E aí, galerinha..bora terminar isso aqui, últimos capítulos. Já enrolei demaaaais

(...)

-Você pega eles? -pergunto

Brunna tira o cinto. -Pego, amor

-Tá -eu puxo o freio do carro, assim que estaciono em frente a escola dos meninos

-Já volto -

-Tá

Bru desce do carro e eu fico esperando, aproveito pra mandar mensagem pro Bruno

Lud: Já estamos na escola

Bruno: Tá bom
Bruno: Tô aqui em casa com a minha mãe e o Alê

Lud: o Alê tá aí?

Bruno: É, eles chegaram juntos
Bruno: Aiai

Lud: Hmmmmmmmmmmmm

Bruno: KKKKKKKKKKKKK
Bruno: Não, Ludmilla! Deixa a minha mãe.

Lud: falei nada kkkkkkkkkkk

Eu paro de prestar atenção quando percebo a porta do carro abrir, e dois pivetinhos entrarem tagarelando um monte

-Eita -falo

-Oi mãe -Arthur me dá um beijo na bochecha, me fazendo sorrir

-Oi meu amor

-Oi titia -

-Oi gatinho, estão bem?

-Estão ótimos! Senta lá, Arthur -Brunna ajeita eles no banco

Dou risada. -Como foi a escola hoje?

-Legal, to com fome -O meu filho reclama, é meu mesmo

-Cadê o papai? -

-Vamos te levar pra ele, Lucas -Brunna diz antes de colocar as mochilas deles dentro do carro, e por fim fechar a porta

Espero ela entrar no banco da frente e logo estou dirigindo

-Tava falando com o Bruno -

-É? Ele tá em casa? -

Afirmo. -Disse que sua mãe chegou la com o Alê

-Dona Mia, dona Mia -ela diz, me fazendo rir

-Estão andando muito juntos né -falo

-Até demais..-

-Mamãe, tô com fome -

-Você já disse isso, Arthur.. já ouvi, espera

-Mas eu tô com fome

-Amor, podemos passar no restaurante pra pegar algo pro café? -

-Claro -

-Fome fome fome -

-Arthur, para! -Brunna o encara. -Chega, espera

-Eu já esperei muito

-Arthur, para de responder a sua mãe, amor.. já vamos chegar na sua vó -falo

Ele suspira, mas se cala

(...)

Paramos no restaurante, eu desci com a Brunna e as crianças porque sei que o Benjamin e aquela raça toda deles andam por aqui.

Entramos no meu estabelecimento, e claro que não poderia ser diferente..ele estava em uma mesa, com o advogado de merda dele, o pai, e mais alguns coleguinhas, deu pra ver que conhecem a Brunna, pelo jeito que a olharam

-Arthur e Lucas, vão escolher algo na vitrine, não saiam de perto, tá? -ela da as ordens

-Tá -

Os meninos se afastam até a vitrine dos salgados, enquanto eu e a Brunna andamos até o balcão de atendimento

-Oi meninas -Marcos sorri

-E aí..esse cara continua vindo aqui -eu respiro fundo

-É, ele não tem noção, mas tem muita cara de pau -

-Vou embalar uma torta -Brunna passa pro lado de dentro do balcão

-Não quer que eu faça isso? -pergunto

-Eu dou conta, amor

-Não, vem cá..eu faço -

-Acha que não sei? -ela volta a se aproximar

Dou risada. -Acho -

-Ludmilla..

-Se quiserem fechar mais cedo hoje, a vontade..-

-Tá bom, vou ver o que os meninos querem -o meu irmão se afasta

-Quer torta do que?-pergunto

-Frango -

-Tá -

Deposito um selinho em seus lábios e me afasto.

(...)

~Lud off~

(...)

~Bru on~

Eu fico alí no balcão esperando a Lud e o Marcos ajudar os meninos a se resolverem. Mas logo sou abordada por um amigo e o pai do Benjamin..

Eles se aproximam do balcão, enquanto o Thales escolhe alguma coisa pra comer, o Gael chega mais perto.

-Brunna...quanto tempo

O encaro. -Oi Gael..

-O tempo voa né, um dia você é uma mulher bem sucedida, uma das melhores advogadas, com uma família perfeita, um marido de bom sobrenome..

Dou risada

-E no outro, você simplesmente destrói a família perfeita, deixando seu filho morar com duas mulheres

-Isso é crime? -pergunto

Ele sorri. -Deveria ser, imagina como tá a cabeça do garoto

-Você veio encher o meu saco, Gael? Cadê a sua esposa, hm? Não foi ela que foi embora com outro homem?

