A Festa do Bordel.
Quando Sarah comentou que Margareth fazia uma festa anual (e que apenas tinha parado por causa da Guerra), Bucky se lembrou com detalhes da festinhas as quais ia e arrastava Steve junto.
Eram agitadas, cheias de homens e as poucas mulheres que frequentavam não eram, exatamente, as mais sérias do mundo para se namorar.
É claro que Bucky evitou externalizar esse pensamento, óbvio, e fingiu que a festa era uma novidade. Ouviu atentamente as instruções e foi designado para explicar todas as regras e instruções para os rapazes que foram contratados como seguranças extras. Todos deviam ter menos de vinte anos e, claramente, estavam interessados apenas em uns trocados, bebidas e mulheres.
Também ficou encarregado de arrumar, junto a esses garotos, toda a estrutura do palco e do Bordel, retirando as mesas e cadeiras para que dessem mais pessoas dentro. A arrumação começou cerca de uma semana antes e quando, enfim, o dia da festa de aniversário do Bordel havia chegado, Bucky mal conseguia se mexer, de tão dolorido.
Mesmo assim, estava levemente animado, ainda mais por saber que Steve decidiu marcar presença, apesar de estar tendo algo indefinido com Lucy. Talvez, até ela fosse para apoiar a prima, mas como quase não parou no Hotel naqueles dias, não fazia a menor ideia.
-Hey, bonitão! - Bucky sentiu um pano de prato sendo jogado contra sua bunda, enquanto estava agachado embaixo do balcão de bebidas.
Respirou muito fundo e tirou a cabeça de lá, junto com a garrafa de uísque que havia derrubado sem querer. Encarou Martha.
-Que foi?
-Você sabia que funcionários têm desconto em todos os serviços, certo?
Bucky reparou, pela milionésima vez, o que Martha insinuava só naquela semana. Também reparou que não era apenas ela, algumas das outras meninas pararam de se arrumarem e arrumar as coisas para o encarar, interessadas.
-Não estou interessado. Já te disse um milhão de vezes. - Bucky olhou ao redor, procurando os meninos. Os achou lutando com vassouras como se fossem espadas. Suspirou. - Mereço…
-Você é casado? - Uma loira indagou, ajeitando o decote e sorrindo para Bucky, enquanto chegava para frente.
-Não.
-Tem namorada, meu bem? - Uma outra, morena, também o questionou.
-Também não.
-Eu não me importaria de fazer um programa contigo, na verdade. - Uma outra que Bucky só tinha visto uma vez na vida antes, deu de ombros. - Eu até poderia fazer um desconto, se for esse o caso…
-Eu não… - Bucky quase gaguejou, pigarreando e ajeitando a gola da blusa. - Bem, eu só não estou interessado. Mas muito obrigado! Vou lembrar disso quando eu… Hm-Hm… Quando eu quiser.
-Você podia querer hoje, né? - A loira voltou a falar, sentando no balcão e cruzando as pernas. - Vai estar cheio. Ninguém vai sentir sua falta!
O Bordel subiu mais alguns graus enquanto Bucky tentava se manter neutro. Continuou aparafusando a banqueta do balcão.
-Eu vou estar trabalhando.
-Eu também. - Martha sorriu, parando ao lado da loira. - Na verdade, você podia trabalhar comigo.
-Se liga, idiota! - A morena riu, parando exatamente na frente de Bucky e mordendo a boca. - Ele vai trabalhar comigo!
-Eu vou trabalhar sozinho. - Bucky apontou com o indicador. - Ou melhor, com aqueles caras alí. E de segurança!
Céus, nem na época em que era um galinha recebia tantas cantadas assim… A vontade era de ficar careca para saber se continuaria com a tortura. Ou gordo. Ou virar mulher. Qualquer coisa que tirasse a atenção dele.
-Você é tímido? - A loira voltou a questionar.
-Não.- Bucky suspirou.
-Você é gay?
-Também não…
Bucky contornou o balcão e foi para a frente dele, pedindo com um gesto de dedos para que elas saíssem do balcão. As duas obedeceram e pararam ao lado dele, enquanto Bucky voltava a aparafusar aquele lado.
