Conversas Sinceras.
-Steve! Acorda! Você está acordado?
Steve reclamou alguma coisa ininteligível e virou para o lado, enfiando o travesseiro em cima da cabeça. Bucky suspirou, pegando o próprio travesseiro e dando com ele Com toda a força no amigo, repetidas vezes.
-Steveee! Acorda, cara!
-Mas cacete, hein, Bucky?! - Steve se virou e arrancou o travesseiro das mãos do moreno, o encarando, sério. - Que horas são?!
Bucky olhou para o relógio no próprio pulso e deu de ombros.
-Quatro e meia.
-Da manhã?!
-Não, cara… Da tarde. Olha o Sol alí!
Steve revirou os olhos e voltou a deitar com o travesseiro enfiado na cabeça. Bucky sentou ao lado do amigo e ficou cutucando ele.
-Steve, não dorme! Eu preciso te contar uma coisa…
-Pelo amor de Deus, James Barnes! - Steve o encarou novamente, sério. - Se não for sobre o fim do mundo, eu não quero saber!
-É sobre o Pai do Matteo.
-Que?!
Steve, enfim, percebeu a cara de Bucky. Bocejando, sentou na cama, coçando os olhos.
-Espero que seja importante, não um ataque de ciúmes.
Bucky rolou os olhos no momento em que Alpine acordou, miou alto, esticou o corpinho branco e pulou direto no colo do dono.
-Oi, minha Princesa! - Bucky beijou o topo da cabeça da gata, que miou em aprovação.
-Bucky, você vai falar ou não?
Bucky o encarou, decidindo. Não queria falar sobre isso, já que ele mesmo se sentia de saber sobre isso. A própria Sarah escondeu, não era para ele saber, certo?
Mas a informação era muito precisa para passar despercebida. Então, acariciando o pelo macio da gatinha, Bucky soltou o ar preso nos pulmões.
-Eu estava… Bem, é que…
-O que foi isso no seu queixo?
Bucky franziu a testa e lembrou do tombo. Encarou Steve, mortalmente, e comentou, se apoiando sobre uma mão.
-Sabe? Alguém deixou uma mangueira embolada no meio do caminho…
-Ah…- Steve coçou a cabeça e fez uma careta culpada. - Quem será que foi o idiota?
-Eu nem imagino…
Bucky bufou e descartou o assunto com um aceno de mãos.
-Mas enfim, Steve… Presta atenção, tá?
Steve assentiu, apoiando as mãos no queixo e encarando Bucky.
-Sou todo ouvidos.
-Eu estava conversando com a Margareth, tá? Bem, ela… Ela achou que eu era pai do Matteo.
Bucky preferiu falar isso a ter que explicar que ela achou que ele estava apaixonado. Era menos humilhante.
-Hmm… E…?
-E que eu expliquei que não, mas… Bem, não sei como a conversa foi parar lá, mas sei que ela começou a me contar como conheceu a Sarah e tal… E no meio disso ela… Presta atenção!
-Tô prestando, Bucky.
-Ela falou sobre o pai do Matteo e o motivo que fez Sarah vir para os Estados Unidos.
-Não tinha sido a Guerra? - Steve fez uma careta.
-Sim, isso também. Mas parece que o cara enganou ela, sabe? Prometeu casar e tal e quando ela engravidou, ele endoidou e queria arrastar a Sarah para algum lugar. Enfim, e ele sumiu. Depois, voltou querendo o Matteo porque ele precisava do filho dela para alguma coisa e ele tinha escolhido ela para ser a mãe do filho, ou algo assim.
Steve assentiu. Bucky fez uns segundos de silêncio.
-Ele alegou que era geneticamente modificado e que veio do futuro diretamente para ter um filho com a Sarah.
Steve assentiu, esfregando os olhos. Então, parou e, lentamente, encarou o amigo.
-Veio do futuro?!
-Aham. A Sarah achou que ele era louco, ficou com medo e fugiu.
-Tipo… Do Futuro?! E modificado geneticamente?!
-Foi isso que eu disse. Achei melhor contar a você.
Steve esfregou mais uma vez o rosto, apenas para ganhar tempo enquanto refletia sobre isso. Parecia loucura, claro, mas se Steve não fosse modificado e não tivesse vindo do futuro…
-A Sarah já conversou com você sobre isso?
-Tá louco?! - Bucky exclamou, alto, assustando a gatinha no colo dele. - A gente se conhece tem… O que? Dois meses?
-Três. - Steve corrigiu.
-Tanto faz, Steve! Três meses é muito pouco tempo! E a Sarah é fechada igual a uma ostra! Duvido que ela se abra comigo, ainda mais agora que…
Silêncio. Bucky abaixou a cabeça, envergonhado. Steve percebeu a hesitação do amigo e o cutucou na perna.
-Hey, o que você fez?
-O que eu vou fazer… - Bucky suspirou e olhou ao redor, se concentrando na decoração do quarto só para não ter que encarar Steve. - Pensa comigo, Stee… Se a Sarah acha que o pai do filho dela é um maluco e fugiu dele… Se ela souber que eu também sou modificado, tenho essa porcaria de prótese no braço e, em teoria, sou do futuro… Ela nunca mais vai querer falar comigo.
Steve estudou a postura desanimada do amigo e, mesmo que Bucky estivesse olhando para a janela, conseguia perceber o olhar decepcionado e triste do amigo, enquanto falava.
-E isso quer dizer que…?
-Preciso me afastar da Sarah, Steve. - Bucky, enfim, suspirou e encarou o loiro. Para Steve, Bucky parecia à beira das lágrimas, mas a voz de Bucky estava determinada quando ele passou a mão pelos cabelos, respirando fundo. - Antes que ela me afaste dela. Ou pior, sei lá… Antes que e apegue a mim e eu a ela…
-Bucky, na boa? - Steve pegou a gatinha que engatinhou até o colo dele e deu um beijinho na cabeça dela. - Vocês dois já estão apegados um ao outro!
-Não estamos!
-Vai querer mentir para mim, é? - Steve ergueu uma sombrancelha, vendo Bucky desviar o olhar. - Até porquê, meu amigo, eu vi você agarrado nela hoje de manhã. Você estava chorando, Bucky. E você não chora nem comigo…
-Eu não quero falar sobre isso.
-Tudo bem. - Steve ergueu as mãos. - Mas não vem dar uma de Durão que não está apegado. Você gosta da Sarah e do Matteo.
-Gosto. E sei que eles gostam de mim. - Bucky o encarou. - E é por isso que…
-Você não vai fazer nada precipitado!
Steve segurou o amigo pelos ombros e encarou Bucky, que o encarou assustado e meteu a mão na orelha de Steve.
-Ai, seu maluco!
-Quer me infartar, pombas?!
-Tá com a consciência culpada, é?
-Steve, acho que você não entendeu que se ela descobrir…
-Você que não entendeu, Bucky. Presta atenção: Se nós dois sabemos que é possível, sim, que ele seja do futuro e seja um mutante… Isso supondo que ele não seja um maluco… Você tem que estar perto, Cara!
Bucky franziu a testa, tentando raciocinar enquanto se ajeitava na cama. Steve, que normalmente, tinha uma paciência de ouro, a perdeu segundos depois quando Bucky ensaiou falar um "não entendi…".
-JAMES BUCHANAN BARNES!
-Hey, não grita que eu não sou surdo!
-Mas é burro!
Alpine miou, encarando o dono, como ee concordasse com o "tio". Bucky bufou.
-O que é, então, oh, gênio!
Steve bufou, segurando os ombros do amigo e o encarando nos olhos.
-A Sarah desconhece a viagem no tempo r os mutantes, Bucky. A gente tem que ficar perto caso o rapaz apareça, entende? Só assim a gente pode defender a Sarah… E o Matteo.
Uma lâmpada podia ter acendido na cabeça de Bucky naquele segundo e Steve teve que lutar contra o sorriso que queria se instaurar no rosto dele ao perceber o quanto o olhar de Bucky se iluminou.
-Espera… Então… Mas ainda assim, quando ela descobrir…
-Bucky, ela só vai descobrir se você ou eu contarmos. Ou a Lucy. E eu sei que a Lucy não vai fazer isso!
Os dois ainda continuaram discutindo por cerca de vinte minutos, até que Bucky começasse a bocejar e deitasse na cama "apenas para descansar os olhos". Cerca de cinco minutos depois, ele já estava dormindo à sono solto.
Tudo bem, Steve tinha prometido que não ia contar a Lucy nem a Sarah que ele sabia sobre isso. Mas Steve não havia dito nada sobre ele mesmo ficar sabendo de alguma forma.
Conferiu se Bucky dormia mesmo e levantou da cama, enfiando um casaco, antes de correr para fora do quarto e ir parar na ala da administração. O quarto de Lucy era ao lado da porta com essa plaquinha e Steve bateu algumas vezes antes de ouvir Lucy resmungar alguma coisa.
Demorou quase dez minutos para que ela aparecesse na porta, vestindo um casaco comprido e franzindo a testa, enquanto falava baixo.
-Hey, desculpe a demora. Vovó quis dormir hoje comigo e você assustou ela.
-Ah, me desculpe! - Steve coçou a nuca, ficando vermelho, enquanto Lucy entrelaçava seus dedos e entrava na sala ao lado. - Eu não sabia…
-Tudo bem, Stee. Você não tinha como saber. - Lucy deixou que ele entrasse na sala e trancou a porta. - O que tirou você da cama às cinco da manhã?
Steve caminhou até a mesa abarrotada de papéis e colocou uma pilha de lado, sentando na mesa. Lucy posicionou a cadeira entre as pernas de Steve e se encaixou alí, sentando com os cotovelos nas coxas do homem.
-Eu preciso te fazer uma pergunta, Lucy. Mas você não pode contar para ninguém que eu fiz ela.
-Eu prometo. - Lucy pegou uma das mãos de Steve e sorriu, a beijando. - Fala?
-O que você sabe sobre o pai do Matteo?
Lucy franziu a testa e recuou o corpo, desconfiada. Cruzou os braços e suspirou, por fim, desviando o olhar.
-Quem te contou?
-Não importa, Lucy…
-Claro que importa! Foi o Bucky?
Steve negou, mentindo.
-Não. Ele não faz idéia de nada do que eu sei.
-Da mesma forma que a Sarah não sabe da prótese do braço do Bucky?
O queixo de Steve caiu e Lucy esfregou os dedos pelos cabelos, penteando para trás, enquanto se ajeitava na cadeira. Lucy o encarou, Séria.
-Steve, foi o Bucky?
-Foi.
-Quem contou ao Bucky?
-A Margareth…
-Velha fofoqueira! - Lucy revirou os olhos e encarou Steve, sem deixar ele abrir a boca. - Antes que você pergunte: Não, a Sarah não acha que existe viagem no tempo, mutações genéticas… Nada disso. Ela acha só que ele é maluco!
Steve concordou, balançando a cabeça.
-Mas ela tem medo dele.
-Ela tem medo do que ele pode fazer com o Matteo. Escuta, o cara começou a namorar ela quando ela tinha 14 anos e prometeu casar com ela quando voltasse da guerra. Foi assim que ela acabou grávida. Só que quando ele "foi" para a Guerra, a Sarah descobriu que ele nunca foi convocado e não era britânico. Ele sumiu por três anos e quando voltou… Ele queria levar a Sarah para "o futuro", onde ela poderia ser a companheira dele e ele criaria o Matteo para ser o sucessor dele em alguma merda. Ela tinha acabado de perder o irmão e a cunhada estava casando… Ela veio desesperada para cá, sem avisar a ninguém. É isso que eu sei sobre o pai do Matteo.
Steve ainda raciocinava as palavras ditas por Lucy quando ela suspirou e brincou com uma linha na calça dele.
-Antes de você aparecer, eu achava que ele era louco também. Mas tem uns meses já que eu tenho pensado nisso.
-Sabe o nome dele?
-Só Frank. Mas pode ser falso também.
-Eu juro que, nem eu, nem o Bucky vamos contar para ninguém, tá? É só que se ele é do futuro mesmo, então, não adianta nada a Sarah estar encondida aqui.
-É, eu sei. - Lucy sorriu de leve. - Você quer proteger ela, né?
-Ela é minha amiga também, meu bem.
-Eu sei. Obrigada! Você é incrível!
Antes que Lucy conseguisse beijar a boca de Steve, ele a segurou pelos ombros, rindo da careta indignada da mulher.
-Hey!
-Escuta, eu te dou quantos beijos você quiser, mas antes… - Steve observou Lucy revirar os olhos e cruzar os braços. - Como a Sarah descobriu sobre a prótese metálica dele?
Lucy deu de ombros, com uma expressão entediada na cara.
-Foi ontem, quando a gente pegou os dois abraçados. A Sarah me contou antes de ir para o trabalho. Na verdade, ela ficou muito interessada no braço dele, mas como eu afirmei que não havia a menor chance dele deixar ela ver…
Steve assentiu, embora discordasse. Assim que Bucky estivesse completamente apaixonado ou confiasse mais em Sarah, ia acabar contando a ela.
Então, Lucy o cutucou na barriga com o dedo, fazendo Steve estremecer de susto e a encarar. Ela sorriu, docemente, o que derreteu, pateticamente, a Steve.
-Eu já posso ganhar um beijo?
-Quantos você quiser!
Mas não chegaram a se beijar, na verdade. Assim que suas bocas se tocariam, a maçaneta da porta foi mexida e eles se sobressaltaram quando a voz de Sarah soou, alta.
-Prima? É você que está aí?
-Ah… Sou. - Lucy respirou fundo. - O que você quer?
-Eu esqueci minha bolsa aqui ontem. Preciso da minha carteira. O que você está fazendo trancada aqui?
Steve mordeu a própria mão para não rir, quando Lucy bufou e murmurou um "Metida!". Envolveu a mulher em seus braços e a beijou no pescoço, da forma que sabia que a faria derreter. Lucy tentou enfiar o cotovelo no estômago dele, mas sem sucesso.
-Lucy?
-Nada! Eu já saio…
Silêncio.
-Estai Bene… Chiao, Steve! Come Stai?
Lucy ficou vermelha como uma pimenta e apontou um dedo para Steve, rindo, enquanto o mandava calar a boca.
-Toma a sua porcaria de bolsa, Sarah! - Lucy pegou a bolsa em cima da mesa e abriu a porta, rapidamente, jogando em cima da prima. -Agora… Tchau!
-Tchau! - Sarah engoliu um ataque de risos quando a porta fechou.
Olhou para os dois lados e, conferindo que não vinha ninguém, encostou a orelha na porta ouvindo fragmentos de conversa como "Coitada!" Ou "Onde paramos mesmo, Capitão?".
Esperou até ouvir o som do que pareceu um beijo e bateu de novo na porta, ouvindo a prima xingar em alto e bom som.
-Eu só queria perguntar se o Mio Prin… Se o Bucky está no quarto.
Sarah ficou vermelha como uma pimenta. Lucy e Steve seguraram a risada e confirmaram.
-Inclusive, acho que ele adoraria ser acordado por você! - Steve comentou, rindo. - Vai lá, Sarah. Eu deixei a porta aberta.
Sarah concordou e saiu andando pelo corredor, conferindo os pertences na bolsa. Era um domingo e, como haviam poucos hóspedes, o assistentes de cozinha davam conta de tudo por lá. Normalmente, era aos Domingos que Sarah tinha as manhãs e inícios de tarde completamente livres, já que evitava trabalhar e Matteo dormia como uma pedra até mais tarde.
Normalmente, ela teria voltado para a cama e dormido até, ao menos, o meio dia, quando começaria a se arrumar para estar às duas no Bordel.
Mas James havia agido de uma forma tão estranha depois que deu as flores a ela, que Sarah não conseguia parar de pensar que tinha invadido algum espaço dele quando o beijou, a seguir. Ou talvez, tivesse se arrependido de flertar com ela.
De qualquer forma, Sarah não dormiu aquela noite, pensando no que poderia ter feito para que James tivesse mudado tanto de uma hora para outra. Tudo bem, ele era meio maluco da cabeça e tinha, muito provavelmente, inúmeros traumas. Não precisava ser necessariamente, algo com ela.
Mas Sarah não conseguia evitar o pensamento. Parou em frente a porta e conferiu ela de novo. Não precisava da carteira. Precisava das flores que Bucky havia dado a ela. Tinha esquecido a bolsa na sala de Lucy quando foi procurar por Berta e quase se estapeou quando lembrou.
Sarah tentou bater na porta, mas Steve não tinha mentido quando disse que deixou ela aberta. Uma encostadinha foi o suficiente para que ela se abrisse, revelando a pequena sala de estar. Ela andou até a mesinha, apoiando a bolsa, e fechou a porta.
Abriu a porta do quarto, de leve, deixando os olhos se acostumarem à meia luz. Haviam duas camas de solteiro no quarto, separadas por uma cômoda com um abajur desligado. Bucky dormia na cama da esquerda, o corpo jogado de qualquer forma, braços e pernas esticados.
Por um segundo, Sarah ficou decepcionada, afinal, torceu para que Bucky dormisse, ao menos, sem blusa. Mas, aparentemente, ele nem ao menos, havia tirado a roupa que foi trabalhar.
-Hey… Oi, Alpine! - Sarah se abaixou e pegou a gata no colo, que se esfregava entre suas pernas.
Sarah ouviu o som de molas, indicando que Bucky havia se mexido. Paralisou, vendo ele virar de barriga para cima. Quando percebeu que ele não havia acordado, mas estava acordando, jogou a gata longe e correu para fora do quarto, respirando fundo, agarrada à bolsa.
Ouviu a voz de Bucky, hesitante, questionando se tinha alguém por lá. Então, decidiu agir "quase normalmente". Bateu a mão três vezes na porta, o chamando, como se tivesse acabado de chegar alí
Levou alguns minutos para Bucky abrir a porta e a encarar, os olhos levemente vermelhos, o rosto amassado e os cabelos bagunçados.
A visão era tão linda, que Sarah precisou que ele a chamasse duas vezes para perceber que ele estava chamando. Ele ainda parecia meio distante, mas as mãos focaram na flores na mão dela e Sarah corou violentamente.
Normalmente, nunca ficava corada na frente de ninguém, mas com Bucky, acontecia com certa frequência.
-Está tudo bem?
-Sim, A gente só… - Sarah pigarreou, empurrando Bucky para o lado e entrando na sala. - Eu preciso conversar com você.
Bucky assentiu e coçou os olhos, bocejando. Ele entrou de volta para o quarto e indicou com a cabeça para que ela entrasse, mas Sarah apenas ficou parada no mesmo lugar, o coração martelando forte no peito.
Não conseguiu evitar o pensamento, mas não se lembrava quando tinha sido a última vez que ficou sozinha, dentro de um quarto, com um homem. Só sabia que tinha acabado grávida.
Tudo bem, eles não eram namorados e nem amantes. Eram amigos. E não havia nada demais. Mas Bucky era um homem incrivelmente lindo e que mexia com Sarah de formas que, Talvez, nem o pai de Matteo tivesse feito.
-Você vem? - Bucky questionou, irritado.
-Para onde?
Bucky franziu os olhos, engolindo a resposta que queria dar. Apenas indicou com a cabeça o quarto.
-Quer que alguém escute nossa conversa, por mim, tudo bem, mas…
-Não, tudo bem. Eu entro. Licença.
-Toda…
Bucky acabou dando uma boa olhada no traseiro de Sarah quando ela passou na sua frente. Na verdade, não esperava a mulher alí, afinal, não tinha nem dez minutos, sonhava com ela de formas que não se orgulharia de dizer.