-Cala a boca, Brunna..cala a boca

-Quer me ensinar a ter uma vida de casada? Faz favor! Sua mulher foi embora e ainda levou os seus filhos.

-Eu deixei ela ir

De novo, eu dou risada. -Fala sério..homens!

-Homens o que, Brunna? Pelo o que sei, você era casada com um

-Se não sabe a história toda, pergunta pro seu amigo. Ele era casado comigo sabendo que eu amava essa mulher, e que se ela aparecesse na minha vida de novo, eu não ficaria com ele nunca, Gael

-O que ela tem? -

-A Ludmilla?

-É, a Ludmilla

-Tudo o que o seu amigo não tem

-Tudo o que não tenho também?

Franzo o cenho. -Não entendi

-Entendeu sim..-ele se aproxima mais, olhando no fundo dos meus olhos. -Entendeu muito bem

-Tá falando sério?

-Podemos conversar melhor se quiser

Eu nego. -Claro que não, Gael..ficou maluco?

-Eu sempre tive uma queda por você, Brunna..e o Benjamin é um otário de ter te perdido pra essa daí, eu nunca perderia

-Gael.. chega..

-Já pensou em como o Arthur pode estar sendo afetado com isso tudo? Pensou se pode ser zoado na escola? -

-Ele vai aprender a lidar com as coisas ruins da vida, não posso esconder o meu filho do mundo

-Tá acontecendo alguma coisa aqui? -Lud se aproxima, parando atrás de mim

Gael a encara. -Claro que não, só estamos conversando

-Pra conversar..precisa ficar em cima da minha mulher? -ela ia se aproximar dele, mas segurei seu braço

-Ele já tá indo pro canto dele.. né, Gael?

Gael sorri. -É..vou sim

-Gael, volta pra cá, cara.. não vai arranjar encrenca se não eu vou preso -Benjamin diz todo debochado, fazendo os amigos rirem

Respiro fundo

-Babaca do caralho..-Ludmilla reclama

-Bom, foi um prazer falar com você, Bru..se me permitir, queria falar com o Arthur

-Não, não permite -Ludmilla se irrita

-Amor..calma -

-Bom, avisa ela que eu sou o padrinho do garoto -

-Eu não quero saber quem você é, porra -

-Lud..

Gael a ignora, virando de frente pro meu filho, agora percebo que ele está falando com o avô

Puxo a Ludmilla até lá. -O que tá acontecendo aqui?

-Só estou conversando com ele

-Não, não é pra conversar com ele -puxo o meu filho

-Que isso, Brunna? Eu sou o seu padrinho além de tudo

-Eu sei! Mas também é pai daquele verme alí, Thales. Eu não espero mais nada de ninguém!

-Para de maluquice, Brunna -Gael me encara

-Lud, as encomendas já estão no carro -

-Obrigada, Lari..

-Nada

-Vamos embora, vai -

Fico em silêncio, apenas encarando os dois

-Amor, vamos embora..-Lud me puxa

-Vem, meninos..-puxo os dois e nós andamos até a saída do restaurante

(...)

~Bru off~

(...)

~Benjamin on~

Eu observo a Brunna sair do restaurante, sem tirar o sorriso do meu rosto, jamais vou parecer triste na frente delas. Por mais que eu esteja

Assim que elas entram no carro, eu dou murro na mesa. -Porra!

-Relaxa, cara..que isso? -Fábio me encara

-Relaxar, seu filho da puta? Relaxar? Você disse que eu teria a minha família de volta, não tô vendo você fazer nada! -me levanto, puxando ele pela gola da camisa

-Benjamin, para com isso -o meu pai me segura. -Ele é advogado, não é mágico.

-Advogado entre aspas -Gael diz

-De verdade? Vai ser muito difícil você conseguir ela de novo -Renan se pronuncia

-Vai se foder! O filho é meu, a mulher é minha.

-A mulher não é sua, Benjamin..ela já ta casada com a Ludmilla no papel -

-CALA A PORRA DA BOCA, FÁBIO! CALA A BOCA -

-EI! Para de gritar -O meu pai me obriga a sentar

-Eu tô com ódio, ódio de ver aquela cínica da Ludmilla perto do meu filho!

-Do seu filho? Parece que você se importa mais com a Brunna, e fez o Arthur pra tentar segura-la de qualquer jeito -Gael

-Você estão doidos pra levarem murro na cara, né?