-É por causa desse braço?
Bucky ergueu o olhar para Martha, com a testa franzida e o coração batendo forte contra o peito.
-O que?
-O Matteo contou que você foi soldado. - Martha explicou e as outras meninas assentiram com a cabeça. Bucky soltou o ar, aliviado. - E disse que você falou que não gosta de tirar as luvas porque se machucou na Guerra.
Bucky voltou a olhar o parafuso entrando no buraco, rodando, até parar no limite. Mexeu no tampo do balcão. Estava firme. Levantou do chão, espanando a calça mesmo que não estivesse suja.
-Eu não gosto de falar sobre isso.
-Sabe que a gente não ia ligar, não sabe? - A Morena questionou. - Já vimos muitos homens mutilados. Inclusive lá!
Todas concordaram com a cabeça. Bucky jogou a chave de fenda na caixa e fechou com um pequeno chute.
-Eu realmente não quero falar sobre isso, okay?
O tom de voz não saiu mais tão gentil, então as garotas repararam que não deviam mais entrar no assunto. Como não queriam aborrecer Bucky, apenas mudaram de assunto rapidamente.
-Você e a Sarah se conhecem de onde mesmo?
-Ela é prima da amiga do meu primo. - Bucky suspirou. - Qual foi a outra coisa que a Margareth pediu para eu fazer mesmo?
Coçando a cabeça, encarou as mulheres. Elas deram de ombros. Bucky bufou, olhando ao redor.
-Eu tenho certeza que ainda faltava mais alguma coisa…
Quando voltou o olhar para elas, percebeu que elas nem ao menos prestavam atenção nele. Prestavam em seu corpo que estava suado e com a blusa azul grudada nele. As vezes, se sentia um pedaço de carne prestes a ser devorado.
-James!
Bucky levou um enorme susto e encarou a dona do Bordel, que vinha ao seu encontro, com uma careta agoniada. Franzindo a testa, as quatro pessoas presentes alí encararam a mulher.
-O que houve, Dona Margareth?
-Um rato! - Margareth foi tomada por arrepios intensos, enquanto agarrava o braço de James, o sacudindo e apontando para a direção da cozinha. - Um rato enorme, gordo e peludo! Na cozinha!
Agora que ela havia falado, realmente, conseguia escutar uma pequena confusão vinda dos fundos do bordel. As garotas começaram a falar juntas e empurrar Bucky na direção da cozinha, tendo tremiliques e arrepios. Até achou graça, afinal, era apenas um ratinho.
Quando chegou na cozinha, as funcionárias andavam de um lado ao outro e tentavam acertar o rato com panelas e utensílios. Sarah estava totalmente suspensa em uma mesa, com duas frigideiras na mão e a cada vez que o rato guinchava, ela berrava. Bucky mordeu a boca para prender o riso, tão forte que quase sentiu gosto de sangue.
Não precisou de muito esforço, na verdade, conseguiu encurralar o rato entre o fogão e a pia e o pegou, pelo rabo.
-Vai matar ele?!
-Mata logo!
-Tira esse bicho de perto de mim!
Bucky encarou todas as mulheres e ergueu o rato que se debatia, pendurado pelo rabo. Era pequeno, magrinho e parecia quase um filhote. Não teve coragem de o matar, então, seguiu na direção da porta dos fundos e avisou que ia dar cabo do rato.
Ouviu suspiros de alívio quando fechou a porta atrás de si e andou até a beirada da calçada, pondo o ratinho no chão. Por um momento, o bichinho nada fez. Apenas o olhou por alguns segundos. Então, deu meia volta e correu desenfradamente para o meio da rua, sumindo das vistas do homem.
Tudo bem, sabia que a maior parte dos ratos eram sujos e traziam doenças, mas… Não ia consegui olhar nos olhos desesperados do bichinho e o matar.
Se ergueu do chão e voltou para a cozinha. Sarah ainda estava na mesa, segurando as frigideiras. Bucky segurou a risada novamente.
