A Grande Batalha.
O alarme de emergência do Quartel General soou alto às oito da manhã em ponto, assustando todos os moradores que estavam por lá. Levantando de suas camas correndo, Bucky percebeu que Sarah não estava entre eles assim que avistou o grupo na sala de reuniões. Quando ele entrou, Steve, Tony e Sam já estavam conversando com Stephen Strange e Frank.
Seu coração parou e ele teve a sensação fantasma de sentir os dois braços ficando dormentes. Lutando contra as lágrimas, Bucky ouviu a voz fina de Matteo perguntar, em voz alta:
-Cadê mia mama?!
Bucky se afastou a passos largos, apenas para não ser ele a responder a pergunta. Ele seguiu Lucy para perto da rodinha, ouvindo Stephen explicar a ela o plano sobre mil novecentos e noventa e nove.
-Eu vou abrir um portal e levar você e as crianças até lá. Vocês só precisam ficar duas horas lá! E então, eu vou aparecer e te trazer de volta.
-Mas e se perdermos? - Steve perguntou, preocupado. - E se você acabar morrendo?
Lucy engoliu em seco, voltando o olhar para o mago a Sua frente, mas surpreendentemente, quem respondeu foi Matteo, que abraçou o braço de Lucy e a encarou.
-Titia! Vocês não vão perder!
-Agradeço o incentivo, Matteo, mas o assunto é sério e…
Morgan apareceu entre o grupo, interrompendo a fala do pai, enquanto puxava a blusa dele para baixo.
-Papai! Papai!
-Morgan, agora não!
-Mas o Matteo vê o futuro, papai! Como vocês vão perder se ele viu que vão ganhar?!
Silêncio.
Ninguém na sala se mexia ou falava absolutamente nada. Na verdade, a primeira a sair do choque foi Natasha. A ruiva se voltou para o menino, totalmente surpresa.
-Matteo? Verdade?
-Bem…
Ele recuou um passo, se mantendo atrás da tia e de Bucky, ao perceber todos os olhares voltados para ele. Então, incentivado por Stephen, Matteo deu de ombros.
-Bem… Si?
-Por que você nunca disse, Bambino? - Sam perguntou, sério.
-Eu pedi para ele não contar. - Stephen anunciou, parando ao lado de Frank e Wanda. - Da mesma forma que eu pedi para a Sarah esconder a gravidez.
Mais silêncio. Bucky soltou um soluço, engasgado, se afastando do grupo, enquanto tentava se recuperar do choque. Já sabia que ela estava grávida, mas ouvir que estava grávida e ainda por cima, presa com Victor, acabou com todas as estruturas dele.
Estava feliz, era claro. Mas também, apreensivo e completamente receoso. Confiava naquelas pessoas, mas sabia que elas seriam capazes também de sacrificar alguém em troca de um bem maior.
Bem, se tivesse que sacrificar alguém, ele escolheria se sacrificar. E estava prestes a sugerir isso quando percebeu que Stephen e Frank estavam o encarando, sérios. Ele limpou as lágrimas que escorreu por seu rosto e caminhou de volta para o grupo, sabendo que estavam esperando apenas a volta dele para montarem um plano.
-O bebê da Sarah é mutante. E assim como o Matteo, ele teve a capacidade de absorver o resto dos poderes de Victor. No entanto…
-Espera… - Steve pediu, confuso. - Achei que o Matteo tinha absorvido os poderes do Victor na concepção…
-O que é constipação? - Matteo perguntou, baixo, para Morgan, que deu de ombros.
-Acho que quer dizer dor de barriga!
O grupo controlou a vontade de rir, prestando atenção em Frank, que assentiu .
-E foi.
-Então, porque diabos o bebê da Sarah absorveu os poderes do Victor?!
Stephen deixou a explicação para Frank, que resumiu bem com a frase:
-Mas eu nunca disse que a fonte da mutação do Matteo vinha do Frank! É tudo da Sarah!
Aquilo fazia mais sentido. Stephen voltou a falar a seguir.
-No entanto, quando Victor sentiu que tinha algo o deixando fraco e drenando seus poderes para fora do seu corpo pela segunda vez, ele simplesmente preferiu preservar a pouca magia que ainda resta nele.
