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Camicazi Tem Um Namorado (Dessa Vez De Verdade)

Oi meus pudinzinhos 🍮

Mais um capítulo pra vocês pra compensar pela demora. Esse é longo.

Espero que gostem.

Boa leitura 🍮 ❤️

♦️

Maio de 2010, Bog

O silêncio era desesperador, mas o empresário calmamente colocou o cigarro na boca e tragou, soltou a fumaça e nem mesmo se deu o trabalho de se virar, apenas disse por cima do ombro, sem tirar os olhos da vista que tinha da janela.

-Karen tem contato com a Agência de Inteligência? - Perguntou. Sua voz tranquila estava inabalável, sua postura (de costas olhando pela janela, com a mão esquerda em um dos bolsos e segurando o cigarro entre o indicador e o dedo médio da mão direita) impecável como tudo relacionado à Viggo Grimborn.

Viggo Grimborn era muito jovem, mal tinha entrado na fase adulta, mas ninguém ousava duvidar de sua capacidade. Viggo Grimborn causava arrepios em qualquer um.

-Foi o que ela me disse. - Respondeu o outro homem na sala. - Ela disse que tem provas que o senhor é um criminoso e que vai entregar tudo para a Agência de Inteligência.

Viggo permaneceu em silêncio, esmagou a ponta do cigarro em um cinzeiro e colocou a mão direita no bolso.

-Obrigado. Pode se retirar. - Viggo esperou até que ouvisse a porta ser fechada para deixar seu rosto se contorcer em uma expressão de desgosto, os punhos escondidos estavam cerrados dentro dos bolsos e ele certamente precisaria de mais um cigarro para se acalmar.

Karen estava se tornando uma enorme dor de cabeça.

2019

O reencontro com o irmão foi melhor do que Heather conseguiria imaginar. Dagur parecia não ter nenhum ressentimento e os dois riam enquanto conversavam, como se jamais tivessem perdido contato. Os dois estavam no carro do lado de fora do hospital de custódia enquanto Viggo terminava uma ligação e as risadas não morreram nem mesmo depois de Viggo entrar no carro e começar a dirigir.

Heather apenas parou e franziu a testa quando percebam que estavam a caminho do aeroporto e não do hotel.

-Onde vamos? - Ela perguntou.

-Voltar para Berk, - respondeu Viggo sem tirar os olhos da estrada - a polícia quer te interrogar, amor. - Explicou e Heather revirou os olhos.

-Interrogar por quê? - Perguntou Dagur com a testa franzida.

-Há alguns anos uma das Strippers do cassino do Viggo desapareceu, - Heather explicou - acharam o corpo dela em um lago no mês passado, então reabriram a investigação.

-E como você sabe que querem interrogar a Heather? - Dagur perguntou à Viggo. - A polícia não avisa antes, eles simplesmente aparecem.

Viggo olhou para Dagur, no banco de trás, pelo retrovisor por apenas um momento antes de voltar a atenção para o trânsito.

-Gosto de ser bem previnido. - Foi a única resposta que Viggo deu.

O carro permaneceu em silêncio durante todo o resto do percurso até o aeroporto e Viggo foi o primeiro a sair do carro depois de estacioná-lo no estacionamento.

Heather de espreguiçou no banco antes de sair e ir até o marido que tirava as malas de dentro do porta malas.

-Vai comprar as passagens, Dagur e eu levamos as malas. - Ela sugeriu porque daquele jeito fariam tudo mais rápido, mas Viggo olhou para os arredores com desconfiança e Heather revirou os olhos antes de rir. - Às vezes eu acho que você se esquece de com quem se casou. - Ela brincou, Viggo sorriu e Heather soube que, assim como ela, ele também tinha sido atingido por uma enxurrada de memórias.

-Está bem. - Viggo concordou por fim, beijou-lhe a testa e se foi para comprar as passagens. Heather continuou tirando as malas do carro mesmo quando ouviu Dagur limpar a garganta ao seu lado.

