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Alguns dias se passaram e Seungmin cumpria o prometido para Christian. Ele ia trabalhar todos os dias para contar histórias sobre a Coreia pra ele.

Naquele dia em específico estava caindo uma tempestade. Não tinha como Seungmin ir pra casa pois era perigoso. Christopher o emprestou um de seus pijamas. Era um pijama de ceda azul escuro com botões dourados. Com certeza era uma fortuna.

Seungmin contou histórias para Christian dormir após eles passarem grande parte da noite conversando e rindo. Depois que o pequeno Chris dormiu, Seungmin foi enfim para o quarto de hóspedes.

Saindo do quarto de Christian e passando pela sala, Seungmin viu que Christopher estava sentado em uma poltrona próxima a lareira. Ele usava um pijama igual ao seu, só que preto. Usava óculos e lia um livro. Seungmin tremeu. Que homem lindo. Era como ser esculpido pelo melhor dos artistas.

Passando um tempo olhando para o homem lendo, Christopher percebeu que Seungmin estava ali o olhando.

- Tudo bem Seungmin? - Ele disse sem tirar os olhos do livro fazendo Seungmin se assustar

- Tudo sim senhor Christopher. Eu tava indo pro quarto de hóspedes.

- Serviu bem a roupa em você. Um pouco grande mas é que não estou acostumado com visitas usando o quarto de hóspedes, por isso não deixo nenhuma roupa que não seja minha ou do Christian por aqui.

- Na verdade, está ótimo. Eu gosto de roupas mais frouxas pra dormir. E é bem macio. Obrigada por me emprestar.

- De nada. Quer me perguntar algo?

- Não, porque?

- Você tava a um tempo aí parado olhando pra mim.

- Ah... Não é que eu tava só observando, sabe... Mas já que perguntou, eu tenho uma pergunta sim.

- Senta aqui e pergunte.

Seungmin andou até a poltrona ao lado de Christopher e se sentou. Chris achou fofo o jeito que ele sentava. Ele dobrou uma das pernas e se sentou na poltrona bem encolhidinho aproveitando o calor da lareira.

- É uma pergunta meio pessoal... Na verdade, nem sei porque eu tô querendo tanto te perguntar isso.

- Pode perguntar. - Christopher fechou o livro e olhava para Seungmin que arrepiou com aquele olhar.

- Porque você resolveu levar o Christian pra Coreia de repente? Achei que você não gostasse de ir lá.

- Não é que eu não goste. Eu só não fui desde que a mãe de Christian se foi. Após ela falecer eu fui embora dali com Christian e depois não pensei mais em voltar. No começo eu não queria de jeito nenhum pisar lá novamente. Mas depois de um tempo se tornou algo que eu realmente achava que não podia fazer.

- E o que mudou para o senhor resolver ir?

- Christian é tudo de mais precioso na minha vida. Se ele foi capaz de esconder que estava doente pra aprender coreano só pra ir logo, eu tive que criar coragem e leva lo. Meu maior medo é perder meu filho. Então eu vou passar por cima das minhas dificuldades pela felicidade dele.

- Isso é realmente lindo Christopher, digo, senhor Christopher.

- Pode me chamar só de Christopher. Pelo menos eu não me sinto um velho com você me chamando de senhor.

- Mas o senhor é um pouquinho velho...

- Quer ser demitido?

- Não magina, tava brincando chefe.

Os dois riram.

- Já que você me fez uma pergunta, eu posso te fazer outra? Também é pessoal.

- Claro. - Seungmin ficou surpreso em Christopher querer saber algo sobre ele

- Porque você veio pra Austrália? Você tinha acabado de se formar, em uma faculdade de prestígio. Porque deixar sua profissão? Deve ter tido um motivo forte.

- Foi exatamente o que eu disse. Problemas financeiros. Mas sim houve um problema. Eu tinha um namorado...o senhor não é homofóbico não né?!

- Eu tenho cara de homofóbico?

- Não, mas nunca se sabe. Não quero perder o emprego.

- Não sou homofóbico.

- Ok, então continuando. Eu tinha um namorado. Nós namorávamos a mais de 3 anos. Já morávamos juntos. Como minha mãe veio morar aqui ele era a única pessoa que eu tinha na Coreia. Nós tínhamos um relacionamento meio que abusivo...

- Ele te agredia?

- Não, não fisicamente. Mas psicologicamente. E com palavras. Eu era dependente emocional. Ele me fez ficar sem amigos, eu só tinha a ele. E estava em um ponto que ele vivia as minhas custas. Só eu trabalhava em casa e o sustentava. Foi uma situação difícil mas eu não conseguia sair daquilo.