Mais silêncio. Ficou subentendido que ninguém tinha dúvida alguma quanto a isso. Stephen deu um tapa na capa, que fazia massagem em seus ombros, o irritando.
-Enfim… Quando eu disse que existia um único futuro onde vencemos, eu não sabia que a Sarah ia estar grávida. Eu só sabia que "ela" absorveria o Victor. Quem me contou foi o menino. Ele disse que sonhou com o bebê que estava na barriga da mãe dele e que o bebê contou que não ia deixar nada acontecer. Esse foi o universo agindo para acabar com o Victor.
-Então… - Bucky perguntou, lentamente. - Esse é o final em que ganhamos?
Silêncio. Frank e Stephen trocaram um longo olhar.
-Se ele confirmar, ainda pode mudar.
-Eu tenho um trauma do caralho com essa frase… - Tony exclamou, segurando os ombros da filha com mais força. - Da última vez que ouvi, eu morri!
-Quanta negatividade! - Sam reclamou. - Ninguém vai morrer!
-Na verd…!
Bucky enfiou a mão na boca de Matteo, o calando, ao mesmo tempo que Stephen arregalou os olhos para o menino, negando com a cabeça, sutilmente. O menino assentiu, ficando quieto a seguir.
Natasha encarou Bucky e o garoto, preocupada. Bucky via nos olhos dela que ela não ajudaria se houvesse riscos e ele entendia. Steve precisava da mãe. Então, para a tranquilizar, ele maneou a cabeça negativamente na direção dela e de Sam.
Afinal, ele sabia quem ia morrer. E agora que sabia que não ia poder impedir, ele se sentia impotente e até achava injusto. Antes de Sam perguntar se esse era o final, Bucky chegou a pensar em se sacrificar no lugar, mas…
Se tinha que ser assim, ele ia esperar.
-Lucy, escuta… Caso acabe não dando certo, mesmo que estejamos no caminho certo…. - Stephen falou, encarando a morena. - Existem um milhão de magos que sabem que precisam te tirar de lá. Confia em mim.
Lucy assentiu, trocando um olhar com Steve. Ninguém estava satisfeito com as poucas informações, mas em poucos segundos, Lucy pegou Stella e Steve no colo, levando Matteo e Morgan junto. Os quatro atravessaram a passagem, acenando um "Tchauzinho" na direção dos que sobraram.
Enquanto eles sumiam, literalmente, no ar, após um movimento das mãos do Mago, Stephen encarou o grupo.
-Eles estão seguros por lá!
-Tem certeza que não vou perder minha filha pela linha do tempo, não tem?
Stephen encarou Tony e assentiu.
-Já menti para você?
-Já omitiu informação. É quase tão grave quanto!
Stephen rolou os olhos e abriu caminho pela sala, indo até a mesa de reuniões. A capa flutuou atrás dele, com pressa em seguí-lo. Os presentes na sala também seguiram Stephen, enquanto ele falava com Wanda e Frank.
-Vocês dois sabem o que fazer. Vou abrir um portal. Fechem o ambiente e mantenham civis fora da área de embate! Não façam mais nada! Ainda não está na hora!
-Certo! - Frank assentiu, batendo continência.
Ele suspirou e encarou Bucky, que estava ao seu lado, quieto, quase em choque. Frank se aproximou dele, pondo a mão em seu ombro, apertando de leve. Os dois se encararam, enquanto Frank soltava um pequeno sorrisinho.
-Vai ficar tudo bem, Vovô! Relaxa…
Bucky soltou uma pequena risada e puxou Frank para um abraço apertado. Afinal, o homem não era insuportável e, no fim, tinha falado a verdade: Sempre quis ajudar, se esforçou para isso, protegeu Sarah e Matteo nos momentos certos…
E, mais importante de tudo, Frank era sua família. Sangue do seu sangue.
Eles ficaram abraçados por alguns segundos, enquanto Frank não ousou se mexer. Ele apenas resmungou algo que soou como:
-Okay… Você está tentando me matar sufocado?
-Não… - Bucky sussurrou.