-Prontinho! Se precisarem…
-Matou ele?! - Sarah questionou, descendo da mesa e ajeitando o cabelo rebelde.
-Aham…
A mulher o encarou, séria. Estreitou os olhos e passou por Bucky, esbarrando no ombro dele enquanto sussurrava um "mentiroso!".
-Vai lavar as mãos e trocar de roupa! - Margareth ordenou, assim que ele apareceu. Tem uma hora para começarmos oficialmente a festa!
Bucky assentiu, esfregando o rosto e caminhando para a direção do banheiro, no segundo andar. Pegou a mochila dentro do armário e separou as roupas, trancando bem a porta do banheiro.
Enquanto ligava o chuveiro e entrava debaixo da água mais gelada que conseguiu suportar, refletiu sobre os acontecimentos das últimas semanas.
Depois de levar Matteo pela primeira vez para a escola junto com Sarah, vira e mexe, estava os acompanhando novamente e, por duas vezes, ela até mesmo permitiu que eles fossem sozinhos enquanto ela adiantava as compras para o almoço do hotel.
Também tinha se aproximado mais um pouco de Sarah, mesmo à contra gosto. Sua mente dizia que precisava a manter longe, enquanto Sarah não colaborava. Quase todos os dias, iam para, e voltavam do bordel, juntos. Não exatamente por medo que ocorresse outra tentativa se estupro, mesmo que esse fosse um dos motivos, claro.
Mas por conveniência, especialmente, e por amizade. Apesar de tudo e de mal se conhecerem, Sarah confiava em Bucky (mesmo que ele achasse que era uma péssima escolha), e Bucky gostava de Sarah, do jeito estressado, sério, mas jovial dela. Gostava especialmente de observar a interação entre ela e Matteo. A forma como mesmo cansada, Sarah arranjava tempo para brincar e estar com o filho, como sempre trazia um agrado, fosse uma simples bala ou até um brinquedo novo.
Quando percebeu que estava pensando, de novo, mais do que devia nela, Bucky sacudiu a cabeça e se concentrou no banho. Ultimamente, tinha sido assim: Sarah invadia os pensamentos de Bucky nos momentos mais inapropriados e demorava a sair.
Depois de retirar todo o sabonete que espalhou pelo corpo, o homem pegou uma toalha e começou a se enxugar, voltando os pensamentos para daqui há alguns minutos.
Costumava lembrar que o Bordel ficava extremamente cheio e barulhento. Era claro que estava nervoso por isso, mas uma coisa era verdade: Se sumisse da festa e desse a desculpa de que estava com alguma garota por aí, talvez, levasse uma bronca, mas não teria nada demais. Outros seguranças tinham cansado de fazer isso.
Começou a enfiar a roupa e tirou um pente da mochila, penteando os fios molhados. Uma batida na porta demonstrou que alguém queria entrar, então, vestiu correndo a calça e enfiou a blusa, pegando as luvas.
-James? É a Sarah…
-Eu já vou abrir! Calma…
Xingou mentalmente. Quando não estava pensando em Sarah, estava vendo Sarah. Desse jeito, ia acabar ficando maluco. Talvez, tivesse mesmo que se afastar um pouco.
-Eu só vim avisar que o Steve…
Sarah parou de falar quando Bucky abriu a porta do banheiro, saindo dele. A mochila estava jogada pelas costas e ele ajeitava as luvas sobre as mãos.
Sarah o encarou, perdendo o raciocínio. James era um homem lindo e ela não podia negar isso nem se a vida dependesse disso. O cheiro de sabonete invadiu seu nariz e Sarah chegou a ficar tonta com a proximidade deles, já que esqueceu de dar um passo para trás quando focou o olhar em uma gota que caiu do cabelo molhado dele, escorrendo pelo peito, até sumir por dentro da blusa.
Bucky fechou a porta do banheiro, fazendo um barulho alto de propósito. Isso fez Sarah voltar para a realidade, corando de uma forma completamente adorável. Bucky sorriu, apoiando o corpo na parede atrás de si e cruzando os braços.