-Eu sei que nós acabamos de nos reencontrar e que eu acabei de conhecer seu marido, mas... - Dagur começou, mas Heather o interrompeu antes que pudesse terminar.

-Daggy, - ela começou, usando o apelido que usava quando ainda era pequena demais para saber pronunciar o nome do irmão de maneira certa - você não tem com o que se preocupar. - Ela se virou para olhá-lo com um sorriso brilhante no rosto. - Acredite, Viggo é a melhor coisa que já me aconteceu. Ninguém o conhece tão bem quanto eu.

Dagur não pareceu convencido, mas assentiu mesmo assim e os dois voltaram a se perder em outros assuntos.

A viagem de avião de Berserk à Berk levava três horas, então Viggo, Heather e Dagur já estavam no cassino ao meio dia. E enquanto Heather mostrava ao irmão qual seria seu quarto temporário, Viggo fez o caminho até o quarto do casal.

Caminhou até o closet, mexendo em algumas das gavetas de Heather até achar exatamente o que procurava, pegou o pequeno caderno sujo e desgastado, fechou as gavetas e saiu do quarto. Foi até a cozinha, se serviu uma taça de vinho branco e com a taça em uma das mãos e o caderno na outra, fez o caminho até a sala de estar.

Jogou o caderno dentro da lareira, junto com alguns pedaços de lenha, e com apenas um clique as chamas começaram a consumir tudo o que estava lá dentro.

Sentado no sofá com uma taça de vinho branco nas mãos, Viggo assistiu enquanto o caderno com a escrita de Heather, sua história e suas memórias, o único resquício de evidência contra os Grimborns, queimava até virar cinzas.

♠️

Hans é Camicazi estavam completamente sozinhos no cinema, vinte minutos antes de o filme começar, o que significa que podiam fazer qualquer coisa sem se preocuparem em incomodar outras pessoas e os dois estavam aproveitando a oportunidade de uma maneira que apenas Hans e Camicazi conseguiriam.

-Pronta? - Hans perguntou com a expressão séria e lentamente Camicazi assentiu, a loira abriu a boca e o rapaz respirou fundo. - Tudo bem, lá vai. - Ele anunciou, pegou uma pipoca do balde e arremessou. Os dois comemoraram alto quando Camicazi conseguiu pegar a pipoca com a boca.

-Minha vez. - Camicazi pegou o balde, ainda mastigando a pipoca que tinha na boca, e enfiou na boca mais um punhado, mesmo com o olhar de reprovação de Hans. - Pronto? - Ela perguntou de boca cheia, o olhar de Hans se desfez e ele assentiu e se ajeitou na cadeira.

Camicazi pegou um punhado de pipoca e arremessou todas de uma vez sem acertar nenhuma. Os dois caíram na risada mais uma vez e Hans balançou a cabeça em descrença.

-Eu tô do seu lado, como você conseguiu errar? - Perguntou ele indignado, ganhando da loira um soco no ombro.

-Você é o jogador de basquete, é você quem tem que acertar a pontaria. - Camicazi rebateu e os dois continuaram rindo até que as bochechas doessem e a situação perdesse a graça.

Eles pararam e se forçaram a ficar quietos quando mais pessoas começaram a entrar na sala. As luzes se apagaram e a tela se iluminou, Camicazi tirou os sapatos e cruzou as pernas no banco e, para ficar ainda mais confortável apoiou a cabeça no ombro de Hans. Hans não fez nada e mal conseguia respirar, ele permaneceu imóvel enquanto Camicazi parecia nem um pouco afetada pela proximidade.

Eventualmente Hans se lembrou de como respirar direito e foi capaz de aproveitar o filme, ele sequer percebeu quando seu seu braço envolveu os ombros de Camicazi e a trouxe para mais perto. Aquaman tinha acabado de entrar em Atlantis quando Camicazi se mexeu e Hans olhou para baixo para ver se ela estava bem e de repente Hans não podia respirar mais uma vez. Foi ela quem fechou a distância e, tão rápido quanto tinha acontecido, também tinha acabado.

