Cap. 12 {3° Temporada}
~Quinta-feira, dia da audiência~
Eu estava terminando de me arrumar enquanto a Ludmilla ainda procurava a Sandra junto com o Alexandre. Procuramos até onde a Sandra não entraria, e nada.
Última mensagem dela pra gente, foi no dia em que voltamos pra casa e ela quis voltar pra casa do Benjamin.
E a mensagem dizia exatamente assim: "Vou voltar pra casa do Benjamin"
Ludmilla tentou impedir, disse que não era o certo, mas ela quis tentar fingir que não tinha acontecido nada por causa do Arthur. Ela gosta bastante do meu filho
Saio dos meus pensamentos quando escuto a campainha tocar.
Franzo o cenho, ninguém ia passar aqui antes de ir pro tribunal. Vamos todos nos encontrar lá
Mas mesmo assim, desço pra atender.
A campainha toca mais vezes e eu me irrito. -JÁ VAI
Abro a porta, tomando um susto. -porra, Benjamin!
-ei, quero conversar com você -ele entra sem a minha permissão
-o que??? Sai da minha casa, idiota!
-Brunna, me escuta!
-não?
-eu sou o pai do seu filho, me ajuda. -
-que merda você fez?
-só, me ajuda. Olha o que você tá fazendo, o que já fez! Estamos indo em uma audiência pra ver com quem fica a guarda do Arthur. Podíamos estar indo viajar pra algum lugar, Brunna. Desiste disso
Eu nego. -você só pode estar maluco
-qual é o seu problema? Destruiu toda a nossa família e eu que tô maluco? Nosso filho tá sofrendo
-em nenhum momento você pensou nele. Eu poderia muito bem deixar guarda compartilhada, mas você não quis assim! E eu não vou voltar com você, Benjamin
-Brunna...-ele se aproxima, fazendo eu me afastar automaticamente
-você tá com medo de mim?
-só..sai daqui, por favor.
-Você não vai me ajudar por bem? Tem escolha..-ele me puxa pela cintura
-você tá me ameaçando? -o encaro
-Brunna...
-me solta! -o empurro
-PARA DE AGIR ASSIM -Benjamin me puxa de volta
Eu fechei os meus olhos achando que ele ia me bater, mas senti ele se afastando, então abri novamente.
-LUDMILLA, SOLTA ELE
-então é assim que você resolve? Vindo aqui? -ela pergunta enquanto aperta mais ainda o braço em volta do pescoço do Benjamin
Ele apenas esperneia, sem conseguir falar nada
-É ASSIM, SEU IDIOTA?
Eu me aproximo. -CHEGA, SOLTA ELE
-LUDMILLA, SOLTA ELE! QUER SER ACUSADA POR HOMICÍDIO???
Ela me encara
-solta!
Ludmilla solta o Benjamin, jogando ele no chão
Ele respira fundo, tentando recuperar o fôlego. Mas logo se levanta. -você tá fodida!
Minha mulher não diz nada, só dá um soco no rosto dele, fazendo o Benjamin cair de novo
-AMOR, PARA -entro na frente
-O que tá rolando??? -Alexandre entra com uma cara de preocupação
-esse filho da puta do Benjamin querendo arranjar treta, agora vai pro tribunal com o olho roxo. -
Ele se levanta. -TA FODIDA
-VAI DIZER O QUE? AHN? QUE VOCÊ VEIO FAZER UMA VISITA AQUI EM CASA E EU TE BATI? FALA ISSO SEU IDIOTA
-EU NÃO VIM FALAR COM VOCÊ, EU VIM FALAR COM A BRUNNA
Ludmilla se irrita, indo pra cima dele sem ninguém conseguir segurar
Foi tudo muito rápido. Ela derrubou o Benjamin se jogando em cima dele, e os dois começaram a se socar e a rolar no chão, enquanto o Alexandre tentava separar.