-Benjamin..-

-Não, vocês estão! Eu tô apelando aqui, vou atrás dela -me afasto

-Você vai pra onde, porra?? -Gael pergunta

-Benjamin, você não pode chegar perto delas! Para, cara! -Fábio tenta me impedir, mas eu saio do restaurante

(...)

~Benjamin off~

(...)

~Bru on~

-Vovó -Os meninos entram correndo pela sala

-OI MEUS AMORES

-VÓ -Arthur grita, a agarrando

Sorrio, enquanto observo a minha mãe amassando os dois

-Bru -Alexandre se aproxima com o Bruno

-Oi gente..

-Que cara é essa? -o meu irmão pergunta. -Cadê a Lud?

-Na cozinha -falo

-O que aconteceu?

-Rum..

-Papai, cadê a mamãe? -o meu sobrinho se aproxima resmungando

-Oi pra você também, filho

-A mamãe

-Sua mãe tá no trabalho, já já ela chega. Sobe e vai tirar o uniforme da escola, anda

Lucas se afasta, puxando o Arthur pra ir com ele

-Maria, ajuda eles? Por favor

-Sim, senhor -a babá do Lucas sobe atrás dos dois, e a Ludmilla resolve se aproximar

-Que climão é esse? -minha mãe acaricia as minhas costas. -Tudo bem?

-Só estresse.. Benjamin, como sempre -falo

-Vamos pra sala

Nós andamos até a sala, sentando pra poder conversar

-Tudo bem, Lud? -minha mãe a cumprimenta

-Acho que sim

-O que rolou agora?

-Nada, só encontramos o Benjamin e alguns amigos dele no restaurante -falo

-Amigos? Gael tava no meio?

-Claro. Me encheu o saco -falo

-O Benjamin não se aproximou não né? -Alê pergunta

-Não, ficou na dele

Lud senta do meu lado, segurando a minha mão

-Que bom, acho bom ele continuar assim mesmo -Bruno

-Calma, vamos respirar fundo, já passou

-Ta toda positiva né, mãe -a encaro

-Né, dona Mia -o meu irmão me ajuda

Ela dá risada. -Ué..

-Deixem a Mia, ela tá vendo o lado positivo disso tudo -

-Amor, shiu -falo

Ludmilla sorri, deixando um beijo em minha bochecha

-E a Jas? Como vai?

-Bom, hoje tá quietinha..

-E a Helô? -

-Dormindo -Bruno sorri. -É tão bom que ela só acorda quando a mãe dela já ta em casa

-Toma vergonha -Alexandre o encara

(...)

Passamos a tarde na casa do Bruno e depois fomos pra nossa

-Será que o Calleb sentiu minha falta? -Eu perdi o número de quantas perguntas o Arthur fez o caminho todo

-Sentiu, filho..claro que sentiu -abro a porta, e no mesmo momento, Calleb se aproxima correndo e latindo alto

-É, ele sentiu -Lud diz, me fazendo rir

Observo o meu filho se jogar no chão enquanto abraça o cachorro

-Vou levar a mochila pro quarto..

-Amor, eu levo -

-Tem certeza?

-Sim, vou pegar uma roupa pra ele tomar banho.. só olha a agenda pra mim, por favor -eu digo enquanto pego algumas almofadas que estavam no chão, aiai Calleb

-Não tem nenhum aviso -

-Tá..Arthur, pega a sua mochila e vamos subir, anda

-Eu tô brincando com o Calleb, mãe -ele resmunga

-Depois, agora vai tomar banho..vamos

-Ele pode ir junto?

-Pode, só não vai colocar ele na água!

-VEM, CALLEB -Arthur sobe correndo, e o filho dele atrás

Subo a escada, seguindo pro quarto do Arthur. Eu deixo a mochila lá, e entro no closet pra pegar um pijama pra ele

Depois deixo tudo em cima da cama e vou no banheiro, ele está sentado no vaso sanitário

-Como foi na escola? -tiro a sua camiseta

-Legal

-Ah é? Fez amizades já?

-Sim.. mamãe, posso usar esse? -ele escolhe o shampoo do Hulk

-Tá, então depois você pega os outros do Hulk também

-Tá

-Tira os tênis, amor

Arthur me obedece, enquanto já deixo o chuveiro ligado. O meu filho se aproxima e eu o ajudo a terminar de tirar as roupas, em seguida ele entra em baixo do chuveiro, começando a cantar

Dou risada. -Fica quieto, toma esse banho logo em -

-Tá, mamãe

Eu coloco as roupas sujas no cesto e vou levar os tênis dele pro closet. Tomo um susto com a Ludmilla sentada na cama. -Porra, amor! Quer me matar??