-E me seduzir? É isso? Porque se for, perdeu seu tempo! Eu gosto de mulher!
Bucky soltou o bisneto e o encarou nos olhos, sorrindo. Então, enfiou um tapa na nuca dele, com força.
-Seu idiota!
-Ai!
-Antes de você ir, Frank… Preciso admitir que gosto de você, tá? Apesar do início da nossa relação ser conturbada.
Frank ficou instantâneamente vermelho, assentindo, com um sorriso largo.
-Bem, Vovô… Eu também gosto de você, apesar de você ser meio gay!
Bucky o soltou, empurrando ele na direção do portal que tinha acabado de ser aberto. Frank se juntou a Wanda e entrou no portal, ouvindo as últimas instruções de Stephen.
Olhando ao redor, Bucky percebeu que Kaya estava no laptop, junto com Tony, monitorando toda a extensão do lugar onde, comprovadamente, por gravações, Victor levou Sarah.
-Estou vendo eles! - Kaya exclamou.
-E a gente? O que faz? - Steve perguntou, impaciente. - Ficamos parados aqui?
Stephen negou.
-Assim que Frank e Wanda voltarem, mando um grupo para lidar com os guardas e seguranças que Victor tem em torno da propriedade. Então, aí esperamos.
Bucky bufou, completamente impaciente.
-Seria melhor vocês vestirem seus uniformes e trazerem suas melhores armas, senhores! - Stephen informou. - Estamos indo para uma nova Guerra!
***
A cabeça de Sarah rodava quando seus sentidos começaram a despertar. Primeiro, ela sentiu frio. Depois, sentiu dor. E por fim, tontura, lábios secos, vontade de vomitar…
Ela mal conseguia manter seus olhos abertos ou identificar quaisquer barulho que estava ao seu redor. A sensação era a de que estava submersa no fundo do oceano.
Sua cabeça latejava em vários pontos diferentes e suas costas doíam conforme ela foi acordando e recuperando o controle do próprio corpo. Não demorou muito para que a mulher percebesse que estava sentada no chão, com os braços presos para trás, no que parecia um poste ou pilastra. Ela tentou mexer as mãos, mas algemas mantiveram a mulher no lugar.
Sarah abriu os olhos, sentindo o gosto de bile invadir sua boca. Quase não havia claridade no ambiente em que estava, o que a fazia imaginar que deveria ser noite. Ou que estava em algum lugar cuja luz natural não entrava. Ela reconheceu o cheiro de terra molhada segundos depois. Também reconheceu o cheiro de madeira cerrada.
Por fim, reconheceu o homem sentado na sua frente.
Victor a observava, imóvel, como se ela fosse um objeto de estudo interessantíssimo. Sarah engoliu em seco, sentindo cada célula do seu corpo tremer de medo, mas ao mesmo tempo, de raiva. Ela agradeceu a qualquer Deus por estar amarrada, já que naquele segundo, ela poderia ter matado Victor de mil formas diferentes e nenhuma delas incluía seus poderes.
-Finalmente… Você é extremamente escorregadia, sabia, meu amor? Mas eu tinha certeza, Sarah… Era só ter um pouco de planejamento e paciência… Você vale à pena!
-Eu nunca vou dizer onde ele está!
Victor riu, com desdém, se aproximando mais de Sarah. Ele segurou o queixo dela, forçando-a a olhar para cima, na sua direção. Ela empinou o queixo, sem vacilar.
-Não, meu bem… Eu já desisti do menino. Eu quero outra coisa.
O coração de Sarah acelerou violentamente contra seu peito e ela sentiu a adrenalina percorrer seu corpo. Mesmo assim, sustentou o olhar, tentando não demonstrar o medo que sentia naquele minuto.
-É? E o que é?
-Você. Eu acho que acabei de perceber que não é o nosso filho…
-Meu filho! - Sarah o chutou, na canela, com raiva beirando na voz. - Ele é o meu filho! Não seu, seu verme inútil!
Victor desviou das pernas de Sarah depois de levar um chute dolorido na canela. Então, virou a mão e enfiou um tapa na cara de Sarah, com tanta força, que o corpo dela acompanhou o movimento.