Alê ainda tomou um soco da Ludmilla
-PARA COM ISSO VOCÊS DOIS! -Alexandre puxa a Lud, mas ela não desgruda do Benjamin
-SOLTA, LUDMILLA! SOLTA ELE -
-SAI DE CIMA DE MIM -Benjamin começa a chutar e ela faz o mesmo, chutando a barriga dele
Benjamin grita
Alexandre consegue deixar a Ludmilla de pé enquanto puxa ela pra longe, mas o Benjamin também fica de pé e com ela sendo segurada, é tudo mais fácil
-EU VOU ACABAR COM VOCÊ -.
-CALA A BOCA, LUDMILLA!
-SEU VERME
Eu não tô conseguindo fazer absolutamente nada, to travada. E agora tem sangue do Benjamin no meio da minha casa
-CHEGA! OLHA PRA MIM -Alexandre encosta ela na parede. -CHEGA
Eu respiro fundo, me aproximando. -você ficou maluca???? -
Lud respira fundo. -Bru...
-não, Ludmilla! Porra! Não era pra você fazer isso
Alexandre se afasta aos poucos. -pronto, tudo bem?
Ela nega
-o que foi? -ele pergunta
Passo as mãos em meu rosto. -que porra! Amor, o que você tá sentindo??
-eu..não sei
-senta aqui no sofá
-ah, agora tá passando mal, antes tava em cima de mim me chutando!
-CALA A BOCA, BENJAMIN -Alexandre se irrita
Ludmilla desencosta da parede, mas antes que ela pudesse andar pra ir até o sofá, ela cai pra frente
-O QUE ACONTECEU?? -Alexandre pega ela no colo, levando até o sofá
Dou um soco na parede, não era pra falar isso
-BRUNNA??
-ELA TA GRÁVIDA -
Benjamin e Alexandre me encaram. -O QUE?
Me aproximo da Ludmilla. -ela tá grávida, merda! Não pode ficar fazendo essas coisas, mas a Ludmilla não tem jeito
-como assim ela tá grávida??? É de vocês? -Alê
Afirmo, começando a abanar a Lud com uma almofada
-puta que pariu. -ele suspira
-não vai acontecer nada..ela só..passou mal por tudo isso que rolou -
-não corre risco de perder?
-claro que corre! Mas a Ludmilla me escuta? Ela é uma maluca.
-e você, Benjamin. Não vou dizer que esteve aqui pra audiência ser justa. -
-ah, faz o que você quiser. Vim conversar com a Brunna e essa louca me bateu
-louca não! Você me ameaçou.
-Brunna, faz favor!
-some daqui -Alexandre
Benjamin afirma. -beleza.
Ele sai andando e eu volto a prestar atenção na Lud
-vou buscar água -
Não demorou muito pra ela abrir os olhos
-ei..-acaricio o seu rosto. -você tá sentindo algo? Não esconde, tá?
-não.. não tô sentindo nada, amor..por que eu apaguei?
-porque você é uma maluca! Sabe que não pode ficar fazendo essas coisas, você tá grávida. Quer matar o nosso filho?
-nossa filha...
Respiro fundo. -Ludmilla..
-desculpa
-não!
-me desculpa, Bru..ele me irrita
-eu te desculpo se prometer que vai se controlar daqui pra frente -
-eu prometo
-aaaah, acordou, mamãe. -Alexandre se aproxima
-droga..logo o fofoqueiro do Alexandre sabendo
-fofoqueiro mesmo, não sou baú pra guardar nada.
-não é pra contar pra ninguém! -falo
-tá bom! Te trouxe água
-vem, senta aqui -ajudo ela a sentar
Alê entrega o copo d'água pra Lud
-daqui a pouco é a audiência...
-eu tô muito nervosa -falo
-não encontramos a Sandra..será que eles vão querer saber mais sobre isso e..uma nova audiência?
-ah não..-Ludmilla
-o que foi? -Alê
Ela levanta, entregando o copo pra ele e subindo a escada rápido
-Ludmilla?
Eu vou atrás, junto com o Alexandre.
(...)
