Inocente
Oi meus pudinzinhos 🍮
Mais um capítulo para vocês.
Espero que gostem.
Boa leitura 🍮 ❤️
♦️
Novembro de 2010, Bog
Heather boceju e se espreguiçou, finalmente tudo estava feito e ela podia tirar aquela fantasia ridícula e ir pra casa. O cassino estava praticamente vazio, não havia mais clientes e apenas os funcionários da limpeza terminavam de limpar tudo.
Ela andou pelos corredores, amaldiçoando os saltos que faziam com que seus pés doessem a cada passo que dava, até chegar na área designada para os funcionários. A área dos funcionários era muito distante do resto do cassino e em dias como aquele - quando Heather estava mais exausta do que o normal - tinha vontade de bater em Viggo até ele entender que não era uma boa ideia deixar os vestiários tão longe do cassino.
Os vestiários funcionavam mais como camarins e era um longo corredor de portas com uma placa de identificação em cada uma.
Heather parou no meio do corredor ao ouvir gritos acalorados vindos de uma porta. Sua atenção foi atraída para a porta em questão e um gosto ruim invadiu sua boca ao ler o nome "Candy" na placa, aquele era o camarim de Karen. Heather se aproximou lentamente, tomando cuidado para que os saltos não fizessem barulho.
-Nunca vai dar certo, - era a voz de Karen - ele não fica comigo desde que aquela vagabunda apareceu aqui.
-Se vira! A culpa disso tudo é sua! - Ryker gritava descontrolado. - Você vai fazer o Viggo acreditar que esse bebê é dele, senão eu te mato, Karen! Te mato!
Heather se afastou da porta com o mesmo cuidado com o qual tinha se aproximado e deu os passos que faltava para chegar ao próprio camarim, Heather tirou os sapatos, os arremessando para o outro lado do quarto.
-Filha da puta! - Murmurou com raiva, esfregando a testa com uma das mãos pela dor de cabeça, causada pelo cansaço, que começava a incomodá-la.
Primeiro Karen começa a fazer contato com a Agência de Inteligência, depois se envolve com Ryker e agora isso? Karen estava se tornando um problema maior a cada dia e parecia que Viggo não estava fazendo nada para impedir que tudo fosse para o inferno.
Heather respirou fundo, já se sentindo mais calma e decidiu que seria ela quem resolveria aquela situação sozinha.
2019
Departamento de polícia de Berk
-Por favor, sente-se, senhora Grimborn. - Pediu o detetive e assim Heather fez, se sentando em uma das duas cadeiras da sala de interrogatório. O detetive se sentou na cadeira oposta e colocou uma pasta recheada de documentos sobre a mesa. - Vou direto ao ponto, senhora Grimborn. Quando conheceu Karen Mitchell?
Heather se ajeitou na cadeira, mas respondeu sem hesitar:
-Em setembro de dois mil e nove, ela era Stripper no cassino em que eu trabalhava como garçonete. - O detetive franziu levemente a testa e Heather já sabia o que estava por vir.
-Mas nos seus arquivos diz que você fugiu do abrigo para menores em junho daquele ano. - Disse o detetive, abrindo a pasta e retirando uma das folhas, colocou a folha na frente de Heather e ela pôde ver o relatório do abrigo comunicando sua fuga. - O que fez nesse espaço de tempo?
-Fiquei vagando por Bog, tentando sobreviver até conseguir o emprego no cassino.
-Como era sua relação com Karen?
-Não tínhamos uma relação. - Respondeu. - Não éramos amigas, mas também não nos odiavamos, ela era apenas alguém com quem eu me esbarrava no bar.
-Mas Karen teve um caso com Viggo e você se casou com ele em - ele olhou para os papéis por um momento - janeiro de dois mil e onze? - Perguntou e Heather assentiu. - Uma rivalidade entre vocês duas não seria normal? - Insistiu o detetive e Heather balançou a cabeça.
-Os relacionamentos que meu marido teve antes de ficarmos juntos nunca me interessou, assim como os meus nunca interessou a ele. Nunca existiu rivalidade entre Karen e eu porque eu sempre soube Viggo era meu.
-Se sempre houve esse entendimento de que Viggo era "seu", o quê motivou a briga que tiveram na noite de vinte de dezembro? - Heather respirou fundo e se reclinou na cadeira desconfortável, encontrou os olhos do detetive antes de responder.
-Viggo não queria assumir um relacionamento comigo, - explicou - então eu comecei a dar atenção a outros homens. Nós brigamos naquela noite porque eu disse que passaria a noite com um dos clientes regulares do cassino, um dos amigos de poker dele.