-Você veio avisar que…?
Sarah recuou, finalmente, dois passos e ergueu os olhos para os olhos de Bucky. Ainda estava vermelha igual a um tomate o que denunciava os pensamentos que teve enquanto o olhar dela passeava por seu corpo.
Bucky abaixou a cabeça, pensando que era irônico o fato de que não ter se incomodado com isso o deixava triste. A única pessoa que não se incomodava que o olhasse maliciosamente, nunca o veria como mais que um amigo e mesmo se visse, ele nunca poderia avançar um único passo.
-Eu… - Sarah ergueu o nariz e pigarreou. - Apenas vim avisar que o Steve chegou e está procurando por você. Nos encontramos quando fui atender a porta.
Bucky assentiu, ainda sem encarar ela. Sarah percebeu o olhar dele e a forma como os ombros de Bucky murcharam depois que ele encostou na parede.
-Você está bem, James?
-Aham… - Bucky suspirou, erguendo os olhos e a encarando. - Eu só estou cansado.
Em teoria, não havia mentido. Estava cansado emocionalmente. Queria jogar um charme ou flertar com Sarah, afinal, o antigo Bucky ainda vivia dentro dele e os anos 40 o despertava todo dia um pouco… Não podia.
-Vuoi parlare di questo?
Bucky desviou o olhar, rindo sem humor. Até queria conversar sobre isso, mas de qualquer forma, não podia. Então, apenas deu de ombros e mudou de assunto.
-Eu já vou descer, Sarah. Obrigado por avisar.
-Quer descer comigo? - Sarah ofereceu.
-Não. - Bucky deu de ombros.- Preciso de alguns minutos para me preparar. Aquilo vai estar uma loucura!
-Va bene.- Sarah esticou a mão e entrelaçou seus dedos aos de Bucky, sorrindo para ele. - Mas sabe que se precisar, estou aqui. Não sabe?
-Sei, Mia Principessa! - Bucky sorriu, a puxando para um abraço desajeitado pelos ombros. Depositou um rápido selinho no meio dos cabelos de Sarah. - Grazie per questo!
Bucky largou Sarah e a observou sorrir, voltando a ficar vermelha. Enquanto ela descia as escadas, Bucky suspirou, voltando a se sentir levemente irritado.
Por Deus, por que ficava pensando em flertar com Sarah?! E por que diabos ficava triste quando lembrava que não podia? Dando batidinhas no próprio rosto, percebeu que o primeiro cliente começava a subir as escadas com uma garota à tira colo.
Então, desceu rapidamente e localizou os quatro garotos dando ordens que ele sabia que seriam descumpridas assim que saísse de perto. Se surpreendeu de ver o quanto a cada estava ficando cheia, sendo que eles tinham aberto só há alguns minutos.
Localizou Steve sentado no balcão de bebidas e após guardar a mochila no armário, sorriu e sentou ao lado do amigo.
-Tendo uma boa noite, meu amigo?
-Melhor agora, na verdade.- Steve sorriu de volta, virando de frente para o moreno. Franziu a testa. - O que foi?
-O que foi o que? - Bucky questionou, sem encarar os olhos de Steve.
-Você parece meio desanimado…
Bucky deu de ombros, mentindo claramente.
-Eu estou bem.
-Vai querer mentir mesmo para mim?
Bucky sorriu, irônico, pegando o copo da mão de Steve e bebendo tudo de uma vez. Não sabia o que era, mas era amargo e cheio de álcool.
-Se eu quero mentir, então, você não deveria insistir. Não acha?
-Aconteceu algo?
Por fim, Bucky revirou os olhos, bufando. Correu o olhar pela festa, constatando que o primeiro garoto já não estava em seu posto. A festa estava tranquila por enquanto…
-Cadê a Lucy?
-Encontrou uma colega de escola e foi conversar. - Steve deu de ombros, pegando a nova bebida que o garçom depositou. - Cadê a Sarah?
-Na cozinha. - Bucky deu de ombros. - Cozinhando, provavelmente.