Ela não soltou nenhum gemido. Apenas se manteve respirando fundo, enquanto cravava as unhas na palma da mão para não dar o braço a torcer. Sarah sentiu o gosto de sangue invadir sua boca e o lábio ser cortado. Ela ergueu o olhar, tirando os cabelos escuros do rosto com um movimento de cabeça. Então, com um movimento rápido, cuspiu sangue e saliva na direção de Victor, consciente que levaria outro tapa.
Sua cara virou de novo, junto com seu corpo, pelo impacto da pancada. Seus braços reclamaram, arrastando na pilastra atrás de si, assim como os pulsos.
-Você percebe, Sarah, como essa sua teimosia torna tudo mais difícil entre nós? - Victor perguntou, levantando de perto dela.
Sarah empinou o queixo. Morreria, mas faria com dignidade e, certamente, sem pedir piedade a ele. Na verdade, naquele momento, ela mesma planejava um jeito de fazer ele implorar por misericórdia.
-Você podia ser poderosa, Sarah. Podia governar o mundo ao meu lado… Você podia ter todas as riquezas do mundo! No entanto, escolhe dificultar absolutamente tudo em troca de que?! Do amor de uma criança?! Do amor de um homem que já matou mais de sei lá quantas pessoas?! Amor é uma palhaçada, Sarah!
Ela não alterou a expressão. Literalmente, não mexeu um único músculo que denunciasse o que estava fazendo naquele momento.
-Sabe… Quando você finalmente acordar e ver que o poder e o dinheiro que governam esse mundo… Eu garanto que vai se arrepender por perder tantos anos assim, sem nem mesmo me escutar.
-Vou? - Sarah ergueu uma sombrancelha.
Os dois sabiam que estava apenas o desafiando. Victor riu, sem humor algum.
-Você é insolente. Sabia?
-Já me disseram algumas vezes antes… - Ela deu de ombros.
Victor franziu os lábios, insatisfeito. Suas mãos tremiam de ódio e o olhar estava completamente alterado quando, talvez, para não bater novamente nela, ele jogou uma mesa cheia de coisas que estava à sua direita, longe, grunhindo de raiva.
Sarah estremeceu de susto apenas por um segundo. Depois, voltou à pose insolente e irônica que sabia irritar Victor. Ele a encarou, com raiva.
-Eu vou te dar três dias, Sarah. Três! Depois disso, se você decidir que realmente não vai fazer parte do mundo que eu estou te oferecendo… Tenha consciência que nunca mais vai sair daqui! Você me ouviu?! - Victor rosnou.
-Aham… - Sarah ergueu o canto dos lábios em um sorriso, por mais que tivesse tido a sensação de que partiria o lábio superior em dois por conta do sorriso. - É claro que eu entendi.
-Ótimo!
Sarah continuou sorrindo, o que fez ele estranhar e, ao invés da sair da sala que estavam, ou porão, tanto fazia para Sarah, ele apenas a encarou, sério. Ela percebeu o leve brilho de medo nos olhos dele. Ela percebeu a hesitação e a irritação.
-Por que está sorrindo, Gatinha? Mudou de ideia?
-Minha ideia nunca mudou, Victor! - Sarah deu de ombros. - É você quem nunca mais vai sair daqui.
Ela puxou as duas mãos para frente, balançando as algemas abertas na frente de Victor, que a encarou, espantado. Em um movimento rápido, ela levantou do chão e engoliu a vontade de vomitar, ignorando a tonteira que sentiu.
Victor hesitou, alternando o olhar entre Sarah e a algema no chão.
-Isso não precisa ser assim, Sarah. Eu não quero matar você.
-Eu sei. - Sarah sussurrou, observando suas mãos.
Tanto seus dedos, quanto seus olhos, tinham um brilho arroxeado intenso e luminoso. Victor recuou um passo quando ela avançou um. Sarah ergueu o olhar para ele e sorriu, insolente, de novo.
-Mas eu quero!
O resultado foi uma explosão de cor verde, que em segundos, foi engolida pela cor roxa.
***
-Falta muito tempo para a gente invadir o local? - Bucky perguntou pela vigésima vez, em cerca de vinte minutos.