Ela solta uma gargalhada

-Meu Deus -

-Não aguentei ficar sozinha la em baixo, até o Calleb tá aqui

Sorrio. -Espera..

Entro no closet pra guardar o tênis do Arthur e logo volto pro quarto

-Tá carente? -sento em seu colo

Ludmilla sorri, passando as mãos em minhas coxas. -Tô, mas você sabe que não gosto de ficar sozinha

-Eu sei, meu amor..eu sei -eu distribuo alguns selinhos em sua boca, bem delicados

Enquanto sinto suas mãos descerem pra minha bunda

-Eu te amo tanto..-sussurro

-Eu te amo mais, muito mais -ela diz, me fazendo sorrir

-Não..jamais

-Claro que sim, Bu..-

Lud chupa o meu lábio, começando um beijo que eu correspondi no mesmo segundo

Nós aprofundamos cada vez mais, beijando com mais vontade. Sinto ela apertar as minhas nádegas

Chupei o seu lábio, deixando uma mordidinha no final. Nos encaramos por alguns segundos, até eu abraça-la e esconder o meu rosto entre o seu pescoço

Lud acaricia as minhas costas, suspirando. -Sempre que eu te beijar, vai ser como a primeira vez

Sorrio. -É, eu penso igual, amor..

-Mamãe -

Ludmilla dá risada e eu já sei que tem algo a ver com o Arthur, olho pra trás. Encontrando o meu filho mal enrolado na toalha, mas cheio de sabão ainda

-Que isso, Arthur?

-Eu já acabei

-Ah, eu tô vendo que você acabou, tá cheio de sabão

Ele sorri e eu me levanto. -Deixa de ser arteiro, garoto! Volta pro banheiro, anda

-Mas eu terminei

-Vou te ajudar, amor..vem -

Levo o meu filho de volta pro banheiro

(...)

~Bru off~

(...)

~Lud on~

Bru voltou o Arthur pro banho e eu me levantei, encarando o Calleb que está na cama. -Safado você, né.. só quer dormir aí

~Amor, vem aqui~

Escuto a Brunna me chamar e vou até o banheiro. -Oi, que foi?

-Tem que levar o lixo pra rua, tá? Já tá todo na área de serviço

-Tá bom, vou levar

-Mamãe -o meu filho me para antes que eu pudesse sair do banheiro

-Oi amor

-A gente pode ver desenho?

Sorrio. -Claro que sim

Ele comemora e a Brunna dá risada. -Garoto.. você não tem jeito

(...)

Eu desci, peguei o que tinha de lixo e levei pra rua, mas por incrível que pareça.. quando eu saí, encontrei alguém que eu não queria

-Fala sério..o que você tá fazendo aqui? -eu pergunto depois de jogar os sacos de lixo na lixeira

Benjamin me encara, só está sentado na calçada. -Só..esperando, queria falar com o meu filho

-Cara, você não pode ficar perto da nossa casa, você sabe! Se eu chamar a polícia, você vai preso

Ele se levanta. -Ludmilla, não tô nem aí. Eu só quero ter a oportunidade de falar com o Arthur, eu não tô bem, tá legal?

Dou risada. -Benjamin, eu não ligo pra você. Podíamos ter conversado como adultos desde a primeira vez, mas você preferiu ser ignorante, esqueceu que a Brunna é mãe do seu filho, independente se ela tá comigo ou não!

Ele balança a cabeça em afirmação

-Isso é um fato que nunca vamos poder negar, e acredite, eu não quero que o Arthur fique sem saber que tem um pai. Não quero que ele pense que só tem duas mães, quero que ele saiba quem foi você

-Eu não quero ficar longe dele, é tudo o que eu tenho, eu tô aqui em paz...

-Não posso fazer nada por você

-Por favor, Ludmilla. Eu tô te pedindo, é doloroso ficar longe dele

-Quer que eu faça o que, Benjamin?? Que eu deixe você entrar na minha casa??

-Chama a Brunna, quero conversar com ela..

-Não.. não, você tá pirando! Eu não vou deixar você chegar perto dela

-Porra, pode ficar aqui, pode chamar quem quiser! Eu preciso falar com ela sobre o Arthur

Respiro fundo

-É sério

Pego o meu celular, ligando pra Brunna. Enquanto chama, o encaro sem dizer nada

~Amor? Por que tá me ligando?? O que aconteceu?~

-Eu tô aqui na rua.. já acabou o banho do tutu?