Entramos no banheiro, encontrando a bonitinha vomitando
Me aproximo. -começou
-ala -Alexandre dá risada
-não ri dela! -agacho, puxando o cabelo da Ludmilla pra trás
-vai, engravidar é fácil, difícil é manter a pose de durona -ele solta uma gargalhada
Seguro a risada. -Alexandre, para!
Ludmilla respira fundo. -eu vou te matar..seu corno.
-OLHA!
-calma, amor -falo
-eu tô morrendo, Bru -ela choraminga fazendo eu e o Alexandre dar risada
-você não tá morrendo, garota!
-tô sim..A Jas vai..-Lud volta a vomitar
-ela tá morrendo -Alexandre se afasta, ainda rindo.
-calma, já vai passar -acaricio as suas costas
Ludmilla dá um soco no vaso
-ei, ele não tem culpa -
-amor..
-oi
-ela vai me matar
-a Jas?
-é..
-relaxa, tá? Fica um pouco com a cabeça baixa, não levanta ainda
-passou? -Alexandre entra no banheiro de novo
Afirmo
-pronto? -pergunto
Lud afirma
Eu levanto, ajudando ela a fazer o mesmo
-você tá bem? Ou tá se sentindo mal?
-não, tô melhor
-então vai tomar um banho -dou descarga
Lud passa pelo Alexandre, dando um soco no peito dele
-ai! Idiota -ele dá risada
(...)
-você tá bem mesmo, né? -Alexandre me encara
-sim! Relaxa, eu dirijo -entro no carro
Espero eles entrarem também
-amor..deixa eu dirigir -Ludmilla senta do meu lado
-ei! Posso?
-é a sua primeira vez depois do acidente, e se a gente morrer antes da audiência? -
-Ludmilla? Cala a boca, vai! -coloco o meu cinto
Ela faz o mesmo.
-vou colocar todos aqui -Alexandre
-idiota -ligo o carro
Eu acelero, saindo devagar com o carro. -caralho, como é bom voltar a dirigir
O carro dá um tranco
-Brunna do céu, acelera isso! -
-ou, vem com esses hormônios de grávida pra cima de mim não! -acelero mais
-também não é pra ser velozes e furiosos, Gonçalves
-quietos.
(...)
Sim, conseguimos chegar no tribunal.
Eu pego na mão da Ludmilla, entrando com os dois até a sala onde temos que esperar.
Encontramos a nossa família alí, todos vieram assistir. E também está o Benjamin e o advogado de merda dele, achei incrível que meu pai não está
-Oi Bru -o meu irmão beija a minha cabeça
-tudo bem? Como foi a viagem?
-sim, e com você? -pergunta
Eu afirmo
-a viagem foi legal, acalmou os ânimos.
-oi princesa -dou um beijo na cabeça da minha sobrinha que está no colo dele
Eu me afasto, dando espaço pra Lud falar com o Bruno
-tia Brunna -Lucas se aproxima
-oi meu amor -pego ele no colo
-Brunna, cuidado! -Mia
-tá tudo bem..titia tava com saudade -dou um beijo em sua bochecha
-eu também
-tá pronto pra matar a saudade do seu primo, hm?
-siiiiim
Deixo ele no chão, indo cumprimentar o restante da família
(...)
-você tá estranha, tá comendo? -Sil segura o rosto da Lud
-mãe, para
-ela tá comendo, Bru?
-pra cacete.
-Brunna -Ludmilla me encara
Dou risada
-mas também não é pra comer mais que o necessário, Ludmilla! Quer engordar?
-vai engordar do mesmo jeito -viro pro lado
-Brunna? -
-oi amor -a encaro
-mas agora é sério, você tá estranha, amor. O que você tem, hm? Tá com uma carinha diferente
-eu não tenho nada!
-Ludmilla, para de ser assim com a sua mãe. Ela tá te achando estranha, então você está.
-os olhos dela estão diferentes, ela tá diferente..-
Afirmo.
-mãe, tá bom.. -Lud se afasta
-olha, garota! Você para de ser teimosa
-você tá fazendo eu parecer criança
-Ludmilla, você tá indo no médico?