Stephen, que passava o tempo lendo um livro sem nem mesmo tocá-lo, ergueu o olhar para o homem, apenas comentando:
-Paciência não é o seu forte, não é?
Bucky suspirou, subindo em cima de uma mesa, enquanto bufava, revirando os olhos.
-Minha namorada e um dos meus filhos estão naquele lugar, com um maluco que é maníaco por ela! Como você quer que eu tenha paciência?!
Stephen revirou os olhos, voltando a encarar o livro, sussurrando:
-E isso porquê ele viu o desenho!
Bucky bufou, esfregando o ossinho sobre os olhos. Estavam há cerca de seis horas esperando o momento certo de atacar. Sua paciência, que já era pouca, tinha se tornado quase nula e tudo que Bucky queria fazer naquele momento, era invadir o local e resgatar Sarah.
-Sabe, você podia relaxar assistindo à batalha! - Kaya, que estava sentada na frente de um monitor, com os pés para cima, sugeriu.
Bucky encarou a mulher, percebendo uma vasilha cheia de pipoca em sua mão. Ele franziu a testa, confuso.
-Quando você fez pipoca, Mulher?!
-Eu não fiz. - Ela deu de ombros, jogando um grão para cima, o pegando no ar. - Foi aquele garoto… O ligeirinho! Quer?
Bucky suspirou, negando. Não queria assistir o embate pelas câmaras de segurança. A maior parte dos seus amigos estava lá, lutando para acabar com o exército de seguranças particulares que Victor acumulou.
-Opa! Eu quero! - Frank, que tinha se mantido calado por vários minutos, exclamou.
-Pena que não ofereci a ninguém! - Kaya revirou os olhos azuis, mantendo o pote longe dele.
Bucky ignorou a discussão e sem resistir, levantou da mesa e encarou o monitor no momento exato em que uma pipoca atingiu o olho de Frank, fazendo ele reclamar:
-Hey! Sua ex me acertou uma pipoca no olho!
-Não é minha ex!
-Não sou ex dele!
Kaya e Bucky falaram juntos. Mas o homem nem sequer prestou atenção em Frank. Ele apenas encarava o monitor do computador, tenso. Praticamente todos os vingadores lutavam juntos naquele momento, no meio da neve branca e quase infinita da imagem. Enquanto alguns se saíam bem, outros encontravam mais dificuldade. Em alguns pontos, a neve estava pintada de vermelho e tinha corpos jogados.
Bucky aproximou as imagens, procurando saber se era algum deles, mas não reconheceu ninguém.
Ele soltou o ar de dentro dos pulmões e respirou bem devagar. Estava ansioso e tenso. Então, preferiu voltar a andar pela sala, enquanto tentava se concentrar em não surtar.
Foi nesse momento que o vídeo mostrou uma explosão roxa, literalmente falando.
-Ai, meu Deus!
-O que?! - Bucky encarou o brilho roxo na tela. - Caramba!
-Já não era sem tempo! - Stephen ergueu o corpo da cadeira, enquanto abria um portal no meio da sala. - Vamos! E você, Bucky…
Os dois se encararam, sérios.
-Nada de sair do seu posto.
Bucky assentiu, pegando uma metralhadora e verificando, além do pente, o gatilho.
-Certo. Nada de sair do posto.
****
A explosão que eclodiu da casa Não foi física. Apenas os poderes de Sarah rodearam o perímetro em volta da casa, envolvendo todos os Vingadores em uma névoa roxa, que dificultou a visão de muitos deles.
Enquanto Pietro corria pelo local, derrubando inimigos escondidos atrás das árvores, Steve Rogers auxiliava Natasha Romanoff, dando cobertura à mulher.
Foi no segundo em que o Martelo de Thor bateu no chão, eletrocutando cerca de seis inimigos ao seu redor, que a explosão de poderes os cobriu, fazendo com que Steve vacilasse e acabasse recebendo um chute que o derrubou no chão.
Usando o escudo para se proteger, Steve viu quando Tony atirou na direção do homem que tinha uma arma apontada para sua cabeça. Steve não ficou para ver o estrago, afinal, estava ocupado demais protegendo Bucky, que surpreendentemente, correu na direção contrária da batalha.