- E como você saiu?

- Não sai. Na minha formatura ele não foi, quando cheguei em casa meus móveis e meu dinheiro tinham sido levados por ele. Ele me roubou. Me deixou sem nada. Com as contas pra pagar. Estava sendo despejado de casa e não tinha dinheiro. Minha mãe só tinha dinheiro pra me trazer até ela, e ca estou.

- Imagino que deva ter sido muito difícil.

- Por ele nem tanto. Me senti aliviado sem a presença dele na minha vida. Mas foi difícil porque minha carreira foi interrompida. Eu amo ser professor. Eu estava pronto pra começar minha carreira mas fui interrompido pra vir a um país que eu não conhecia. Foi difícil no começo mas agora estou bem. Eu conheci o Christian. Ele me faz muito feliz. Ele é mais que um aluno, ele é uma criança incrível.

- É, eu vejo que são muito amigos.

- Acho que ele é o melhor amigo que já tive.

- Acho que você também é o melhor amigo dele. Geralmente ele não trás amiguinhos pra casa. Ele é diferente das outras crianças. Ele parece um mini adulto.

- Deve ter puxado a você.

- Eu? Na idade dele eu era uma criança nada fácil. Ele é quietinho, inteligente, educado. Eu era o oposto.

- Sério? Você me parece ser uma pessoa que sempre teve cara de sério.

- Nem sempre fui assim.

- Entendo. Mas eu estou estou feliz que tenha resolvido ir a Coreia. Christian quer muito ir a Coreia, mas ele queria mais ainda que fosse com você.

- Ele disse isso?

- Ele só fala de você. Você é o herói dele. Óbvio que ele queria estar lá com você. Você é um ótimo pai senhor Christopher.

- Obrigada por dizer isso.

Christopher sorriu. Era um sorriso tão lindo que Seungmin o olhou de volta sorrindo. Ele estava perdido naquele sorrisinho lindo. Christopher sorria mas nunca tão sincero como naquele momento. Já Christopher olhava para Seungmin que sorria o olhando daquele jeito. Seungmin além de fofo tinha uma beleza enorme. Christopher tinha vontade de puxar ele pro seu colo.

Após bons segundos se olhando daquele jeito, os dois se levantaram pra ir para seus quartos.

- Hm. É. Já tá tarde né, melhor irmos dormir. - Chris dizia se levantando

- Claro, concordo. - Seungmin também se levantou.

Quando Seungmin foi andar para o seu quarto ele acabou tropeçando e segurou nos ombros de Christopher que segurou em sua cintura.

- Tudo bem?

- Sim... - Seungmin olhava pra Christopher que estava com o rosto bem perto do seu

Christopher o olhava nervoso. A vontade de beija lo era enorme. Fazia tempo que Christopher não sentia essa vontade, não sentia desejos por ninguém desde que sua mulher se foi. Era a primeira vez que seu coração acelerava daquele jeito por alguém.

- É melhor você ir pro seu quarto...

- É verdade. - Seungmin se levantou se ajeitando e engolindo em seco - Desculpa. Enfim. Boa noite senhor Christopher.

Seungmin virou e foi pro quarto de hóspedes.

Seungmin também estava surpreso. Ele não sentia aquilo a tanto tempo. O coração acelerado, a vontade de jogar aquele homem naquela poltrona e subir em cima dele era enorme. Ele precisava respirar. Christopher era seu chefe. Mas ele sorriu, seu coração não se sentia assim a tempos. Namorar seu ex era um verdadeiro pesadelo, ele não se sentia daquele jeito. Seungmin foi deitar sorrindo.

Já Christopher estava do mesmo jeito em seu quarto. Era estranho sentir aquele arrepio de novo. Era um sentimento novo, já que ele nem lembrava mais como era se sentir atraído por alguém.

Mais uma semana se passava, Christopher e Seungmin se esbarravam as vezes pela casa. Sorriam e continuavam o seus caminhos. Mas sempre ambos olhavam pra trás e pegavam um ao outro se olhando. Eles riam e continuavam andando com vergonha.

Na sexta, Seungmin chegava após o motorista lhe pegar em casa, com as malas prontas pra viajar. Christian estava com as malas prontas e não parava quieto de emoção. Quando Christopher apareceu, Seungmin olhou o homem umas três vezes pra ver se ele era real. Ele de roupa social era sexy, de pijama, lindo mas com aquelas roupas jeans... Magnífico. Ainda carregava um casaco preto de frio no braço pra quando chegasse na Coreia.

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