-oi, o juíz já está entrando -o segurança nos avisa
Eu respiro fundo. Caralho, é agora.
Alexandre se aproxima de nós duas. -o doutor disse que vai se atrasar um pouco, mas já já tá aqui
-vamos, já pode entrar -Alê
-vai dar tudo certo -Lud acaricia a minha mão
Afirmo. -eu sei que vai
(...)
Nós entramos, indo sentar com o Alexandre de um lado do tribunal. Enquanto Benjamin sentava do outro lado com o advogado dele
-tá nervosa, hm? -Ludmilla segura a minha mão
Eu afirmo
-você sabe que estamos certas aqui, não fizemos nada de errado. Fica calma
-eu sei..mas tenho medo de tirarem o Arthur da gente do mesmo jeito
-não vão fazer isso, Bru.. relaxa -Alexandre
Olho pra trás, observando o doutor que atendeu o Arthur entrar e sentar do lado da minha mãe
Ele sorri, e eu faço o mesmo, ficando mais tranquila.
Assim que todos se sentam, o juíz entra na sala. E graças à Deus, eu conheço ele. Trabalhamos em casos juntos
Respiro fundo
-boa tarde..à todos familiares e testemunhas presentes do Arthur -ele senta na cadeira -eu sou o juíz Marco..
-boa tarde -respondemos
-hoje estamos aqui pra falar sobre a guarda não compartilhada dele, certo?..de um lado, Benjamin Fonseca, pai do garoto.
Benjamin não diz nada, apenas acena. Idiota
-e do outro.. não menos Importante. Brunna Gonçalves, a mãe -ele sorri
-Excelência..-cumprimento ele
-eu e Brunna já trabalhamos em diversos casos juntos, e agora..estar diante dela pra resolver algo sobre sua família, algo muito importante por sinal, é gratificante.
Afirmo
-licença..-advogado do Benjamin levanta
-eu ainda não te dei ordens pra falar.
-não, só queria dizer que.. não é só porque se conhecem que vai deixar tudo mais fácil pra ela né?
Fico boquiaberta, o que esse imbecil tá fazendo?
-senhor..senta, se não quiser sair do tribunal e deixar o seu cliente se defendendo sozinho.
Fábio não diz mais nada, apenas volta a se sentar
(...)
-então podemos começar. Arthur Rael Gonçalves Fonseca, o garoto tem 4 anos. A guarda era do Benjamin por conta de um acidente que tinha acontecido com a Brunna, ela estava impossibilitada de cuidar do filho, então.. simplesmente passaram a guarda pra ele como se ela não fosse nada. Que juiz foi esse? -ele me encara
-eu não sei, eu estava em coma..
-você tá melhor?
-100%
-fico feliz. E agora estamos em outra audiência, porque o Alexandre, advogado da Brunna, nos trouxe provas de que o Benjamin não estaria cuidando do garoto direito. Fiquei sabendo que estiveram na delegacia porque você deixou o menino sozinho em casa e ele ligou chorando pra mãe, é isso?
Ele afirma. -é..mas eu dei uma saída rápida. Eu já ia voltar
-já ia voltar? Eles ficaram em ligação com o Arthur por mais de 30 min até a polícia chegar e rastrear o celular, você ia voltar quando? Quando algo pior acontecesse com ele?
-não! Não mesmo. Nada ia acontecer com ele
-você sabe? Muitas coisas podem acontecer quando você deixa uma criança sozinha em casa. Eles não sabem o que estão fazendo, o menino tem só 4 anos. Você deu sorte que ele sabe ligar pra mãe! -
Benjamin não diz mais nada.
-mais alguma reclamação? Passo a palavra pro Alexandre, advogado da Brunna.
