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O Poderoso Chefão

Oi meus pudinzinhos 🍮
Mais um capítulo para vocês.
Espero que gostem.

Boa leitura 🍮 ❤️

O jantar estava silencioso e tranquilo, como normalmente era. Camicazi olhou em volta, a sua direita estava a irmã; ao lado da loira estava Soluço; e a sua frente estava o pai. Camicazi estava nervosa, como diria aquilo? Não tinha a menor experiência e não sabia o que esperar. Largou os talheres e respirou bem fundo antes de dizer.

-Hans me convidou pra sair amanhã. - Disse, tendo sucesso em chamar a atenção dos adultos à mesa.

-Não. - A resposta de Soluço foi imediata. Camicazi franziu a testa.

-Não é justo, você nem pensou! - Camicazi protestou.

-Esta bem, vou pensar. - Soluço disse e em seguida ficou em silêncio, Camicazi o olhou com expectativa, o silêncio durou pouco e Soluço logo voltou a falar. - A resposta ainda é não.

-Ast! - Camicazi apelou para a irmã mais velha. Astrid olhou para o namorado e em seguida para a irmã.

-Pode sair com ele, - disse Astrid e o rosto de Camicazi começou a formar um sorriso, mas Astrid foi rápida em acrescentar - se nós o conhecermos primeiro. - O sorriso de Camicazi logo se desfez, mas a adolescente sabia que discutir seria inútil, então, mesmo com a testa franzida e resmungando baixinho, se forçou a assentir.

♠️

Na manhã seguinte Camicazi acordou no horário de sempre, mas bastou o sono passar e estar completamente desperta para que a adolescente fosse tomada por uma onda de ansiedade e pânico. Hans conheceria sua família.

Deuses! Por que aquilo parecia tão sério? Parecia um passo importante, mas Camicazi não sabia dizer bem o porquê, não havia ficado tão nervosa quando Merida os conheceu, então por que agora parecia que suas mãos não paravam de suar e seu estômago tinha dado um nó impossível de desatar?

Camicazi revirou os olhos. Hans é só um menino, disse a si mesma, e somos só amigos. Fechou os olhos e respirou fundo, abriu os olhos novamente e se forçou a sair da cama. Vai dar tudo certo, Hans é um cara legal, o Soluço não vai fazer nada porque a Astrid não vai deixar. Se convenceu e saiu do quarto, mas mesmo assim, o nó em seu estômago era persistente e ela não conseguiu evitar estranhar a situação, Camicazi nunca prestou atenção a meninos porque sempre achou que todos eram babacas.

E então Hans apareceu para destruir tudo em que acreditava. De repente pensava que meninos podiam ser legais. De repente aquele menino em particular havia dominado completamente seus pensamentos e não saía de sua cabeça. De repente tinha borboletas em seu estômago.

Camicazi balançou a cabeça. Não, borboletas não, tinha malditos dragões em seu estômago. Criaturas enormes se revirando e a dilacerando de dentro para fora e a pior parte de tudo era que Camicazi não achava a semana ruim. Não sabia o que era. Não fazia ideia do que era tudo aquilo que acontecia consigo apenas de pensar no rapaz de cabelos castanhos e não estúpida para pensar que seus sentimentos eram apenas "algo normal entre amigos" porque sabia que, se fosse normal, sentiria o mesmo por Merida.

Respirou fundo e seguiu para a sala de jantar, para o café da manhã. Franziu a testa ao ver Astrid sozinha, normalmente Soluço era o primeiro a acordar, sempre tendo muito o que fazer.

-Bom dia, Cami. - Disse Astrid com um sorriso e Astrid percebeu a confusão da irmã. - Acordei mais cedo pra podermos conversar.

-Ah. - Foi tudo o que Camicazi disse antes de se sentar na cadeira de frente para a irmã mais velha. - Sobre o que? - Perguntou, mesmo já desconfiando do assunto.

-Cami, você gosta mesmo desse Hans? - Astrid perguntou e Camicazi sentiu que o coração sairia pela boca. - Porque se acontecer alguma coisa e ele te magoar, o Soluço vai matar ele e eu vou ajudar. - Camicazi riu do exagero e balançou a cabeça.