-E por quê disse a ele onde passaria a noite?
Heather riu como se a pergunta fosse absurda.
-Eu queria provocar, obviamente. - Ela parou de rir, mas um sorriso permaneceu em seu rosto. - Viggo precisava saber que, por mais que fosse minha primeira opção, não era a única. E deu certo - continuou depois de um suspiro -, nos casamos menos de um mês depois.
-Então Karen estar grávida, possivelmente do seu marido, não a incomodava? - Heather sabia que a única razão pela qual o detetive fazia aquela pergunta era para ver como ela reagiria, mas Heather tinha passado por tanta merda nos últimos anos que aquela pergunta não a afetava em nada.
-Não. - Respondeu. - Karen tinha tantos clientes que duvido que o filho fosse do Viggo. - O detetive franziu a testa.
-Mesmo? Não foi isso o que Karen disse ao Agente SangueBravo quando ele estava investigando o senhor Grimborn por - o detetive procurou nos papéis até achar as acusações e ler uma por uma - lavagem de dinheiro, prostituição ilegal, contrabando, formação de quadrilha, conspiração para cometer homicídio e homicídio.
Heather revirou os olhos, cruzando os braços em frente ao peito.
-E meu marido levou o caso até a Suprema Corte para provar que é inocente. - Rebateu. - Sei que está apenas fazendo o seu trabalho, detetive, mas por favor, pare de perseguir meu marido. - Heather descruzou os braços e suspirou. - Se não tem mais perguntas, posso ir? Meu irmão acabou de sair do hospital de custódia e quero ficar com ele.
-É claro. - Respondeu o detetive organizando os papéis dentro da pasta novamente. - Obrigado pelo seu tempo, senhora Grimborn.
Sem dizer nada, Heather se levantou da cadeira e saiu da sala com a mesma postura impecável com a qual tinha entrado, Heather sempre andava como se estivesse em uma passarela, mesmo que estivesse vestida com roupas mais confortáveis - estar mais casual não era desculpa para estar menos glamurosa.
Saiu da delegacia e sorriu ao encontrar com os olhos a Bugatti Divo em preto fosco do marido, ela abriu a porta e entrou respirando fundo de satisfação com o interior do carro aquecido. Ela fechou a porta e se inclinou para roubar um beijo do marido e Viggo colocou uma das mãos na nuca dela para prolongar o beijo um pouco mais.
Os dois se separaram e Heather sorriu, Viggo esperou que ela prendesse o cinto de segurança antes de começar a dirigir.
-Como foi o interrogatório? - Viggo quebrou o silêncio.
-Não tem com o que se preocupar, a polícia não tem nada. - Respondeu. - Vão ser obrigados a dizer que a causa da morte foi acidente.
Os dois ficaram em silêncio por longos minutos. O trânsito até o cassino estava terrível pelas estradas molhadas por causa da neve que tinha caído na noite anterior.
-O que foi? - Viggo perguntou, percebendo que havia algo errado ao olhá-la de relance. Heather ficou em silêncio por mais alguns momentos antes de finalmente responder.
-Eu ainda me sinto culpada às vezes.
Viggo respirou fundo. Tinham tido aquela conversa milhares de vezes.
-Não foi sua culpa, amor. - Disse ele, Heather balançou a cabeça.
-Viggo, eu estava lá. Eu puxei o gatilho. - A voz de Heather era embargada, mas ela se recusava a chorar.
-Acredite, amor, não foi você quem matou a Karen.
-E como você sabe? - Heather explodiu e Viggo parou o carro no acostamento.
-Porque não tinha sangue, Heather! - Ele exclamou e o súbito volume alto de sua voz (que normalmente era tão calma e controlada) a assustou. Viggo respirou fundo e voltou a falar, dessa vez mais baixo. - O único sangue que tinha naquele carro, eram o seu - ele disse aproximando uma das mãos do rosto dela, tocando levemente com a ponta dos dedos a área em que ele se lembrava muito bem que antes havia uma cicatriz - e o meu.
Ele aproximou o rosto do dela e seus lábios lhe beijaram a bochecha.
- Não foi você, amor. - Ele sussurrou e se afastou para segurar o rosto dela entre as mãos e olha-la nos olhos. - Se algum de nós matou a Karen, - disse ele com convicção - foi o Ryker.
Então, gostaram?
E agora? Foi o Ryker mesmo? Foi o Viggo? Foi a Heather? Como a Karen morreu?
See ya 😘
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