De volta para o futuro e reencontro
Como das outras duas vezes que presenciei isso acontecer, vejo luzes surgirem no capô do carro assim que passo pelo cabo com o veículo, acompanhadas de um alto estrondo. Por instinto, fecho meus olhos e aperto as mãos no volante, esperando virar uma torrada ou voltar para 2024, um dos dois.
Aparentemente o que acontece é a opção dois mesmo, pois não sinto nada. Abro os olhos e os arregalo ao ver que estou prestes a bater em um prédio no final da rua.
Giro desesperadamente o voltante, pegando a curva da direita e fazendo os pneus queimarem no asfalto. Piso o pé no freio e logo o veículo se torna imóvel, permitindo que eu saia atordoada do carro. Com a respiração pesada, olho em volta, tentando descobrir se consegui ou não.
Bom, não está mais chovendo… Porém preciso de provas melhores. Me aproximo depressa das vitrines das lojas, tentando captar algo que me dê respostas, e rapidamente encontro.
- Oh! Celulares grandes, ótimo! Maravilha. – digo, aliviado, ao ver os iPhones 14 e 15, expostos na vitrine de uma loja de eletrônicos. - Tá, só mais uma prova.
Apanho meu próprio iPhone 14 no bolso e pesquiso algo decisivo para saber se estou ou não no futuro. "4minute disband", google pesquisar. A resposta não demora a aparecer, "4Minute | Em atividade até 2016".
- É… É oficial, eu estou de volta à dois mil e vinte e quatro. - suspiro aliviada, passo as mãos em meus fios castanhos. Nem acredito que conseguimos. Repentinamente meus olhos se dobram ao me lembrar de algo. - Chaewon! - volto as pressas para dentro do DeLorean e dou a partida arrancando pela rua e pisando no acelerador.
Não enfrento trânsito nenhum no percurso, uma vez que é de madrugada e todos estão em suas casas dormindo, o que é ainda melhor, pois eu só adiantei vinte minutos para chegar no shopping que fica no centro da cidade. Contudo, o percurso está demorando mais do que imaginei, ainda que eu esteja correndo. Não achei que o bairro do relógio fosse assim tão longe do centro, droga!
- Tem que dar tempo, tem que dar tempo, tem que dar tempo, tem que dar tempo. - repito a frase como um mantra, enquanto me mantenho concentrada na estrada, sentindo uma gota de suor escorrer de minha tempora, denunciando o quão aflita estou.
Quando enfim chego no maldito Shopping Dois Pinheiros, nem me dou ao trabalho de entrar no estacionamento, paro o carro em frente ao lugar mesmo e vou correndo até estar ao lado da placa, onde tenho uma visão ampla da área, e… Inferno, a madlita kombi dos terroristas já está aqui! Porra, como fui calcular o tempo do percursso errado? Mas também, nem carro eu tinha até uma semana atrás, como ia saber com precisão?
Meu olhos dobram ao que flagro o exato momento em que minha esposa vai tentar pegar sua arma no trailer e a kombi a encurrala. De orbes vidradas, parto os lábios, sentindo meu mundo desabar ao presenciar pela segunda vez minha neném sendo baleada por esses desgraçados.
- N-Não… De novo não. - solto em baixo tom, sentindo um bolo se formar em minha garganta e os lábios tremerem.
- Não! Chaewon! - miro meu olhar na direção da voz familiar, vendo minha outra eu, desesperado. - Seus filhos da puta! - ela grita, revoltada.
Minha vontade é de ir lá agora mesmo prestar socorro para minha esposa, porém lembrando do que ela já me avisou várias vezes, decido esperar até que o outra Yunjin parta para o passado no carro. Acompanho ansiosamente toda minha própria fuga, e quando o DeLorean finalmente desaparece deixando uma trilha de fogo, e os terroristas batem com a kombi no muro, corro desesperada para perto do corpinho caído no chão, vestida na roupa de radiação branca.