Camicazi se afastou com a testa franzida, ela parecia estar pensando sobre alguma coisa, como se estivesse tomando uma decisão importante naquele momento. Talvez ela estivesse decidindo que não gostava dele e que era melhor que fossem apenas amigos, Hans não fazia ideia, mas respirou fundo, fechou os olhos e se inclinou para beijá-la mais uma vez.

♠️

Heather sabia que não tinha como escapar. Desde que o corpo de Karen foi encontrado, ela soube que uma hora ou outra seria questionada pela polícia e aparentemente aquela hora seria no fim de tarde de quatro de janeiro.

Ela vestiu roupas mais confortáveis porque sabia que os interrogatórios podiam durar longas horas e não tinha o que fazer além de esperar que fossem busca-la. Saber que Viggo tinha queimado seu caderno a deixava mais tranquila porque agora todas as provas que podiam atestar contra a história que contavam estavam completamente destruídas, não havia mais nada que pudesse colocar qualquer um deles na cena do crime, a investigação não chegaria a lugar nenhum.

Era quatro da tarde e ela estava no quarto que seria de Dagur junto com o irmão quando Viggo abriu a porta.

-Heather, amor, - ele disse com o tom calmo e um leve sorriso no rosto - a polícia está aqui.

♠️

Camicazi tinha chegado em casa pouco depois das quatro da tarde e tinha corrido para o próprio quarto como se estivesse sendo perseguida por um troll. Astrid era a única que estava na sala quando a irmã chegou e a mais velha logo desligou a televisão e se levantou do sofá.

Ela foi até o quarto e abriu a porta, encontrou Camicazi deitada na cama, abraçando um travesseiro contra o rosto.

-Cami? Tá tudo bem? - Astrid perguntou fechando a porta atrás de si e se aproximando da cama. A resposta de Camicazi foi abafada pelo travesseiro. - Tira o travesseiro do rosto, assim não dá pra entender nada. - Pediu, recebendo apenas mais uma resposta abafada e Astrid revirou os olhos, mas puxou o travesseiro para longe da irmã.

Camicazi tinha o rosto tão vermelho quanto uma lagosta e, sem o travesseiro, tentou esconder o rosto com as mãos.

-O que aconteceu? - Astrid se sentou na beirada da cama e esperou por uma resposta que não veio. - O Hans te fez alguma coisa? - Camicazi rapidamente balançou a cabeça.

-Eu beijei ele. - Camicazi explicou, ainda com o rosto escondido entre as mãos.

-Ah.

-É.

-Antes de ele ir embora?

-Também.

-Também? - Astrid perguntou com uma sobrancelha erguida e Camicazi ficou ainda mais vermelha, se fosse possível, Astrid riu baixinho. - Ter um namorado não é tão ruim. - Disse tentando acalmar a mais nova.

-Hans não é meu namorado! - Camicazi exclamou por força do hábito, mas até mesmo ela sabia que não podia mais usar aquela desculpa. Tirou as mãos do rosto e olhou para a irmã mais velha. - Pra que serve um namorado? - Astrid se segurou para não rir da pergunta, mas deu a única resposta que sabia que chamaria a atenção de Camicazi.

-Pra te alimentar.

-Ah, então não é ruim. Pelo menos eu vou comer de graça.

Astrid riu e levou apenas um momento para Camicazi rir com ela. Com a adolescente mais calma, Astrid se levantou da cama e jogou o travesseiro novamente no rosto da irmã, que dessa vez o abraçou contra o peito. Camicazi esperou até que a mais velha saísse do quarto antes de explodir em risadinhas provocadas pelos dragões em seu estômago, ela pegou o celular, ansiosa para contar à Merida as novidades.

Então, gostaram?

Comentem as teorias de vocês sobre a morte da Karen e quem chegar mais perto do que realmente aconteceu vai poder me perguntar QUALQUER spoiler (sem nenhuma restrição) ou me pedir qualquer capítulo especial (em primeira ou terceira pessoa) 😈😈😈.

Vocês podem comentar as teorias ou me mandar por mensagem privada ATÉ o próximo capítulo ser postado.

See ya 😘

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