegando uma toalha para enxugar a perna dele.
-Acredite, Bambino… Ela vai me matar, não a você. Morgan, pega a caixinha branca embaixo da pia?
Morgan foi pegar o kit de primeiros socorros e cerca de dez minutos depois, os três saíram do banheiro, indo em direção a sala.
-Eu vou poder ir junto, Tio Bucky?
-Acho melhor não, Morgan. - Bucky explicou, procurando a chave do carro de Sam no meio de várias chaves. - Eu preciso que alguém fique tomando conta do Steve para mim.
-Mas o Tio Clint já falou que vai tomar conta. - Morgan argumentou.
-É, mas é que Hospital não é lugar de criança…
-E além disso, você disse para a minha mãe que ia tomar conta de mim.
-É, eu disse… - Bucky encarou a menina.
-Bucky… - Clint apareceu ao lado homem, vindo da cozinha. - Eu consegui falar com o Steve e ele falou que vai avisar a Sarah assim que o ultrassom da Lucy acabar. E também avisei a Nat, ela falou para você socorrer o Matteo e deixar o Steve comigo, já que eu já cheguei…
-Okay. Obrigado, Clint! Ah, achei as chaves!
-Ah, não! - Matteo reclamou. - Eu tinha esperança de ter perdido!
-E eu? - Morgan reclamou. - Eu não vou junto?
Bucky e Clint trocaram um olhar e Clint negou.
-Não consegui falar com a sua mãe, Morgan. Melhor você ficar aqui.
Morgan assentiu e caminhou até Matteo, o abraçando.
-Volta logo!
-Estai Bene!
Bucky sorriu para a cena e esticou a mão, puxando Matteo para longe do sofá, onde o menino tinha se agarrado, ainda com esperanças da idéia de Bucky desistir de o levar para tomar pontos.
Não foi bem o que aconteceu. Bucky enfiou o garoto no carro depois de o pegar no colo quando ele se agarrou à porta e, cerca de vinte minutos depois, Matteo estava sentado em uma cadeira de um corredor de hospital, de braços cruzados e com um bico infantil no rosto, se recusando a falar com Bucky.
-Pode fazer greve de silêncio pelo tempo que for, Matteo. Eu não posso deixar você com essa perna desse jeito! Sua mãe mataria nós dois se eu fizesse isso!
Matteo empinou o nariz e virou para o lado com uma expressão que deixava claro que ele era filho de Sarah.
Bucky não insistiu mais. Eles passaram os próximos dez minutos em silêncio enquanto Bucky trocava algumas mensagens com Sarah no celular, explicando mais ou menos o que aconteceu. Já fazia alguns meses que Bucky convenceu Sarah a comprar um celular pela praticidade e trocar mensagens era a parte favorita dela.
-MATTEO D'ANGELO!
Matteo estremeceu de susto e se agarrou na cadeira. Bucky levantou e esperou, pacientemente, por alguns segundos. Como Matteo Não moveu um músculo, ele mesmo teve que puxar o menino da cadeira e, ignorando os protestos, arrastou Matteo para dentro da sala.
Cerca de quinze minutos depois, Sarah chegou à recepção do Hospital, perguntando pelo filho, junto com Steve. Lucy veio logo atrás, com um barrigão de quase oito meses, andando de forma parecida com uma pata.
-Nossa, está cheio hoje, né?
-É… - Steve concordou, olhando ao redor e esperando Sarah voltar da recepção. - Será que eles já entraram?
-Acho que sim. - Lucy apontou para a atendente que apontava para algum lugar, indicando um caminho para Sarah. - Vamos?
Steve assentiu, entrelaçando seus dedos aos de Lucy e caminhando junto com Sarah, que tinha feito sinal para eles seguirem ela para um corredor.
-Ele está tomando ponto agora. - Sarah avisou, sentando na mesma cadeira que Bucky desocupou minutos antes. - Espero que esteja bem…
-Ele vai estar bem, Sarah. - Lucy comentou, sorrindo para a prima e sentando ao lado dela. - Não se preocupe!
-É meio difícil não me preocupar, né? - Sarah retrucou, comendo as unhas. - É o meu filho que está levando pontos!
-Você entendeu o que eu quis dizer! - Lucy retrucou.
-Vamos manter a calma, gente! - Steve pediu, abraçando Lucy pelos ombros e fazendo um leve carinho na barriga da esposa. - Acidentes acontecem!
Sarah concordou. Realmente, não fazia idéia de como Matteo ainda não tinha levado ponto ou engessado algum membro antes.
Eles esperaram por cerca de vinte minutos até Bucky aparecer com o menino no colo, dormindo em seu ombro. Sarah levantou correndo e foi até Bucky, examinando o filho.