Steve sorriu, observando o modo como Bucky abaixou a cabeça e suspirou, derrotado. Mas não comentou nada. Já havia reparado que isso acontecia todas as vezes que citava a mulher.
-Enfim… Lembra quando vínhamos aqui?
-E tem como esquecer?! - Bucky sorriu, verdadeiramente, encarando Steve, enquanto apontava por cima do ombro. - Você sempre arranjava briga e era eu que tinha que ir bater nos valentões!
-Quando você não estava se agarrando com alguma garota por aí! - Steve corrigiu, rindo. - Eu sempre ficava de vela!
-Nem sempre! - Bucky fez uma pausa. - As vezes, você ficava de candelabro mesmo!
Steve meteu um tapa na orelha de Bucky, rindo. Então, a primeira confusão foi formada bem no centro do saguão. Pela segunda vez, Bucky puxou a bebida - intocada - De Steve e a bebeu de uma vez.
-O trabalho me chama. Eu já volto!
-Não vou sair daqui!
Bucky caminhou até os dois jovens que brigavam pela mesma garota e os separou com um puxão de cada blusa, os fazendo encarar ele, assustados.
-Algum problema por aqui?!
-Ele está dando em cima da minha garota!
-Ela não é sua garota! Ela é de quem pagar mais!
-Eu falei com ela primeiro!
-Ah, pelo amor de Deus! - Bucky sacudiu os dois homens pelas golas. - Ou o senhor espera a sua vez, ou seremos obrigados a colocar vocês para fora! Entendidos?
-Aham! - Os dois homens exclamaram, levemente assustados.
-Ótimo! Primeiro, o primeiro. Depois, o segundo. Não é, menina?
A garota assentiu com as mãos na cintura e revirando os olhos.
-Foi isso que eu disse a eles!
Bucky os empurrou para longe e depois de conferir que tudo estava calmo, voltou para o lado de Steve.
-Uau! - O loiro riu. - Isso foi apavorante!
-Tem que ser, né? - Bucky revirou os olhos. - Sempre a mesma briga: Dois caras querendo a mesma garota… Céus!
Steve riu e negou com a cabeça, procurando Lucy com os olhos. Relaxou um pouco ao ver que Lucy continuava conversando com a amiga. Bucky percebeu a direção do olhar do amigo e riu, para atrair a atenção dele.
-Ham? Que foi?
-Você e a Lucy… Está aí uma coisa que eu imaginava mas não esperava! - Bucky aceitou a bebida posta na sua frente e a bebeu. - O que está rolando entre vocês?
-A Lucy chama de amizade colorida. - Steve balançou os ombros, como se não fosse tão importante assim.
-E você? Chama de que?
Os dois se encararam. Steve, por fim, desistiu e negou com a cabeça.
-Eu não sei. Eu gosto dela. Por incrível que pareça, ela…- Steve tomou um gole da bebida esvaziando o copo, tentando organizar os pensamentos. - Eu nunca lembro da Peggy quando a Lucy está perto. Quer dizer, eu…
-Você está apaixonado. - Bucky explicou, bebendo o último gole da bebida.
Pausa. Uma nova confusão se instaurou quando duas mulheres começaram a brigar por causa do marido de uma delas. Bucky suspirou e pulou do banco.
-Eu já volto.
-Tá. Vai lá.
Bucky caminhou até a confusão e segurou a que estava batendo, no colo. Essa era a traída. Dessa vez, teve a sorte de contar com um dos garotos que estava perto e ajudou a colocar as duas mulheres e o homem na rua.
Voltou para o lado de Steve, que encarava a parede do outro lado do saguão, parecendo estar em choque.
-Como é possível? - Steve questionou, baixo.
-O Cérebro libera enzimas e…
-Não, James. - Steve o encarou. - Como é possível eu estar apaixonado pela Lucy em só dois meses?
Bucky ponderou e sorriu de lado, meio irônico.
-Chris, meu amigo… Não são só dois meses.
-Claro que são!