Ele se levanta. -Excelência, temos diversas provas de que essa não foi a única vez que o Benjamin descuidou do garoto
-pode vir
Alê se afasta, andando até o altar do Juíz. -claro, a prova que todos que estavam presentes viram, principalmente o delegado. No dia em que fomos até a delegacia, quando o Benjamin foi chamado pra voltar pro Brasil com o garoto. Estávamos todos na porta e ele parou o carro do outro lado da rua. Estava ele, o pai da Brunna, a namorada e o advogado, mais o Arthur. Quatro adultos que deixaram o garoto de lado, e quando ele viu a mãe, atravessou a rua correndo
Marco encara o Benjamin, com os olhos arregalados.
-um carro surgiu simplesmente do nada, e a única que conseguiu se mover rápido pra pegar o Arthur, foi a Ludmilla..madrasta dele..Brunna ainda estava na cadeira de rodas
-por que você deixou o menino de lado??
-ele tava perto.
-Ludmilla -Marco a encara
-Excelência..-
-pode me dizer o que aconteceu depois disso?
-um pouco, eu acabei ficando desacordada. Já acordei em um hospital, eu me machuquei um pouco. Mas consegui impedir algo pior..
-como é a sua relação com o Arthur?
-bom..sempre foi muito boa, desde o primeiro dia em que falei com ele..e agora, me chama até de mãe -
Marco sorri e eu faço o mesmo
-mais alguma prova? -ele encara o Alexandre
-sim..tenho mais duas, com testemunhas, mas uma delas não compareceu. Porém, tenho um vídeo que ela deixou
-começa a explicar
-quando Benjamin estava longe com o Arthur, fomos até a casa dele falar com a babá do menino..ela nos contou diversas coisas e deixou isso registrado em vídeo, com medo de algo acontecer com ela.
-temos o vídeo?
-sim, pode soltar -o segurança encara o outro
O vídeo começa a rodar no telão, tudo o que a Sandra nos disse, ela deixou gravado nesse vídeo.
(...)
-perai, você deixava o garoto preso??
-isso ela tem que provar
-deixava sim! Você sabe que deixava porque uma vez entrei na sua casa e tirei ele de dentro do quarto. -Ludmilla se irrita
-amor, calma. Vai perder a razão
Ela respira fundo
-e cadê a Sandra? -Marco
-então, procuramos ela e não encontramos. Realmente sumiu, e parecia que ela sentia que isso ia acontecer.
-você sabe dela? -Marco encara o Benjamin
-eu não sei dessa mentirosa. Só tentei proteger o meu filho
-mais alguma coisa?
-sim, eu gostaria de chamar uma testemunha..
-testemunha? É sério? -Fabio levanta
-se você não trouxe testemunha, o problema é seu. -Alexandre
-quem disse que ele não trouxe? -o meu pai entra no tribunal, chamando a atenção de todos
-e quem é o senhor?
-Jorge Gonçalves, não me conhece? Eu duvido.
-Jorge, você pode ficar do lado dele, agora vou chamar a testemunha.
-certo
-quem você gostaria de chamar?
-Iago Franco, o doutor que atendeu o Arthur quando rolou o acidente. -
-pois não, venha aqui na frente
Iago levanta, se aproximando do altar. Ele senta ao lado do juíz.
-o que vocês tem pra dizer?
-o que eu tenho pra dizer é que quando atendi o garoto, além dele estar com o peso muito abaixo do que deveria, ainda estava com marcas no pulso. Como se estivesse sendo mantido preso, igual a Sandra disse no vídeo.
Ele entrega algumas fotos pro juíz ver. -o que você tem pra dizer? -Marco encara o Benjamin
-eu quero saber quando vou poder me defender
-responde as minhas perguntas, apenas.
Ele afirma. -não tenho nada pra dizer
-tem certeza?
-sim.
-mais alguma coisa? -Marco volta a encarar o Iago
-também foi encontrado no sangue do Arthur, remédio pra dormir.. -ele entrega outro papel, acho que é o exame.
-remédio pra dormir??
-que segundo a minha cliente, não é a primeira vez que ele faz esse tipo de coisa. -Alexandre completa
Agora Marco me encara. -Brunna?