- Neném! - exclamo, caindo de joelhos em frente a ela e a virando de barriga para cima. Meus olhos se enchem de água ao ver os buracos no abdômen e peitoral. Nego com a cabeça, inconformada. - N-Não, por favor… Por favor, não faz isso comigo, minha princesa, eu preciso de você. - puxo seu corpo, a abraçando apertado, enquanto lágrimas já molham minhas bochechas. - Chaewon, não me deixa… Sozinha, meu amor, por favor, por favor, eu te imploro. - balanço levemente o corpo mole, segurando sua cabeça com uma mão e a outra espalmada em suas costinhas. Não me seguro em chorar como uma criança. - Eu fracassei… Fiz tudo aquilo pra fracassar no final... Eu fracassei! - berro, jogando a cabeça para trás. - Me perdoa, Chaewon! Me perdoa, meu amor...
Continuo chorando e apertando fortemente o corpo de Chaewon em meus braços. Mas sinto algo, ou alguém se mexer.
- P-Por que está se desculpando...?
Ao escutar a súbita pergunta em um fio de voz, nos afasto, ficando boquiaberta ao ver seus olhos agora abertos. Pisco repetidas vezes, desacreditada... Chaewon está viva.
- N-Neném?... Você está… Viva. C-Como? - questiono, completamente perplexa e vejo Chaewon sorrir ainda mais.
Seria um milagre?
Chaewon então abre um sorrisinho e retira as mangas da roupa de radiação, a abaixando até a cintura e por fim, levantando sua camiseta preta toda furada, revelando um colete a prova de balas por baixo.
Uno as sobrancelhas.
- Um colete...? - pisco, confusa. - Mas você rasgou a-...
- Carta? - Chaewon completa, apanhando algo no bolso e desdobrando. Trata-se da carta que eu escrevi, toda remendada na base de fita adesiva. Meu queixo vai ao chão. - Não se livrará de mim tão fácil, minha esposa. - declara por fim.
Meus lábios moldam em um sorriso emotivo e eu torno a puxa-la para um abraço caloroso.
- Nunca mais me assuste assim, ouviu, Chaewon? - dou a bronca com o rosto afundado na curvatura de seu pescoço. - Pensei… Pensei que tinha te perdido de vez. - fungo, sentindo o mais puro alívio e satisfação em tê-la viva em meus braços novamente.
- Tenha calma, meu amor, não chore, está tudo sob controle agora. - sinto uma mão afagar minhas costas e a outra meus cabelos. - Yunjinnie, me perdoe por todo esse perrengue que lhe fiz passar. - ela desfaz o abraço, para me encarar com culpa nos olhos. O cabelo rosa mais bagunçado do que nunca. - Olha, se quiser se divorciar de mim depois dessa, eu vou entender completa-...
Interrompo Chaewon tomando seus lábios em um beijo sem aviso prévio, do qual minha esposa logo corresponde, enquanto inflitra os dedos de uma mão nos cabelos da minha nuca. Ah, que saudade que senti de beijar esses lábios. É tanta saudade que involuntariamente vou a empurrando para trás, sem quebrar o ósculo, até que esteja deitada no asfalto e eu debruçada em cima dela. Nossas línguas se enrroscam gostosamente e minha mão acaricia seu rostinho.
- Vai precisar de muito mais pra eu querer me divorciar de você, doutora Kim. - respondo descontraída e ofegante, ao nos separarmos. - Como é bom poder te beijar de língua outra vez, minha princesa.
Chaewon ri.
- Fez uma boa viagem, minha assistente?
- Rápida e apavorante como da primeira vez. - respondo, causando outra risadinha nela.
- Melhor nos levantarmos agora. - ela sugere e eu assinto, me pondo de pé e dou a mão para que se levante também.
- Ei, e a Kazuha e a Sakura? Será que elas estão-…
- Estão ótimas. - a Kim responde casual, retirando o colete a prova de balas.
- Tem certeza?
- Yunjinnie, eu mesma fui testemunha do impacto que você causou na vida delas no passado, acredite, estão muito bem. - garante, vestindo a camiseta preta novamente. - Mas se está tão preocupada assim, podemos ir checá-las agora mesmo. Venha. - dá as costas, se dirigindo para fora do estacionamento.
- Espera, agora? Elas não devem estar dormindo? - a sigo, meio incerta dessa idéia.
- Yunjin, você quer se tranquilizar ou não?
- Quero, mas-...
- Então vamos logo. Onde você estacionou o carro?
- Aqui em frente, mas e o trailer? E o Shiro? Pra onde ele foi?
- Deve ter fugido no momento do tiroteio.
Como se ouvisse nossa conversa, um latido ecoa pelo estacionamento, chamando nossa atenção, em seguida nosso cachorro de estimação corre eufórico até nós.
- Shiro! Que saudade, pitico. - me abaixo, fazendo um carinho no peludo. Chaewon se aproxima, imitando meu ato.
- Vou mandá-lo voltar para casa. - ela avisa e então tira um petisco do bolso do colete. - Shiro, para casa, garoto. - dá a ordem e o petisco. - Vai! - nosso cãozinho adestrado sai correndo no mesmo segundo, logo sumindo pela rua. Nossa casa fica à poucas quadras do shopping, tanto é que eu vim de skate, então é tranquilo para o Shiro chegar lá sem se perder e em segurança. - Agora podemos ir. O trailer eu pego amanhã.
Entramos no DeLorean, Chaewon no banco do motorista e eu no do carona, e então partimos rumo ao prédio do casal.
[...]
Chaewon toca incessantemente a campainha do apartamento das nossas amigas. Tivemos que dar uma boa enrolada no porteiro do turno noturno para que não anunciasse nossa subida pelo interfone, ele acabou deixando apenas por sermos amigas próximas de Sakura e Kazuha e estarmos sempre aqui - eu principalmente.
- Neném, uma vez já não é o suficiente? - pergunto temerosa, vendo seu indicador pressionando sem parar o botão.
- Yunjin, que horas você acha que já são? Elas devem estar no oitava sono, precisamos ser barulhentas.
- Mas é que a Sakura pode-…
Minha fala e interrompida ao que a porta é aberta de súbito, revelando uma Miyawaki Sakura de pijamas de ursinho, cabelos castanhos bagunçados, olhos caídos e uma carranca no rosto. Essa não…
- Posso saber o que essas duas sem noção estão fazendo aqui a essa hora da madrugada!?
- Olá, Kkura-unnie, boa noite, desculpe o incomodo, mas preciso que nos responda algumas perguntas rápidas. Pode ser? - Chaewon começa, casualmente.
- Não.
- Certo. A Kazuha está aí com você?
- Amor! Quem está aí? - a voz da Nakamura pergunta de dentro da casa, provavelmente vinda do quarto.
- Isso responde a sua pergunta, Chaewon? - Sakura devolve o questionamento a minha esposa.
- Com toda certeza. Isso quer dizer que vocês ainda estão namorando, certo? - ela me oferece um sorrisinho confiante, como um sinal mudo de: "Está vendo?"
- Vocês vieram até aqui, às três da madrugada… Pra me perguntar se nós ainda namoramos!? - Sakura exclama, indignada.
- Precisamente. - minha esposa confirma inabalada. - E então?
Um sorriso falso então se molda nos lábios da pequena e furiosa Miyawaki, para na sequência a porta ser batida em nossa cara. Chaewon fica uns 5 segundos encarando a madeira para então soltar:
- Viu? Estão ótimas! Vamos embora. - dá de ombros, passando por mim e seguindo até o elevador.
Acabo soltando um risinho e negando com a cabeça, para então segui-la.
Tudo termina bem quando acaba bem.
[...]
De volta ao carro, estamos enfim voltando para nossa casa. Não vejo a hora de chegar, deitar na minha caminha de casal após ter dormido por uma semana num colchão inflável, sendo grande parte dela sem minha esposa junta de mim.
Foi dureza, mas acabou, e agora estou junta da Chaewon de 28 outra vez. Sorrio a observando. É bom ter a Chaewon mais velha, cabelos rosados menos fortes do que da adolescência, compridos e baguçandos, fisionomia mais madura e personalidade mais confiante de si, de volta.
Passado algum tempo, estranho o fato de minha esposa ter pegado um caminho diferente. Ao invés de uma das avenidas, ela pegou o caminho mais distante. Chaewon de repente estaciona o carro em uma estrada deserta, sem nenhum sinal de prédios ou comercios, e sim, pinheiros enormes, pois à nossa direita é uma reserva florestal.
Ok, se esse fosse nosso primeiro encontro, eu já estaria me cagando nas calças, achando ser aqui mesmo que eu seria assassinada, mas como conheço minha esposa melhor do que ela mesma, apenas uno as sobrancelhas e a encaro confusa.
- Por que paramos aqui, Chaewon?
- Bom... - ela começa, desligando o carro. - De acordo com meus cálculos... - passa a retirar sua roupa de proteção, começando pelos braços. - Já faz uma semana e dois dias que você está... - faz uma pausa para descer a roupa branca pelas pernas, até que enfim saiam totalmente de seu corpo. - Sem fazer sexo comigo. - completa. Surpresa, parto os lábios de imediato e a encaro de olhos arregalados. - E como sou uma esposa muito bondosa. - a vejo mudar de banco, se sentando cuidadosamente agora em meu colo, com uma perna dobrada de cada lado e me olha sorrindo maliciosa. - Decidi conceder seu desejo... - passa a retirar sua camiseta preta e abrindo lentamente seu sutiã, enquanto me encara sedutoramente. - E saciar seus desejos carnais neste carro.
- Não brinca, é sério?! - pergunto ainda surpresa, ela deixa um selar lento e gosto em meus lábios, fico hipnotizada.
- Seríssimo, minha querida esposa... Sou toda sua, meu amor. - Chaewon passa braços em meus ombros e as unhas em minha nuca, me olhando bem sensual.
- Você é tão perfeita, amor. - sem mais esperar, espalmo minhas mãos em sua barriguinha e subo-as pelos seus seios, os acariciando com desejo, sentindo a maciez da pele leitosa e o gemido sofrego dela.
Seguro sua cintura e a puxo para mais perto, capturando com a boca um dos seios, o chupando e mordiscando, enquanto subo a outra para o peito esquerdo, estimulando o botãozinho com meu polegar, aos poucos os deixando durinhos. Ouço arfares de minha amada e sinto suas mãos afagarem meus cabelos castanhos, mas eu pouco me importo para isso agora, só quero toma-la para mim. Toda para mim.
Abocanho o outro mamilo, vou subindo caminho até chegar em seu ombro, ficando algum tempo provando da região e então partindo para o pescoço. Sua cabeça pende para o lado oposto, deixando a região ainda mais exposta para mim. Marco toda a derme com chupões, beijos e mordidinhas fracas. Satisfeita, subo pelo maxilar até enfim tomar sua boca, infiltrando minha língua na cavidade bucal alheia e chupando com desejo sua semelhante. Suas mãozinhas tentam tirar minha jaqueta.
- Espera… - me pronuncio ofegante, ao separar o beijo em um fio de saliva.
- Algo errado, Yunjinnie? - Chaewon pergunta, toda confusa
- Nada, meu neném. Só quero ver o que a oitenta e oito virgula três tem reservado pra nós nesse momento. - me inclino para alcançar o botão do aparelho de som, logo acima dos mostradores de datas, e sintonizar na estação favorita da nossa amiga Sakura. - Hm… 'Time In A Bottle', hm? - comento, ao reconhecer a melodia meio melancólica. - Perfeito. Vai ser essa mesmo. E então? Onde a gente tava, princesa?
- Tirando sua roupa. - responde simplista, já depositando suas mãos apressadas em minha jaqueta e a retirando. Eu lhe ajudo na tarefa e ergo os braços quando chega a vez da camiseta.
Voltamos a chocar nossas bocas em um beijo mais afobado, cheio de estalos e suspiros. Sinto ela passar a rebolar no meu colo e espalmo minhas mãos em suas nádegas redondinhas.
Mordo o lábio inferior em prazer, ao que minha esposa chupa meu pescoço, ao mesmo tempo que arranha meu abdômen.
- Se vira pra mim e apoia os braços no painel...
- Está bem. - ela dá as costas e apoia os braços no painel como pedi, se empinando obscenamente para mim. Espalmo minhas mãos em sua bunda, chegando a salivar de tão na seca que estou. - Fazer sexo aqui é mais desconfortável do que eu pensava. - comenta.
- Não vai desistir agora, né, doutora Kim? Foi você que parou o carro aqui pra gente transar.
- Você nem deixou eu terminar minha frase, Yunjinnie. É desconfortável, em contrapartida excitante. - completa e eu sorrio maliciosa. - Agora se apresse, assistente, meu corpo está em chamas.
Ah, como é bom ter minha Chaewon experiente de volta.
- É pra já, doutora.
Vou retirando sua calcinha e com a ajuda dela a deixo sem nada, toda pronta. Chaewon solta um longo gemido manhoso ao pentear um dedo na sua intimidade, enquanto acaricio uma banda.
- Yunjinnie! - ela geme em puro prazer e eu sinto meu corpo pegar fogo ao ver pelo reflexo do vidro do carro seu rostinho todo corado, com o cabelo rosado bagunçado.
- Shhh, calma, meu amor... - tranquilizo, acariciando suas costas com a mão canhota e dando dando mais firmeza nas estocadas com um dedo. Até ter uma ideia. - Vem pro meu colo. - autorizo, descendo a mão para seu quadril e a segurando.
Chaewon desapoia os antebraços do painel e volta a fixar os pés no chão do carro, para vagarosamente se sentar em meu colo, se encaixando em meus dedos e soltando gemidinhos dolorosos a medida que é preenchida. Mordo os lábios, deixando ofegos e gemidos junto a ela. Fazer amor com minha esposa sempre será umas das melhores sensações que já senti na vida.
Pouco tempo depois a menor já começa a dar reboladinhas nos dedos.
- Yunjinnie… Amor… - solta em tom suplicante e eu sorrio.
- Já sei, neném.
Início as investidas aumentando as estocadas dos meus dedos, para cima, assim como ela começa a cavalgar, com as mãos apoiadas em meus ombros. Gemo baixinho, deixo beijinhos pelo seu rosto corado e até o pescoço, ouvindo seu gemidos manhosos, pedindo por mais e cavalgando cada vez mais rápido em mim.
Alguns selares e beijos próximos aos seus seios a fazem gemer mais ainda de prazer, eu sorrio com isso, seguro um dos seus mamilos e passo a trabalhar bem com minha língua enquanto as estocadas na intimidade dela aumentam ainda mais, junto das reboladas de Chaewon.
- Eu te amo tanto, Yunjinnie… Hm. - Chaewon confessa, sofrega, com olhinhos apaixonados fixados em mim.
Sorrio abobalhada e ajeito seus óculos de grau quase caídos de seu rosto belo.
- Eu te amo mais, Chaewonie… Muito mais. - respondo, para então iniciarmos outro beijo, ao mesmo tempo que penetro ainda mais meus dedos em sua entrada.
Com as mãos agarrando em meus cabelos, ela a quica e rebola. Chaewon separa do beijo para gemer alto e sinto que ela está gozando em meus dedos, com alguns espalmos ela se deitada em meu ombro cansadinha.
Seu corpinho mole e suado pesa em cima do meu. Sorrio ofegante, abraçando sua cintura com cuidado. Chaewon levanta o rosto para me encarar e dou uma risada mostrando meus dedos encharcados pelo seu ápice.
Dou um sorriso sapeca e os levo para minha boca, a Kim parece arregalar os olhos surpresa e antes que ela falasse algo a puxo para mais um beijo delicioso, a fazendo sentir do próprio gosto na boca.
- É… Segunda esse carro vai ter que ir pra lavagem a seco... - brinco separando nossos lábios e mordendo o seu inferior
- Ficou louca? - Chaewon pergunta alarmada e da um tapinha em meu ombro. - Estamos dentro da primeira máquina do tempo da história da humanidade, não podemos deixar nas mãos de qualquer um. Temos que limpar por conta própria.
- Aish… - resmungo, sentindo a preguiça bater e minha esposa ri.
- Só se anima na hora de querer fazer sexo, né sua assanhada? - Chaewon empurra meus cabelos para trás e deixa um beijo em minha testa e bochechas.
Rio, levando o indicador à boca e fazendo uma carinha de "inocente".
[...]
Tarde daquele mesmo Sábado.
- Tá legal, vão falar ou serei obrigada a perguntar? - Sakura declara, deixando seu milkshake de lado e unindo as mãos em cima da mesa, alternando seu olhar sério, de mim para Chaewon.