-Sam! Dá cobertura ao Bucky! - Steve pediu, vendo algumas pessoas correndo na mesma direção que a do amigo.
-Por quê eu?! - Sam retrucou, levemente irritado, enquanto protegia Rhodes de um ataque que veio do térreo. - O amigo é seu!
-Samuel! - Natasha reclamou, acertando um chute nas bolas de um oponente. - Vai acobertar o Bucky! Agora!
Sam reclamou, xingando em voz alta, antes de planar na direção que Bucky foi, acionando o asa vermelha para se livrar dos oponentes na sua frente.
-Alguém sabe me explicar porque estamos em uma redoma de vidro?! - Tony perguntou, assim que se livrou dos seus últimos oponentes.
Levou algum tempo para que alguém respondesse ao homem na escuta, mas Wanda fez questão de explicar:
-Porque dessa forma, ela anulou os poderes do Victor e, enquanto ele não sair dessa redoma, só ela tem poderes!
-Garota esperta! - Frank elogiou, rindo, enquanto olhava ao redor. - Ah, não… Espera! Essa idéia foi minha!
Wanda pensou em retrucar e dizer que, na verdade, tinha sido de Stephen, mas acabou se distraindo quando Bruce bateu em Thor e fez o homem voar, arrastando neve por metros, até bater contra uma árvore e a derrubar com um estrondo.
Vários pássaros saíram voando, indignados pela interrupção do sono ao terem seus ninhos derrubados. Após correr para verificar se Thor estava bem, Tony olhou ao redor, finalmente, percebendo o que havia de estranho naquela luta.
Não eram inúmeros soldados que, simplesmente, brotavam do chão para tentar os derrubar. Eram clones. Vários deles. Avisando isso para a equipe, Stephen assumiu a dianteira, junto a Frank, para acabarem com os clones. De alguma forma, a cada vez que um deles era derrubado, outros três apareciam em seus lugares.
-Wanda! - Frank gritou, pelo ponto, apontando para a casa, assim que Wanda o encarou. - Vai ajudar a Sarah! Os poderes do Victor não estão todos controlados!
Wanda assentiu, deixando que seu poder escarlate a fizesse levitar na direção da casinha de madeira. Ela pousou na varanda, mexendo na maçaneta da porta. Estava trancada. Com uma fagulha do poder, Wanda fez a porta escancarar.
Então, ela entrou.
Por um momento, ela não ouviu nada. O único som vinha das batalhas atrás de si e das batidas do próprio coração, agitado e ansioso.
Subitamente, um barulho de porta foi ouvido em seu lado esquerdo e, antes que pudesse raciocinar, Victor a derrubou no chão, passando por cima do corpo dela. Wanda ficou na dúvida se ia atrás ou se procurava por Sarah. No final, apenas avisou que Victor correu para fora.
Natasha chegou a responder que havia visto ele, mas Stephen berrou, praticamente, pedindo para deixar ele ir. Mesmo sem entender absolutamente nada, os Vingadores fizeram a vontade do mago, ao mesmo tempo, que Wanda levantava do chão e caminhava, cautelosamente, na direção da porta pela qual Victor saiu, a derrubando.
***
A cabeça de Sarah latejava e, por segundos, ela não soube dizer quem era, onde estava e o que havia acontecido. Ela abriu os olhos, notando como sua visão estava turva e embaçada. Sarah sentia sua barriga pegando fogo e, antes mesmo que conseguisse raciocinar o que tinha acontecido, já estava acariciando o bebê.
Ela se sentou, sentindo como se tivesse sofrido um traumatismo craniano e seu cérebro tivesse derretido para fora de sua cabeça, fazendo com que o mais leve pensamento ou movimento, doesse.
Sarah esfregou os olhos, olhando para suas próprias mãos. Seu próprio corpo. Não conseguia enxergar absolutamente nada devido à baixa claridade no ambiente. Ela parou, fechando os olhos, atenta a qualquer ruído. Mas havia um zumbido persistente e agudo em suas orelhas.
-Sarah! - Alguém a chamou, fazendo Sarah sobressaltar.