-Teve uma vez.. estávamos separados já, mas o Benjamin estava com o Arthur uns dias e depois ele voltava comigo..e ele começou a passar mal, levamos ele no hospital e deu isso nos exames
-e você tá fazendo de novo? -ele encara o Benjamin
-o garoto não dorme, fica agitado, surtado, quer que eu faça o que?
Respiro fundo, tô me segurando.
-você não tem que medicar o seu filho. Nem sabe a quantidade que pode dar, você poderia ter matado ele. Arthur só tem 4 anos, nem tomando isso ele deveria estar.
-Excelência, será que nós podemos dar nossas versões? Ou vamos acabar com a audiência desse jeito? Sem explicações? -Jorge
-explicações? Eu não preciso disso, já tá muito claro pra mim com quem o menino deve ficar.
-ah, mas perai! Nós nem falamos. -Fábio
-obrigado Igor e Alexandre, vocês podem se sentar..
Ambos se afastam
-pode vir. -
Fábio levanta, se aproximando do juíz
-Boa tarde à todos que estão aqui, mesmo pros que estão somente do lado da Brunna
-não enrola. -Marco
-babaca. -Ludmilla
-ei..-a repreendo
-eu estou em defesa do meu cliente. Porque..Tantos anos de casado pra ser trocado simplesmente do nada. Brunna ameaçou levar o Arthur embora e o Benjamin ficou maluco.
Eu dou risada, fazendo eles me encararem
-algum problema? -Fábio
-não, pode continuar.
-não, se você quiser vir falar aqui na frente...
-você manda aqui? -Marco
-não, perdão. Voltando no que eu estava dizendo..Brunna quis levar o Arthur embora, e nisso o próprio pai dela não concordou e ficou ao lado do Benjamin.
-tá, e daí? E aí ele pode se revoltar contra o meu filho?? -me levanto
-Manda ela sentar? -Fábio
-pode falar, Brunna -Marco me dá permissão
Respiro fundo. -nós vamos entrar em um caso que não tem nada a ver com o meu filho, mas vou deixar bem explicado o porque de querer levar o Arthur embora. Eu conheci a Ludmilla na adolescência, fui forçada à ir embora pra outro lugar, pelo meu pai que nunca aceitou nós duas. Nisso, ele fez eu me casar com o Benjamin, que era praticamente o meu primo. Nós nunca nos demos bem e só ele achava que sim! Tivemos o Arthur, praticamente forçada também. Mas eu não me arrependo, porque é meu filho, independente de como tenha sido.
Benjamin nunca me respeitou, sempre me tratou mal, me bateu, chegou a fazer coisas completamente absurdas comigo e eu totalmente calada. Até que em um dia eu dei o basta e levei o Arthur pra casa da Ludmilla. Depois desse dia ele surtou, surtou porque eu já estava com ela, e também tinha levado o filho dele. Benjamin morria de medo que ele aceitasse a Ludmilla como segunda mãe, e foi isso que ele fez, porque é uma criança. Ele é puro, e não nojento igual você! -o encaro
Só quando terminei de falar, que percebi que estava chorando, desabando.
Benjamin levanta. -é, Brunna. Ele é uma criança, não entende o que é errado
-errado? Errado é você ser um pai escroto desse, seu imbecil! -Ludmilla levanta também
-Eu sou o errado da história né, sempre o errado! -Benjamin
-ORDEM. -Marco grita
-Eu não quero mais um piu. E eu não quero mais saber de nada, sem mais depoimentos. -
Volto a sentar com a Ludmilla, e o Benjamin faz o mesmo.
-depois de tudo isso, com provas, e etc. Eu não posso entregar a guarda do Arthur pro pai.
Eu engulo seco
-A melhor pessoa pra cuidar de um filho, é a mãe. O pai existe, mas toda criança precisa da mãe, eu não posso dar uma guarda não compartilhada pro pai e deixar a mãe de lado..-ele respira fundo
-mas também não posso deixar o garoto com esse cara que se diz pai, mesmo compartilhando a guarda.
-eu só tentei cuidar do meu filho. -Benjamin diz em meio à lágrimas, de crocodilo.