Bucky pousou a mão na cintura de Sarah, a guiando para a própria cama, encostada na parede. Tirou a bagunça de travesseiros, lençóis e Alpine e sentou, batendo com a mão, de leve, para que Sarah sentasse ao seu lado.
Ela engoliu em seco e, como se a cama fosse pegar fogo, sentou na beiradinha, quase caindo dela. Bucky não estava com a menor paciência, então apenas a puxou pela cintura mais para dentro, fazendo ela dar um gritinho de surpresa e meter um tapa nele.
-Meu Deus, Sarah! Tá doida?
-Como você me pega assim, James?!
-Calma, eu só ia te botar para dentro, mulher. Não precisa disso tudo!
Sarah bufou, tentando escapar de ficar tão próxima a ele, mas Bucky apenas a pegou pelos ombros, em um abraço ladino, e a beijou, demoradamente, na bochecha.
Sarah corou mais uma vez, sentindo a barba de Bucky espetar a pele macia de sua bochecha. Sem erguer os olhos de Alpine, que brincava com um cinto, provavelmente, de Steve, Sarah se surpreendeu quando Bucky a abraçou com os dois braços e apoiou a cabeça na curva de seu ombro.
Se ele sabia que ela estava tensa com essa proximidade toda, não demonstrou.
-Eu fui um idiota, hoje, Sarah. Me desculpa?
Bucky sabia que não tinha sido um idiota, exatamente. Mas no fim, Steve tinha razão. Se o homem era mesmo do futuro, não adiantou nada ela sair da Itália e ia precisar de ajuda caso ele voltasse.
-Por que? - Sarah o encarou, ainda tentando respirar normalmente, mas…
A respiração pesada e quente de Bucky em seu pescoço a arrepiava. Ela apertou o próprio joelho com as unhas quando Bucky bufou, tirando o rosto da curva do pescoço dela, a olhando nos olhos.
Nunca tinha ficado tão perto assim de um homem que não fosse o pai de Matteo, e, embora não fosse santa e sua cabeça estivesse imaginando os dois embolados naquela cama, ofegantes e suados, Sarah se sentia tímida.
Bucky continuava alheio a isso, sem perceber os sinais que o corpo dela dava. Seus pensamentos estavam focados em evitar que Sarah suspeitasse que ele sabia do que ele sabia.
-Você me desculpa?
-Claro, B-Bucky. - Sarah pigarreou quando percebeu que gaguejou. - Não tem porquê se desculpar.
-Bem, você veio conversar comigo. Então, tem.
Sarah deu de ombros, saindo do abraço de Bucky e levantando, enquanto andava de um lado ao outro.
-Estai Bene, Principessa?
-Sí, certamente! - Sarah soltou uma risada nervosa e sentou na cama de novo, encarando Bucky.
Achava que falar a verdade seria a melhor opção no momento, então, tomou coragem e suspirou, sendo observada de perto pelo homem, que não conseguia deixar de pensar o quão linda ela era.
-Okay, eu senti que o seu braço é uma prótese quando a gente se abraçou e eu estou muito envergonhada por isso! Me desculpe, de verdade! Eu não queria invadir seu espaço pessoal e eu não quero que você me odeie por isso! Mas eu não consegui evitar! Eu só encostei e percebi e eu estou muito intrigada com ele porque eu nunca vi nada igual e imagino que seja fascinante e…
-Sarah, calma! Respira!
Bucky a segurou pelos ombros, enquanto a mulher falava um italiano tão rápido que até ele, quase não conseguia entender.
Bucky estava em choque por Sarah ter sentido seu braço, claro, mas estava mais em choque ainda dela ter dito que ele era fascinante. Ela só podia ser maluca!
-Escuta, se você não quiser, tudo bem. Eu entendo e não vou forçar. Mas você pode me deixar dar uma olhadinha só?
-Onde?!
Bucky questionou, alarmado. Sarah o encarou, o mesmo olhar de tédio que demonstrava que ele era um idiota.
-No seu braço.