-Está tudo bem com ele?
-Tá, sim. Ele só está dormindo de tanto que chorou.
-Ele deve ter sofrido, né? - Sarah suspirou, sentindo o coração apertar.
-Na verdade… - Bucky negou, coçando a nuca e controlando a vontade de rir. - Ele estava com mais medo de encontrar você do que da agulha.
Sarah revirou os olhos e soltou o ar, mais aliviada. Eles caminharam de encontro a Steve e Lucy, que conversavam em um tom de voz baixo.
-Ah… Ele dormiu? - Lucy indagou, olhando para o menino.
-Ele ficou exausto, tadinho… - Bucky explicou, olhando para eles. - Mas e ai? Descobriram o sexo do bebê envergonhado?
-É uma menina! - Lucy sorriu.
-Jura?! Meus parabéns! - Bucky sorriu, batendo nas costas de Steve com a mão livre. - Já escolheram o nome da envergonha?
-Bucky! - Sarah riu, enfiando o cotovelo nele. - Olha como fala da minha afilhada!
-Da nossa afilhada, meu amor! - Bucky corrigiu, sorrindo. - E eu Não tenho culpa se ela levou quase nove meses para mostrar que era menina!
Lucy e Steve se entreolharam, decidindo sr contavam o nome agora ou esperavam mais um pouco, mas Lucy foi a primeira a desistir e comentou:
-O nome dela vai ser Stela! Achei que ia combinar com Steve… E que seria bonitinho!
-Mas é lindo! - Steve concordou. - Ainda mais porque combina com o do papai, né, minha filha?
O grupo riu do futuro pai babão e começou a se encaminhar para fora do Hospital. Quando chegaram ao carro, Bucky colocou o menino entre a mãe e a tia e, antes de entrar no banco do motorista, fingiu que esqueceu da carteira na recepção, piscando para Steve, que o acompanhou até um canto onde as duas mulheres não podiam os ver.
-O que aconteceu?
-Uma coisa muito estranha, na verdade. - Bucky passou os dedos pelos cabelos e encarou o amigo, suspirando. - E eu preciso que você preste muita atenção, está bem?
Steve assentiu, sério, ouvindo a narrativa de Bucky atrás da capa cinzenta.
-Deve ter sido magia. - Steve concluiu. - A Wanda fez algo assim antes de entrar para os Vingadores… Fez a gente viver nossos piores pesadelos…
-Eu tô na dúvida se conto para a Sarah ou não.
-Espera mais um pouco. - Steve pediu. - Vamos conversar primeiro com os outros, está bem?
Bucky concordou e os dois voltaram para o carro, percebendo que Matteo já tinha acordado. Antes de dar a partida no motor, Bucky sorriu pelo retrovisor e comentou:
-Nem foi tão ruim, não é, Bambino? Você nem chorou!
-Não fala comigo! - Matteo deu língua a Bucky, revoltado.
Bucky pôs a língua para fora em uma atitude madura de um super soldado. Steve ergueu uma sombrancelha para o melhor amigo, rindo.
-Oh, Matteo! Que isso? - Sarah perguntou. - Cadê a educação que eu te dei, hein?!
-Ele te chamou, Mama! - Matteo retrucou.
-E eu briguei contigo por acaso, Bambino?! Pede desculpas agora!
-Deixa ele, Sarah! - Bucky deu de ombros. - Eu ia levar o Matteo para comer no McDonalds já que ele se comportou no médico, mas…
Matteo encarou Bucky, mas foi Lucy quem jogou o corpo para frente e perguntou:
-E por quê não vai mais?! Leva ele!
Os três adultos e a criança olharam para Lucy, que voltou a sentar ereta e deu de ombros, apontando para a barriga.
-A sua Afilhada quem pediu, não eu!
Bucky rolou os olhos e suspirou.
-Ela ta com vontade mesmo?
-Aham! De BigMac e Coca gelada!
-Tá bem… - Ao invés de continuar seguindo reto, Bucky virou o volante para a esquerda . - Eu levo ela para comer BigMac!
-Ebaaa! - Lucy bateu a palma da mão contra a palma da mão de Matteo. - Salvo pela prima, hein!
O carro explodiu em risadas, mas da parte d Steve e Bucky, eram risadas nervosas, do tipo que se solta quando você quer disfarçar o fato de que quer esconder algo.
Na metade do lanche, Bucky, que estava distraído com uma embalagem de ketchup, foi surpreendido quando Matteo se sentou ao lado dele. O menino segurava um milk-shake entre as mãos e não encarou ele quando falou, rapidamente, em italiano:
-Desculpa ter te tratado mal. Eu só não queria que minha mãe soubesse…
-Mas por quê? - Bucky questionou, ainda apertando o pacotinho de ketchup entre os dedos.