-você cuidou errado. Eu tenho duas coisas pra dizer, duas coisas bem importantes. -Marco suspira
-primeiro que, Benjamin, você vai ser acusado por maltratar, manter preso e medicar o seu filho sem estar precisando
-O QUE?
-Ele é uma criança, e você abusou dele psicologicamente. Principalmente quando o deixou longe da mãe, preso dentro de um quarto qualquer, sem comer, sem beber.
Ludmilla acaricia a minha mão e eu respiro fundo novamente, tentando conter as lágrimas
-eu já disse que tentei cuidar dele!
-e também queremos saber aonde a Sandra está, sendo que recebi as imagens da última conversa dela com a madrasta do Arthur. Ela estava na sua casa a última vez em que falou com a Ludmilla. Quero saber mais sobre esse caso, você está sendo acusado por ambos, e eu não quero choro e nem vela.
-perai..mas ele pode pelo menos responder em liberdade né? Ninguém tem provas o suficiente. -Fabio
-sim, em liberdade. Mas qualquer prova, faz ele esperar o julgamento final atrás das grades.
Benjamin dá um soco na mesa
-e pra finalizar o caso do pequeno Arthur..eu decido que, a guarda da criança, não compartilhada. Fica com a mãe, Brunna Gonçalves. -ele bate o martelo, fazendo eu respirar aliviada
Eu levanto junto com a Ludmilla e o Alexandre, recebendo um abraço dos dois.
-eu disse que ia dar certo, amor -Lud acaricia as minhas costas
-Bru, fica calma em, não vai desmaiar! -Alexandre me faz rir
Encaro os dois. -eu te amo. - dou um selinho na minha mulher
-eu também te amo, minha vida..
-ei, olha lá -Alexandre sorri ao olhar pra porta de entrada
Eu faço o mesmo, encontrando o meu filho com a assistente social. Ela sussurra algo no ouvido dele e o Arthur me encara, abrindo um sorriso enorme em seu rosto
-MAMÃE
A assistente social coloca ele no chão, e o meu filho vem correndo na minha direção.
Eu agacho, abrindo os braços pra receber o abraço dele
-ah, meu amor..-eu correspondo, não quero soltar ele nunca mais. -que saudade
Arthur me abraça forte e eu respiro bem fundo, tentando parar de chorar, é quase impossível.
-eu te amo, filho. Eu te amo demais -
Levanto com ele no colo e a Ludmilla se aproxima
-ó a mamãe, amor -
Arthur estende os braços pra ela, e a Ludmilla pega ele no colo
-Brunna -Marco se aproxima
-obrigada, de verdade. -o abraço
-você sabe, fazemos o certo. E se quiser entrar com processo por conta do que você passou, eu tô aqui -ele acaricia as minhas costas
-eu sei, sei disso..mas eu prefiro deixar quieto, o mais importante eu consegui -
Eu me afasto, o encarando. -obrigada, de novo.
-o filho é seu, nada pode tirar ele de você, nunca.
Afirmo
Marco se afasta, indo falar com o Alexandre. Eu encaro o Benjamin, e ele faz o mesmo, me encara.
Suspiro
-Bru! -Silvana se aproxima
Eu sorrio, abraçando ela, que logo corresponde
-graças à Deus deu tudo certo. Eu sabia que seria justo. Você sabe o quanto me importo com o Arthur, mesmo ele não sendo o meu neto de sangue -ela me encara
-ele é seu neto de qualquer jeito, Sil..ele te escolheu -sorrio
Eu encaro o Arthur que agora está no colo do meu irmão, sendo paparicado por quem está em volta.
Eu sofri pra ter o que sempre foi meu de volta. O meu filho nunca deveria ter saído dos meus braços, e por conta de um acidente inesperado, eu perdi tudo
Mas agora, eu conquistei de volta, e diria que..em dobro. A minha família tá completa, e nós ainda vamos ter a nossa filha, era mais do que eu esperava pra esse final.
(...)
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