Bucky corou até a raiz dos cabelos e negou, recuando. Sarah assentiu e desviou o olhar, ficando quieta. Era uma idiota. Se não tivesse aberto a boca, ele nunca saberia que ela sabia, mas Sarah estava mesmo completamente louca para perguntar.
Perdeu a noção de quanto tempo encarou o chão, mas assim que tentou levantar, uma mão fria agarrou seu pulso e Sarah encarou, fascinada, a mão reluzente que saia pela manga de Bucky.
Depois, o encarou.
-Não faz perguntas, Sarah. Por favor. - Bucky respirava pesadamente. - Não pede para ver mais que isso. Não é bonito. Não é fascinante.
-Mas eu… - Sarah sentou de volta e segurou a mão de Bucky, a palma aberta contra sua própria palma. - Desculpa, mas é fascinante, sim.
Sarah correu os dedos distraidamente pela palma da mão do homem, em uma carícia leve. Sarah percebeu o momento em que ele estremeceu e fez uma careta, claramente, surpresa. O encarou.
-O que foi?
-Faz isso de novo… - Bucky pediu, levemente curioso, ansioso, excitado e fascinado.
Sarah voltou a correr os dedos pela palma da mão de Bucky, sentindo quando ele estremeceu novamente, fechando os olhos, com força. Um sorriso enorme brotou em seus lábios e Sarah via lágrimas querendo escapar dos olhos dele.
-James…
-Eu senti. - Bucky murmurou, abrindo os olhos e sorrindo, amplamente para Sarah. - Eu senti seu toque.
Sarah sorriu, franzindo a testa, extremamente confusa.
-Eu não…
-Eu não sentia o toque de ninguém, Sarah. Eu… - Percebendo que ia falar a história, Bucky calou a boca e segurou o rosto de Sarah, ainda sorrindo. - Lembra que eu pedi para você não fazer perguntas?
Ela assentiu, segurando a mão de Bucky e levando aos lábios, enquanto depositava um beijo. Bucky sorriu mais.
-Eu não entendo… Como você pode sentir isso?
-É… É que… Eu não sei, tá. Mas eu sei que senti.
Sarah bocejou e concordou, ainda brincando com os dedos na mão do homem. Bucky não precisava olhar para baixo para sentir, de uma forma meio dormente, mas ainda assim, sentir os circulos.
-Você deve estar com mais perguntas do que antes, não é?
-Na verdade, eu só renovei elas. - Sarah sorriu, encostando a cabeça na parede. - Mas eu vou respeitar você. Já invadi seu espaço demais, James. E eu juro que foi sem querer.
Bucky descartou o pedido de desculpas e logo, percebeu que Sarah adormeceu, sentada entre a parede e a cama. Achando a cena fofa, ele apenas a empurrou e Sarah caiu com a cabeça em seu travesseiro.
Na verdade, ele estava prestes a levantar e deixar ela dormindo, quando Sarah o abraçou e apoiou a cabeça em suas pernas. Bucky afastou o cabelo do rosto dela, com a mão "falsa", sentindo o cabelo dela.
Resistiu bravamente, durante longos minutos, mas a seguir, dormiu por cima do corpo dela, sem nem mesmo sentir.
Ooie, Meus Xuxuzinhos! 😍
Como vamos? Bem? 🥰
Hoje eu vim postar esse capítulo como um presente de aniversário para uma super leitora: Ella, te desejo tudo de bom, muito amor, muita luz e muito Bucky! ❤ Você é incrível, te adoro! 💖
Agora, vamos falar sobre esse capítulo: Ainda bem que existe um Steve Rogers para abrir os olhos do tapado do Bucky 🤦🏻♀️👀
E a Lucy e o Steve se pegando na salinha da administração? Hehehe 🥵🌚 A Sarah interrompendo eles foi tudo para mim 🤣🤣❤
E esse finalzinho?! 🥺💖 Eu não tenho condições para a Sarah e o Bucky! Eles são tão perfeitinhos! Que ódio! ❤
Bem, na semana que vem eu volto com mais capítulos! Espero que tenham gostado desse tanto quanto eu!
Até lá,
Beijos! 💋💋
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