-Ela sempre disse que se eu me machucasse ou morresse, ela ia me matar!
Bucky segurou a risada e deu de ombros.
-Ela também disse que se eu deixasse você se machucar, eu estava morto. E estamos mortos?
Matteo franziu a testa e encarou Bucky, negando.
-Eu estou vivo!
-Eu também… - Bucky sorriu, piscando. - Sua mãe tem esse jeito de durona, sabe? Mas ela é uma manteiga derretida!
Sarah rolou os olhos, sentada em frente a Bucky e o fuzilou.
-Esqueceram que eu também falo italiano, certo?!
Os dois começaram a rir ao mesmo tempo que Lucy soltava um sonoro arroto, atraindo a atenção tanto da mesa dela, quanto da mesa ao lado. Mais risadas puderam ser ouvidas, enquanto Lucy murmurava um "Desculpa!".
-Melhor para fora do que para dentro, certo, Tia?
-É, é isso aí! - Lucy sorriu para o sobrinho.
Por mais alguns minutos, eles ficaram conversando aleatoriamente. Em um determinado momento, Sarah, Lucy e Steve começaram uma discussão saudável sobre esportes. Se aproveitando do fato de que ninguém prestaria atenção nele, Matteo puxou a manga da camisa de Bucky.
-Tio James?
-Sí, Bambino?
Matteo abaixou a cabeça para disfarçar a vermelhidão das bochechas, enquanto brincava com o canudo do Milk-shake.
-Desculpe ter te chamado de pai…
Sarah engasgou com o ar, mas Bucky fingiu não reparar o olhar espantado dela.
-Eu vi que você percebeu e… Bem, desculpa!
-Mas por qual motivo você está se desculpando, Matteo? Eu não fiquei chateado!
-Minha mãe falou que eu não posso te chamar de pai porquê você não é meu pai.
-E sua mãe está certa! - Sarah o encarou.
Mas Bucky apenas trocou um olhar com ela. Um olhar bem significativo e Sarah achou melhor não se meter mais no assunto, embora, claramente, aquela era uma conversa à três. Steve e Lucy entendiam o suficiente de italiano para perceber que as palavras "pai, mãe e desculpa" foram pronunciadas. Eles esperaram, mesmo curiosos.
-Matteo, escuta… Eu, realmente, não sou seu pai de sangue. - Bucky puxou o queixo do menino para cima. - Mas sabia que existem um monte de pais por aí que não são de sangue, certo?
Matteo assentiu.
-A Morgan me disse que o irmão dela, o Peter, não é irmão dela de verdade, mas que é o irmão dela. - Matteo franziu a testa. - Nossa, ficou confuso!
-Tudo bem, eu entendi! - Bucky sorriu. - E é exatamente disso que eu estou falando. Se a sua mãe deixar…
Os dois encararam Sarah. Ela deu de ombros.
-... Então, eu acho que não tem o menor problema que você me chame de pai.
Matteo assentiu, mesmo parecendo meio inseguro ainda.
-Mas claro: Só quando e se você quiser, tá? Não tem obrigação de me chamar de pai se não quiser! Mas se quiser…
-Eu acho que ele entendeu, James. - Sarah riu, segurando a mão dele por cima da mesa.
-Gente…
Lucy franziu a testa, encarando os presentes na mesa.
-Sim, Amor? - Steve indagou, catando algumas batatinhas da bandeja.
-Quando a gente sabe se o bebê está vindo mesmo?
-Quando a bolsa rompe. - Sarah franziu a testa.
-E quando a bolsa rompe?
-Quando o líquido sai? -Bucky deu de ombros. - Por quê?
-Porque se eu não fiz xixi, minha bolsa estourou.
Ooie, Pessoal! 💖💖💖
Primeiro, eu tenho que comentar o surto coletivo que foi o capítulo passado KKKKKKKK Finalmente, Bucky perdeu o cabaço, mas foi vocês que quase imcendiaram, né? KKKKKKK mds...
Enfim, o último capítulo foi tudo para mim, mas...
O MATTEO CHAMOU O BUCKY DE PAI E EU NÃO TÔ SABENDO LIDAR COM ISSO, GENTE! 🥺🤧 Eu amo demais esses dois!
E finalmente, o pai do Matteo apareceu... Vocês já tem uma idéia de quem pode ser?? 👀🤷🏻♀️
Bem, espero que tenham gostado co capítulo de hoje porque eu amei tanto escrever ele... 🥺❤ Virou meu xodózinho!
Obrigada por estarem acompanhando e comentando!
Vocês são tudinho para mim! 🥺🤧💖
Beijos! 💋💋
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