-Não, Não são! Vocês se conhecem há anos! - Bucky explicou, usando o mesmo tom de voz que falava com Matteo quando respondia algum questionamento. - Provavelmente, você achava a Lucy atraente ou fofa, mesmo gostando da Peggy. E olha, eu tenho que concordar, ela é extremamente "ficável"!
Bucky mordeu a boca, controlando a vontade de rir quando percebeu a careta de Steve.
-É, né? Se você não achasse isso também…
-Como assim? - Bucky questionou, confuso.
-Você deu em cima dela quantas vezes? Quatro?
Bucky soltou uma risada alta, concordando com a cabeça, enquanto Steve cruzava os braços e respirava fundo.
-Deve ter sido isso mesmo. Uma à mais, uma à menos…
Steve bufou, voltando a encarar Lucy. Bucky também a encarou, sentindo um pequeno choque quando percebeu que Sarah estava ao lado dela e ria junto com as outras mulheres na mesa de alguma piada.
Desviou o olhar.
-Bem, você e a Lucy já….?
-Não. - Steve deu de ombros. - Mas ontem nós quase…
-Ah, é?
-Aham. Mas o Matteo interrompeu procurando pela mãe. - Steve explicou. - Eu adoro aquele garoto, mas as vezes, dá vontade de dar um tapa nele…
Bucky engasgou com a bebida, rindo, incrédulo. Pegou um guardanapo e começou a limpar a bebida que caiu na roupa, enquanto Steve ficava vermelho, se dando conta do que disse.
-Quer dizer…
-Não justifica, cara! - Bucky continuou rindo. - Só vai piorar a situação!
Steve começou a rir também, mas de nervoso. Não tinha reparado até aquele minuto, quando falou isso e seu olhar encontrou o de Lucy, o quanto estava com vontade dela.
Alheio a isso, Bucky respirou fundo e revirou os olhos quando percebeu as três meninas de mais cedo vindo em sua direção.
-Oi, James!
-Oi! - Bucky apontou para o relógio, fugindo do olhar curioso de Steve. - Horário de trabalho! Daqui a pouco eu falo com vocês!
Procurando se afastar um pouco antes que ele passasse vergonha na frente de Steve, Bucky pulou do banquinho e tentou andar na direção contrária à das meninas. Mas acabou esbarrando em alguém e quase derrubou a mulher no chão, a segurando no último segundo.
-Minha Nossa, James! - Lucy o encarou. - Vai tirar o pai da forca?
Bucky levou o olhar para a mulher presa entre os braços dele e enxergou Sarah. Então a soltou e sorriu, sem graça.
-Eu não vi você…
-É, eu percebi! - Sarah reclamou, esfregando a testa, onde o queixo dele havia batido. - Onde vai com tanta pressa, uomo?!
-Ah… Eu… Eu ia… - Bucky olhou ao redor e deu de ombros. - Bem, eu ia dar uma olhada por aí. Já saiu da cozinha?
Sarah assentiu e só então, Bucky percebeu a mancha avermelhada na testa dela. Lucy, que tinha acabado de se encaixar entre as pernas de Steve e foi abraçada pelo homem, sorriu de lado, indicando o "casal" e murmurando um "fofos!".
-Já… Na verdade, eu ia perguntar se você que dançar! - Sarah entrelaçou seus dedos e não esperou a resposta, mesmo que Bucky a tenha encarado de olhos arregalados e negado com a cabeça. - Deixa de ser envergonhado! Vem!
-Mas eu… Eu tô trabalhando!
-Todo mundo está!
-Mas eu…
-Anda, James!
Bucky foi puxado por Sarah até a pista de dança onde alguns casais dançavam de uma forma animada. Bucky fechou a cara, desviando o olhar.
-Eu não gosto de dançar!
-Mas eu gosto! - Sarah afirmou, o sotaque italiano em cada sílaba da frase dela.
Bucky sentiu o coração parar quando ela puxou as duas mãos dele para a sua cintura, as pousando alí. Acompanhou as mãos de Sarah subirem para o cabelo preso, soltando os fios que estavam úmidos, o que fez o ar ao redor de Bucky ser preenchido pelo cheiro do shampoo dela.