Alarmada, em sua cabeça passou um filme com tudo que tinha vivido nas últimas horas, mas especialmente, no momento em que terminou de sugar e absorver toda a magia existente em Victor.
Ele era apenas um humano comum e patético naquele momento.
-Sarah? Você está bem?!
Levou alguns segundos, mas Sarah reconheceu a voz de Wanda, que tateou até ela e segurou o rosto de Sarah, dando pequenas batidinhas.
-Sarah?!
-Onde ele está? O que você está…? - Sarah engoliu em seco. - Cadê meu filho?!
-Seguro! - Wanda garantiu, com firmeza na voz. - O Victor acabou de fugir…
-Eu vou atrás dele!
Sarah não esperou por Wanda. Mesmo sob os protestos da ruiva, a morena ergueu o corpo, decidida a ignorar toda a dor, toda a tontura. Sendo assim, ela saiu pela porta do porão, atravessando toda a sala, sendo seguida de perto por Wanda.
Saindo de dentro da casinha de madeira, Sarah parou na varanda, vasculhando o ambiente com os olhos, enquanto chamava por Victor. Seus olhos brilhavam com poder púrpura e suas mãos faziam a áurea se espalhar ainda mais pelo ambiente.
***
O que se seguiu a isso foi tão rápido que todos ao redor entraram em choque. Na verdade, ninguém havia visto Victor escondido atrás de uma árvore, com exceção de Sarah, Frank e Bucky
Enquanto Sarah aumentava a força e a potência de seus poderes, caminhando na direção dele, decidida a fazer com que Victor fosse para o inferno, literalmente, Bucky ergueu a metralhadora, tendo o homem na sua mira.
Mas ao mesmo tempo, Frank abandonou seu posto, ao lado de Pietro, correndo em uma velocidade exagerada para um simples humano. Ele pôs o pé, um na frente do outro, gritando por Sarah. Ela não pareceu escutá-lo, o que fez Frank se desesperar.
Um tiro foi ouvido, no momento exato em que Sarah e Wanda foram jogadas no chão. A seguir, quase instantaneamente, Bucky atirou. Então, percebendo que Victor tinha caído, atingido na cabeça pela arma dele, Bucky largou tudo e correu na direção de Sarah.
Por instantes, Bucky entrou em desespero ao ver sangue na neve. E em Sarah.
Mas assim que ela arregalou os olhos e se jogou na direção de Frank, Bucky respirou aliviado, vendo que o sangue não era dela.
Como o esperado, o sangue era de Frank. Mas por mais que Bucky já estivesse esperando por isso, o impacto de ver o corpo sem vida e imóvel de Frank no colo de Sarah, o fez cair de joelhos na neve, sem vergonha alguma em não esconder as lágrimas que escorreram por seu rosto.
Oiie, Pessoal! 💕
Em primeiro lugar, quero pedir desculpas pela demora e por não ter atualizado na semana passada!
Eu não tinha terminado de escrever o capítulo de amanhã e não gosto de postar capítulo sem ter outro de reserva. Além disso, essas últimas duas semanas foram horríveis para a minha saúde mental, de forma que me deu bloqueio e eu mal consegui terminar o capítulo, mas agora, já tenho até o 52 pronto!💕
Sobra a batalha... Talvez, não tenha sido o que vocês esperavam. Eu mesma queria ter feito algo mais grandioso ou trabalhado, mas... Eu tentei dar o meu melhor aqui! Espero que tenha ficado satisfatório em algum nível, ao menos! 👀
Então, pessoal... O Victor morreu! Aleluiaaaaa!
Mas levou junto o Frank 🥺E eu não sei vocês, mas... Eu odiei ter que matar ele porque, embora ele fosse chato, era um dos personagens que eu mais gostava daqui! 😭
Mas foi necessário, tadinho... Morreu como herói!
O próximo capítulo é o capítulo de encerramento da fanfic e vem amanhã! No entanto, prestem atenção aqui!!!!!
Ainda temos mais cinco capítulos, ou seja, a fanfic vai ser atualizada todos os sábados até o dia 10 de julho, que é quando vem o encerramento oficial!
Eu realmente espero que vocês gostem do fim!
Até lá!
Bjs! 💋💋
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro