Aniversário, relógios e plutônio roubado?
[Huh Yunjin P.O.V]
Abro os olhos devagar com o barulho ensurdecedor dos 54 relógios espalhados pela casa. Tampo os ouvidos e aperto os olhos, esperando o maldito "triiiiiim!" parar. E após alguns segundos, o barulho finalmente chega ao fim e eu volto a relaxar na cama.
Se morássemos em um apartamento, com certeza já teríamos sido despejadas por tanto barulho...
Fecho meus olhos de novo tentando voltar ao mundo dos sonhos.
Mas espera...
Falta alguém no mundo dos sonhos também...
Alguém que por acaso colocou os 54 relógios espalhados pela casa, para uma experiência na qual todos ficassem sincronizados e tocassem ao mesmo tempo, tudo isso para acordar o amor de sua vida creio eu, ou para deixar o amor de sua vida surda, o que é bem mais provável.
Alguém baixinha, com cabelo rosa, parecendo um moranguinho e com o QI 200.
Tateio a cama em busca da dita cuja. Ainda devem ser 6 horas, então ainda tenho uns 40 minutos para dormir de conchinha com minha neném até chegar a hora de ir para minha faculdade. Porém tudo que eu encontro ao passar a mão pelo seu lado da cama, são os lençóis vazios.
É, parece que minha esposa madrugou no laboratório outra vez. Ou sei lá onde ela anda trabalhando dessa vez.
- Neném, você está aí? - pergunto, abrindo os olhos sonolentos em busca dela, apesar de já saber a resposta.
Aish, abandonada de novo.
E no dia do meu aniversário!
Volto a deitar minha cabeça no travesseiro e a fechar meus olhos já acostumada com sua ausência rotineira pela manhã, até que de repente, outro barulho se faz presente no quarto, dessa vez não são os relógios, mas sim, a batidinha muito boa e em seguida a maravilhosa voz de IU-deusa cantando 'Good Day'.
Aí você pergunta: "Yunjin, será que você morreu e foi pro céu?", e dai eu respondo: "Não, é só o meu celular tocando mesmo."
Passo a mão pela mesinha de cabeceira ao lado da cama sem abrir meus olhos, em busca do celular. Alcanço ele e abro apenas o olho direito para espiar quem é a criatura sem noção que está me ligando a essa hora. E minha resposta vem com o nome "Chaewonie Mozão ♡" aparecendo na tela.
Nem desconfiei.
Atendo voltando a deitar na cama e fechar meus olhos.
- Neném? - falo com a voz embargada pelo sono e bocejo.
- Um, dois, três, quatro! Feliz aniversário, de todos para você. Palmas para tu, você é bonita pra chuchu! - sorrio ao ouvir a voz doce de Chaewon cantando a musiquinha engraçada.
- Obrigada, neném e queria agradec-...
- Feliz aniversário, Yunjin! - Chaewon me interrompe, continuando a cantar. - Que tudo esteja azul. Você é bonita pra chuchu!
- Já acabou?
- Desculpa amor, acabei... E então, você gostou, Yunjinnie? - pergunta e deu para notar que ela estava em alta expectativa e eu aumento o sorriso.
Como uma pessoa pode ser tão fofa?
- Eu adorei, foi você que compôs? - pergunto já sabendo a resposta.
- Todas as estrofes. Passei dias procurando uma rima pra chuchu. - rio com a confissão da mais velha. - Aish, Yunjinnie, saiba que agora eu te admiro ainda mais por compor músicas, é muito difícil, amor...
- Nada é difícil pra você, minha pequena cientista. Eu adorei a música, e adorei a rima do chuchu, mas seria melhor ainda se você estivesse aqui na cama, comigo, cantando ela pra mim, amor. Onde esteve? - questiono fazendo voz manhosa.
- Desculpe, Yunjin-ah, mas é que depois de dias eu finalmente consegui, amor... Finalmente consegui terminar a minha maior invenção! - diz empolgada, com sua típica animação de quando termina uma invenção, ou tem a idéia de uma nova, ou quando simplesmente acha seu cereal favorito no supermercado.
- Oh! sério?! - abro os olhos sentando de imediato na cama. Nem acredito que ela terminou. - Então agora você vai me contar o que é, né Wonnie? Poxa, você ficou uns dois meses trabalhando nisso e nem me chamou. Eu sou a sua assistente oficial, lembra?
- Eu já disse, Yunjinnie, você estava em época de trabalhos e provas importantes na sua faculdade, e eu não queria te atrapalhar, sem falar que essa experiência foi um pouco mais, digamos... Perigosa, que as outras.
Junto as sobrancelhas ao ouvir a palavra "perigosa".
- Perigosa? Como assim perigosa? Kim Chaewon, o que a senhora está aprontando dessa vez? Onde é que você esteve?! Não para mais em casa e nem está fazendo essa invenção no laboratório como sempre faz. Está comendo direito? - interrogo tudo de uma vez preocupada e consigo ouvir uma risada alta do outro lado da linha.
- Yunjin, fique tranquila, está tudo sob o mais absoluto controle e em seus devidos conformes... E sobre a comida, barras de cereal dão realmente muita fibra. A de morango com nozes é ótima, você deveria experimentar.
- O quê?! Chae, você tá comen-...
- Aliás, e os relógios, Yunjinnie?! - me interrompe desconversando.
- Todos tocaram agora pouco... - respondo coçando a cabeça enquanto passo olhos pelos mesmos nas paredes do nosso quarto.
- Hm... Foram às sete horas?
- Acho que sim, agora são sete e dez, então... - olho o horário em um dos relógios na parede.
- Que bom! - ela ri escandalosa de repente. - Isso quer dizer que deu certo! Eu programei esses relógios para tocarem com exatamente uma hora de atraso, Yunjin!
Ao ouvir isso arregalo os olhos.
- O QUÊ?! Então quer dizer que são oito horas?!
- Precisamente. - responde simplista e eu nego várias vezes com a cabeça.
- Aish! Eu estou atrasada pra faculdade! - levanto da cama em um pulo, indo depressa para o banheiro me arrumar.
- Yunjinnie, antes de você ir... Eu fiz um presente pra você, está no laboratório.
- Oh! Sério? - falo segurando o celular na orelha com o ombro, para com as mãos livres tirar as calças de moletom. - Você é demais, amor, eu dou uma passada lá assim que terminar de me arrumar aqui, obrigada.
- Não foi nada... Ah é! Uma coisa muito importante, Yunjinnie. Nesta madrugada de sexta para sábado, venha me encontrar no shopping 'Dois Pinheiros' exatamente às duas da manhã entendeu?
Franzo as sobrancelhas.
- O QUÊ?! Duas da manhã? Por quê duas da manhã, Wonnie? Você tava no shopping esse tempo todo, é isso? - pergunto confusa, enquanto faço quase um malabares com o celular para conseguir tirar minha camisola de dormir.
- Yunjin! Pare de fazer perguntas e escute, tudo será esclarecido em seu devido momento, mas pra isso preciso que esteja exatamente às duas da madrugada desta noite no shopping Dois Pinheiros, e não se esqueça da câmera. Nesta madrugada faremos história, Yunjinnie. Nesta madrugada vou testar a minha maior invenção!
- Ok, Ok, eu vou estar lá, não se preocupe, Wonnie. Mas agora eu tenho que desligar, amor, não dá pra tomar banho com o celular.
- Oh! Verdade. Desculpe. - ela pede sem graça e eu murmuro um "tudo bem" em resposta. - Feliz aniversário de novo, e tenha uma boa aula, YunYun. - deseja, me chamando carinhosamente por um apelido que eu tanto amo.
- Obrigada, neném, te vejo de madrugada, beijo. - dou um beijo no ar para que ela ouça.
- Beijo ¾ maior, até mais tarde. - Chaewon me responde com a frase que sempre fala para mim quando mando um beijo para ela.
Desligo o celular depressa deixando em cima do balcão da pia e entro correndo debaixo do chuveiro. Me estremeci pela água tão gelada.
- Droga, droga, droga!
[...]
Saio do quarto já arrumada, vestindo uma calça jeans colada, camiseta preta e minha jaqueta preta. Vou direto para a cozinha pegando o saco de pão no armário e abrindo depressa, colocando um inteiro na boca e tomando um pouco de leite para ajudar a descer.
Quem me visse agora pensaria que eu sou hamster pelo tamanho das minhas bochechas que estavam cheias, mas o que posso fazer? Não tenho tempo para ficar saboreando o café da manhã agora, estou mais que atrasada.
Olho desesperada para a vasilha de comida do Shiro no chão. Está cheia graças a máquina de colocar comida para cachorro, que a Wonnie inventou.
Espera... CADÊ O CACHORRO?!
Procuro depressa por todos os cômodos da nossa pequena casa, mas nada.
- Ah, Wonnie... Você levou o cachorro também? - lamento sozinha, com a voz saindo totalmente abafada por causa do pedaço gigante de pão em minha boca.
Aish! Esquece, não é hora para procurar o cachorro, com certeza foi a Wonnie que levou ele para algum lugar. Ou pelo menos eu espero que tenha sido ela, pois não quero nem imaginar aquela bolinha branca perdida por aí.
Shiro está com a gente desde o nosso primeiro ano de casadas. Lembro como se fosse ontem quando o adotei ainda filhotinho e o dei de presente para minha moranguinho. Ela ficou tão feliz, até hoje fala que foi o melhor presente que já ganhou na vida, por nunca ter tido um animal de estimação... E eu escolhi o nome dele e ela concordou, muito melhor eu escolhendo do que ela, provavelmente se eu não tivesse escolhido o cachorro iria se chamar Einstein ou Isaac Newton.
E por falar em presente, preciso pegar o meu no laboratório e ir depressa para a faculdade.
Pego minhas chaves de casa e minha mochila em cima da mesa de centro da sala. Vou depressa em direção a porta e dou de cara com dois rostos já bastante conhecidos por mim desde o ensino médio.
- Kazuha?! Sakura?! O que vocês estão fazendo aqui, suas malucas? Estamos atrasadas pra faculdade! - pergunto de forma afobada com a boca ainda cheia de pão que não conesegui engolir pelo pouco leite que tomei. Minhas amigas me encaram como se eu fosse uma alienígena.
Kazuha e Sakura são grandes amigas minhas e de Chaewon. Nos conhecemos desde o colegial e felizmente continuamos juntas desde de então, pelo fato das duas cursarem música na mesma faculdade e turma que eu, além de sempre sairmos as quatro juntas.
Kazuha e Sakura são namoradas e sempre que podem dão carona para mim, pois não tenho carro e a faculdade é meio longe.
- Huh Yunjin, você ficou maluca? Hoje é o dia da feira gastronômica do pessoal do curso de gastronomia. Não vai ter aulas, não lembra, sua cabeça oca? - Sakura fala enquanto me encara com uma expressão de tédio e braços cruzados.
Eu paraliso para mastigar melhor o pão ainda em minha boca, enquanto escuto Sakura rir de minha cara confusa.
- É, Yunjin, a feira começa às nove, ainda temos meia hora. - Kazuha completa em tom simplista enquanto mostra o horário em seu celular.
- Aish! É mesmo, eu esqueci completamente. - sorrio sem graça enquanto passo a mão na nuca.
Eu realmente nem tava lembrando dessa feira... Por mais que o pessoal de gastronômia tenha ficado panfletando o evento o mês inteiro pela faculdade, e nas redes sociais com ajuda do pessoal de publicidade.
- Tem cinquenta mil relógios em sua casa e não consegue acertar nem o horário de ir pra faculdade? - Sakura alfineta passando por mim. - Ainda bem que a Chaewon tem inteligência, porque você não tem mais salvação.
Reviro os olhos com as falas da mais velha.
- A propósito, feliz aniversário. - a Miyawaki felicita me dando um cascudo na cabeça.
- Ai! isso dói, sabia, Kkura-unnie!? - reclamo esfregando a cabeça. - E obrigada.
- Parabéns, Yunjin-ssi! Muitos anos de vida para você! - Kazuha diz animada, também me dando um abraço caloroso.
- Obrigada, Zuha. - retribuo o abraço enquanto ria pela sua empolgação.
Típico dela, totalmente ao contrário da namorada estressada que parece uma vovó, de olhos grandes e pavio curto, que me deu um cascudo há pouco. Ainda me pergunto como elas duas se entendem tendo personalidades tão opostas.
Mas é aquilo, né? Polos opostos sempre vão acabar se atraindo.
- Não íriamos esquecer que nossa girafa gigante está crescendo e fazendo aninhos hoje? - Kazuha dizia sorrindo enquanto dá tapinhas em minhas costas. - Agora, vamos ao que interessa... - se aproxima de meu ouvido para sussurrar algo. - O que a Chaewon te deu? - pergunta como se fosse um segredo ultra secreto, guardado a sete chaves.
Sorrio negando com a cabeça vendo Kazuha me encarando com tanta expectativa.
Kazuha é simplesmente fascinada pelos presentes que Chaewon me dá em meus aniversários, por serem invenções que ela projeta especialmente para mim.
Eu sei, eu sei, ter uma esposa cientista é para poucos.
- Ya! Sabia que ia perguntar isso... - respondo me afastando das duas enquanto dou risadas. - Eu ainda não vi, ela disse que o presente tá no laboratório.
- Oh! Ouviu isso, Kkura? Para o laboratório! Para o laboratório! - Kazuha diz animada apontando para porta da frente como se estivesse indo para o próprio quartel general da CIA e não para a minha garagem.
Gargalho com animação da Nakamura e Sakura apenas ria negando com a cabeça.
- Falando na Chaewon, cadê ela? - a mais velha pergunta, ignorando Kazuha. - Ela já terminou aquela invenção nova dela? Você disse que ela não para mais em casa desde que começou.
- Terminou sim, ela me chamou pra ver mais tarde. - respondo sorrindo. - Estou tão curiosa pra saber o que é, e pra matar a saudade dela... Anda trabalhando realmente duro nessa invenção, só vi minha neném duas vezes essa semana pra vocês terem idéia.
- Aw! Eu acho tão fofinha a forma como você chama ela, Yunjin... - Kazuha fez cara de bobona para mim e eu sorrio meio sem graça, ela se vira para Sakura. - Kkura, a gente podia...
- Nem invente, meloso demais.
- Mas Kkura...
- Já disse que não, ninguém merece, Kazuha.
Dou risadas sinceras com a cena. Essas duas sempre foram assim desde que nós tempos o nosso grupinho.
- E que tal... "pequena coruja fofa"? - Kazuha sugere.
- Yunjin, pega um balde pra mim acho que vou vomitar. - Sakura apoia a mão no meu ombro, enquanto faz uma expressão azeda e Kazuha um bico chateada.
- Olha, vocês podem ficar a vontade aqui discutindo os apelidos uma da outra, viu? Porque eu vou ver o que Chaewon fez pra mim que eu ganho mais. - anuncio saindo pela porta da frente.
- Ei! É mesmo! O presente! Eu já ia me esquecendo. - Kazuha fala e aponta para o alto. - Ouviu isso, Kkura? Agora é pra valer. Para o laboratório!
[...]
- Não acredito! - falo surpresa e boquiaberta enquanto encaro meu presente no nosso laboratório/garagem.
- Wow! - Kazuha diz, sustentando a mesma expressão admirada que eu.
- É, esse ano Chaewon se superou. - fala Sakura, encarando meu presente com os olhos arregalados.
- Ah! Eu vou matar aquela baixinha de beijos quando eu encontrar ela de noite. - digo sorrindo boba, ainda não acreditando no que ganhei.
Bem na minha frente estão nada mais, nada menos, do que uma caixa de som gigante cobrindo quase a parede toda do laboratório. Espera, caixa de som não, amplificador de som. Isso, assim é melhor, Chaewon com certeza deve se referir à ela assim, bem mais científico.
Todo ano ela faz um presente que tem a ver com música para mim, já que sabe da minha paixão pela mesma. Ano passado foi um detector de melodia. Funcionava assim, eu cantarolava, assobiava, ou murmurava uma melodia de alguma música, e o detector tinha que adivinhar o nome da música, cantor ou banda que cantava ela.
O detector parecia um controle remoto com uma antena na ponta. Chaewon apontava ele pra mim, e eu só tinha que cantarolar a música, para alguns segundos depois, ele apitar e aparecer a resposta na pequena tela.
O problema é que não são todas as invenções dela que dão certo, muitas - acredite muitas - já deram errado. E uma delas foi o detector. Ela errou praticamente todas as músicas que eu cantarolei, assobiei ou murmurei. Minha Chaewonie ficou tão chateada naquele dia pelo presente não ter funcionado, ela pediu umas 8 vezes para eu cantarolar outra música, pois o detector iria acertar daquela vez. Na quarta eu já sabiá que não, mas o que a gente não faz pelo mozão, não é minha gente?
Mas no final acabou tudo bem pois eu disse pra deixar aquilo pra lá e irmos comemorar meu aniversário no MC Donald's com Kazuha e Sakura.
...
"- Mas não funcionou, Yunjinnie. Eu ainda posso arrumar, acho que deve ser algum problema no...
Ela falava abrindo a parte de trás do aparelho e tentando achar uma explicação para aquilo.
- Wonnie! Tá tudo bem, não se preocupe, o que vale é a intenção, eu não ligo se não funcionou, o importante é que você gastou seu tempo fazendo ele pra mim. Obrigada...
Disse sorrindo, segurando sua mão e ela logo tratou de dar seu sorriso que eu tanto amo deixando suas bochechas cheinhas pelos volumes, eu sorrio em retribuição.
- Mas você ainda pode me dar outro presente, sabe? Um certo boneco que está sendo dado de brinde com os lanches de uma famosa rede de lanchonetes. Esse mês é Star Wars, bebê!
Eu disse animada como uma criança e ela gargalhou.
- Vamos para o MC Donald's, minha assistente!
Chaewon falou apontando para o alto e eu ela seguimos juntas para a lanchonete."
...
- Yunjin, o que você tá esperando? Pega sua guitarra e testa logo isso. - Kazuha fala animada me despertando das lembranças do dia que eu ganhei o Chaveiro do Yoda que hoje em dia efeita a minha chave de casa. - Ou eu posso testar primeiro se você quiser, não tem problema nenhum. - ela sugere com um sorrisinho animada.
- O quê?! Nem pensar! Pode tirar o cavalo do sol. - digo apressada enquanto vou pegar minha guitarra em cima da mesa que a Chae usa para trabalhar. - O presente é meu e sou eu que vou testá-lo. - dou um sorrisinho enquanto coloco a guitarra.
Kazuha solta um resmungo aborrecida atrás de mim.
- Ela deve ter ficado bastante tempo trabalhando nisso. - Sakura comenta observando o amplificador. - Mas espera, você não disse que ela quase não para em casa mais? Como a Chae fez isso sem quase não dar as caras aqui afinal de contas?
- Kkura, será que você não percebe? A Chaewon é uma ninja. Ela mantém esse disfarce de cientista doidinha apenas para ninguém descobrir sua verdadeira identidade secreta. - Kazuha brinca me arrancando risadas e de Sakura. - E logo a nossa amiga atingirá seu maior objetivo, se tornar hokage!
- Exatamente, Kazuha, porque esse é nosso jeito ninja de ser! - completo rindo enquanto ligo o amplificador e começo a aumentar os mil e um volumes dessa belezinha.
- Tô certa! - ela completa.
- Vocês duas estão assistindo muito Naruto, isso sim. - Sakura disse entre nós.
- Só não mais que você, amor. - Kazuha rebate e a mais velha bufa.
Continuo apertando, ligando e girando, todos os botões, alavancas e outros dispositivos de volume do aparelho gigante a minha frente.
- Uau, são tantos botões, nunca vi uma caixa de som com tantas opções. - Kazuha comenta boquiaberta.
- Espera, Yunjin, por quê está ligando tudo no máximo? Você não está querendo...
- Ah, eu estou querendo sim, Sakura. - digo animada enquanto ligo tudo.
- Yunjin, é melhor não, olha o tamanho dessa coisa, vai acabar causando um estrago. - Sakura alerta preocupada. Mas dou de ombros.
- Qual é, unnie? Eu preciso muito testar isso, você não está curiosa pra saber a potência dessa belezinha? - pergunto acionando a última pequena alavanca e enfim enfiando o fio do amplificador em minha guitarra.
- Não. - a Miyawaki responde dando de ombros.
Miyawaki Sakura, você é uma chata!
- Amor, não seja assim. - Kazuha fala se aproximando da namorada chata e a abraçando por trás. - A Yunjin só quer fazer um bom uso do presente que a Chaewon fez com tanto esforço pra ela. - ela dá um beijo na bochecha da menor e a mesma suaviza a expressão séria.
- Aish! isso não vai dar coisa boa. - Sakura comenta.
- Relaxa, Kkura-unnie. - tranquilizo pegando meus óculos escuros na minha mochila que deixei em cima da mesa e colocando no rosto. - Huh Yunjin, a estrela do rock está aqui! - sorrio me posicionando de frente para o amplificador com a guitarra e a palheta nos dedos.
- Aigoo! Vamos sair daqui, depressa! - desesperada, Sakura puxa a namorada para ficarem ao lado do amplificador à minha frente.
Medrosas.
Dou um sorrisinho de lado e me preparo, erguendo para o alto a palheta que está em meus dedos. Minhas duas amigas tampam os ouvidos com as mãos para se protegerem do som.
Sem esperar mais, eu passo com força a palheta pelas cordas da guitarra e ouço um enorme estrondo, e imediatamente sou jogada para trás pela força das ondas sonoras, caindo em cima de algumas caixas de papelão vazias em frente ao portão da garagem.
- Yunjin! - minhas amigas falam em uníssono, vindo em minha direção.
Elas me ajudam a levantar e quando eu tiro meus óculos, vejo que o som não derrubou só a mim, mas várias coisas ficaram espalhadas pelo chão. O laboratório ficou uma bagunça. Espero que Chaewon não me mate.
- Você está bem, unnie? - Kazuha pergunta preocupada enquanto limpa a poeira da minha jaqueta preta com a mão.
- Aish, eu disse, eu disse que isso não ia dar coisa boa. - Sakura comenta batendo a mão na própria testa.
- Relaxem, meninas... Eu estou bem. E isso foi demais! - digo sorrindo enquanto tiro minha guitarra e coloco em cima da mesa.
- O pior é que foi mesmo, você saiu voando direto pras caixas, só com o impulso do som! - Kazuha diz animada, gesticulando com as mãos o meu "vôo".
- Você quer dizer saiu jogada, né Kazuha? Ela caiu igual um saco de batatas naquelas caixas. - Sakura rebate com um sorriso debochado no rosto.
Só ri da minha desgraça.
- Bom, agora que você já testou seu presente homicida, vamos todas pra faculdade que já está quase na hora da feira gastronômica. - Sakura diz lembrando dessa tal feira.
Nós três então saímos da minha casa e seguimos para o carro do casal. Antes de entrar pego o jornal que toda manhã é jogado em frente a nossa casa.
- "Plutônio é roubado"? - leio em tom de questionamento o título da notícia estampada na primeira página, unindo as sobrancelhas enquanto fecho a porta do carro. - Quem roubaria isso, gente? Plutônio é radioativo.
- Provavelmente algum maluco por aí. - Sakura fala do banco do carona, enquanto Kazuha começa a dirigir rumo a nossa faculdade. Fico confusa... Não é muito comum esse tipo de roubo na nossa cidade, o que será que Chaewon iria pensar se soubesse dessa notícia?
-/-/-/-/-/-/-/-/-/-
fic baseada e adaptada com o filme mesmo gnt e espero que tenham gostado do primeiro cap!
vai ser uma short-fic também e dessa vez aumentando os capítulos para exatamente uns 13 capítulos finalmente 👏 mas vou vendo
obrigado pelo seu trabalho na capa Enimochi <33
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