Estamos nós quatro em uma lanchonete que eventualmente frequentamos em nosso tempo livre, normalmente em finais de semana como hoje.
- Falar o quê? - sorrio amarelo, me fazendo de sonsa.
- Por que diabos apareceram na nossa casa ontem a noite?! - a mais velha exclama, impaciente.
- Na verdade foi hoje de madruga, Kkura. - minha esposa corrige simplista e volta a tomar seu chá gelado, tranquilamente.
- Que seja! Onde já se viu bater na casa de alguém às três da manhã pra perguntar algo tão banal como aquilo?! - repreende, nos fuzilando com olhos semicerrados.
- Amor, calma... - Kazuha, que está ao lado da Miyawaki, afaga suas costas. - Deixa elas se explicarem, tenho certeza que tem um bom motivo pra terem feito isso. Não tem, gente? - desvia sua atenção para nós.
- Ô se tem! Acontece que hoje de madrugada eu voltei-… - me interrompo ao sentir um beliscão em meu braço. Me volto para minha esposa, que com um semblante sério, nega vagarosamente com a cabeça, e só com isso eu compreendo que Chaewon não quer que eu conte a elas sobre nossa aventura no tempo.
Caio o olhar, reflexiva.
- E então? Voltou pra onde, Yunjin? - ouço Sakura me incentivar a continuar.
Pondero uma desculpa qualquer, mas nada vem. Droga! O que eu vou falar para elas agora?
- Voltou a ter pesadelos. - Chaewon toma a frente.
- Pesadelos? Nunca disseram que Yunjin tem problemas para dormir. - Sakura perspicaz retruca, desconfiada.
- E não tem. Ela tem um sono excepcional. Tão bom, que já fazia um bom tempo que não tinha um pesadelo, apenas sonhos bons.
- Nossa, que sorte! - Kazuha solta, impressionada, obviamente já caindo na conversa.
- Sim, muita sorte. Contudo, nesta madrugada ela voltou a ter pesadelos, e sonhou justamente com vocês.
- Com a gente?
- Sim. Sonhou que haviam terminado e acordou desesperada, pobrezinha. - Chaewon afaga minhas costas, encenando. - Ficou muito preocupada com vocês e não se acalmou enquantou não a levei para vê-las. Certo, Yunjinnie? - me encara, buscando confirmação.
- É-É… Foi isso. - confirmo, ainda impressionada com o quão bem minha esposa contornou a situação.
- Sentimos muito pelo incomodo. - Chaewon completa, dando de ombros e voltando a comer sua torta de morango.
- Poxa, que fofo da sua parte, Yunjin-unnie. - diz a Nakamura, fazendo um biquinho comovida. - Não falei que tinha um bom motivo, Kkura? - dá uma olhadinha na namorada e então volta a focar em mim com um grande sorriso. - Pode ficar tranquila, okay? Estamos ótimas. Não é, amor? - puxa a Miyawaki pelo ombro, e dão um selinho.
- Sim. Obrigada pela preocupação, mas dá próxima vez liga, bobona. - Sakura sugere como se fosse óbvio.
Uno as sorancelhas.
- Mas você sempre deixa o celular na caixa postal.
- Exatamente. - Sakura responde, voltando a comer suas panquecas e nós três rimos da mais velha.
Seguimos comendo tranquilamente, sem mais momentos tensos, com exceção de um em que Kazuha e Sakura perguntaram como andava sua suposta prima Jennifer. Juro que gelei nesse momento, diferente da minha esposa, que respondeu tranquilamente que a prima ainda morava nos Estados Unidos, e não tinha planos de vir nos visitar tão cedo.
O casal lamentou por isso, afirmando o quanto eram gratas por Jennifer, e o quanto tinham vontade de ver novamente a responsável por estarem juntas. Também ressaltaram o quanto eu sou "a cara dela", e foi nessa hora que eu virei um iceberg mesmo.
Contudo, acabou tudo bem, e agora, após nos despedirmos de nossas amigas e cada uma ir para seu carro, enfim posso tirar as satisfações que queria com Chaewon.