Sarah enlaçou o pescoço de Bucky, com os braços, e sorriu.
-Você é um pouco lerdo, Não é?
-Lerdo?
-A Lucy quer ficar sozinha com o Steve, homem! - Sarah fez uma pequena pausa, franzindo a testa. - James, Você e ele mudaram de nome, Não mudaram?
Bucky olhou ao redor para ver se alguém tinha escutado. Mesmo a contragosto, puxou Sarah mais para si.
-O que Você sabe?
-Que seu nome não é James e o dele não é Chris. Ele se chama Steve, não é? Você e a Lucy chamam ele assim…
Bucky suspirou, assentindo. Levou os lábios até a orelha de Sarah, para falar baixo.
-Meu nome é James. Mas não é Sebastian Stan. E o Chris, ele… Bem, ele não é Chris.
Sarah retesou o corpo, sentindo um arrepio tomar conta da sua pele, quando os lábios quentes de Bucky tocaram de leve a sua orelha. O cheiro de bebida casou perfeitamente com o cheiro de almíscar presente na pele de Bucky e Sarah mordeu a boca, tentando controlar um suspiro.
Haviam muitos anos que um homem não mexia assim com ela. Da última vez, acabou grávida.
-Qual seu nome?
-Não vai contar para ninguém, Principessa?
-Não… - Sarah sentiu o aperto em sua cintura, e deixou o pescoço pender para o lado. Bucky tirou o rosto do cabelo dela e a encarou, sério.
-Promete?
-Prometo.
Bucky voltou a encostar os lábios na orelha de Sarah, totalmente alheio ao fato de que Sarah estava totalmente rendida aos toques dele, mesmo contra sua vontade.
Mas não conseguia controlar. A forma como James estava a mantendo próxima a si, sem ultrapassar qualquer linha, a segurando com carinho… O jeito que ele arrastava os lábios pela orelha dela, involuntariamente, enquanto falava baixo… O jeito que estava sério e tenso, ressaltando os músculos embaixo da camisa…
Sarah respirou fundo tentando manter a calma ou acabaria agarrando James alí mesmo e estragando a amizade que estavam construindo.
-Meu nome é James Buchanan Barnes. Na verdade, todo mundo me conhecia como Bucky.
Sarah o empurrou, de leve, para tentar manter a calma. Seu corpo emanava calor.
-Eu gosto de James. - Sarah o analisou. - Por quê mudou de nome?
-É uma pergunta que eu não posso responder, Sarah. - Bucky suspirou, os dedões correndo distraídamente pela curva da cintura da mulher. - Me desculpe…
-Um dia você vai me contar?
-Um dia.- Bucky concordou, mais para fazer Sarah calar a boca.
-Então, eu espero. - Sarah sorriu. Olhou ao redor. - Ué, cadê eles?
Bucky acompanhou o olhar e não achou nem Steve, nem Lucy. Deu de ombros, tentando soltar a cintura de Sarah, mas ela não permitiu.
-Hey, isso foi uma desculpa, mas eu realmente quero dançar, James!
Bucky bufou, revirando os olhos.
-É sério?!
-É, sim! Anda, mexe essa bunda, homem!
Sem opção, Bucky enfim começou a dançar desajeitadamente e, no fim, até se divertiu.
Ooie, Pessoal! 💖
Voltei com mais um capítulo e, como prometido, percebemos um pouco mais de como a Sarah se sente em relação ao Bucky 🥵🤭 Ótima forma de comemorarmos 900+ visualizações, né?
Aliás, quando essa fanfic atingir 1k de visualizações, eu vou trazer atualização dupla para vocês em forma de agradecimento! ❤🥺🤩 Vocês merecem e são incriveis!
Aaah, no próximo, nós vamos ter um hot... Já deixando avisado desde já! Eu so não disse com quem, né? 🌚🥵
Eu espero que tenham gostado! Até o próximo! 😍
Beijos! 💋💋
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