-Hans não vai me magoar, - disse - somos só amigos. - Repetiu, mas aquela afirmação, tão corriqueira para loira, passou a deixar um gosto amargo em sua boca.

Astrid observou a irmã com atenção por alguns momentos, mas por fim assentiu e Hans não voltou a ser mencionado entre as duas irmãs. Camicazi ainda se perguntava o que havia mudado nas últimas horas que a fazia se sentir tão esquisita agora.

♠️

O ar gélido era como agulhas perfurando seu rosto desprotegido quando desceu do carro. De algum modo, o inverno barbárico conseguia ser ainda pior em Berserk. Heather respirou fundo, o ar seco e o nervosismo esmagando seus pulmões. Viggo se aproximou, colocando uma das mãos no quadril da morena e se ele não tivesse dado o primeiro passo, talvez Heather não tivesse saído do lugar.

Entrar no hospital de custódia foi uma tarefa difícil para Heather. O lugar parecia bem organizado e limpo, bem melhor do que imaginada que seria uma prisão, mas estava a poucos passos de se reencontrar com o irmão e não sabia o que esperar. Engoliu a seco, sentido Viggo a apertar um pouco mais conta si quando os dois se aproximaram se uma mulher, vestida de enfermeira, sentada atrás de um balcão. Heather sorriu para a mulher.

-Heather DeRange, - se apresentou - meu irmão está recebendo alta hoje. - Disse entregando os documentos para a mulher. A mulher pegou os documentos e se virou para a tela de um computador, Heather se virou para Viggo, apoiando as costas no balcão. - E se ele não gostar de me ver? - Heather perguntou com a voz baixa, Viggo franziu a testa, mas Heather logo continuou antes que ele pudesse perguntar sobre o que ela estava falando. - Ele não sabe por que eu nunca vim aqui nos dias de visita, - disse - não sabe o que aconteceu no abrigo, ou em Bog, nem sabe sobre você.

Viggo sorriu, levando as mãos para os ombros dela, acariciando os braços dela repetidamente para tranquiliza-la e conseguia.

-Amor, seu irmão seria imbecil se não quisesse te ver. - A voz de Viggo era baixa, para que ninguém mais pudesse ouvi-lo, Heather sorriu e Viggo se inclinou para plantar um vasto beijo nos lábios da morena antes de rapidamente se afastar novamente.

-Maninha! - A voz masculina chamou a atenção do casal e Heather congelou ao reconhecer a voz do irmão mais velho.

♠️

A sala de visitas da mansão estava escurecida pelas cortinas fechadas que impediam que o sol da manhã fizesse muito para iluminar o lugar. Hans tinha acabado de chegar e Soluço tinha ordenado que os portões fossem abertos.

Apenas Soluço e Michael estavam na sala de visitas esperando pelo rapaz, Astrid estava com Camicazi no quarto da garota e Soluço tinha que admitir que preferia assim, aquela não era uma conversa que a loira precisasse participar.

Uma das empregadas abriu a porta e Soluço pôde ver o menino de perto pela primeira vez e não era nada impressionante, honestamente, Camicazi podia conseguir coisa muito melhor do que aquele menino.

Soluço se levantou, ajeitando as mangas do terno sob medida, com o rosto sério e inexpressivo. Hans engoliu a seco, escondendo as mãos enluvadas nos bolsos da calça, nunca tinha se sentido tão nervoso e amedrontado em sua vida, sentia-se prestes a enfrentar um super mafioso ou algo parecido, mesmo assim sustentou o olhar do empresário pois sabia que não podia recuar agora.

Soluço sabia que Hans estava completamente apavorado. O Haddock se lembrava bem de quando era ele na situação do rapaz, tendo que impressionar os pais da primeira namorada, mas só porque o empresário conhecia bem o medo do adolescente, não significava que ele simpatizava com o menino, afinal, a situação agora era outra. Soluço não era mais um adolescente com medo do julgamento de um adulto, agora Soluço era a figura paterna que deveria julgar o adolescente e tiraria proveito de cada momento daquilo.

Hans e Soluço finalmente  vão se conhecer, e agora? Será que o Hans consegue impressionar o Soluço? 🤔
Anyway, comentem expectativas.

See ya 😘

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