- Chaewonie do céu, elas comentaram da Jennifer. Eu quase tive um treco! – digo, sentada no banco do carona.
Já limpamos tudo, diga-se de passagem.
- Tenha calma, as vezes elas comentam da sua personagem, é inevitável, se aproximaram por conta da Jennifer. E também a comparam a você, mas não passa disso. Está tudo sob controle e em seus devidos conformes. - ela me tranquiliza sorrindo.
- E por que você não deixou eu contar a elas sobre o que houve?
- Entenda, meu bem... - deposita sua mão em minha coxa. - Seria muito confuso para as cabeças delas. Até eu que tenho entendimento de tudo, me pego pensando de vez em quando, o quanto foi louca a forma como eu te conheci. Sem falar em todos esses anos que estivemos juntas, dos quais eu não podia conversar com você sobre o que houve. Era como se você tivesse perdido a memória, mas não, você apenas não tinha vivido aquela semana comigo ainda.
- Já entendi, seria um bug mental pra elas.
- Exato. - ela se volta para frente e liga o carro, depositando as mãos no volante e ficando estática e pensativa.
- Neném? Tudo bem?
- Está. Está sim… é só que... - Chaewon suspira. - Eu andei refletindo que eu construí essa máquina do tempo, porém não tive a chance de experimenta-lá ainda, pois você que foi a primeira pessoa a viajar no tempo, Yunjin.
- Ah, não, você tá com raiva de mim, né? Foi mal, neném, não foi por querer.
- O quê? Claro que não, Yunjinnie. – ela solta uma risadinha. - Por que teria raiva disso? Você estará nos livros de história ao meu lado. Nosso amor será eternizado para as futuras gerações, Yunjinnie. - sorrio, comovida com essa previsão dela. - Inclusive nós podemos ver isso acontecer agora mesmo. Aquela nossa viagem para o futuro ainda está de pé? Quer fazer outra viagem no tempo, só que agora comigo? - propõe.
Um sorriso instantâneo, mostrando todos os dentes, se molda em minha face.
- Como eu disse da primeira vez, vou a qualquer lugar com você, Wonnie.
Chaewon sorri e o sorriso que seus olhinhos somem. Impossível não sorrir boba.
- Ótimo! Porque eu fiquei com preguiça de desfazer as malas e ainda estão no porta malas... - a Kim ria, nego a acompanhando nas risadas.
[...]
Hoje pela manhã… Ok, manhã não porque nós fomos dormir tarde pra caramba ontem. Hoje lá pelas 13h da tarde, após termos limpado o carro, Chaewon foi buscar o trailer alugado no shopping para devolvê-lo, e obviamente tirou todos os seu pertences de lá, incluindo o plutônio restante. Ela deixou a caixa dentro do porta malas também, então basicamente temos tudo aqui.
Após ter vestido a roupa de proteção e recarregado o tanque com mais um daqueles vidrinhos de plutônio, minha esposa está de volta a carro comigo.
- Para que ano quer ir, Yunjinnie? - Chaewon pergunta.
- Hm… Que tal… Dois mil e duzentos? - bato palmas animadora.
- É uma boa escolha. Então será dois mil e duzentos. - insere a data no mostrador de para onde iremos e então dá a partida no carro.
Chaewon procura uma rua bem comprida, e ao acha-lá, começa a pisar o pé no acelerador. Conforme vamos ganhando cade vez mais velocidade e o ponteiro do relógio se aproximando dos 148 km/h, compartilhamos olhares e sorrisos cumplices e damos as mãos, antes de sumirmos daquele bairro e ano em meio luzes, deixando provavelmente apenas o rastro de fogo para trás.
Tamanha é nossa surpresa com tudo que nos deparamos através dos vidros do carro nesse momento.
- Pelo amor de Einstein… - eu e Chaewon soltamos em uníssono, completamente deslumbradas...
Então é esse o futuro? Olho para Chaewon e sorrimos apertando ainda mais as mãos, não importa o que venha pela frente, eu estou ao lado do amor da minha vida e sei que com ela vou para qualquer lugar do mundo. Porque eu, Huh Yunjin e minha esposa, Kim Chaewon, estamos destinadas a ficarmos para sempre juntas.
F I M.
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