~Já, que foi? Não me assusta~

-Vem aqui fora, amor..relaxa, tá tudo bem

~Ta, só vou deixar o Arthur comendo e já vou~

-Tá, vem logo

Desligo a chamada e guardo o meu celular

-Obrigado -

-Não tô fazendo por você. Tô fazendo por mim, se eu não te der essa chance, nunca vou evoluir espiritualmente -

-Ah, bacana..

Sorrio, debochada. -Agora se você estiver mentindo, o problema e as consequências serão suas.

-Eu sei

-E o murro que vou te dar também

-Não começa, Ludmilla!

-Eu começo o quanto eu quiser, seu babaca

-Sempre com mimimi

Não demorou pra Bru sair.

-Que porra é essa? O que você tá fazendo aqui? -

-Calma

-Acalmar? Conhece as leis, Benjamin? Quer que eu repita todas pra você?

-Amor, ei..calma -seguro ela. -Tá tudo bem, ele tá querendo conversar numa boa

-É sério isso? Eu não quero conversar!

-NÃO É VOCÊ QUE TÁ SEM O SEU FILHO -ele grita

-Você vai começar a gritar? Por que se for avisa pra eu te dar um murro na boca! -falo

-Desculpa! Me alterei

-O que você quer, Benjamin?

-Quero conversar, eu não tô bem, Brunna.. não tô bem, quero falar com o meu filho, eu preciso falar com ele

-Ah você precisa? Depois de assustar o garoto? Depois de fazer da vida dele um inferno?? Esqueceu que ele tem medo de você??

-Brunna -ele começa a chorar

-Não, eu não quero te ver chorando. Para com as suas mentiras!

-Eu não tô mentindo, porra! Eu não tô mentindo, eu preciso falar com o Arthur..eu não aguento mais

Engulo seco..

-Eu preciso!

-Pede isso na justiça -ela diz

-Brunna, não! Por favor -Benjamin segura o seu braço, eu seguro a mão dele

-Solta

-Eu só quero uma chance, uma!

-Solta, caralho -eu mando

Ele obedece

-Não..o Arthur acabou de sair do banho e aqui fora ta muito frio -

-Me deixa entrar, então..pode ficar na minha cola, mas eu tenho que falar com o meu filho

Brunna suspira, passando as mãos no rosto

-Tá tudo bem, amor..-eu acalmo ela.

-Hm..tem certeza?

-Tenho -

-Tudo bem..vamos, e vai ser rápido.

-Obrigado -

Benjamín entra na frente e nós atrás dele, eu sei que a Brunna não está muito confiante, mas ele não é louco de tentar algo comigo aqui

-Eu não sei se ele vai querer falar com você, ou qual vai ser a reação dele.. só peço que respeite -

-Tudo bem -

Bru sobe a escada e eu fico na sala com o idiota. -O que te fez parar pra pensar no seu filho agora? O quanto ele tá feliz longe de você?

-Não...isso não é da sua conta, são meus sentimentos

Sorrio. -Ok

Ficamos calados, apenas nos encarando. Benjamin desviou bastante o olhar, mas eu não

Paramos de nos encarar quando escutamos a voz do Arthur

-Tá tudo bem, amor..a mamãe tá aqui, ta? -Brunna conversa com ele, enquanto descem a escada

Arthur está agarrado nela, escondendo o rosto em seu ombro

Benjamin suspira quando ela para em sua frente. -Filho.. -ele encosta no Arthur, mas o garoto resmunga, se espremendo mais no colo da mãe

-O papai só quer conversar com você, só isso, amor..- se aproxima dos dois, acariciando as costas do tutu

Arthur começa a chorar, e desencosta da Brunna, levantando os braços pra mim

Sorrio. -Calma, amor -

-Mamãe -

-Quer a mamãe? -Bru pergunta, ele afirma

Pego o meu filho no colo, beijando a sua cabeça quando ele encosta a mesma em meu ombro. -Não precisa chorar, meu amor

Benjamin observa tudo, sem dizer mais nada

-Conversa com ele, corre atrás do que você mesmo causou -Bru o encara

Benjamin enxuga as lágrimas que estão caindo de seus olhos. -Eu sei que magoei ele, mas não era a intenção..eu só queria descontar em você, porra

-Mas ele não entende isso! -eles começam a discutir

-Amor, eu tô aqui pra te proteger, proteger a mamãe.. você sabe, ne? -sussurro em seu ouvido

Arthur assentiu

-Conversa com o papai, ele não vai fazer nada com você, tá bom? Eu não vou deixar, pinguinho

-Você promete? -ele me encara

Sorrio. -Mamãe promete -eu deposito um beijo em sua testa, enxugando as suas lágrimas em seguida. -Benjamin..

Ele se aproxima com a Brunna. -Vai conversar com o papai?

Arthur afirma, sem desgrudar de mim

-Papai só quer te pedir desculpas, sei que isso não vai mudar o fato de tudo isso que aconteceu..mas você é um menino muito esperto, né? Sabe que tô pedindo desculpa de coração.. papai ta com saudade de você

Ele não diz nada, apenas encosta a cabeça na minha

-E o papai te ama muito, tá?

Arthur balança a cabeça em afirmação, fazendo o Benjamin sorrir

-Posso dar um beijo em você?

Ele deixa, o pai dele se aproxima e deposita um beijo em sua bochecha, se afastando depois. -Cuida deles, tá?

Franzo o cenho. -Pode deixar

Benjamin encara a Bru, e apenas sorri, antes de sair andando

A encaro também, e ela faz o mesmo comigo..

-O que foi isso?..-pergunta

-Não sei, mas não gostei nada -

-É..

-Vamos ver desenho? -Arthur me pergunta, fazendo eu rir

-Claro, vamos agora

(...)

~Mais tarde~

Eu abro os meus olhos, encarando o relógio que está à minha frente, mostrando que são 03:40 da manhã

Me ajeito na cama, virando pro lado, vejo que a Brunna ainda tá acordada..

A encaro. -Amor?..-eu falo baixinho, porque o Arthur está dormindo do lado dela

-Oi..-

-O que aconteceu? Por que o Arthur tá aqui? -sento na cama

-Ei, tá tudo bem -ela me acalma, acariciando o meu braço. -Deita

Eu suspiro, deitando novamente. -Não consegue dormir?

-Acordei com ele me chamando, tava chorando..disse que estava tendo pesadelos com o pai dele -

-Ele contou o pesadelo?

Ela nega. -Só deitou aqui e dormiu logo

-E você tá pensativa porque, hm?

-Eu não sei.. não tô sentindo uma coisa boa

-Vem cá -

Eu abraço os dois, beijando a cabeça da Brunna. -Tenta descansar

-Vou tentar..

(...)

~No outro dia~

Acordo com o despertador tocando, Arthur está dormindo do meu lado, mas a Brunna não. Então me levanto e vou até o banheiro, fazer as minhas higienes

Em seguida saio de lá e depois do quarto, deixando o tutu dormir com o Calleb

Desço a escada, procurando pela Brunna. -Amor?

-Amor, cadê você?

~Na cozinha~

Entro na cozinha, encontrando ela cozinhando. Sorrio

-Bom dia, princesa -

Bru sorri também. -Bom dia

Eu abraço ela por trás, beijando o seu pescoço. -O que você tá aprontando?

-O Arthur pediu pra eu fazer panqueca, então eu fiz..

-Hmmm, prendada -

Bru se vira, me agarrando e me beijando. Correspondo o beijo, tirando ela do chão.

A minha mulher dá risada, me fazendo rir também. -Para de pegar peso, você tem o nosso neném aí dentro!

-Tenho, e ela tá tão quietinha agora..

-Pra dar trabalho duplicado depois -ela se afasta

-Não fala isso, Bru..-pego uma xícara, colocando na máquina de capuccino

-Falo, tenho que ser realista, amor

Somos interrompidas pela campainha tocando.

-Eu atendo, faz seu capuccino -

-Tá bom

Ela sai da cozinha, enquanto eu espero a máquina terminar a minha bebida.

Eu estranho silêncio na casa e resolvo ir atrás da Brunna. Me aproximo da porta de entrada, vendo ela conversar com o advogado do Benjamin

Bru tá com uma cara assustada, e o Fábio diz algo que faz ela começar a chorar.

-Não! O que você tá falando??

-O que tá acontecendo? -pergunto

-A-amor..-ela me encara, se tremendo toda

-Ei, calma! Respira, Brunna -eu entrelaço um braço em sua cintura. -O que tá acontecendo, Fábio??

-O Benjamin..tentou se matar essa noite, ele se dopou, estão fazendo uma cirurgia de emergência nele

-Como é?? -pergunto

[...]